13 maio 2011

CONSEQUENCE - CAPÍTULO 13

Infelizmente devido ao probleminha que o Blogger sofreu ontem o capítulo 13 da nossa FIC sumiu do Blog, então o estamos postando novamente. Pedimos desculpas pelo inconveniente.

Classificação: Maiores de 18 anos
Autora: Juliana
Avisos: Sexo

Capítulo 13



O dia amanheceu ensolarado. Um milagre em se tratando de Forks. E eu respirei aliviada por não me sentir mal naquela manhã.


-Carlisle Cullen ligou e disse que marcou uma consulta para você hoje. - Charlie disse quando desci.


-Certo. – falei desanimada me servindo de cereal.


Charlie acabou de comer e se levantou.


-Eu já liguei no Newton e disse que não ia trabalhar.


-Pai!


-Tem que ir fazer os exames Bells.


-Eu mesma podia ter ligado.


-Eu te conheço e era capaz de não ir.


Eu rolei os olhos. Ele se despediu e foi trabalhar.


O bilhete de Jacob ainda estava no meu bolso.


Eu sentia como se pesasse uma tonelada.


Subi e tentei me distrair limpando a casa.


Mais algumas horas depois acabei entrando na caminhonete em direção a La Push.


Que mal poderia ter em conversar com Jake?


Ele era meu amigo apesar de tudo. E eu sentia muita falta dele. Quando cheguei na sua casa, Billy me atendeu muito sério.


-Oi Billy, Jacob está?


-Acho que esta na praia com Embry.


-Certo, eu vou procurá-lo.


-O que veio fazer aqui Bella? O que fez já não foi suficiente?


-Eu sei que eu fiz o Jacob sofrer e sinto muito. Eu vim apenas... tentar conversar.


-Apenas tente não magoá-lo mais.


-Eu não quero magoar o Jacob, acredite.


Eu me afastei em direção a praia me perguntando mesmo se era certo eu estar ali. Se não iria magoá-lo ainda mais.


-Olha só quem esta aqui!


Eu me virei ao ouvir a voz estridente conhecida.


Rosalie estava deitava sobre a areia com um biquíni minúsculo e ao seu lado com um biquíni tão pequeno quanto estava Tânia Denalli. Mas que diabos as duas estavam fazendo ali?


-Rosalie, o que faz aqui? – indaguei.


Ela tirou os óculos escuros.


-Aproveitando o dia de sol na praia. Sabe que onde Tânia mora não tem destas coisas, embora ela goste de chamar aqui de fim de mundo.


Tânia deu um risinho afetado.


-Você também chama aqui de fim de mundo.


-E você, o que faz aqui? - Rosalie perguntou.


-Bella, você veio!


Eu ouvi a voz de Jacob atrás de mim e me virei. Ele se aproximou com Embry.


-Oi Jacob.


-Você veio encontrar com o Jacob?! - Rosalie falou animada - Mas ele não é seu ex-namorado?


-Este é o ex-namorado? - Tânia indagou curiosa.


Eu tinha vontade de afogá-las no mar.


-Quem são estas, Bella? - Jacob indagou.


Embry estava ocupado em ficar de boca aberta admirando as duas.


-Esta é Rosalie, irmã do Edward e esta é Tânia Denalli. - falei de má vontade.


As duas acenaram.


-A gente se conhece de vista, quando foi bater no meu irmão por ter transado com a sua namorada... - Rosalie comentou com um sorriso malicioso.


Jacob fechou a cara, dando um passo em sua direção.


-Jake, vamos sair daqui. - falei nervosa.


-Quem esta loira imbecil pensa que é?


-Esquece ela. – insisti.


E como as coisas nunca estavam ruins o suficiente. Um jipe parou a pouca distância e dele saltou os Cullens restantes. Emmett, Jasper,Alice e Edward.


Eu juro que a vontade que eu tinha agora era de entrar no mar e nadar até a Europa. E sair do meio daquela confusão.


Porque os Cullens tinham escolhido justamente hoje para irem para La Push?


Meu olhar cruzou com o de Edward e ele olhava de mim para Jacob com um semblante furioso.


-Bella, o que está fazendo aqui? – indagou.


-Talvez o mesmo que vocês? Aproveitando o dia de sol?


-Com este imbecil?


-Escute aqui, imbecil é você. - Jacob foi para cima de Edward e eu me pus no meio.


Os irmãos de Edward também estavam alertas. Assim como Embry.


Mas aposto que eles gostariam mesmo de começar uma briga ridícula.


-Chega, vocês dois! Isto já esta ficando ridículo!


-Ridículo é este cara vir aqui me chamar de imbecil! - Jacob falou tenso.


-E você podia se tocar e parar de rodear a Bella. Ela não esta mais com você. - Edward falou no mesmo tom.


-Foi ela quem veio atrás de mim, babaca. - Jacob disse com um risinho.


Oh Deus.


Eu pude ver a raiva fria de Edward ameaçar extravasar.


-Chega, Jacob! - gritei


-Eu vou quebrar a tua cara se ousar se aproximar dela de novo. - Edward ameaçou.


-Você pode tentar.


-Ninguém vai quebrar nada aqui - gritei - Jacob pelo amor de Deus, vai embora.


-Eu não vou a lugar algum, aqui é minha casa.


-Certo, então nós vamos.


E eu puxei Edward comigo, com medo que ele ainda fosse para cima de Jacob.


Os irmãos dele ficaram no mesmo lugar e Embry levou Jacob para longe.


-O que você veio fazer aqui Bella? - Edward indagou furioso.


Eu continuei andando.


-Vim conversar com o Jacob. - falei a verdade.


-Porque?


-Porque eu precisava.


-Você não precisa de nada deste cara.


Eu me virei e o encarei.


-Ele é meu amigo.


-Ele era seu namorado!


-Mas era meu amigo antes disto.


-E ele se conforma de ter sido traído por você? Ele ainda quer você mesmo assim? Porque foi isto que eu percebi.


-Cala a boca, você não sabe de nada! – gritei.


-Eu não quero mais que você venha aqui.


-Não manda em mim!


-Qual é a tua Bella? Quer voltar com ele é isto? Porque se é isto que você quer, acho que ele te aceita de volta!


-Você é um idiota, Edward! Acha que porque eu estou aqui com o Jacob eu quero voltar com ele? Como se algo assim ainda fosse possível! Eu vim conversar com ele, porque eu devo isto a ele. Somos amigos desde criança e namoramos por um bom tempo; e foi eu que pisei na bola e não o contrário. Eu traí! Eu engravidei de outro cara! Jacob não tem culpa de nada!


-Mas ele ainda gosta de você.


-Isto não interessa mais - murmurei com um nó na garganta - Eu e Jacob... Juntos... Não é mais algo possível. Eu concordei em casar com você, não concordei? Então para de me acusar de correr atrás do Jacob ou algo assim. Eu não estou fazendo isto! Agora volte lá para seus irmãos desocupados e sua amiguinha Tânia, eu tenho mais o que fazer!


E subi no carro dando partida, sem olhar para trás.






Eu fora uma idiota em ter vindo. Mas como é que eu ia imaginar que os Cullens apareceriam?


Eu queria apenas conversar com Jacob. Pedir desculpas mais uma vez. Se é que isto valia de alguma coisa.


E dizer que eu ainda queria ser sua amiga. E só o que minha presença causaria ali fora mais confusão. Eu estava farta de tudo aquilo.






Eu ia direto para a loja dos Newton quando me lembrei dos exames.


-Saco. - murmurei mudando a rota e indo para o hospital.


Quando cheguei lá a recepcionista me atendeu muito solícita e me levou para a sala.


O próprio Carlisle Cullen apareceu.


-Olá, Bella, tudo bem?


-Oi.


-Espero que não se importe de ser eu a fazer este exame.


-Claro que não.


-Certo. Deite na maca e levante a blusa.


-O que é isto? – indaguei.


-É um ultrassom. Para ver se esta tudo bem com sua gravidez.


Eu comecei a me sentir nervosa, enquanto ele passava o líquido gelado na minha barriga. E então a porta se abriu e para minha surpresa, Edward entrou.


-Oi Edward. - Carlisle o cumprimentou como se o esperasse ali.


Eu o fitei de onde estava me lembrando que tínhamos brigado e me perguntando se ele ainda estaria bravo.


-Oi Bella.


-Não sabia que viria. – murmurei.


-Claro que eu estaria aqui. - falou como se fosse óbvio.


Eu dei de ombros.


-Depois do que aconteceu na praia... – murmurei.


Ele passou a mão pelos cabelos.


-Me desculpe por aquilo.


Eu franzi os olhos, tentando entender o que ia pela sua cabeça. Ele estava pedindo desculpas?


-Acho que eu tenho que pedir desculpas também. – murmurei.


-Prestem atenção vocês dois. - Carlisle nos chamou, enquanto passava um aparelho pela minha barriga.


-Era para vermos alguma coisa? - Edward perguntou.


-Eu também não estou vendo nada. - falei confusa.


Carlisle riu.


-É normal. Aqui é o saco gestacional e o embrião mede... 8mm. Aqui é a vesícula. Estão vendo?


Eu e Edward nos encaramos confusos.


-Não. - respondemos ao mesmo tempo.


-Isto aqui vocês podem ver, ou melhor, ouvir. - Carlisle falou mexendo em alguns botões e então eu ouvi.


-Isto são...


-Batidas do coração. - Edward completou.


Eu senti meu próprio coração batendo com força num misto de medo e fascínio. Era tão estranho saber que havia algo vivo dentro de mim. Um bebê.


Eu olhei para Edward e ele sorriu para mim.


E pela primeira vez eu me senti ligada a ele de alguma maneira.


Não tinha como eu fugir da verdade absoluta de que íamos ter mesmo um bebê em poucos meses.


-Isto é... - eu murmurei.


-Assustador? - ele completou e eu ri.


-Sim, assustador.


-Está tudo bem até aqui. - Carlisle disse por fim, retirando o aparelho da minha barriga.


E limpando o gel azul.


-Eu lhe passarei algumas vitaminas e só precisa voltar no próximo mês. Está tudo bem com o bebê de vocês.


O bebê de vocês. Deus, estava se tornando mais real e assustador a cada momento. Edward me acompanhou para fora da clínica.


-Esme perguntou se você quer jantar em casa hoje. Eu mordi os lábios com força. Eu podia declinar, mas acho que não seria educado.


-Tudo bem.


-Eu passo para te pegar a noite então.


-Certo.


Eu entrei no carro e dei partida, indo embora.


Quando cheguei em casa havia um Posrch amarelo parado em frente e Alice Cullen sentada na minha porta com várias revistas na mão.


-Oi Bella!


-Oi Alice, o que faz aqui?


-Como assim o que eu faço aqui? Temos 1 mês para aprontar tudo para o casamento.


Eu rolei os olhos. Agora sim estava perdida.


Como assim um mês?


Eu estava zonza enquanto entrava em casa, com Alice tagarelando atrás de mim.


-Olha, você tem sorte por ter a mim, que vai cuidar de tudo para você!


Eu a encarei.


-Está passando mal? Está pálida igual papel! Não vai vomitar ou algo de grávida esquisito, não é?


-Você disse um mês? - repeti aturdida.


-Eu sei que um mês é pouco pra organizar tudo, a fila de espera para um vestido de um estilista decente demora! Mas não precisa se preocupar porque eu darei um jeito em tudo e seu casamento vai ser...


-Mas já? - Não consegui deixar de exclamar com certo horror.


Alice rolou os olhos.


-Queria que esperássemos 6 meses? Seria o prazo elegante, mas com a noiva grávida, é o melhor que podemos fazer. Você precisa caber no vestido... e isto me lembra que preciso tirar suas medidas.


E ela tirou uma fita métrica da bolsa e veio para cima de mim.


-O que está fazendo?


-Tirando algumas medidas... São tantas coisas pra fazer. Acho que estarei completamente louca quando tudo acabar! Se pelo menos Rosalie e Tânia ajudassem...


-Tânia? - eu fiquei alerta ao ouvir o nome da ex de Edward – Tânia ainda está na sua casa? Achei que ela ia embora depois do fim de semana.


-Devia ir mesmo. Mas resolveu ficar até o casamento. Eu acho que ela podia me ajudar, mas ela e a Rose são duas inúteis.


Eu mordi os lábios com força tentando evitar a onda de náusea que o pensamento de Tânia na casa de Edward por um mês inteiro me causava.


O que será que ela pretendia?


A impressão que eu tinha era que Tânia me odiava. O que não era absurdo.


Afinal, até poucos dias Edward era namorado dela e agora ia casar com outra.


Se eu me colocasse em seu lugar, podia entender como seria horrível. Mas com certeza eu não ia querer praticamente me mudar para a casa da família do meu ex e aguentar todos os preparativos para o casamento dele.


-Acho que é isto – Alice suspirou, guardando a fita em sua bolsa de grife – estou vendo que sua distração não vai ajudar em nada hoje. Melhor conversarmos quando for lá em casa a noite.


Eu quase soltei um palavrão ao me lembrar que concordara em jantar na casa dos Cullens. Se soubesse que Tânia ainda estaria lá, nunca teria aceitado.


Será que era tarde para arrumar uma desculpa e não ir?


Mas como é que eu ia ficar um mês arrumando desculpas?


Alice foi embora e eu voltei ao meu quarto. Peguei um livro e tentei ler.


Mas acabei dormindo. Acordei com meu pai batendo a porta e já anoitecera.


-Está doente?


Eu ri.


-Não, peguei no sono tentando ler.


-Quer que eu faça o jantar?


Eu me levantei.


-Pede uma pizza. Eu vou jantar na casa do Edward.


-Ah, claro... - ele coçou o cabelo, pensativo – acho que terei que aprender a me virar sem você.


Ele se afastou e eu engoli em seco, com um súbito nó se formando na minha garganta.


Eu ia embora da casa de Charlie. Para sempre.


Era algo dolorido de se pensar. Todas aquelas mudanças.


Eu queria estar preparada para todas elas. Mas não estava.


Quando fui pegar minha escova de cabelos, vi o bilhete de Jacob em cima da penteadeira.


Eu o peguei e guardei na gaveta.


Me dava angústia olhar. Me dava angústia pensar em Jacob.


Eu odiava fazer Jacob sofrer, mas ele teria que esquecer e talvez a melhor forma fosse eu me afastando dele pra sempre.


O nó na minha garganta ameaçou se romper e eu respirei fundo.


Então joguei tudo para o fundo da minha mente. Certas coisas nunca poderiam ser mudadas. Era fato consumado.


E não tinha mais volta.


Acabei de ajeitar meus cabelos e peguei a blusa de Edward que ainda estava ali e fui para a casa dos Cullens.


Como sempre senti aquele aperto de ansiedade misturado com angústia ao sair do carro e ver a casa toda iluminada.


Em breve seria a minha casa também?


Era esquisito pensar nisto. Edward abriu a porta e tinha um sorriso de lado nos lábios.


-Me perguntava se você viria mesmo.


Eu dei de ombros, ignorando as batidas ridículas do meu coração.


-Eu disse que viria. Não daria o bolo na sua mãe.


Entrando na sala elegante, eu não vi ninguém.


-Onde estão todos?


-Carlisle está ajudando Esme com o jantar e Alice e Jasper já aparecem por aqui. Rosalie e Emmett foram jantar em Port Angeles.


-E Tânia? - indaguei tentando soar casual.


Edward pareceu tenso.


-Não é minha ideia Tânia ficar aqui. – disse como se estivesse se defendendo de antemão.


Eu mordi os lábios.


-Ela é amiga da sua família não é o que disse?


-Sim, ela é. E foi jantar com Emmett e Rose. Não custou barato eu ter que pagar tudo, mas vale a pena para nos livrar.


Então ele tinha pago para Emmett levar Rose e Tânia?


Porque eu viria jantar ali? Eu não sabia o que pensar.


-Vai pagar sempre para eles a tirarem de perto de mim? – indaguei.


Ele riu.


Eu respirei fundo, me arrepiando com o som de sua risada. Precisava parar com aquilo.


-Você vale certos sacrifícios.


Ele disse isto com aquele sorriso de lado, tão dele, tão único e desta vez foi impossível segurar a onda de calor dentro de mim. Ela transbordou por meus poros.


-Oi Bella. - Alice entrou na sala com seu andar saltitante seguida de Jasper e me abraçou.


Jasper foi menos efusivo e apenas deu um oi de longe.


-Olá, Bella.


-Oi. – murmurei.


-Esta blusa é sua? - Alice indagou curiosa e só então eu me lembrei da blusa de Edward em minhas mãos.


-Não, é do Edward, ficou na minha casa quando... - eu ruborizei, sem conseguir continuar - enfim, eu trouxe para devolver.


Edward a pegou da minha mão e meu olhar cruzou rapidamente com o dele e tinha certeza que na mente dele havia os mesmos pensamentos que os meus.


E isto foi muito perturbador.


-Oi Bella, - Esme e Carlisle entraram na sala e me cumprimentaram - que bom que você veio. - Esme falou muito gentil e quando ela sorria assim, eu quase acreditava que aquela casa não era o inferno que eu imaginava.


Mas eu tinha certeza que era só uma impressão. Uma casa com Rosalie e Tânia juntas era o que mais se assemelhava ao inferno mesmo.


-Como foi a visita a sua mãe? Edward disse que correu tudo bem, mesmo assim eu fiquei preocupada. Talvez se eu e Carlisle conversássemos com ela.


-Não! Foi tudo bem sim. Minha mãe entendeu... no fim. "Porque não tem outro jeito".


-Que bom. Vamos jantar?


Nós fomos para a mesa de jantar e Alice começou seu monólogo sobre o casamento, até que Esme a parasse.


-Alice, querida, este casamento é da Bella, acho que deve primeiro consultá-la sobre suas idéias.


Todos me encararam. Alice tinha um olhar impaciente.


-Eu tento, mas está dificil!


Edward riu.


-Eu imagino como deve ser pra você Bella, Alice é insuportável. É incrível que uma pessoa tão pequena possa ser tão chata.


Alice lançou-lhe um olhar raivoso.


-Vou fingir que não ouvi. E então Bella, acho que Esme tem razão.


Eu dei de ombros.


-Olha, pode fazer o que quiser. Eu acho que vou gostar de todas suas ideias. Mesmo. - respondi, apenas para me livrar de todo aquela conversa.


Os olhos de Alice brilharam.


-Jura?


-Juro.


Ela bateu palmas animada.


-Oh, não vai se arrepender, vai ser um casamento que ninguém esquecerá!


E eu comecei a imaginar se me arrependeria disto depois. Mas sinceramente, estava aliviada de deixar tudo nas mãos dela.


E o jantar acabou não sendo o suplício que eu imaginava.


Esme e Carlisle eram pessoas gentis e educadas e Alice e Jasper até que não eram tão chatos assim, quando não estavam com Rosalie e Emmett


Eu evitei olhar para Edward. Pelo simples fato que ele me perturbava.


Eu sei que era insano este tipo de comportamento, mas não conseguia evitar.


E ao final do jantar, quando saímos da mesa, ouvi um barulho de carro estacionando. Meu estômago revirou. Com certeza eram eles. Eu encarei Edward.


-Eu já vou embora.


-Ainda está cedo.


-Pode ser, mas eu prefiro ir. Não quero dirigir tarde sozinha.


-Tudo bem - ele concordou - eu te acompanho até lá fora.


Quando saímos, Emmett, Rosalie e Tânia estavam se aproximando.


Eu procurei não ficar tensa. Impossível.


Emmett sorriu.


-Olha quem apareceu, a cunhadinha.


-Oi Emmett. - eu disse sem graça.


Ele riu mais ainda.


-Adoro fazer você corar!


-Pára com isto, Emmett. - Edward falou entredentes e Emmett gargalhou.


Tânia e Rosalie apenas soltavam risinhos irônicos, me medindo.


Eu as ignorei e me virei para Edward.


-Tchau.


E sem mais nem menos ele se inclinou e me beijou.


Com Tânia e Rosalie de testemunha.


Como sempre eu derreti ao primeiro toque dos seus lábios, mas então me lembrei de onde estávamos e na frente de quem e me afastei, vermelha.


Um tanto de excitação. Um tanto de constrangimento e outro tanto de raiva por de novo ele ter feito isto por causa de Tânia.


-Preciso ir. - murmurei e entrei no carro.


Virei a chave, louca pra sair dali e nada.


Virei novamente. Nada.


Oh Droga, o carro ia quebrar logo agora?


Eu tentei de novo falhando.


Edward bateu no vidro e eu abri.


-O que foi?


-Não está pegando.


-Melhor eu te levar então.


Eu ia protestar, mas o que podia fazer?


Rosalie e Tânia ainda estavam ali quando saí do carro e Edward se afastou para tirar o Volvo da garagem.


-Precisa de um carro novo. Este seu é da época da sua vó. - Rosalie comentou.


Eu dei de ombros.


-Gosto dele.


-Eu jamais andaria com um troço velho deste. – Tânia falou com desdém.


Eu ignorei.


Edward apareceu e eu entrei no carro, aliviada por me livrar da presença negativa das duas.


Ele prosseguiu pela estrada.


-Rosalie tem razão. Precisa de um carro novo.


-Não acho.


-Eu posso te dar um.


-Me dar um carro novo? - indaguei estupefata.


-Sim, não pode ficar andando com esta caminhonete deste jeito Bella.


-Nem pensar! Não vai me dar nada! Isto é absurdo.


-Absurda é você. Estou sendo prático.


-Está sendo ridículo. Não quero nada seu, Edward. Entendeu?


-Prefere arriscar a ficar parada por aí, em meio de estrada só para não aceitar um presente meu?


-Entenda como quiser. Eu não quero nenhum presente. Ainda mais um carro!


Será que ele não percebia o que estava falando? Como é que eu ia aceitar um carro?


Ele não falou mais nada e então eu me lembrei do beijo.


-Por que me beijou? – perguntei.


-Estava esperando por isto a noite inteira.


Ele olhava a estrada, mas eu podia ver um risinho em seu rosto.


-E esperou a Tânia aparecer pra ser na frente dela?


-Preferia na frente de Esme e Carlisle? - ele me lançou um olhar inocente e o eu o fuzilei.


-Minha vida não gira ao redor da Tânia, Bella. – ele disse por fim.


-Mas a dela gira a sua volta. – murmurei.


Ele ficou sério.


-É uma escolha dela, não minha. – falou com uma voz tensa.


O carro parou em frente a minha casa.


-Obrigada pela carona. – murmurei colocando a mão na maçaneta.


-Bella, espere um minuto.


Eu esperei.


-Sobre aquela conversa... de nos conhecer melhor.


-Sim? - falei devagar.


-Acho que podemos começar amanhã com um encontro.


-Encontro?


Ele deu de ombros, com um sorriso.


-Nós nunca tivemos um encontro.


Sim. Ele tinha razão. Nada era convencional em se tratando de Edward Cullen.


-Ok - murmurei - amanhã então. Encontro. - falei a palavra e tive vontade de rir.


Eu num encontro com Edward Cullen. Se me falassem isto há 2 meses eu realmente riria.


Mas também se me falassem que estaríamos noivos ou que eu ficaria grávida. Seria motivo para eu mandar internar quem falou.


-Certo, tchau de novo.


-Bella? - ele me chamou novamente e agora havia uma certa suavidade convidativa em sua voz.


-Se eu te beijar agora, também ficará brava?


Eu mordi os lábios, um frisson passando por mim, enquanto meu coração traiçoeiro disparava contra as costelas.


-Não há ninguém olhando. - ele disse com um sorriso de lado.


Perfeitamente delicioso. Foram as palavras que me vieram a mente. Que já estava entrando no processo de desligamento da realidade.


-Não.


-Não o que? – indagou.


-Não ficarei brava. – murmurei.


E seus olhos foram para minha boca, enquanto os dedos enquadravam meu rosto e ele se aproximou devagar.


Eu parei de respirar, meu coração falhando e então voltando a bater loucamente quando sua língua fez o traçado dos meus lábios antes de adentrar e se enroscar na minha.


Eu acho que gemi, meu corpo fraco e trêmulo se inclinando em sua direção e minhas próprias mãos subindo para tocar seus cabelos cor de areia.


Mas, relutante, ele interrompeu o beijo, os dedos acariciaram meus cabelos, antes dele se afastar, me deixando com os lábios entreabertos e uma expressão confusa.


-Está tarde. Eu já estou vendo a cortina se mexer na sua casa, melhor entrar antes que seu pai apareça aqui armado.


Claro, meu pai provavelmente estava espiando e eu não queria nem imaginar o que estava pensando. Mas... ele já subira para meu quarto uma vez não era?


Será que subiria se eu chamasse agora? E de onde diabos saíra aquele pensamento?


Respirei uma longa golfada de ar e junto com o oxigênio, veio a sanidade.


-Sim, eu já vou. Tchau... mais um vez.


-Boa noite, Bella.


E eu saí do carro e entrei quase correndo em casa. Como Edward falara, meu pai estava ali.


-Como foi o jantar? - indagou simplesmente.


-Tudo bem. E você comeu pizza?


-Comi sim, ainda tem alguns pedaços caso queira.


-Eu já jantei, pai, não vou querer pizza! Vou subir, boa noite!


Eu subi e fui dormir.


E quando deitei, pensei em Edward.


Em como eu perdia a capacidade de raciocínio quando ele me beijava. Em como uma parte bem escondida dentro de mim queria que ele estivesse ali agora continuando de onde tínhamos parado...


Eu joguei as cobertas para longe, subitamente com calor.


A verdade era que desde que pusera os olhos em Edward Cullen minha vida virara de cabeça para baixo. E não parecia mais voltar aos eixos.


Fechei os olhos com força tentando dormir.


Mas não consegui. Cansada de tentar adormecer, eu me levantei e fui até a cozinha. E apesar de ter dito ao meu pai que não estava com fome, devorei o resto da pizza.


Quando me deitei novamente o sono veio fácil. E eu sonhei com Edward Cullen. Era algo comum agora.






Continua...

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