Estou bastante conflitada em sobre como me sinto quanto a Bel Ami, uma adaptação intermitentemente efetiva e
altamente sexual do romance do século 19 de Guy de Maupassant, co-dirigido por diretores teatrais britânicos Declan Donnellan e Nick
Ormerod. É um tanto prolixo quanto a lugares e características ou muito ou
pouco exagerado à politica do livro (não sei qual), ainda assim é o bastante
para se assistir e apresenta atores coadjuvantes de peso. Nele, a estrela de Crepúsculo, Robert
Pattinson faz
o personagem principal, Georges Duroy, um homem ambicioso e malévolo que emerge
ao estilo de Barry Lyndon da pobreza para o apogeu da alta sociedade parisiense
por meios de auto-ilusão e amoralidade.
Durante a primeira meia hora, fiquei convencida de que Robert Pattinson havia sido escalado por engano. Além
de parecer muito jovem para um veterano de guerra (uma vez que seus colegas
todos parecem ser da meia idade) a permanente rispidez e infinito vazio do
olhar de Pattinson, parecem fazer uma brincadeira com o fato de que seu
personagem inspira afeição amorosa – mesmo que saibamos muito bem que ele
estimula esta reação de mulheres longe das câmeras. Ainda assim este parece ser
exatamente o objetivo, fazer de Pattinson uma escolha inspirada: As damas
gostam de Georges porque ele é bonito porem ele é um barco vazio. A preguiçosa, penosa, analfabeta,
desleal e desprovida de graça social burguesia francesa, assume que há algo por
detrás de seu olhar que simplesmente não existe. Está a julgamento se Pattinson tem
esse nível de alcance como ator, mas ele veste estranha e convincentemente a
personagem de Georges.
A primeira a precipitar sua ascenção é Madeleine (Uma Thurman),
mulher altamente politizada de um jornalista, que escreve vários
artigos influentes em seu nome, emprestando a ele um
sentido vicário de poder e importância. Madeleine é o
poder ferozmente independente nos bastidores de uma sociedade
que não abertamente esconde as opiniões políticas das mulheres. Georges também seduz a
mulher de outro membro da “camada superior”
Clotilde (especialmente arrebatadora Christina Ricci) levando-a para
cama, porém, sendo extremamente casual para com o seu afeto, apesar
de seu apoio e fé intermináveis a ele. Mais
tarde, Georges tem ainda
outra amante, Madame Walter (uma Kristens Scott-Thomas mal
utilizada), mulher mais velha e infeliz com quem ele dorme a fim de irritar seu
marido, o rival de negócios (Colm Meaney).
Georges é um homem de poucos talentos, ainda assim
sente um senso de direito adquirido, nutrindo um amargo ressentimento contra
aqueles em quem percebe desprezo. Esta história de um
personagem profundamente antipático, potencialmente fadado à
infelicidade por sua própria busca ilimitada de status, é
interessante assim como o próprio filme. Apesar de ”Bel Ami”
ser “pesado” – apimentado
com diálogos pesados interpretados por atores pronunciando
rígido sotaque britânico na tentativa de interpretar personagens
franceses – e extremamente polido, evitando mostrar excessivamente
a pobreza que se dá e acentuando a ânsia desesperada de
Georges de ascender no mundo não importando o custo para a
sua felicidade pessoal. Indiscutivelmente, com sua ênfase em
espartilhos finamente bordados e cenas do traseiro de Pattinson,
o filme é tão superficial e arrogante como seu protagonista.
Post: Mel
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