24 abril 2013

ENTREVISTA DE KRISTEN PARA O "EL PAIS"

Kristen deu uma entrevista ao El Pais na época em que ela estava promovendo o filme On the Road em Cannes, confira:

Usando uma camisa da Blondie, shorts preto e uma jaqueta vermelha da Balenciaga, a atriz concordou em responder nossas perguntas, se desculpando por não tirar os óculos escuros que escondiam um “terrível resfriado”.

Como é que uma pessoa se coloca na pele de um personagem fictício, mas baseado em uma pessoa real? A responsabilidade deve ser em dobro, assim que você deve fazer justiça ao livro e ao espírito da Beat Generation.
Responsabilidade é a palavra que melhor descreve isso. Foi como eu me senti filmando esse filme. Eu li o livro quando eu tinha 14 anos e eu posso dizer que foi a primeira vez que eu desfrutei de um livro. Graças a ele, eu percebi que eu gostava de ler e ele também me fez descobrir outros autores que deixaram uma marca em minha vida. O livro foi o começo da minha adolescência, aquele momento cheio de emoções, paixões e opiniões fortes.

Há muito sexo e drogas no filme. Até que ponto você foi contra a enfrentar essas cenas?
Não fiquei desconfortável. Me senti segura e protegida. Senti como se eu devesse isso para a personagem. Eu sou bem diferente dela, mas eu sabia que tinha que perder todas as inibições para fazer um bom trabalho. E eu sou uma pessoa muito introspectiva, enquanto Marylou é muito mais aberta. Eu não me importei com a nudez e as drogas. Na realidade, para ser honesta com você, eu estava ansiosa para isso… Deus, isso vai ser ótimo para sua manchete [risos].

Você diria que o que os personagens experimentaram foi mais transgressor do que o que as pessoas fazem hoje em dia?
Eu não sei. Talvez se drogar e fazer sexo promíscuo são considerados mais sórdidos hoje do que nos anos 50. Eu diria que, para aqueles personagens, foi um jeito de expressar totalmente sua vida.

Você compartilha aquela vontade de viver ao máximo?
Eu acho que é um sentimento fundamental. É por isso que o livro conseguiu conectar vários leitores em décadas. É geralmente apreciado por pessoas que percebem que seus valores, prioridades e limites são diferentes que os da maioria. Isso é algo que eu gosto.

Como você vive ao máximo com todos os olhos em você?
Parece impossível olhando de fora. Mas quando eu não estou promovendo, me sinto completamente livre pra fazer o que eu tiver vontade de fazer. Se você é verdadeiro com você mesmo, não há nada para se envergonhar. De qualquer jeito que as pessoas te vejam. Elas continuam me perguntando como eu me sinto sendo um modelo de conduta para muitas meninas e essas coisas. Eu respondo que se você quer ser um exemplo, você deve ser verdadeiro com quem você realmente é. Se você pensar em como você gostaria que as pessoas percebessem você, você está mentindo… e você nunca será um exemplo de nada.

Você não tem medo de seus fãs virarem as costas para você nessa nova fase?
Não é problema meu. Eu faço o que eu quero e o que eu gosto. Vou dizer novamente, a coisa mais importante é ser honesta com você mesmo. Se você tentar ser alguém que você não é, você vai terminar sendo uma combinação de coisas que não se encaixam e se tornando um nada…
Mas o risco de alienar seus fãs adolescentes é algo que deve atravessar a sua mente quando você concorda em participar de um movimento como On The Road.
Eu não estou ciente disso. Eu me envolvi nesse filme antes do sucesso de Twilight estourar. Eu sei que você não vai acreditar em mim, porque isso é o que todo o mundo diz, mas não há nenhuma tática escondida por trás minhas decisões por mais que tudo pareça planejado. Com Snow White and the Huntsman pode parecer que eu estava voluntariamente me distanciando de Twilight e que eu estou brincando com o público indie com este filme. Mas não é assim, eu sei que é difícil de acreditar, mas estou sendo honesta com você.

Quem conduz suas decisões então? 
Algumas vezes é sobre escolher personagens que são mulheres fortes. Eu acho que precisamos de mais mulheres desse jeito agora.

Você se sente aliviada agora que você disse adeus a Bella?
Isso é o que toda a gente pressupõe, embora, na verdade, eu realmente gostei de Twilight. É verdade que eu poderia ter perdido a minha mente, mas felizmente isso não aconteceu.

Do que você está falando?
O cinema é uma experiência ímpar, onde você compartilha uma grande intimidade com milhares de pessoas mesmo que você não os conheça. E com Twilight, não foram milhares e sim milhões de pessoas. Se uma experiência dessas não afeta você em nada, você tem algum problema.

Podemos ter a impressão errada, mas você parece intimidada por premieres e tapetes vermelhos. É timidez ou aborrecimento?
Não é que eu não goste disso, é que ainda é chocante. O que eu posso fazer? Sinto-me desconfortável em lugares que centenas de pessoas estão olhando para mim. Eu muitas vezes tenho que repetir para mim mesma ‘Foco, não deixe sua cabeça pensar em outros lugares.’ É bem fácil me fechar e esquecer do resto.

Você tem feito filmes desde que você tinha 9 anos e seus pais estão no negócio. Você acha que isso ajudou a levar Hollywood menos a sério? 
Pode apostar, crescer em uma família que trabalha na indústria de filmes faz você se sentir um pouco mais proletário. Eu me sinto como se fosse uma pequena parte de um time, é assim que eu me relaciono com meu trabalho. Eu sei que isso vai soar muito pretensioso, mas a indústria do entretenimento não me atrai. Eu não quero fazer parte disso… Eu só quero fazer filmes que são importantes.

No seu relacionamento com Robert Pattinson, você diria que há rivalidade em seu trabalho? 
Não há rivalidade ou competição. Eu estou muito orgulhosa dele. Basicamente, estamos os dois aprendendo.

Via tradução
Post: Mel

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