08 setembro 2012

ENTREVISTA DE KRISTEN AO OTTAWA CITIZEM NA PRESS JUNKET DE ON THE ROAD NO TIFF!

Confiram abaixo a entrevista do Ottawa Citizen com Kristen e Garrett Hedlund durante a Press Junket de On The Road em Toronto. 



Eles eram jovens, selvagens e livres, e caíram na estrada num turbilhão de conversas, sexo e bons momentos. Eles estavam procurando por um novo modo de viver, e inspiraram uma geração de jovens que os acompanharam.

E aqueles são só os atores. Kristen Stewart, a estrela de 22 anos de idade vem sido perseguida até a exaustão pela imprensa, e fez sua primeira aparição pública esta semana depois de 2 meses. Esta ocasião foi a premiere Norte Americana de “On the Road”, a animada interpretação de Walter Salles do livro de Jack Kerouac sobre um grupo de jovens dirigindo pelas estradas da vida na América na década de 50.

Stewart interpreta Marylou, uma adolescente de espírito livre que se casa com um animado viajante- o carismático Dean Moriarty, interpretado pelo ator em acensão Garret Hedlund- para uma vida de drogas, sexualidade aberta e a procura por um novo tipo de vida. O livro se tornou o documento de definição da chamada “Geração Beat” de jovens modernos do pós-guerra na América.

“Como uma menina sensível desta época, que é talvez um pouco mais convencional – ha ha – Eu meio que estava curiosa sobre como você poderia ter a força para fazer as coisas que ela fez”, Stewart disse no dia seguinte da premiere pública de “On the Road” no Festival Internacional de Cinema de Toronto. “E não é nada disso. Ela tinha muita força para ser super-vulnerável. Ela era tão tão tão aberta para o mundo.”

Stewart, no entanto, parecia reservada e cansada. Houve um assunto não-falado na sua aparição em Toronto: a revelação e desculpa para um affair que ela teve com o diretor casado do filme que ela havia feito anteriormente, “Snow White and the Huntsman”. O que resultou no término de seu namoro com sua co-estrela em Crepúsculo, Robert Pattinson.

Ninguém estava falando sobre isso no Festival, mas fico no ar durante as entrevistas, nas quais Stewart estava ao lado de Hedlund, que foi quem mais falou. Ela parecia cansada, mas ela estava no jogo, em parte pela paixão que os atores sentem pelo livro de Kerouac e o processo de montagem do filme, que durou 5 anos.

“Se você se aproxima dele como uma conclusão do processo, existem coisas que nunca iriam ocorrer se não tivessem perguntado,” Stewart comentou sobre as entrevistas. “Sente-se e tenha uma conversa de 10 minutos com 15 pessoas diferentes; se você não tirar nada de proveitoso disso, você é um sociopata.”

Hedlund acrescentou, “No final do dia nós dois sabemos que é o final da longa estrada em que estávamos.”

É uma estrada que, de alguma maneira, tem passado desde que Kerouac publicou o livro em 1957, disfarçando-se (seu personagem, interpretado por Sam Riley, é chamado de Sal Paradise) e seus amigos (Dean Moriarty é na verdade Neal Cassady) que se aventuravam no asfalto de um país mais que era mais simples, e menos lotado, em busca de aventuras e da verdade.

“É a espressão da juventude,” disse Hedlund. “Querer entender e ter tudo ao mesmo tempo. Viver muito e nunca morrer.”

Hedlund visitou São Francisco para passear por onde Cassady foi criado: um museu em sua memória, a livraria de “City Lights” que publicou vários poetas da ‘Geração Beat’, os restaurantes onde Kerouac, Cassady e Alan Ginsberg e os outros costumavam frequentar. Ele disse que estava saindo de um bar e um vagabundo pediu para ele 20 dólares, então ele perguntou para o homem – que era um antigo jogador de futebol americano que tinha acabado de sair da prisão- o que a ‘Geração Beat’ significou para a cidade.

“Ah, a ‘Geração Beat’ está morta e enterrada agora,” Hedlund cita o que o homem lhe disse. “Naquela época era a consciência social. Agora existem crianças ricas de 21 ou 22 anos, dirigindo a BMW de seus pais, tentando viver suas vidas, mas são uma farsa.”

“Não é um estilo, é um sentimento, é uma forma de expressar para o mundo a sua honestidade interior e a verdade, e como você é completamente sem censura e não se importa. É tudo que você é, e se vive desta maneira, estaria qualificado para dizer que se assemelha com a ‘Geração Beat’.

Hedlund leu o livro e se encontrou com os membros da família de Cassady, descobriu um homem que queria experimentar de tudo na vida. “As coisas estavam acontecendo e ele queria estar lá. Alguém disse que as festas existem sem você estar lá, para não se preocupar e descansar à noite. Mas ele não era aquilo. Ele queria estar na festa.”

Marylou, a personagem de Stewart, não era tão bem conhecida.

Ela era, na verdade, uma adolescente chamada LuAnne Henderson, mas Stewart disse que deixou para trás um longo registro de pensamentos sobre aquela era.

“Eu tenho o que foi possivelmente o trabalho mais fácil,” ela disse. “Eu teria feito qualquer coisa para estar nesse filme. Eu teria interpretado Chad King. Então, foi assim que me aproximei do filme. Eu amava tanto o livro, eu queria ficar por perto de Walter, eu queria estar por perto de pessoas interessadas no projeto. Eu só queria fazer qualquer coisa.”

Juntos eles fizeram um mundo que parece mais livre, em alguns aspectos, do que a cultura de hoje: por exemplo, Dean e Marylou são mostrados fazendo parte de sexo em grupo com seus amigos, e nenhuma culpa é atribuída. Hedlund diz que enquando as estradas são mais poluídas agora, com outdoors e linhas telefônicas, ainda é possível cair na estrada.

“É um nível de ambição e de direção,” ele diz. “É uma questão de para onde você quer apontar a sua flecha. As coisas que mudaram com o tempo são as estradas. Não são mais tão livres. Não existe mais carona, não nas estradas principais. Para chegar mais rápido onde você quer, você tem que tomar as estradas secundárias. Há experiências maravilhosas para serem experimentadas. Quando você é jovem, acha que pode conseguir qualquer coisa. O mundo está a seu alcance. Então a realidade começa a te pegar. Mas eu acho que sempre é possível: todos queremos sair da casa de nossos pais, não ir pra escola e não ter toque de recolher. Algumas pessoas não conseguem. Algumas pessoas obtêm êxito. Algumas pessoas tem histórias maravilhosas e outras têm contos tristes. Tudo é relativo.”

Post: Mel

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