Abaixo encontra-se a transcrição do “Q&A” (Perguntas
e Respostas) de OTR com Kristen e Garrett no Santa
Barbara International Film Festival ocorrido durante a divulgação de
On The Road. Confira:
ROGER
DURLING COM OS ATORES GARRETT HEDLUND E KRISTEN STEWART, dia 9 de dezembro de
2012
Roger Durling: Garrett, você esteve envolvido com este
projeto desde o começo, quanto tempo têm sido?
Garrett Hedlund: Desde 2007.
Durling: E eu li que você desistiu de outras
oportunidades com outros filmes para estar neste projeto. O que foi que fez
você tão inflexível sobre ser uma parte disso?
Hedlund: Eu seria louco se não fosse assim, você sabe…
quando Walter me deu este papel eu pensei que era uma das
coisa mais incríveis que já aconteceram comigo. E também, você sabe, eu era um
grande fã do livro. Eu li pela primeira vez quando eu tinha dezessete anos, e
li também um monte de outros escritores beats e simplesmente a literatura em
geral teve uma grande influência para mim. Eu senti que estar envolvido com
algo tão icônico como isto era uma oportunidade única, realmente. E eu pude ir
tão profundo quanto eu consegui em termos de pesquisa, quero dizer, nós tivemos
tempo. O filme não estava com o sinal verde assim que eu assinei para ele,
então foram anos conhecendo membros das famílias destes personagens do livro.
Você sabe, Dean Moriarty foi o alter ego de Neal Cassady, então eu passei muito
tempo com John Cassady, o filho dele. Eu tive que ir para São Francisco e me encontrar
com alguns dos outros escritores da Geração Beat e sentar para conversar com
eles. Eu passei muito tempo lendo Kerouace Cassady e todas as
cartas, eu li todos os escritores que inspiraram eles – Proust, e Nietzche e
Wolfe. Então foi, você sabe, realmente incrível.
Durling: E Kristen, você também esteve envolvida com
este projeto por um tempo muito longo, desde“Into the Wild” com
Sean Penn?
Kristen Stewart: Foi um pouco depois daquilo. Eu acho que foi
em 2007, eu tinha dezessete anos.
Durling: O que foi que te atraiu para este papel?
Stewart: On The Road foi meu primeiro
livro preferido. Eu li isso quando era uma caloura no ensino médio. E então
quando eu ouvi que Walter estava dirigindo isto eu teria feito
qualquer coisa para estar envolvida. Eu teria sido sua assistente nisso. Eu
teria feito serviço artesanal. A razão pelo qual você ama algo, é tão clara. Eu
nem mesmo lembro realmente os detalhes da conversa inicial; eu acho que
simplesmente fui embora tremendo. Quero dizer, eu tinha bastante certeza. Não
necessariamente que eu iria ganhar o papel, porque isto poderia ter tido
décadas e nós ainda teríamos que esperar cinquenta anos para isto começar, mas
eu queria me comprometer com algo como aquilo. O que é obviamente, no mínimo, a
maneira como eu lembro tão irresponsavelmente de mim. Eu não estava pronta para
aquele papel ainda, de qualquer modo. Eu me envolvi quando Garrett se
envolveu, e se cinquenta anos tivessem passado e nós fossemos esquecidos então
eu teria tido uma experiência realmente dolorosa.
Durling: Eu tinha uma questão para Walter,
e talvez você possa responder isto. Porque isso demorou tanto? Eu não sei se
alguém sabe a história, mas Francis Ford Coppola tinha os direitos, correto?
Hedlund: Desde 1979.
Durling: Walter compartilhou com você
porque isto demorou tanto(para o projeto começar)?
Hedlund: Quero dizer…. isto definitivamente não era um
círculo natural como aquele em que a maioria dos filmes estão. Eu acho que foi
um esforço enorme, formular um roteiro que capturasse o estilo espontâneo em
que esses caras estavam vivendo. Mas há algo extra sobre tudo, você sabe, com
os gatos loucos, diálogos, e loucas experiências. Godard estava indo fazer isso
em algum momento. E obviamente Francis Ford Coppola estava indo dirigir isto.
Muitos outros, eu acho que Gus Van Sant em um certo momento. E Francis tinha
elaborado um roteiro, de qualquer modo, em 79 ou 80, e eu acho que isto foi um
grande esforço para ele, capturar o ritmo interno que abasteceu a jornada
destes caras. Qualquer um que estava indo dirigir esta jornada tinha que achar
para si mesmo qual assunto importante seria o principal na produção da
história. E isto não é fala, você sabe, você pode ler através do livro e quase
todos os momentos se destacam e nós filmamos cada cena e nós sempre brincamos
que o DVD seria muito rico em informação. Muitos cenas deletadas. Walter abordou
isto inicialmente no Festival de Sundance quando ele estava lá
para “The Motorcycle Diaries”. Alguém da Zoetrope, companhia de
Francis Ford Coppola, abordou ele com On The Road. Ele sentiu que,
como um cineasta brasileiro, este não era um território qualquer. Enquanto ele
tinha lido o livro em 1974 e isto tinha inspirado muito ele, e ajudou ele a
querer ser um cineasta, isto inspirou ele sobre as terras da América que tinham
este senso de anseio e liberdade. Ele nunca iria concordar com o filme porque
ele sentia que para ele seria necessário fazer uma jornada através do país;
seguindo os passos de Kerouac e Neal e as outra figuras
literárias que estavam ao redor. Então ele fez uma jornada através do país por
quatro anos, antes mesmo de termos gravado o filme e criado,“The Search For
‘On The Road’”.E fazendo o documentário ele se apaixonou muito por todas as
pessoas, o livro, e a jornada que ele achou irresistível.
Durling: Kristen, no livro as mulheres, especialmente MaryLou,
são… devo dizer… subscritas. Você esteve envolvida no processo de expansão da
personagem MaryLou?
Stewart: É, ela está definitivamente na periferia da
história. Eu acho que algumas da pessoas por trás dos personagens pensaram que
seria fácil não mudar a história necessariamente e nunca adicionar qualquer
coisa realmente. Isso sempre foi apenas uma espécie de sentido. Eu acho que uma
ideia realmente comum no livro é que as mulheres são tratadas como uma espécie
de brinquedo como se elas fossem a atmosfera ou algo selvagem e sexy.
Durling: O que parece com misoginia para algumas
pessoas.
Stewart: Isso, o que é interessante para mim porque eu
sempre ouço homens dizendo que, “Então, ei, você não acha que existe um
sentimento chauvinista para o uso das mulheres na história?” e eu acho
que isto é uma forma simplista de olhar para ela. Elas não estão na linha de
frente da história então você não sabe onde seus corações ou suas mentes estão.
Mas ao mesmo tempo, conhecendo Luanne especialmente, eu não acho que
alguém poderia ter tirado isso dela. Ela foi tão generosa e se doava e o que
ela estava recebendo em retorno não estava deixando-a vazia. O mesmo vale para
Dean. Ela era uma parceira incrivelmente formidável e ele fala sobre ela ser
uma garota que não sente medo. Ela era apenas uma adolescente e isto não é uma
qualidade típica para um adolescente ter . Aquele tipo, realmente faminto e inconsciente
e algo auto-consciente. Não é comum. Assim que eu conheci a filha dela, ela
entrou em um grande detalhe; ela tinha uma memória assassina, e tudo
simplesmente fez sentido. Eu acho que nós éramos capazes de sentir eles ao
invés de ter que ilustrar isto. Isto meio que simplesmente surgiu assim como
nós conhecemos eles e como nós amamos as pessoas.
Hedlund: Ela é sensata além de seus anos, esta
personagem. Quero dizer, ela é aquela que me deixou em New York no início. Eu
simplesmente achei que Dean e MaryLou eram
tão paralelos porque ela estava pensando além de seus anos, ele estava também,
e eles meio que eram simplesmente ótimos companheiros de viagem. Ela era um
tipo de imagem dele no espelho de certo modo, porque exatamente assim ela o
deixou para voltar para Denver quando ela revela que tem um marido para
retornar e encontrar.
Stewart: Eles meio que ajudaram a levantar um ao outro.
Durling: Sobre a pesquisa que você fez para os papéis.
Eu li em algum lugar que Walter fez um“Acampamento Beat” para
vocês, caras. Você pode descrever isso? Foi aquela espécie de ensaio ou
improvisação antes?
Hedlund: Tudo isso. Neste filme, isto vai meio que
rápido. Nós apenas tínhamos seis semana de pré-produção antes de ir para a
estrada por seis meses para filmar. E quatro dessas semanas nós passamos em
Montreal. Nós começamos no meio do verão e meio que acampamos neste apartamento
onde Sam Riley,Kristen, Walter, e eu iríamos
todos ir, e, nós iríamos conhecer os membros das famílias. John Cassady,
Anne-Marie Santos (filha de Luanne), e Gerald Nicosia que escreveu Memory
Babe, uma biografia de Jack Kerouac, e que também compartilhou
conosco centenas de horas de gravação de áudio de MaryLoufalando
sobre Jack e Neal, oque foi incrivelmente poderoso. Nós
assistimos velhos filmes que Walter iria compartilhar conosco,
Shadows, John Cassavettes, e um filme que eu apenas vi a luz do dia, The
Exiles, que têm sido um arquivo de imagens por até talvez cinco anos atrás, e
isso foi gravado nos anos cinquenta. Todas as paredes que nos cercavam estavam
cheias de fotos dos personagens, as locações das casas, as locações que iríamos
ir, o que aquilo parecia até então, o que iria parecer agora. Jazz estava
constantemente sendo tocado. Dexter Gordon, Slim, Jack McQueen, Miles – tocando
o dia inteiro. E toda a leitura que nós tivemos que fazer. Haviam centenas e
centenas de cartas de todos estes personagens escritas um para o outro. Mais
particularmente, Neal Cassady escrevia para Jack. Eles eram muito
íntimos e sem censura, e a partir disso nós percebemos o processo de pensamento
e o que fez todo mundo ser assim.
Durling: Kristen, o Hudson é
outro personagem no filme e você obviamente passou muito tempo dentro deste
carro. Como foi esta experiência? Isso pareceu totalmente claustrofóbico.
Stewart: Sério?
Hedlund: Lembra da Argentina?
Stewart: Yeah, aquilo faz tempo.
Hedlund: Depois de Montreal nós precisávamos de neve
em agosto. Então nós fomos por todo caminho abaixo para a Patagonia no Chile e
filmamos por três dias. Eu lembro que havia uma banana no piso do banco
traseiro e aquilo era como você poderia dizer quanto tempo havia passado, pelo
estado atual da banana. Obviamente a banana estava ficando esmagada no banco
traseiro e quem quer que sempre estaria no banco traseiro estaria… você sabe…
Stewart: Fazendo piadas nojentas sobre o estado da
banana que não precisam ser repetidas aqui.
Hedlund: Eles só fizeram o Hudson por
aproximadamente seis anos; Eu acho que o último Hudson foi
feito em 54. É um carro maravilhoso, maravilhoso. Eu comprei um Hudson
53 antes das filmagens e este era um Hudson 49 mas eu
apenas queria me acostumar com ele para dirigi-lo. Todas essas gravações onde
todo mundo estava no carro, você tinha que saber como segurar esta coisa. Como
quando estávamos filmando as cenas na nevasca com minha cabeça para fora da
janela eu estava na verdade dirigindo o carro. A câmera simplesmente estava lá
fora , ninguém em volta então nós apenas fizemos a cena dirigindo por uma
estrada cheia de neve. Walter estava andando e disse, “Tem
um limpa-neve chegando! Você consegue ver o limpa-neve?” Era como, “Eu
não consigo ver m*rda nenhuma apenas fale para ele ter cuidado por mim.”
Durling: Você sabe, você mencionou a Argentina. Um
monte dessas paisagens tem desaparecido nos Estados Unidos por causa da
expansão comercial e então vocês tiveram que viajar para outras partes do
mundo. Você pode nos contar sobre aquilo?
Hedlund: Sim, depois de começarmos em Montreal por
aproximadamente três semanas, nós fomos para a Argentina. Voamos para o Chile;
e filmamos lá por três dias. Voamos para New Orleans; filmamos por duas
semanas. Voamos para o Arizona; filmamos por duas semanas. Descemos para a
Cidade do México, por outras três semanas, e depois que nós terminamos aquilo
eles disseram, “Nós estamos na metade!” Então havia “Calgary”
por três semanas, Montreal por outro mês, e então nós terminamos em São
Francisco pelos últimos quatro dias de filmagens, que eram em sua maioria tanto
as cenas internas com Dean e Camille quanto as
dirigindo através de Russian Hill. Então, Walter e eu fomos
para uma jornada de três semanas com uma equipe de cinco homens onde nós
levamos o Hudson de New York para Los Angeles, porque com a
fotografia principal nós não conseguiríamos pegar possivelmente todas as terras
da América durante toda a programação que tivemos. Então Walter e
eu filmamos cenas no telhado lá no Harlem e então partimos para as Adirondacks
para termos mais gravações na neve, quebramos em Utica, dirigimos através de
uma nevasca para Erie, Pensilvânia com minha cabeça fora da janela. Nós não
tínhamos um velocímetro ou pára-brisa, e nosso galão de gás estava no
porta-malas então obviamente havia um pouco de gasolina elevada nisso tudo
também. Nós dirigimos sem freios de Cincinnati para Lexington, Kentucky, e em
seguida para Nashville onde nós tentamos achar freios em um domingo na “Bible
belt”. Nós estávamos dirigindo apenas em estradas secundárias também, então
isso nos tomou oito horas para chegar a Memphis onde isto iria ter levado duas
horas através da rodovia. Quebramos em Texarkana, Arkansas. Quebramos em
Lubbock, Texas. Quebramos em Las Vegas, New Mexico por três dias. E então
acima, através do Arizona, descendo para Phoenix e então isto teria levado
cinco horas através da rodovia, isto nos levou dezoito horas para irmos de
Phoenix para Los Angeles e lá foi onde encontramos aquela estrada de ferro que
você vê nos créditos finais entre a Califórnia e o Arizona. Nós apenas paramos
para tirar uma fotografia e nós vimos esta maravilhosa estrada de ferro por lá.
E se alguém souber sobre Neal Cassady ou sua vida, ele morreu, ou foi
encontrado a pé, morto, vindo de Temple Town, Novo México nos trilhos da
estrada de ferro. E foi encontrado entre municípios lá, ele tinha ido visitar
novamente os vínculos que ele e Kerouac tinha tido na cidade
quando ele estava por lá para um casamento. Então foi muito especial o fato de
que nós, no mínimo conseguimos aquelas imagens. Eu nem mesmo sei se isto
participou do corte.
Durling: Kristen, você mencionou a filha de MaryLou…
a família assistiu ao filme? E qual foi a reação deles?
Stewart: Yeah, eu acho que Anne Marie viu há
poucas semanas atrás, nós estávamos em São Francisco e ela compareceu a uma
sessão com seu marido e sua filha. Eu acredito que ela está muito feliz com
isto. A coisa que Luanne sempre fez com sua filha, e
provavelmente muitos aspectos de sua vida também, era que ela realmente
mantinha as coisas separadas. O que é o porquê eu tive uma perspectiva
realmente interessante através da filha dela. Os valores dela, e desejos, e
ideais eram bem variados. E ainda ela era capaz de proporcionar para si mesma a
vida que ela queria viver. Quero dizer, mais tarde, ela (Anne Marie) estava
simplesmente sorrindo muito. Sua mãe havia acabado de falecer antes de nós
termos esta coisa indo. E fora dos muitos personagens do livro ela teria sido
uma daquelas que teria realmente se entusiasmado e estaria dentro disto e teria
amado falar conosco, e é muito triste que isto foi mal cronometrado. Mas, é, eu
acho que ela está feliz com isto. Ela (Anne Marie) disse que ela está sempre
muito chocada e surpresa pelo aspecto da vida de sua mãe porque ela veio logo
depois. Ela nos contou histórias sobre pessoas voltando para casa e sua mãe
nunca explicava para ela quem eles eram, então um dia ela estava sentada lá,
ela tinha dezesseis anos e ela atendeu a porta para Neal Cassady. Ele olhou
para ela e – ele sempre poderia nunca aceitar o fato de que ela não era filha
dele. Então ele estava sempre como, “Oh olhe! Ela tem os meus olhos!” quando
ela era um bebezinho, e Luanne estaria como, “Uh, não,
ela não tem.” O que é louco, isto é sempre insano para mim que eles
nunca tiveram uma criança depois daquilo tudo. Mas de qualquer forma, Neal
olhou para ela e disse, “Oh, você não é tão bonita quanto Jack disse
que você era. Onde está sua mãe?” e ela estava como, “Quem é
você?” Então ela descobriu anos depois quem ele era, e ele tinha tinha
subido em um ônibus na verdade.
Hedlund: Oh,
yeah, o ônibus de “Electric Kool-Aid Acid”. Mas isso também é especial, Anne Marie em outra
noite havia dado a cada um de nós um vinil da coleção pessoal de sua mãe. A mãe
dela, gostava tanto de seus vinis que todos esses tinha suas iniciais na parte
de trás, no canto superior direito…
Stewart: Sim, havia um pequeno “Lu” e
isso é realmente fofo.
Durling: Então… sobre o jazz, eu queria perguntar para Walter sobre
a música porque um dos meus momentos preferidos no filme é sua sequência de
dança. Aquilo foi coreografado? Você poderia explicar como aquela cena foi
filmada?
Hedlund: É, aquilo foi provavelmente coreografado no
modo de memorizar suas frases e saber o que dizer, mas, tendo uma liberdade de
improviso. Porque naquele ponto, sei que mais tarde nós descobrimos que a dança
favorita de Luanne era a “jitterbug”, mas teria sido um pouquinho clichê demais
para este momento, e naquele período nós não conseguiríamos encontrar qualquer
referência porque eles estavam saindo do “swing” e movendo-se para o “be-bop”.
Então nós apenas interpretamos aquilo e aprendemos alguns passos interessantes
e o que fazer, e isso foi muito mais na parte sedutora. Realmente nós
simplesmente aprendemos alguns poucos passos e Walter filmaria
10 minutos sem dizer corta. Então é claro que nós tivemos que usar uma canção
que durasse dez minutos então aqueles foram alguns dos dias mais exaustivos de
filmagem. Nós apenas estávamos sendo maníacos na pista de dança e uma espécie
de festança estava acontecendo, mas depois de 10 minutos, “corta”.
Então nós iríamos correr para fora e tomar um ar.
Stewart: Não havia ar de modo algum naquela sala. Era
totalmente como um vácuo. Aquilo estava quente.
Durling: Bom, era um momento realmente proveitoso. Garrett,
este não é um personagem muito agradável. Foi difícil habitá-lo por um período
tão longo? Quero dizer, ele é muito sedutor e atraente e você é um cara com boa
aparência… mas por fim ele é desprezível.
Hedlund: Eu acho que a energia foi a coisa mais exaustiva.
Você sabe, quando lê o livro pela primeira vez, eu sempre simpatizei com o
personagem de Kerouac, Sal Paradise, porque naquele
tempo, eu estava dobrando o número de créditos estudantis para me mudar para
Los Angeles e literatura foi uma grande coisa. Eu estava indo através da
“Escrita Criativa” e “Mundo Iluminado” ao mesmo tempo, e então, vendo esse tipo
de prosa espontânea e seu refrão interminável sobre as pessoas e lugares e
todos os aspectos da vida. Simplesmente qualquer coisa que ele observou e não
sendo a atração , mas escrevendo sobre o que é atraente e escrevendo sobre as
lindas imperfeições da vida. E então quando eu me encontrei com Walter, eu estava ansioso, porque lendo o livro você é muito atraído para esta mente
energética que teve estes geniosos pensamentos que vai e vai sobre como Twain
disse isto e Proust disse isto, porque ele realmente queria ser um escritor
para ir para Columbia como Kerouac. Então, eu lembro de tentar
colocar essas palavras em minha boca pela primeira vez e isso era estressante,
mas eu havia tomado muito café.
Post: Mel
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