28 junho 2012

BELLA PROBLEMA X EDWARD SOLUÇÃO - CAPÍTULO 18

Boa noite pervinhas!!! Hoje não só teremos aulinhas de dança, como crise de ciúme! Ahhhhhhhh e a explicação do melhor apelido romântico de todos os tempos!!!!Aiaiaiaiai.. Como eu amoo essa FIC!! Ótima leitura!
Autora: Lunah 
Classificação: Maiores de 16 anos
Categoria: Saga Crepúsculo
Personagens: Bella Swan, Edward Cullen, Ement Cullen, Rosalie....
Gêneros: Comédia, Lime, Romance, Universo Alternativo
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo
Capítulo 18 - 2ª Fase: Capítulo 5 - Meu Frango
Edward’s POV
O lugar estava cheio, fiquei extremamente nervoso não querendo chamar nenhuma atenção.
– PUTA MERDA! – Xingou Emmett ao meu lado quando o salto de sua sandália entortou, quase o fazendo cair.

Todos no restaurante pararam para nos olhar, horrorizados. Juro que um dos garçons até derrubou um prato, provavelmente chocado com nossa aparência. Definitivamente não dava para passar despercebidos, não só porque éramos uma loira e uma morena de quase 2 metros de altura, mas também porque os trajes que o bisonhento do meu irmão escolheu eram extravagantes por si só.
Baixei a cabeça e rapidamente fui para a mesa mais escondida em um canto do restaurante, pouco movimentado. Emmett me seguiu, rindo da cara dos clientes embasbacados.
Assim que nos sentamos, colocamos cardápios à frente de nossos rostos, tentado evitar a todo custo sermos reconhecidos.
Ainda escondendo a maior parte do meu rosto, dei uma espiada no restaurante à procura de Jake e Bella. Não demorou para eu avistar a pirralha, distraída com um copo de água à sua frente, sozinha em uma mesa.
Será que Jake vai dar outro bolo nela?
Me perguntei, analisando a expressão melancólica da garota.
– Os senhores... – O garçom magrelo de olhos incrivelmente grandes nos fitou, confuso. – Quero dizer... senhoritas já fizeram seus pedidos?
– Vê se dessa vez pede logo a droga do seu frango! – Esbravejou Emmett, com sua típica voz grossa. O magrelo arregalou os olhos, deixando-os ainda mais assustadores. O bisonhento sorriu amarelo, quase estragando nossos disfarces. – É que ela adora frango. – Falou ele, com uma voz fina e afeminada.
– Traz frango mesmo e uma cerveja. – Pedi, também com voz
igualmente fina, tentando sair logo daquela situação.
O garçom olhou para Emmett esperando que ele fizesse seu pedido. Para o meu ódio, ele ficou lendo todas as opções do cardápio lentamente. Fala sério, ele estava querendo que eu o fizesse engolir aquele menu?
– É para hoje, sua idiota. – Resmunguei.
– Tudo bem, eu vou querer duas poções de batata frita, dois hambúrgueres com bastante cebola, sem picles e aquelas maionesesinhas de sachê extra. Eu adoro levar algumas pra casa.
– Desculpe senhorita, não servimos esse tipo de comida aqui. – Respondeu o magrelo, com nariz empinado.
Emmett inclinou-se para mim e murmurou.
– Eu falei que esses restaurantes são uma pobreza.
Minha paciência já estava quase se esgotando. Com meu cardápio, bati com força na cabeça do animal.
– Ele... desculpe... ela, vai querer frango também. – Respondi.
Mal o garçom me ouviu, já saiu sussurrando alguma coisa que, com certeza, não eram elogios à nossa pessoa. Só consegui entender duas palavras: “bichas pobres!”.
Olhei mais uma vez para Bella e ela continuava lá, imóvel, com seu belo vestido preto, maquiada, elegante, enfim, absolutamente linda. Me perguntei o que estava se passando na cabeça dela e por qual motivo Jake se daria o trabalho de convidá-la para sair, se não pretendia aparecer. Foi aí que Emmett pigarreou e já lhe encarei mal humorado.
– O que foi agora? – Perguntei.
– Estamos sendo fortemente paquerados, loira furacão.
Olhei para o lado e avistei dois adolescentes orientais, bem o tipo CDF, óculos de grau, aparelho dental, roupas sociais, cabelos lambidos e muitas espinhas.
Era só o que me faltava, ser paquerado pelos dois garotos mais feiosos do mundo. Eles sorriam para nós e um deles até acenou. Credo!
– Eles devem pensar que somos mulheres de verdade. – Emmett tirou uma mecha de cachos do rosto.
– É lógico que pensam, olha pra eles. A última vez que tocaram uma mulher foi quanto abraçaram a própria mãe. Ignore-os.
Tentei novamente me concentrar na Swan. Ela parecia alheia a tudo à sua volta, acho que nem se gritássemos o nome dela, ela nos notaria ali. Tive vontade de ir até lá, mas eu estava vestido de mulher. Caramba! No mínimo, Bella iria me zoar até o final dos tempos, não me deixando jamais esquecer aquele triste e humilhante episódio, e eu realmente queria esquecer.
– A Bella levou um tremendo fora. – Afirmou meu irmão, notando o que estava se passando.
– Eu não entendo qual é a dela. Porque ela ainda gosta do Jake se ele faz esse tipo de coisa? As mulheres gostam mesmo de sofrer.
– As paixões cegam. O verdadeiro amor é que nos torna lúcidos. – Suspirou Emmett.
– Cara, isso foi profundo! – Disse-lhe, extremamente surpreso.
Desde quando o meu irmão recita versos?
– Está pensando o que? Emmett também é cultura. É que quando a embalagem é bonita, ninguém presta atenção no conteúdo. – Todo vaidoso, sorriu.
Não deu para deixar de gargalhar. Ficamos alguns segundos em silêncio, apenas observando a pirralha.
– Estão tão solitárias.
Sobressaltamos, assustados, ao perceber que os CDF’s já estavam sentados à nossa mesa.
NOSSA, COMO ELES FIZERAM ISSO?
– O que estão fazendo aqui? – Perguntei com a voz fina, em um sorriso falso.
– Já que vocês estão sozinhas, e nós também, decidimos vir aqui nos apresentar.
– É verdade, afinal, não conseguimos tirar os olhos de vocês, já que são tão lindas. – Disse o outro espinhento, com o nariz escorrendo e olhos fixados em Emmett, que estava totalmente sem ação.
– Qual seu nome? – Perguntou o oriental mais atirado.
Mil nomes femininos passaram na minha mente. Por fim, acabei escolhendo o mais improvável.
– Rosalie. – Minha voz saiu trêmula e aviadada.
Emmett quase explodiu em riso, mas conteve-se, graças a Deus.
– E o seu, morena tentação? – Perguntou o moleque, ainda com o nariz escorrendo e alisando o braço musculoso do meu irmão.
– Err... – No início ele ia falar grosso, mas lembrou-se de nosso bizarro disfarce. – Se ela é a Rose, eu sou Alice.
Pus a mão na boca pra não rir.
QUE TIPO DE MANÉ CONSEGUIA NOS ACHAR LINDAS? ÉRAMOS UNS CANHÕES!
– Loirinha, você pode me chamar de Dr. Love. – O espinhento alisou a minha mão. Ergui uma sobrancelha. Esse cara está querendo morrer?
– Vocês não podem nos deixar a sós? Sou tímida. – Pedi, com um risinho bem fresco, na tentativa de realmente parecer tímida.
– Não ouviu, idiota? Ela quer ficar a sós comigo. – Falou Dr. Love para o amigo. Quase tive o tal derrame do coração.
– NÃO. NÃO, NÃO! – Interferi aflito. – Eu estou me referindo a mim e à minha irmã, peço que nos deixe sozinhas. – Eu já não estava suportando aquela situação, mas precisava manter os disfarces, não desejava chamar ainda mais a atenção.
De relance, vi Emmett puxar uma das canetas de dentro do bolso do melequento e começar a rabiscar um guardanapo.
– Você é tão fortinha, morena tentação, eu nunca conheci uma mulher assim. – O adolescente nojento falou, limpando o nariz na manga da camisa.
– É que eu malho muito. – Emmett sorriu, novamente emboiolando, ao me passar o guardanapo.
[Eu vou descer o cacete Edward, vou descer o cacete se esse trambolho alisar meu braço com aquela mão cheia de catarro mais uma vez.]
Tomei a caneta e logo tratei de responder o bilhete.
[Fica frio, não vai demorar, logo vamos embora. Não quero escândalo, já passamos por situações constrangedoras demais por um dia.]
Meu mano leu o bilhete e bufou.
O garçom finalmente trouxe nossos pedidos.
– Ah, vejo que agora estão acompanhadas. – Disse ele, visivelmente zombando da nossa cara ao colocar os pratos na mesa. Os retardados orientais riram satisfeitos.
– Vou pedi-la em namoro, acho que estou apaixonado. – Dr. Love sorriu, sacana.
Arregalei os olhos, perturbado.
– É Rose, namore o rapaz, não fira os sentimentos dele. – O bisonhento incentivou, rindo.
– Sendo assim, posso fazer o mesmo pedido para você, Alice? – O catarrento acariciou o rosto do meu irmão e eu vi os olhos dele queimarem em ódio. O chutei por debaixo da mesa e lhe lancei um olhar do tipo “sem escândalo”.
– Já que vamos namorar, podemos dividir tudo, come o frango, querido. – Peguei o frango com a mão e esfreguei na cara do espinhento.
– Como você é violenta loirinha, eu gosto disso. – Dr. Love apertou minha coxa e foi a gota d´água.
Levantei bruscamente, erguendo o espinhento pelo colarinho. Ele era tão baixinho, que seus pés ficaram chacoalhando no ar.
– ESTÁ QUERENDO APANHAR, IDIOTA? – Esbravejei com minha voz rouca e masculina. O garoto arregalou os olhos, assustado.
Emmett pigarreou.
– Rose, querida, não assuste as pessoas.
Só aí eu percebi que todo o restaurante nos fitava, em uma mistura de incredulidade e confusão. Uma senhora da mesa ao lado com cara de granfina, pôs a mão no peito chocada.
Fiquei extremamente constrangido. Lentamente coloquei Dr. Love no chão e sorri sem graça, retomando meu disfarce.
– É que ele é tão atrevidinho... – Nunca falei em um tom tão afeminado. – Estamos assustando as pessoas, amor. – Abracei Dr. Love tão forte, que ele gemeu de dor.
– Edward, a Bella! – Disse Emmett, me chamando a atenção. Ela saía apressada do restaurante. Não me parecia nada bem. O que havia acontecido? O que eu perdi?
Larguei Dr. Love e tentei segui-la. Infelizmente, tropecei no maldito salto plataforma e caí desastrosamente em cima do garçom magricela. A bandeja que ele segurava voou para cima da senhora granfina, lhe enchendo de uma estranha sopa verde. No mesmo instante, ela começou a berrar, enojada. À essa altura, eu já não conseguia mais ver Bella.
– É a nossa deixa, Emmett! Vamos dar no pé. – Levantei-me do chão o mais rápido que pude.
– Hum, sopa de ervilha! – Disse o animal, passando o dedo no rosto da granfina e colocando-o na boca. – Está no ponto, madame. – Ela o observava, paralisada.
O puxei pelo vestido azul em direção à porta.
– EI, A CONTA! – Gritou o garçom.
Virei-me, encarei o Dr. Love, que estava com a maior cara de paspalho e lhe disse com minha voz normal, já não me importando com o disfarce:
– Paga a conta, namorado!
O moleque começou a chorar. Emmett gargalhou e corremos para fora do restaurante.
Jake’s POV
Mais uma vez tentava telefonar para Bella, mas ela não atendia.
Me perguntei se ela estaria furiosa comigo. Até eu estava furioso comigo mesmo. Bufei, largando-me no sofá do apartamento de Susan. Ela me trancou e fugiu com um falso choro. Aquela mulher não é do tipo que chora, eu bem sei. Terminar com Susan foi fácil, bem mais fácil do que eu imaginei, infelizmente, ela não aceitou bem o término do relacionamento. É extremamente possessiva, apesar de não demonstrar nenhum sentimento profundo por mim.
Eu estava impaciente, parecia que Sam não ia chegar nunca com o bendito chaveiro. Queria poder explicar para Bella o que tinha acontecido comigo, antes que ela pensasse que eu tinha lhe dado outro bolo. Era estranho como, no início, cheguei a cogitar a sanidade mental da garota, mas, quando ela ficou horas esperando por mim no hotel, eu, simplesmente, percebi que ela era diferente. Bella realmente se importava comigo.
Eu sempre fui solitário. Meu amigo mais chegado era Edward.
Somente ele me entendia, mas depois que saí pelo mundo com uma mochila nas costas, nos distanciamos. Família é uma palavra incompreensível para mim, meu único parente é Billy, nem sei se o posso chamar de pai. Ele é um homem rude, cheio de dogmas e crenças bobas. Insiste em tentar me colocar rédeas, quer me fazer ficar em uma ridícula reserva indígena e liderar o que restou de nossa tribo. Nunca foi o que eu quis para mim, meu espírito nômade não permite. Meu mundo se resume a rachas perigosos, dinheiro ilegal, mulheres fúteis e noites vazias.
A atrapalhada Bella me lembrou como é ser descontraído, agir por impulso, falar bobagem, rir. Ela realmente mexeu com o garoto Black dentro de mim e nem se quer sabia disso.
Bella’s POV
Dei várias voltas pela cidade, tentando esquecer minha desastrosa noite. Infelizmente, quanto mais tempo eu ficava sozinha, mais lembrava-me que havia sido novamente rejeitada.
Subi as escadas da minha casa, desolada. A dor da decepção queimava em minhas entranhas. Para quem não sabe, angústia é mais que um sentimento, é uma tormenta constante. Ela dilacera a alma de quem a carrega consigo.
Vaguei pelo corredor vazio até chegar à porta do meu quarto. Eu não queria ficar sozinha ali, não queria mergulhar na depressão que me rodeava como um leão prestes a me devorar.
Fechei os olhos, lembrando-me de horas atrás quando delirava em uma tola felicidade, dos momentos que passei rindo sozinha, fazendo planos ou, simplesmente, suspirando por achar que finalmente eu era “alguém” aos olhos de Jacob Black. Me senti extremamente ridícula por gastar tanto tempo em aulas absurdas com o Cullen, para conquistar um homem que, constantemente, me pisava. Senti uma forte pontada no peito, e todo o meu corpo enrijeceu, em resposta. Era como se eu fosse cair em prantos, mas não haviam lágrimas, não havia nada além de um sutil soluço. Talvez se eu conseguisse chorar, colocar minha dor para fora, me sentiria melhor, aliviaria parte do peso que carrego. Infelizmente, as lágrimas se recusavam a jorrar.
Após um logo suspiro, girei a maçaneta da porta e adentrei o quarto escuro. Sobressaltei ao me deparar com Edward, sentado em minha cama.
– Você estava demorando, então...
Eu não esperei ele terminar de falar, corri para a cama e me joguei em seus braços. Naquele momento pouco me importava estar abraçando o EDZINHU, não fazia diferença se eu o odiava, eu só queria ser confortada, só queria um abraço. Ele me pareceu estupefato. Então, após alguns segundos, finalmente me envolveu em seus braços firmes e quentes. Edward afagou meus cabelos e foi como se a angústia lentamente me abandonasse. Ficamos por alguns minutos abraçados, nenhum de nós ousou falar, e eu tentei me agarrar com todas as forças àquela estranha paz.
O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO, BELLA?
Perguntei para mim mesma, confusa. Aos poucos, fui recuperando o controle e afastei-me dele. Só aí percebi um pouco de batom em seus lábios.
– Você está usando batom?
– Não! – Respondeu, esfregando rapidamente a manga da camisa na boca. Cara, ele ruborizou! – Eu tentei te ligar para saber como estava sendo seu encontro, mas você esqueceu o celular aqui. – Desconversou, apontando para meu telefone em cima do criado mudo.
Eu nem tinha me dado conta que estava sem celular até aquele momento. Rapidamente o peguei e vi que tinham 7 chamadas não atendidas de Jake. Meu coração palpitou, mas me contive, sentando-me ao lado de Edward.
– É, parece que eu estava mesmo distraída. Eu deveria era ter esquecido a mim mesma em casa. – Murmurei.
– Vai me contar o que aconteceu?
– Ainda preciso? Eu estou saltitando de felicidade? – Bufei, resolvendo desabafar. Eu precisava. – Jake me deu outro fora. Outra vez banquei a idiota e não teve vestido bonito ou cabelo arrumado que desse um jeito nisso. – Encarei o EDIZINHU, à espera de que ele me falasse que a culpa era minha, por ter sido fácil demais, porém, ele permaneceu calado. Então, explodi. – Não precisa dizer que eu sou uma idiota, porque eu sei que sou uma idiota. Olha só para mim. – Levantei-me. – Toda essa superprodução para nada, me depilei, fiz as unhas, a droga do meu cabelo está escovado, e para quê? Nada! Antes eu estivesse com minhas próprias roupas, assim eu poderia ir até Jake e quebrar a cara dele, ser eu mesma, xingar, chutar, fazer todas as coisas que eu sempre fiz na minha vida e... e...
– Calma! – Interrompeu Edward, colocando as mãos nos meus ombros. – Parte disso é culpa minha. Incentivei, fiz parecer fácil conquistar Jacob, me desculpe.
Dei de ombros e me joguei na cama. Outra vez, ficamos em silêncio, talvez não houvessem palavras para serem trocadas.
– Espera! Você tem toda razão, pirralha. Se arrumou toda, está linda!
– Estou? – Perguntei erguendo uma sobrancelha.
– Não pode desperdiçar todo o trabalho que tivemos, eu até apanhei de uma velhinha para que você estivesse usando esse vestido. Nós vamos sair e você vai se divertir muito, eu prometo! – Edward pareceu empolgado.
– Eu não sei... não estou a fim de sair, prefiro ficar em casa, afundar o rosto no travesseiro e tentar esquecer minha humilhação. – Eu estava mesmo à beira da depressão.
– Não saí daqui, eu volto em 10 minutos.
Ainda abri a boca para falar, mas era tarde, o idiota já havia saído.
Exatamente 10 minutos depois, Edward adentrou meu quarto sorrindo. Pisquei os olhos algumas vezes, só para ter certeza de que era ele mesmo. O Cullen usava calça preta, camisa de colarinho preta e uma jaqueta de couro marrom. NOSSA! De onde ele saiu? De um desfile Giorgio Armani?
Tentei não parecer embasbacada, mas estava, e muito.
– Como estou? – Perguntou prepotente.
Engoli seco. Oh Deus, o que eu respondo?
– Err... ah... hum... horroroso? – Gaguejei um pouco, ao mentir na cara dura. Dizer que ele estava lindo não fazia jus a imagem à minha frente e nem eu seria capaz de dar o braço a torcer.
O imbecil gargalhou. Provavelmente percebendo meu dilema interior.
– Vamos! – Disse, puxando-me pela mão, sem me deixar escolha.
Edward insistiu para que fôssemos de táxi, alegando que encheríamos a cara para afogar as mágoas, e meia hora depois, o carro estacionou em frente a um clube.
Fui a primeira a sair do táxi e logo li a placa com letras em néon, “CLUBE DE SALSA LA LUNA”. Tive vontade de voltar para o carro imediatamente, mas o babaca do EDIZINHU me arrastou para dentro do clube, que estava lotado.
Confesso que o lugar era aconchegante, meia luz, música animada, bem decorado com bandeiras cubanas, pessoas simpáticas e muitos casais dançando salsa na pista de dança.
– Vamos dançar? – Perguntou ele, ao pé do meu ouvindo.
– Está louco? Eu não sei dançar isso, eu não vou de jeito algum, esqueça! – Respondi alto o suficiente para que ele ouvisse.
Ele bufou contrariado e nos direcionamos até uma pequena mesa.
Uma garçonete nos atendeu e trouxe-nos dois cuba-libres.
Outra música começou a tocar, Edward parecia mesmo a fim de dançar aquilo, mexia-se de um lado para o outro, curtindo o ritmo.
– Onde aprendeu a dançar? – Perguntei curiosa.
– Esme, ela adora dançar todo os tipos de música, você não a conhece bem. Minha mãe praticamente obrigava a mim e meus irmãos a dançar com ela desde que éramos pirralhos. Acabei por gostar, é relaxante e divertido. Você não sabe o que está perdendo.
Fingi indiferença e, em um gole grande, bebi a maior parte do drink.
– Já que você não quer se divertir, eu vou convidar outra garota. Fica aqui. – Edward levantou-se e foi para a pista de dança, onde chamou uma morena muito bonita para dançar.
Arregalei os olhos, quando o casalzinho começou a se exibir no salão. Ela usava uma saia azul tão curta que, quando girava pela pista, dava até para ver sua calcinha preta. Tudo bem que a maioria dos casais se envolviam na salsa, exalando sensualidade e swing, mas Edward e a morena parecia que iam fazer sexo ali mesmo! Fala sério! Ela precisava mesmo passar a perna em volta do quadril dele? E ainda por cima, o idiota pareceu gostar. Quanta babaquice. Desviei o olhar, fingindo nem ver os dois, quase se comendo. Infelizmente, não consegui manter meus olhos em outra direção por muito tempo. Disfarçadamente, voltei a observar e meu queixo caiu, quando vi o retardado do Cullen erguendo a garota no ar. Isso fez a saia dela levantar totalmente.
QUE VADIA!
Tudo bem, fica na sua Bella. Ele pode fazer o que quiser, aliás, pode até jogá-la para o alto, fazendo-a bater a cabeça no teto até que tenha um traumatismo craniano.
Eles faziam movimentos tão incríveis que nem acreditei. Qual é? Ninguém dança assim na vida real, só em filmes!
Bufei.
QUE EXIBIDOS!
Fiz sinal para a garçonete e ela me trouxe outro cuba-libre. O Meu copo devia estar furado, a bebida sumia muito rápido.
Fitei novamente os reis da dança promíscua e, agora, a morena passava as mãos pelo peito de Edward. Revirei os olhos, bem típico dele, bancar o mulherengo.
Não estou nem aí, não estou nem prestando atenção! Coloquei para dentro quase todo o drink e engasguei, quando Edward passou as mãos na garota, das coxas até os cabelos.
OK, JÁ CHEGA! AS PESSOAS NÃO PRECISAVAM VER ISSO, PRINCIPALMENTE EU!
Por impulso, marchei até a pista de dança e, sem pensar, puxei a saia azul da vadia, rasgando-a. Ela gritou só de calcinha, tentando cobrir-se.
– O que foi? Só estou te ajudando, assim você não precisará rodar para mostrar a calcinha. – Ironizei, exibindo a saia em minhas mãos.
Todos pararam para nos observar. Edward ficou atônito, imóvel.
– Que foi, gente? Ela queria mesmo se mostrar, eu só colaborei. – Resmunguei em voz alta.
– É ISSO AÍ, GAROTA! – Gritou uma loira do outro lado do clube. Eu ri e Edward também.
A vadia saiu correndo só de calcinha, despertando várias gargalhadas pelo clube. Não demorou para que as pessoas voltassem a dançar e o acontecimento nem tivesse mais importância.
– Beleza, Bella, agora fiquei sem parceira. – Edward reclamou.
– Fatalidades da vida, meu caro. – Respondi sorrindo.
Ele puxou-me com violência para junto de si. Nossos corpos ficaram muito colados, ambos ofegamos.
– Preciso de uma parceira, e, dessa vez, você não vai fugir, pirralha. – Disse o Cullen, encaixando sua perna entre as minhas.
O movimento que ele fez a seguir, foi tão sensual que corei terrivelmente.
– Eu não vou dançar como aquela lá! – Adverti ranzinza, até porque eu não sabia.
Por alguma razão, o imbecil gargalhou alto.
– Apenas dance, Bella, apenas dance. – Ordenou, pegando minhas mãos e as movimentando no ritmo da música. Tentei acompanhar, mexendo-me como ele, de um lado para outro, com swing.
– O que eu faço? – Perguntei constrangida.
– Divirta-se.
Edward começou a me girar sem parar pela pista. Não fiquei enjoada, muito pelo contrário, gargalhava descontroladamente, estava sendo incrivelmente divertido. Então, me soltei, deixando o ritmo contagiante me conduzir.
Não éramos mais Edward e Bella, éramos apenas duas pessoas dançando animadamente, salsa. Cada passo, cada movimento era descontraído, não parávamos de rir um do outro. Me sentia leve, relaxada, como se não houvessem problemas, como se a música fizesse tudo sumir. Hora eu pulava, hora rebolava, algumas vezes batia palmas. Não importava se eu dançava bem ou mal, tudo que importava era a diversão.
Paramos de dançar, nos encarando suados e arfando, mas o sorriso ainda estava estampado em nossos rostos.
Então uma música um pouco mais lenta começou a tocar, os casais já dançavam agarradinhos.
Eu não sabia o que fazer, deveríamos voltar para a mesa?
Edward aproximou-se lentamente de mim, pôs as duas mãos em minha cintura. Notei que ele engoliu seco. Outra vez, encaixou a perna entre as minhas e, como da primeira vez, corei absurdamente. Ele nos fez descer até embaixo, em um rebolado quase obsceno. O estranho é que não me importei, era só uma dança. Ficamos por alguns minutos apenas nos movendo lentamente ao som da música. Relaxei totalmente, deixando-me ser guiada pelo Cullen em todos os sentidos. Eu não sei o que havia naquela canção, mas sentia-me embriagada, fora de mim e, com certeza, a culpa não era do cuba-libre.
– Bella... – Sussurrou Edward ao meu ouvido.
– Sim? – Perguntei em um fio de voz, tentando manter meus olhos abertos.
– O beijo no baile à fantasia foi tão bom assim?
– Foi.
– Quer repetir a dose?
A surpresa me atingiu como um raio, encarei atônita o Cullen.
– O QUE? FOI VOC...
Ele não me deixou terminar a frase, tapou-me a boca com um beijo avassalador. Tentei reagir, tentei me afastar, mas seus braços me aprisionaram. Eu estava indefesa contra aqueles lábios ferozes e língua sedenta. Meu coração reagiu do mesmo modo que no baile, pulsando fortemente, me lembrando de o quanto estava viva. Edward havia me falado para me divertir, e se ele considerava aquilo parte da diversão, eu não fugiria, eu simplesmente aproveitaria aquele beijo que, no final das contas, era mesmo um beijo espetacular. Então, Edward desistiu do beijo, justamente no momento que eu iria ceder.
– Me... desculpe... eu... agi por impulso, eu só queria... é... lhe divertir... acho... – Coçou a nunca, muito confuso.
– Que se dane Edward, depois nós enchemos a cara e nem vamos lembrar.
Me joguei nos braços dele, beijando-o com a mesma intensidade que ele, segundos atrás.
Para minha felicidade, Edward correspondeu o beijo com entusiasmo. Meu corpo sentiu-se em glória. Era simplesmente delicioso sentir os lábios quentes, a língua macia, o hálito de menta, as mãos acariciando minha nuca, seus dentes mordiscando-me. Eu não conseguia entender como ele conseguia ser selvagem e ao mesmo tempo, doce. Agarrei seus cabelos com força, eu não queria que ele escapasse. Para falar a verdade, eu o mataria se ele parasse novamente. A essa altura, eu já nem lembrava o que era respirar. O Cullen me abraçava com tanta força, vontade, possessão. A cada segundo, o beijo se tornava mais inflamado, já beirávamos o desespero, a loucura.
Senti o desejo explodir dentro de mim, como nunca acontecera antes e, inesperadamente, gemi. Em resposta, Edward gemeu também. Nesse momento, senti algo pulsar contra mim e eu bem sabia o que era. Dei um passo para trás, me desvencilhando daquele beijo desesperado.
Marc Anthony e Jennifer Lopez - No Me Ames (tradução)
Marc: Diga-me porque choras
Jenny: De felicidade
Marc: E porque se afoga
Jenny: Na solidão
Marc: Diga-me porque toma, assim forte, minha mão.
E seus pensamentos vão te levando
Jenny: Eu te quero tanto
Marc: E porque será?
Jenny: Louco, teimoso, não duvide mais!
Apesar de que no futuro vai ter um obstáculo imenso
Eu não tenho medo
Quero me apaixonar.
Marc: Não me ame, pois pensa que sou diferente.
Jenny: Você pensa que não é justo passar os nossos tempos juntos
Marc: Não me ames, pois entendo a mentira que seria.
Jenny: Se teu amor eu não mereço, não me ame, mais fique comigo um outro dia.
Marc: Não me ame, pois estou perdido, porque mudar o mundo?
Porque é o destino, porque não se pode , somos um espelho.
E você assim, seria meu reflexo.
Jenny: Não me ame, para morrer numa guerra cheia de arrependimentos, não
me ame, para estar em terra, quero levantar vôo
Marc & Jenny: Com o seu grande amor, no imenso azul do céu.
Marc: Não sei o que decidir, essa que é a verdade.
Se agente quer, sabe magoar.
Jenny: Você e eu partiremos, eles não se movem.
Porém, nesse céu não me deixe sozinho.
Marc: Não me deixe, não me deixe, não me escute se te digo: – não me ame– .
Jenny: Não me deixe, não se desarme meu coração com esse – não me ame– .
Marc: Não me ame, te suplico, minha amargura derramei.
Jenny: Sabe bem que não posso, que é inútil, que sempre te amarei.
Marc: Não me ame, pois te farei sofrer com este coração que está cheio de mil invernos
Jenny: Não me ame, para assim esquecer de seus dias ruins, quero que me ame só por me amar.
Marc: Não me ame, você e eu voaremos um com o outro e seguiremos semprejuntos.
Jenny: Este amor é como o sol que sai depois de uma tormenta.
Marc & Jenny: Como os cometas na mesma estrela
Marc: Não me ame
Jenny: Não me ame
Marc: Não me ame
Ambos arfávamos violentamente, a boca do Cullen estava avermelhada e, provavelmente, a minha também. Não consegui encará-lo, era estranho demais, não só havíamos nos beijado no meio da pista de dança, como, também, ficamos excitados.
Coloquei a mão na testa, me perguntando onde estava o meu juízo.
– É uma boa hora para enchermos a cara. – A voz dele saiu trêmula.
– Concordo! – Respondi.
Saímos da pista de dança direto para o bar, eu estava disposta a beber tudo que visse à minha frente.
Alice’s POV
Já passavam das 4h da manhã e eu caminhava de um lado para o outro no jardim, escondida de todos. Esperava ansiosa por Bella. Se ela não aparecesse até a hora do Carlisle acordar, nós duas estaríamos fritas, pois tive que mentir para ele, alegando que sua filha havia ido para a cama cedo. Onde Bella poderia estar metida? Será que ela estaria no hotel com Jake? E, em nome de Deus, porque ela não estava com o celular?
Um táxi estacionou em frente à casa. Meu coração quase parou em expectativa. Tinha que ser minha prima.
Ao longe, avistei Bella saindo do carro. Suspirei aliviada.
OBRIGADA, DEUS.
Quando Edward saiu do táxi também, mergulhei em confusão. O que eles estavam fazendo juntos? Bem, a pergunta que eu deveria fazer, na verdade, nem era essa, e sim, porque os dois estavam agarrados cambaleando de tão bêbados. O que tinha acontecido?
Corri ao encontro deles.
– O que houve? Estão bêbados? – Perguntei aflita, vendo Bella tropeçar e levar Edward para o chão consigo. Eles não pareciam se importar, pois gargalhavam descontroladamente.
– Está tudo bem, Alice. – Respondeu Edward, com uma voz estranha.
– ALICE! CARA! – Berrou minha prima, tentando levantar-se, sem sucesso. – Mulher, fomos a um clube incríveeeeel. Você precisa conhecer, tem muita... muita... – Ela piscou os olhos, se esforçando para lembrar de algo. – Tem muita o que, EDIZINHU?
– Muita salsa e cuba-libre. – Completou ele, rindo.
– ISSO! Foi tão divertido... eu dancei pra caramba. Cara, eu dancei melhor que todoooooooo mundo! – A voz dela estava tão engraçada, mas ainda assim, só conseguia observar, embasbacada.
Os ajudei a levantar, foi quase um milagre eles conseguirem ficar de pé.
– Vocês ficaram a noite inteira em um clube? E Jake? – Perguntei, encarando Bella.
– JAKE QUE SE FODA! – Esbravejou o Cullen, chacoalhando as mãos.
– É, JAKE QUE SE FODA! – Bella repetiu, imitando até os movimentos com as mãos.
– Como é? E o encontro? Parem o mundo, eu quero descer! – Os dois riram da minha cara, apontando-me.
– QUE ENCONTRO? FOI EU QUE FIQUEI COM O FRANGO. É MEU FRANGO! – Edward berrou, batendo no peito.
– NÃO ESTÁ VENDO? O FRANGO É DELE, ELE É O CARA! – A louca disse, mesmo sem ter a menor noção do que ele estava falando. Nem eu, que estava sóbria, entendi, que dirá ela!
– Ele é o cara? Vocês não se odeiam? – Questionei, já quase ficando embriagada com o bafo deles.
– AHAHAHAHAH... agente é amigo agora, muito amigo! –
Só Bella estando muito bêbada mesmo para falar aquilo.
– Amiguinho, é? – Zombei sorrindo.
– SIM, NÃO VAMOS MAIS BRIGAR, ESTAMOS MUITO PRÓXIMOS, BEM CHEGADINHOS, COLADOS, EU DIRIA... – O bebarrão soluçou – PARA PROVAR NOSSA AMIZADE, OLHA SÓ O QUE EU FIZ.
Edward virou-se, me mostrando sua nuca.
– SANTO DEUS DO CÉU! – Gritei, totalmente estupefata.
Na nuca do Cullen havia o nome “BELLA”, tatuado em letras grandes.
– OLHA A MINHA, OLHA A MINHA! – Pediu minha prima, aos pulos.
Ela levantou o cabelo e, em sua nunca, havia o nome “EDZINHU” também tatuado.
Coloquei as duas mãos na boca, totalmente chocada, enquanto eles gargalhavam quase indo ao chão novamente.
– A idéia das tatuagens foi minha. – Bella se mostrou orgulhosa.
– Espera aí, não foi sua, foi minha! – Interferiu Edward chateado.
– Lógico que foi, nem vem, EDZINHU! Eu quem disse, vamos fazer tatuagem.
– Mas fui eu que sugeri os nomes, então a idéia foi minha.
– Uma ova! Você é muito burro para ter um idéia assim! Se manca, cara!
– Você é uma pirralha muito idiota, não aceita a verdade, e, adivinha, a idéia foi minha, minha, minha, minha mil vez.
Bella o encarou, tremendo em raiva. E agora? Eu deixo eles se matarem?
– Edgayzinho, vai à merda!
– Vai você, louca.
– EU TE ODEIO, SEU CULLEN IMBECIL!
– NÃO, EU É QUE TE ODEIO!
Ambos bufaram e cada um saiu cambaleando para um lado.
Fiquei encolhidinha, assustada. Que cena bizarra!
Pelo visto, a peculiar amizade deles, durou apenas algumas horas.
E agora, meu Pai do Céu? Conto para eles a loucura que fizeram ou guardo segredo, esperando que um dia eles descubram as tais tatuagens sozinhos?
Edward’s POV
Saí do quarto querendo morrer, a minha cabeça doía demais, eu mal conseguia manter os olhos abertos. Queria voltar para a cama e dormir até o final do século. Infelizmente, Carlisle queria comunicar algo à toda a família. Eu não sabia ao certo o que tinha acontecido na noite passada, eu só tinha certeza de uma coisa, tinha muita bebida.
Desci as escadas, zonzo. Vi muitos arranjos de flores e balões por toda a sala, pisquei os olhos, averiguando se estava dormindo.
Rosalie estava sentada, emburrada. Então, decidi perguntar a ela o que estava havendo.
– De onde saíram todas essas flores?
Ela já ia abrir a boca para me responder, quando vi Bella descer as escadas correndo, só de pijama. Alice estava em seu encalço.
– É PARA MIM! É PARA MIM! – Pulou a pirralha feliz, pegando um dos cartões.
Haviam cartões por toda a parte. Peguei um que estava próximo a mim.
[Eu posso explicar o motivo da minha falta, espero que possa me perdoar. Liga para mim. Com amor para a garota que me faz sorrir... Jake Black.]
Revirei os olhos e joguei o cartão longe.
Sentei-me ao lado de Rosalie, enquanto Bella e Alice babavam infantilmente em cima das flores.
– O que Carlisle quer falar conosco? Você sabe? – Perguntei para a loira.
Ela colocou a cabeça no meu ombro, sorrindo.
– Parece que ele quer nos convencer a ir no velório de um parente do Marius. Lembra, Marius, o pavão do baile?
– Como eu poderia esquecer? – Perguntei ranzinza. – Mas, poxa, um velório justo hoje? Eu não acredito!
– Eu também não quero ir, mas ele fica falando o tempo todo que devemos prestar solidariedade nesse momento, você sabe, aquele blá,blá,blá sentimental.
Esfreguei a mão no rosto. Cara, com a ressaca que eu estava, aliás, uma ressaca dupla, ir a um velório, parecia uma cruel tortura.
(...)
Estávamos todos adentrando a mansão de Marius. Carlisle, praticamente, nos forçou a ir. Quis me opor, mas, no fundo, eu sabia que ele apenas queria dar uma força para o amigo. Perder um ente querido é muito doloroso, não nos custava nada dar uma rápida passada no velório, pelo menos para mostrar que nos importávamos.
O salão de festa que antes fora palco de um dos momentos mais inesquecíveis da minha vida, agora era um lugar fúnebre. Os amigos gays do anfitrião estavam todos de preto e logo pude avistar Marius chorando, debruçado no caixão.
– AH MEU DEUS, POR QUE? POR QUE? EU QUERO IR TAMBÉM, ME LEVA, ME MATAAAAAA! – Berrou ele, em prantos escandalosos. Até senti um pouco de pena.
Alguém o cutucou, avisando-o que havíamos chegado.
Ele nos encarou por um segundo, então, para minha surpresa, gritou...
– CARLISLE, MEU AMOR! QUE FELICIDADE! HU!... HOHOHOHOHO! – Pois não é que ele veio saltitando, alegre e satisfeito em nossa direção?
Ergui as sobrancelhas. Como ele se recuperou do sofrimento tão rápido?
– Meu Deus, quanta honra, estava com saudades de vocês.
Teletubbie, Enfermeira Safada, Coelhinha da Playboy, Power Ranger, Pinóquio, Chapeuzinho Vermelho Masoquista, hum... caçador. – Não é que a bichona piscou para mim, sorridente? – Mas, de quem tive mais saudades foi de você, Bonequinho. – Ele completou a lista, tentando alisar Emmett, que se esquivou, enojado.
– Marius, viemos assim que me informou da sua trágica perda. Estamos aqui para ajudar no que puder. – Falou Carlisle.
– Ah, sim, minha perda!... AAAAAAAAHHHHHHH, MEU DEUS, CARLISLE, COMO EU SOFRO! – Marius jogou-se nos braços do meu futuro padrasto, novamente choramingando. – ME ABRACE, ME ABRACE COM FORÇA!
Olhei para o meu lado, à procura de Emmett, e não o encontrei.
– O QUE? EU NÃO ACREDITO! MORREU! – Meu queixo caiu ao ver Emmett pular, entusiasmado, em volta do caixão. – MORREU! WOOOHOOO! MORREUUUU!É ISSO AÍ! É ISSO AÍ! BATEU AS BOTAS! – Meu Deus, agora ele estava até fazendo a nossa dancinha da vitória!
A sala inteira estava chocada.
Corri para junto do meu irmão, na tentativa de impedir aquela insanidade, antes que fôssemos linchados.
– PÁRA COM ISSO, EMMETT, FICOU LOUCO? – Gritei, lhe dando um tapa na tentativa de fazê-lo voltar a si.
– OLHA EDWARD, OLHA QUEM MORREU. – Apontou para o caixão.
E eu olhei.
– PUTA MERDA! – Xinguei em voz alta.
MEU DEUS, ERA A VELHINHA SINISTRA QUE NOS ESPANCOU COM A BOLSA VERDE!
– Espera, vocês conheciam minha vózinha? – Perguntou Marius, confuso.
Engoli seco, fitando-o com os olhos extremamente arregalados.
– Como ela morreu? – Perguntou Bella, pasma.
– Enfartou horas depois de ter sido atacada por dois tarados em uma loja. Coitadinha da minha vózinha.
Emmett e eu nos encaramos atordoados.
(Continua...)

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