06 junho 2012

ROBERT E CRONENBERG COMENTAM SOBRE UMA POSSÍVEL PREMIERE DE COSMÓPOLIS NOS EUA!


O site The Globe and Mail esteve junto a Robert Pattinson e David Cronenberg durante a divulgação de Cosmópolis. E segundo o diretor do filme, ainda teremos premiere do longa metragem nos Estados Unidos, mais especificamente em Los Angeles e Nova York. Leia um trecho da entrevista a seguir:



As palavras são do Manifesto Comunista de Karl Marx, um texto que ecoa pelo do romance cerebral de Don Delillo (2003), Cosmópolis, mapeando a queda infernal de um arco-capitalista de seu santuário elevado nas ruas de Manhattan, a Cosmópolis multicultural da história. A história segue um jovem insone investidor bilionário, Erick Packer, atravessando Manhattan em um dia em sua limousine, por causa de um corte de cabelo, perdendo uma grande fortuna em investimentos online e colidindo com os reais problemas da vida: casamento, mortalidade, sexo, loucura e fúria política.  

De dentro da câmara a prova de som, que é a limousine de Eric Packer, para o corredor refrigerado de um hotel luxuoso e sombrio de Toronto não há tanta diferença. Privação de sono, o apagamento dos limites nacionais, dinheiro: Esses assuntos estão perto do pensamento do diretor David Cronenberg e sua estrela de 26 anos, Robert Pattinson, nesta tarde, no final de uma viagem de apoio ao filme, que durou quase 2 semanas. Pattinson, com um boné de baseball, sentado em uma cadeira, o diretor em uma camiseta folgada, senta próximo a mesa, repleta de garrafas de água meio vazias. Cronenberg acena uma saudação cansada. Ele está muito cansado para se esticar para um aperto de mãos, ele diz. Após Cannes, eles foram a Lisboa, Paris, Berlim e Londres, para conferências de imprensa repletas de fãs de Pattinson e da Saga Crepúsculo, improvavelmente segurando cópias do livro de Delillo, Cosmópolis, para serem autografados. 

“Não teve tempo para desfazer as malas. Apenas pegar algumas meias. Tente descobrir se elas foram usadas ou não,” diz Cronenberg. “Foi assim.”
Para um filme relativamente pequeno ( com um orçamento de mais ou menos 20milhões de dólares), o talento têm proporcionado bastante tempo na estrada.

“Com filmes grandes, normalmente são seis ou sete países,” disse Pattinson. “Mas esse é o caminho mais difícil de levar as pessoas a assistirem. Para filmes pequenos, eles apenas dizem, ‘Ah, só Nova Iorque ou Londres’ ou ‘Nova Iorque e Los Angeles’ Eu realmente não entendo isso.”

“Nos ainda temos que ir aos Estados Unidos,” Cronenberg lembra. “Eu ouvi que será em Julho e Agosto, nos Estados Unidos. Nós faremos Nova Iorque e L.A” 

Pattinson, que aparece como um reticente instintivo, em primeiro lugar, diz que foi uma decisão “semi-difícil” de pegar o papel no filme após quarto filmes da Saga Crepúsculo, 2 milhões de dólares nas bilheterias de todo o mundo todo e outro filme da saga para ser lançado nesse outono, ele estava inclinado a fazer algo mais discreto.
  
“Eu achei que estava super saturado. Eu queria fazer um coisa em conjunto ou um papel pequeno em algo coadjuvante. Eu passei uma semana adiando entrar em contato com David, para decidir se eu queria fazer ou não. Leva um tempo para perceber que a pior coisa que pode acontecer é você fazer um filme ruim.  E é bem mais divertido se jogar em um território um pouco mais abstrato do que perseguir um público ou acreditar que, se eu fizer um filme para o estúdio, eu posso fazer um para mim mesmo. Isso não interessa mais. Você poderia fazer 10 filmes para o estúdio e ainda sim não conseguir um filme independente financiado.”

Cosmópolis é o filme de Cronenberg com características do século 20, mas a economia da produção de filmes, que nunca foi fácil, se tornou mais bizantina nas últimas décadas, economicamente tumultuadas. Há uma década, quando Delillo estava terminando Cosmópolis, Cronenberg teve que hipotecar a sua casa para ajudar a financiar Aranha, seu estudo sobre a loucura, estrelando Ralph Fiennes, antes de seu salto comercial em 2005 com Uma História de Violência. Nos anos seguintes, uma série de empresas de filmes americanos independentes – New Line Cinema, Fine Line Features, Picturehouse, Warner Independent, Fox Atomic, Paramount Vantage e Miramax – desmoronaram como dominós.

A mudança mais importante nesse trabalho, ele diz, têm sido a perda de financiamento americano para filmes, que “tem efeitos enormes sobre criatividade, mas nenhum deles sai do aspecto criativo, são apenas negócios.”

“Você não pode fazer uma pré-venda para a América. Você costumava a obter quatro milhões de dólares para a distribuição inicial para os Estados Unidos. Agora, voe tem que fazer o filme primeiro  e ver se a Sony Classics ou a Fox Searchlight vai pegá-lo. Você tem que esquecer as pré-vendas Americanas e Japonesas, que você poderia obter nos velhos tempos, e se você é um cineasta como eu, você tem que depender do Canadá e da Europa.”

Cosmópolis, pro exemplo, tem financiamento canadense, francês, português e italiano. As fontes de dinheiro afetam o elenco e a locação. As estrelas favoritas de Cronenberg– Viggo Mortensen (Dinamarquês), Fiennes e Pattinson (Ingleses) – não são americanos que permitem que seu dinheiro vá para fontes estrangeiras. Não tem nenhum ator americano em Um Método Perigoso, e apenas um (Paul Giamatti) em Cosmópolis, um filme Nova Yorquino filmado em Toronto no ano passado. Pattinson, com seu grande perfil internacional, tem a chave para atrair o dinheiro estrangeiro.

“Eu comparo isso com o fato de Viggo ter se tornado um estrela por causa de O Senhor dos Anéis. Eu não poderia ter tido ele em Uma História de Violência antes de O senhor dos Anéis, porque ele não era uma estrela. É como a bolsa de valores. Você tem que inspirar confiança nos seus investidores. Rob tem muitos fãs e ele recebe muita atenção da imprensa e isso significa que nós podemos vender seu filme na Alemanha e na Coréia.”

O outro lado do fluxo de dinheiro, claro, é o dinheiro que vem dos governos. Esse é um tópico próximo de Cronenberg na época em que a Telefilm levou um corte de 10 por cento de seu orçamento (10,6 milhões de dólares ao longo de três anos) no último orçamento federal. Apesar de ele ser constantemente considerado um cineasta internacional, baseado no Canadá, ele diz: “Toda a minha carreira tem sido apoiada por dinheiro do governo, começando com o Conselho do Canadá, pela escrita e também o CFDC (Corporação Canadense de Desenvolvimento Cinematográfico), que se tornou a Telefilm.” 

“ Em todo o lugar do mundo, com exceção dos Estados Unidos, o apoio governamental ao cinema é crucial... Nós não podemos fazer um filme canadense por 200 milhões de dólares, você não pode competir, de maneira nenhuma, com as grandes produções blockbuster de Hollywood, mas nós podemos competir quando se trata de fazer filmes independentes interessantes, mas nesse nível você precisa ter apoio do governo.”


Post: Mel

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