29 junho 2012

SCANS + ENTREVISTAS DE KRISTEN E ROBERT PARA A REVISTA 'SKIP'!




Entrevista de Kristen Stewart

Dos contos de fadas diretamente para Cannes: na tão esperada adaptação por Walter Salles do livro de Jack Kerouac “On the Road”, Kristen Stewart mostra o seu talento e na entrevista à SKIP mostra que é capaz de fazer mais que duas expressões faciais.

SKIP: Em breve será lançado o último filme da Saga Crepúsculo, já acabaram as gravações há algum tempo – como é que vai ser o teu futuro? Que tipo de filmes gosta de fazer?
Kristen: Por mais estranho que pareça, só penso nessas coisas durante as entrevistas [risos]. E não, não planejo nada, eu vou deixando as coisas acontecerem. Eu penso que nesta área, é muito difícil pensar em trabalhar em algo específico. É um trabalho um pouco estranho, representar como se fossemos outras pessoas, enquanto estamos a ser observados por tantas outras pessoas. É difícil fazer qualquer tipo de planos – eu procuro sempre projetos que sejam especiais que me toquem.


SKIP: E foi isso que fez o “On The Road” aparentemente – mesmo que, como já disse em outra entrevista, algumas pessoas disseram para não fazer esse papel, porque não era grande o suficiente.
Kristen: Eu já gosto do livro desde os 14 anos e, eu tinha a certeza, que o Walter Salles era a pessoa certa para realizar o filme. Tive a noção disso logo na primeira vez que o conheci. De vez em quando, quando conhecemos novas pessoas, sabemos logo que queremos a mesma coisa – e foi isso que aconteceu comigo e com o Walter. Mesmo que eu não me visse a fazer de Marylou – ela é muito, muito diferente de mim. Mas tive que aprender a deixar-me ir para este papel. O que é bastante difícil para mim, porque não gosto de perder o controlo de nada. Eu quero sempre saber o quê ou quem é que sou.

SKIP: Como se preparou para o papel ? 
Kristen: Bem, fisicamente foi só respirar, respirações regulares [risos]. Agora a sério: eu conhecia mesmo muito bem o livro mas para o filme li literatura secundária. A Marylou é baseada numa pessoa real. E achei fantástico descobrir quem é que era essa pessoa.

SKIP: O Walter disse-nos que tinha mandado os atores para um “Acampamento Beatnik”, para perceberem aquela atmosfera única, na qual a história se desenrola.
Kristen: Sim, foi divertido. Nós lemos o “I celebrate myself”, o melhor livro do Allen Ginsberg. Eu aprendi a dançar de forma selvagem, ouvir o tipo de música certa e a fumar cigarros ao balcão. Esse tipo de coisas. Foi bom que ficássemos a gostar uns dos outros [risos]. As pessoas dizem sempre isso dos filmes, que todos se tornam “numa grande família” – mas eu acho que nenhuma outra experiência seja comparável ao “On The Road”. Nunca tinha experimentado uma proximidade tão grande num set.

SKIP: Como é que foi para você mergulhar nessa atmosfera Beatnik como uma jovem e moderna mulher? Afinal era um mundo bastante confuso para os homens.
Kristen: Eu não vejo isso dessa forma. Ao ler o livro, podemos ficar com essa impressão, porque as mulheres são personagens secundárias. Mas representa uma era especial, em que os jovens, tanto os homens como as mulheres, queriam descobrir-se a si próprios, encontrar a sua família e não estar só a crescer nos bairros em que nasceram. E isto também significa que encontrar pessoas obriga-nos ao desafio de nós próprios. Para mim, esta foi a ideia: eu disse a mim mesma, eu preciso de encontrar pessoas assim, pessoas que me desafiem como no “On the Road”. Todos sabem isto: algumas relações são confortáveis. Mas acabamos por nos tornar preguiçosos. Eu quero que os meus amigos me desafiem.



Entrevista de Robert Pattinson


Nada assustado à luz do dia. Robert Pattinson agora interpreta outro filme: em “Cosmópolis” de David Cronenberg ele já não mostra os seus dentes, mostra mais a sua pele nua e uma personalidade interessante. Uma conversa sobre festivais e sobre a crise financeira.

SKIP: Foi um vampiro em “Crepúsculo” e treinador de animais em “Água aos Elefantes”, mas o teu papel em “Cosmópolis” é definitivamente um dos mais estranhos até agora. O que é que os teus fãs vão pensar?
Robert: Claro, “Cosmópolis” é bastante diferente, mas se pode retirar alguma coisa disto, é que estou feliz. Para mim, o cinema é mais do que puro entretenimento.

SKIP: Disse recentemente que já não querias fazer mais filmes para adolescentes.
Robert: Eu fui mal compreendido. A maior parte do público nos cinemas, são jovens – seria irracional dizer que já não queria fazer filmes para eles. Por vezes, é difícil fazer filmes que tenham as restrições de idade dos EUA. Tudo o que envolva sexo é logo censurado, enquanto a violência é mais aceite – isto é de loucos! Eu não acho que exista nada de particularmente mau em “Cosmópolis”. Eu não ficaria chocado com nada se tivesse visto o filme com treze anos – e se pensarmos sobre isto, agora todos os adolescentes estão provavelmente a ver pornografia hardcore na internet, faz-nos pensar sobre as coisas.

SKIP: Talvez seja porque existe muito diálogo que podia assustar os mais jovens…
Robert: Exatamente [risos]! E os pais vão queixar-se: “Hey! Eu não quero que os meus filhos tenham de lidar com tantas palavras ao mesmo tempo!”

SKIP: Qual é que foi o teu momento preferido neste ano?
Robert: Ser convidado para Cannes com o “Cosmópolis”. Eu já sonhava ser convidado há dez anos, estar lá em competição. Todos aqueles anos durante o “Crepúsculo” perguntavam-me: “Estás com medo de seres catalogado como o ‘vampiro adolescente’? Estás com medo de nunca mais ter outro trabalho?” E agora o meu primeiro trabalho depois do “Crepúsculo” leva-me a Cannes.

SKIP: Eric Parker, o teu papel em “Cosmópolis”, é um personagem muito estranho.
Robert: Sim, mas desde o princípio que encontrei uma ligação com ele. É giro, as pessoas dizem que este filme é sobre a crise financeira. Mas eu estava mais fascinado com o tipo de humor, é quase lírico. Eu gostei da estrutura das frases, elas parecem quase instintivamente certas.

SKIP: Qual é que é a tua frase preferida?
Robert: “Aquilo que você esta cheirando são os meus amendoins” [risos]. Mas há mais que é melhor eu não dizer agora. É estranho que as pessoas não saibam se vão rir numas cenas ou não. “Cosmópolis” é um desses filmes, onde nos sentimos completamente desterrados, se não tomarmos atenção desde o início. Pessoalmente penso que o filme é hilariantemente divertido. Algumas das coisas que o Paul Giamatti diz, são brilhantes: “Estou neste momento de experimentar o meu ataque coreano” ou “Acho que o meu órgão sexual está a recuar para dentro do meu corpo.” [risos]

SKIP: Então riste-te muito no set?
Robert: Sim, o tempo todo! Por exemplo durante uma cena, na qual eu choro e digo “a minha próstata é assimétrica” – isto é absurdo! Este tipo de coisas que entram num filme, são simplesmente brilhantes.

SKIP: Mudou a forma de como procura um papel ?
Robert: Claro, estou mais velho e mais confiante. Eu tinha sempre medo que nunca fizesse papeis como este. E ser convidado para Cannes, de repente, começamos a ver-nos como atores. Quero dizer Wow, eu também consigo fazer filmes mais arrojados [risos]! Eu assinei vários projetos recentemente que, no ano passado, não pensava ser capaz de fazer. Num deles vou fazer um soldado que esteve presente quando prenderam o Saddam Hussein. Para me preparar para o papel eu passei algum tempo com uma pessoa e claro que é importante para ele que eu faça o papel de forma certa. É uma grande pressão – mas eu gosto assim!

Post: Mel

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