Autora: Cella
Classificação: Maiores de 18 anos
Categoria: Saga Crepúsculo
Personagens: Bella Swan, Edward Cullen, Ement Cullen, Rosalie....
Gêneros: Romance
Avisos: Sexo
Capítulo 9 - A briga (y otras coisitas más).
BELLA POV
A festa de Edward estava no seu auge e eu observava tudo a minha volta, envolvida em um abraço carinhoso do meu, agora, namorado.
Aquilo era muito estranho, mas não deixava de ser incrível.
Edward passou o resto da festa ao meu lado, sempre com um braço seu envolvido em minha cintura. O seu toque era maravilhoso, mexia comigo de todas as formas.
"E aí, curtindo a festa?" perguntou, enquanto me beijava no rosto com carinho.
"Bom, eu realmente não ia ficar muito nessa festa, já que o aniversariante não tinha me convidado, então para quem entrou de penetra, acho que eu estou curtindo muito." ao me ouvir falar isso, Edward gargalhou e apertou a ponta o meu nariz.
"Ah, claro, você veio de penetra. Sabia que você é a penetra mais linda dessa festa?" ele sorriu ao me ver corar. Como ele adorava me deixar sem graça.
"E por um acaso há muitas garotas que vieram de penetra?" perguntei, fingindo procurar alguém a sua volta.
Edward puxou meu queixo com delicadeza, me prendendo com aquele olhar estonteante.
"Muitas, não que eu tenha reparado nisso. Mas pode acreditar em mim, nenhuma delas chega aos seus pés." falou e em seguida me puxou em um beijo avassalador.
Como é que ele fazia aquilo? Como ele podia mexer tanto comigo daquela maneira? Eu não conseguia nem raciocinar direito quando Edward me beijava, eu esquecia o mundo a minha volta. Só havia ele e eu. Ninguém mais.
Mas ai um alguém mais apareceu de surpresa, nos separando. Gemi ao ter o beijo terminado. Alice nos olhava com falsa repreensão:
"Olha aqui, será que dá pra vocês pararem com esse grude? Tudo bem que eu tô achando esse namoro de vocês tudo de bom, mas por favor, se controlem!" ela falou e eu não pude deixar de soltar uma gargalhada.
Alice se voltou para Edward e murmurou: "Esme e Carlisle querem conhecer a sua nova namorada, Edward. Leve Bella até onde eles estão."
Edward abraçou Alice com carinho e lhe deu um beijo no rosto:
"Sim senhora, dona Pulguinha." brincou e acabou levando um soco no ombro; Alice odiava quando Edward a chamava assim. A atitude deles como irmãos era tão linda que eu não pude deixar de sorir. "Vamos, Bella?" perguntou, entrelaçando sua mão na minha.
Alice me olhou e depois falou:
"Vou te dizer uma coisa, só porque tá namorando o meu irmão não significa que você tem que me deixar de lado, ouviu bem? Eu ainda continuo sendo sua amiga!" sorri e depois me afastei de Edward para abraçar Alice de um jeito carinhoso.
"Claro que eu nunca vou esquecer de você, Alice!"
Edward nos envolveu em um abraço e nós três caímos na gargalhada. Alice olhou para o irmão, o dedo apontado na sua cara, a expressão concentrada.
"Nem pense em afastar a Bella de mim!" alertou e Edward levantou as mãos para o ar, em sinal de rendição.
"Nunca faria isso, pulguinha." a abraçou e depois a beijou com carinho no rosto. "Eu amo você."
"Mas é claro que você me ama. Todos me amam!"
Edward revirou os olhos e depois sorriu, antes de me pegar pela mão e me levar em direção aos seus tios. Olhei para trás e vi Alice dançando no meio da pista, sorrindo para mim. Realmente não havia como não amar aquele toquinho de gente.
Esme e Carlisle, tios e tutores de Edward, eram duas criaturas maravilhosas, muito simpáticas e gentis. Esme sorriu ao me ver ao lado de Edward e falou, enquanto me dava um abraço carinhoso.
"É um prazer conhecer você, Bella. Fico feliz em ver que você aceitou namorar o Edward. Ninguém aqui nessa casa o aguentava mais se lamentando por não ter feito o pedido antes." ao ouvir aquilo, eu a encarei, surpresa.
Edward estava sofrendo por minha causa? Era um pouco assustador pensar nisso.
"Ele falava muito de mim para vocês?" perguntei, a encarando um pouco atônita.
"Sempre. Mas antes ele falava de você como a inimiga mortal dele. E de uns tempos para cá ele só vivia repetindo o quanto você era misteriosa e o quanto mexia com ele. Foi aí que eu percebi que ele estava apaixonado. Agora vejo que ele tinha uma razão para ficar tão agitado, você é um encanto, Bella." Esme sorriu e eu corei de vergonha.
Edward se voltou para mim e me lançou um sorriso torto, enquanto conversava com Carlisle. Foi aí que eu percebi o quão sortuda eu era. Ele realmente gostava de mim.
Carlisle agora me olhava, seu sorriso era caloroso.
"Então você é a famosa Bella?" perguntou e eu sorri, sem graça.
"Bom, eu não sei se sou tão famosa assim." falei e todos caíram na gargalhada.
Edward me abraçou e me beijou carinhosamente na cabeça.
"Bella, esse é Carlisle, meu tio e tutor. Ele e Esme cuidam de mim e de meus irmãos desde que meus pais morreram." sibilou e eu não pude deixar de admirar a atitude daquele casal tão gentil e receptivo.
"Olá Sr. Cullen."
Carlisle soltou uma gargalhada e depois murmurou:
"Nada de formalidades, Bella. Me chame de Carlisle."
Eu sorri e concordei com um aceno de cabeça. Esme olhou para mim e para Edward e falou:
"Eu realmente acho que vocês formam um lindo casal. Espero que esse namoro dure bastante tempo." Edward apertou as suas mãos em meu ombro, me puxando para mais perto dele.
"Obrigada Esme." Edward sibilou e sua tia sorriu, se voltando para mim.
"Preciso agradecer a Bella." Esme murmurou e eu a encarei, confusa.
"Pelo quê, Esme?"
"Por dar uma chance a Edward. Eu nunca o vi tão encantado por uma garota como ele está por você." ela sorriu e eu senti meu rosto pegar fogo.
Edward deu um longo suspiro e falou:
"Esme, por favor, você está constrangendo Bella e a mim também."
Carlisle abraçou Esme e murmurou:
"É melhor deixar esses dois pombinhos curtirem a festa, meu bem."
"Acho que você tem toda razão, amor." Esme concordou e em seguida Carlisle e Esme nos deixaram a sós.
Edward me abraçou com carinho, me puxando de encontro ao seu peito musculoso. Oh Meu Deus, que corpo era aquele! Inalei seu perfume delicioso e depois o encarei, incapaz de não sorrir ao ver que ele exibia um sorriso torto.
"E aí, o que achou dos meus tios?" perguntou, enquanto me conduzia lentamente ao ritmo da música que invadia o ambiente.
"Eles são maravilhosos, Edward. Você tem muita sorte." murmurei, minhas mãos subindo para o seu pescoço, entrelaçando-o.
"Hum..pode-se dizer que sou um homem de sorte." comentou, seus olhos grudados nos meus.
"Mas é claro que você é um homem de sorte, sua família é linda!"
Edward se aproximou do meu rosto lentamente, beijando a ponta do meu nariz. Se eu não estivesse em seus braços, provavelmente teria caído no chão. Oh Deus, como ele era sexy!
"Eu não estava me referindo à minha família, estava me referindo à minha namorada." sussurrou, seu sorriso se alargando à medida que eu sentia meu rosto corar.
"E eu posso saber o que eu tenho de tão especial para fazer você se sentir assim tão sortudo?" perguntei e depois percebi que já estávamos no meio da pista de dança.
"Bom, além de você ser linda e muito, muito misteriosa, o que me deixa louco, você é a melhor lutadora que Forks já teve. Quem nessa minúscula cidade namora uma garota que pode sair chutando o traseiro de quem for, sem sofrer um arranhão?" brincou e depois gargalhou, enquanto acariciava as minhas costas com carinho.
"Edward, eu.. " comecei, mas fui interrompida por um beijo apaixonado.
"Não precisa falar nada, Bella, a verdade é que eu adoro você do jeitinho que você é." sorriu e eu me derreti toda.
O que é que estava acontecendo comigo? Desde quando eu tinha virado uma boba apaixonada que só faltava babar diante do namorado?
"É, eu também gosto de você do jeito que é: um idiota, um lindo, mas ainda assim, um idiota." comentei e ele gargalhou.
"Também te amo, Bella." Edward murmurou e em seguida silenciou a minha tentativa de conversa com um beijo tentador.
E quem disse que eu queria conversar?
A festa terminou pouco mais da meia noite. Nem Edward nem Alice me deixaram ir embora antes do fim e isso só me deu a certeza de que estaria encrencada quando chegasse em casa.
Estava distraída olhando os últimos convidados indo embora quando me dei conta de que não tinha visto Jessica desde a hora que tinha chegado à festa. Será que ela tinha visto a declaração de Edward? Disse a mim mesma que isso não importava, afinal Jess já era carta fora do baralho.
Edward se aproximou de mansinho por trás de mim, me abraçando carinhosamente, beijando o pescoço, me deixando completamente entregue ao seu toque. Eu precisava me controlar, não podia ser tão vulnerável a ele daquele jeito.
"Posso levar a Cinderela para casa?" perguntou, enquanto me obrigava a girar nos calcanhares e encará-lo.
"Não precisa, Edward. Eu estou de carro."
Edward soltou um longo suspiro e depois repousou a sua mão delicadamente em meu rosto.
"Me deixa ser cavalheiro, Bella? Essa é a nossa primeira noite como namorados e você já começa cortando o meu barato, quebrando todo o clima." murmurou e eu baixei a cabeça, envergonhada. A verdade é que eu ainda precisava entender muitas coisas sobre relacionamento.
"Mas Edward..." tentei falar, mas ele não deixou que eu concluísse a frase.
"Nada de mas, Bella. Eu vou levar você para casa. Alice leva a sua picape, está decidido." decretou, sério, mas depois sorriu, afagando as minhas bochechas. "Me deixa fazer as coisas do jeito certo, tá bom?" me encarou, seus lindos olhos azuis querendo adentrar nos meus. Me senti zonza.
"T-tudo bem." ele sabia que quando me encarava daquele modo eu não resistia.
Edward sorriu e roçou seus lábios levemente nos meus e a vertigem tomou conta de mim, me obrigando a apoiar em seus ombros, temendo cair. Ele percebeu que havia algo errado e apertou o abraço em torno da minha cintura, enquanto afagava minhas costas, falando baixinho em meu ouvido.
"Algum problema, Bella?" perguntou, mordiscando a ponta da minha orelha. Senti um calor crescer dentro do meu corpo, me deixando instantaneamente ofegante.
"Para, Edward!" ordenei, ainda em seus braços, incapaz de me movimentar.
Edward sorriu, agora passando a beijar a curva do meu pescoço. Se ele não parasse imediatamente, era bem capaz de eu desmaiar.
"Parar o quê, Bella?" perguntou, agora seus olhos estavam de volta aos meus.
Nos encaramos por um bom tempo, até que eu não resistir e colei os meus lábios nos dele, movendo minha boca lentamente. Edward soltou um longo suspiro e invadiu a minha boca com a sua língua enlouquecedora. Ele me apertou um pouco mais em seu abraço e eu tive que me lembrar de como era respirar; mordiscou levemente o meu lábio inferior e eu senti o calor aumentando, minha cabeça já rodava por conta do hálito delicioso dele.
Deus, como aquilo era bom.
Senti alguém pigarrear atrás de nós e me afastei de Edward, minha cabeça ainda tonta por conta do beijo. Olhei para Esme e depois encostei minha cabeça no peito de Edward, morrendo de vergonha.
"Edward, acho que é melhor você levar a Bella para casa, acho que o pai dela já deve estar preocupado." Esme comentou, sua voz era suave e delicada.
Edward sorriu e depois entrelaçou a sua mão na minha, encarando a tia.
"Era isso que eu ia fazer, Esme. Pronta para ir, Bella?" perguntou e eu mordi meu lábio, ainda indecisa.
"Edward, realmente não precisa que você me leve até em casa, eu já disse que estou de carro." sibilei, ainda tentando convencê-lo de que poderia ir sozinha.
"Nada disso, Bella. Já conversamos sobre isso. Onde está Alice?" murmurou e depois se afastou, indo procurar a irmã.
"Acho que você ainda não percebeu o quanto Edward é antiquado em alguns assuntos." Esme comentou, sorrindo gentilmente pra mim.
"É, ele não é muito parecido com os garotos da nossa idade." sibilei. Edward era certinho demais em alguns aspectos.
Esme riu e murmurou:
"Edward sempre foi uma criança muito esperta e acho que ele percebeu o quanto Carlisle é cavalheiro e quis seguir os passos de meu marido. Edward é a cópia fiel de Carlisle, Bella. E eu acho isso maravilhoso."
Edward voltou, com Alice ao seu lado, os dois riam de alguma coisa que eu não sabia do que se tratava.
"Vamos?" perguntou, enquanto passava as mãos pela minha cintura.
"Tudo bem." falei, mais ofegante do que deveria.
Ele tinha que me tocar dessa maneira o tempo todo? Aquilo me enlouquecia.
Alice deu um risinho baixo e depois me olhou.
"As chaves do seu carro, madame?" estendeu às mãos à minha frente e eu revirei os olhos, vencida.
Entreguei as chaves da picape e Edward já me conduzia para o lado de fora da casa.
Murmurei uma despedida tímida para Carlisle e Esme e depois entrei no carro importado de Edward, aquele estúpido Volvo que eu por tantas vezes critiquei.
Partimos em silêncio, minha mente ainda tentava processar tudo que tinha acontecido naquela noite. Eu ainda achava que aquilo era um sonho e a qualquer momento eu acordaria e estaria sozinha novamente, Edward continuando a ser meu inimigo e meu amor secreto.
Mas quando eu o olhava de relance, sua expressão compenetrada na estrada à frente, seu lindo rosto tão próximo de mim, que eu poderia estender uma mão para tocá-lo, eu sentia que não estava sonhando.
Minha mente não era tão fértil para criar detalhes tão perfeitos como aqueles. Eu tinha que me convencer: eu agora era a namorada de Edward Cullen.
Diante dessa idéia, eu sorri, olhando as ruas escuras de Forks através da janela.
"Perdi alguma piada?" Edward perguntou e eu me virei, ainda sorrindo.
"N-não, só estava pensando em algumas coisas. Apenas idiotices." sibilei, brincando com a alça da bolsa sobre meu colo.
Ele sorriu e pegou a minha mão, levando-a aos lábios, num beijo terno. Eu prendi a respiração, meu corpo reagindo imediatamente ao seu toque.
"Bella Swan, minha namorada." cantou, minha mão ainda na sua.
"Isso é um pouco estranho, não acha?" perguntei, olhando-o.
Ele sorriu e depois murmurou:
"Muito estranho, mas muito bom também." sorri, sem graça e ele soltou a minha mão, para trocar a marcha do carro.
Soltei um longo suspiro ao perceber que já estávamos na minha rua. Não queria que esse momento acabasse, por mim poderia passar a minha vida inteira ao lado de Edward que eu não ia me importar nem um pouco.
Edward estacionou em frente ao jardim da minha casa e se virou para me olhar.
"Obrigada, você me deu o melhor presente de aniversário." sorriu e passou os dedos levemente em meu rosto, contornando-o.
Baixei os olhos, assustada com o rastro de fogo que o toque dele deixava em minha pele.
"Eu te adoro." falei, incapaz de conter as palavras dentro de mim. Ele precisava saber o que eu sentia por ele.
Edward sorriu e me beijou levemente a boca, enquanto eu envolvia seu pescoço com os braços, puxando-o para mais perto. Ele me abraçou e intensificou o beijo, a língua já brincando com a minha, me levando à loucura. Me afastei bruscamente, ofegando.
"Acho que é melhor eu entrar, meu pai não ia gostar muito de me ver dentro de um carro dando uns amassos." falei, envergonhada.
Edward gargalhou e destravou a porta.
"É melhor você ir mesmo. Ou eu não respondo por mim." me deu uma piscadela e eu arfei, o calor novamente querendo me dominar.
Saí do carro no exato momento que Alice estacionou minha picape atrás do carro de Edward. Ela desceu e me entregou às chaves, sorrindo para mim.
"Até amanhã, Bella. E eu vou logo avisando que vou fazer um interrogatório sobre essa sua história com meu irmão." alertou, já indo em direção ao carro de Edward.
"Até amanhã, Alice." sibilei, soltando um suspiro pesado. Se eu bem conhecia Alice, esse tal interrogatório duraria alguns dias, até a curiosidade dela ser saciada.
Acenei para os dois irmãos e entrei em casa, sorrindo bobamente.
Subi às escada na ponta dos pés, fazendo de tudo para não acordar Charlie. Entrei no meu quarto e me joguei na cama de roupa e tudo, completamente exausta.
Tive emoções forte demais para uma noite só e isso deve ter afetado meu sono, pois dormi em questão de segundos, minha cabeça ainda rememorando a festa, demorando em detalhes como o toque e o beijo de Edward.
Acordei me sentindo leve, uma sensação nova, algo que eu nunca experimentara na vida. Tomei meu banho calmamente, ainda tinha tempo até a hora de ir para aula.
Desci para tomar café e vi que Charlie estava à mesa, lendo o jornal. Era hora de ouvir a bronca da vez.
Me servi de um pouco de leite e peguei uma maçã. Sentei em uma cadeira e vi que Charlie tinha dobrado o jornal e já me encarava.
"Posso saber que horas a senhorita chegou em casa?" Charlie perguntou, sério.
Soltei um longo suspiro e deixei a maçã com uma única mordida dentro do prato, já sabendo que não teria mais condições de comê-la.
"Era quase uma da manhã, pai." falei, incapaz de mentir para Charlie.
Ele me olhou por um bom tempo e depois sussurrou:
"Tudo bem, dessa vez eu vou livrar a sua cara. Mas da próxima vez, já sabe, não é?" ele me encarava muito sério e eu senti um alivio por não ter sido castigada.
"Obrigada, pai." suspirei, me sentindo menos mal.
Charlie apenas balançou a cabeça, concordando e depois se levantou e saiu para o trabalho.
Bebi o leite às pressas, tentando me convencer de que não adiantava ficar tão ofegante daquele jeito. Edward iria à escola e o encontro seria inevitável.
Mas falar era muito fácil, o difícil era fazer meu coração parar de tentar sair pela boca. Dei vários suspiros, tentando regularizar minha respiração e depois saí de casa, fugindo da chuva que desabava sobre Forks.
Entrei na picape e rumei para a escola, repetindo durante todo o caminho que eu não precisava ficar tão agitada daquele jeito. Mas como sempre o meu coração não deu ouvidos à minha mente.
Enquanto caminhava pelos corredores da Forks High School eu pude sentir todos os olhares voltados para mim.
Todo mundo da escola estava na festa de Edward e consequentemente todo mundo já sabia da novidade. Como naquele dia do maldito boato eu fui seguida por onde passava, as pessoas não tiravam os olhos de mim.
Assim que entrei na minha sala eu o avistei, sua cabeça baixa, ele estava lendo alguma coisa. Como se tivesse percebido a minha presença, Edward levantou a cabeça e sorriu lindamente ao me ver.
Fiquei sem ar diante daquele sorriso e me aproximei da mesa, tentando não tremer por estar tão perto dele.
Edward me olhou, ainda sorrindo, e puxou a minha mão para junto da sua.
"Bom dia." falou e eu senti meu corpo todo reagir ao som daquela voz. Como era bom ouvi-lo falar.
"Bom dia." sussurrei, incapaz de não sorrir ao ver aquele sorriso torto dele, meu sorriso favorito.
Não houve tempo para conversas, porque nesse exato momento a professora de história entrou na sala, trazendo consigo um belo teste surpresa. E assim o dia passou.
Edward e eu não conseguimos trocar nada mais do que duas ou três palavras, eu ainda nem tinha conseguido lhe dar um beijo. E enfim o sinal do intervalo tocou e eu saí da sala o mais rápido que pude, esperando-o na porta.
Assim que Edward apareceu, eu o puxei e lhe dei um beijo, minha boca ansiava pela sua de uma maneira incontrolável. Ele me abraçou e correspondeu ao meu beijo com vontade, sua língua explorando o interior da minha boca de leve.
Me afastei um pouco, buscando ar e ele sorriu, enquanto afagava o meu rosto com ternura.
"Como você adivinhou meu pensamento?" Edward perguntou, passando os dedos pelos meus lábios.
Corei ao sentir seu toque e sussurrei:
"Acho que não precisa ser muito esperta para adivinhar o óbvio." ele gargalhou e me envolveu em um abraço forte, enquanto nós nos dirigíamos para o refeitório.
Assim que entramos, toda a escola se voltou na nossa direção, as conversas cessaram, tudo se transformou em um silêncio constrangedor. Baixei minha cabeça, enquanto Edward me conduzia firmemente ao seu lado. Foi nesse momento que eu percebi que ele estava me levando em direção à sua mesa, a mesa que ele dividia com os populares da escola. Eu congelei e o olhei, confusa.
"Você não está pensando..?" não terminei a frase, pois nós tínhamos chegado à mesa dos populares.
Todo mundo num raio de 1km tinha a atenção voltada para aquela bendita mesa. Me senti como um peixe dentro de um aquário.
"E aí, pessoal, não vão dar um oi pra minha namorada?" Edward falou, sorrindo. Eu vi que todos me olhavam da cabeça aos pés, avaliando cada centímetro do meu corpo.
Jessica era a única na mesa que estava com o rosto virado para outra direção.
"Francamente Edward, agora deu para pegar sapatão." Daniel Johnson, um dos muitos amigos idiotas de Edward, comentou, me olhando cinicamente.
Senti a fúria tomar conta do meu corpo, mas tentei me controlar. Não valeria perder a cabeça por um babaca como Daniel.
Edward me segurou bem próximo ao seu corpo, como se temesse que eu fizesse alguma coisa. Mas eu ainda estava muito calma. Ainda.
Foi a vez de Michael Stevenson falar, seguindo o mesmo tom cínico de Daniel.
"Realmente, Edward que decadência a sua, hein? Pegar a garota mais estranha dessa escola. Tá certo que ela é gostosa, mas ainda assim é estranha. O que deu em você? Resolveu inovar,foi?" sibilou e todo mundo da mesa caiu na risada. Nessa hora Jessica se virou, sorrindo com desprezo para mim.
Esse foi o estopim para que a minha raiva tomasse conta de mim. Me livrei de Edward e encarei os dois imbecis que tinham falado há segundo atrás:
"Olha aqui, seus babacas. Em primeiro lugar, Edward não está me "pegando", em segundo lugar, vocês são tão estúpidos que acreditam em qualquer baboseira que qualquer pessoa fala." murmurei, com uma falsa calma, olhando para Jessica. "Acho que é bem capaz de vocês acreditarem em Papai Noel e no Coelhinho da Páscoa. E em terceiro lugar,"- me aproximei de Daniel, que era muito bonito por sinal, mas a beleza dele era apenas fachada. "Ninguém me chama de sapatão e fica sem levar uma boa lição."
Puxei seu rosto e o beijei levemente na boca, apenas encostando nossos lábios.
Percebi que todo mundo ficou pasmo com a minha reação, um silêncio mortal tomou conta do refeitório. Ouvi a gargalhada sonora de Edward atrás de mim e sorri, olhando para Daniel, que estava atônito com a minha reação.
"Eu até 'pegaria' você, Daniel, mas é uma pena que já tenha um imbecil que eu chamo de namorado. Além do mais eu só namoro lindos imbecis e acho que você tá longe de ser um desses." sorri e o garoto quase morre de tanta raiva.
Edward não parava de gargalhar, enquanto eu sorria cinicamente, olhando para todos os babacas sentados na mesa.
"Você poderia ter ficado sem essa, Daniel." Edward falou, ainda no meio do seu ataque de risos.
De repente, Jessica se levantou e veio em minha direção, seus olhos grudados nos meus.
"Ora vejam. Ela pode não ser sapatão, mas na certa é uma galinha de marca maior. Tome cuidado, Edward, em breve é capaz de você ganhar um belo par de chifres." comentou venenosamente.
Edward parou de rir e olhou para Jessica, sério.
"Jessica, dobre essa sua língua..." não deixei que ele terminasse a frase. Nessa hora eu já tinha pulado no pescoço daquela jararaca e lhe aplicava alguns tapas naquela cara toda maquiada.
"Sua vadia, galinha é a sua avó!" rosnei, enquanto puxava o cabelo de Jessica, que esperneava, tentando me arranhar com as unhas bem cuidadas.
"Eu te odeio Isabella Swan!" Jessica gritou, enquanto cravava suas unhas no meu rosto.
Urrei de raiva por ela ter tido a ousadia de me ferir e fei-lhe mais dois tapas na cara, mas parei ao sentir duas mãos forte me puxando para longe de Jessica.
Bufei de raiva ao perceber que Edward já me afastava de Jessica e comecei a me debater em seus braços.
"Me larga, Edward, ou então vai sobrar para você!" ameacei, meu rosto muito vermelho por conta da fúria.
Jessica gargalhava, enquanto se levantava, sendo aparada pelas amigas. Devo admitir que ela era corajosa.
Chutei a perna de Edward e tentei me livrar dele, mas ele foi mais rápido que eu, me colocando no colo, me levando à força para fora do refeitório.
Xinguei até a décima geração de Edward, enquanto era levada refeitório afora.
"Eu juro que ainda acabo com a tua raça, Stanley." rosnei, enquanto socava as costas de Edward, urrando de ódio.
Jessica apenas sorriu,sarcástica, enquanto era bajulada pelos seus amigos idiotas.
Edward agora me carregava para próximo dos vestiários da escola e eu ainda esmurrava suas costas com raiva.
"Me deixa descer, Edward." ordenei, minha cabeça já doendo de tanto ficar abaixada.
"Não até nós chegarmos." revidou e abriu a porta de um vestiário, socando-a com força.
Eu vi que Edward procurava o lado onde ficava os chuveiros do vestiário e quando eu menos esperava ele me colocou no chão, me olhando com raiva.
"Precisava perder a cabeça daquele jeito, Bella? Você estava indo tão bem colocando-os nos seus lugares, mas não, tinha que terminar na base da porrada." ralhou e eu bufei de raiva.
Fechei os olhos e enterrei as unhas nas palmas, tentando conrtolar a fúria que corria sob minhs veias, me fazendo tremer.
"Edward, eu não quero perder a paciência com você, mas juro que tá sendo difícil me manter calma. Foi você quem quis me exibir para aqueles panacas e agora quer que eu finja ser uma pessoa que não sou, só para agradá-los?" despejei tudo rapidamente, ainda tomada pela fúria. "Sinto muito mas assim não vai dar certo."
Edward soltou um longo suspiro e depois me encarou:
"Eu nunca quis que você fingisse algo, Bella. Eu só queria que você se desse bem com os meus amigos." passou as mãos pelos cabelos cor de bronze, visivelmente desconfortável.
"Amigos, Edward? São aqueles otários que você chama de amigos? Pelo amor de Deus, só você mesmo para andar com aquele tipo de gente." comentei, minha voz ainda alterada pela raiva.
Edward me olhou sério e murmurou:
"Olha aqui, Bella, eu nunca critiquei os seus amigos malucos, então não critique os meus."
Meu rosto fervilhou ao ouvir aquilo e eu disparei, ríspida:
"Edward, você é um frouxo! Não sei como consegue se submeter a esse tipo de tortura, tudo em nome de status e bajulação. É ser idiota demais para pensar que fama é tudo!" Voltei meus olhos para seu rosto e percebi a coloração avermelhada de fúria ganhando espaço.
Antes que eu desse conta, senti as mãos de Edward me empurrarem com força contra uma parede, subitamente com raiva.
"Frouxo, Bella? Frouxo? Vou te mostrar quem é o frouxo por aqui." sua voz estava mais rouca, reflexo da fúria contida em seu timbre e logo em seguida,capturou minha boca em um beijo colérico.
Gemi com a profundidade do beijo, mas deixei ser envolvida por aqueles lábios, a língua já abrindo caminho para dentro da minha boca, me transformando em um ser irracional. Eu o abracei e inalei a fragrância perturbadora que brotava de cada poro da pele macia de Edward, quase enlouquecendo.
Edward agora passava as mãos pelas minhas costas, chegando a tocar na curva do meu bumbum. Gemi alto, enquanto ele aprofundava o beijo. Já o puxava para mais perto de mim, acariciando a sua nuca, puxando os cabelos rebeldes, ganhando como resposta uma mordida nos lábios.
Edward já tinha as suas mãos embaixo da minha blusa, seu toque quente me arrepiando quando ele tocou minha barriga. Assustada com o toque ousado, me afastei, ofegante. Mas Edward não estava disposto a parar, ele já descia os lábios pelo meu pescoço, dando pequenas mordidas na pele delicada, me deixando maluca, a cabeça dando voltas e mais voltas, os pulmões reclamando a falta de ar.
O fôlego que eu não tinha foi embora de vez quando senti as mãos firmes subindo pela minha barriga, roçando de leve no meio das minhas costas. Tentei impedir, mas Edward foi mais rápido e passou a acariciar meus seios, por cima do sutiã.
Quase surto com o toque dele, minha cabeça rodopiava, assustada e excitada. Nunca sequer imaginei sentir aquele tipo de sensação que ele estava me proporcionando. Céus, o que estava acontecendo, por que eu estava deixando que ele me tocasse daquela forma?
Edward voltou a me beijar na boca, mordendo meus lábios com força, em alguns momentos eu pensei que ele fosse arrancar a pele sensível da minha boca. E de repente ele se afastou, ofegante, seus olhos azuis pegando fogo.
"Nunca mais me chame de frouxo." rosnou e retirou as mãos de dentro da minha blusa.
A raiva voltou a crescer dentro de mim e sem pensar eu o esbofeteei.
"E você nunca mais me trate como uma qualquer." devolvi, ainda ofegante por conta do beijo, do amasso quente e da fúria.
"Então nunca mais se comporte como uma!" bufei e tentei lhe dar mais um tapa, mas ele me segurou e voltou a me beijar devastadoramente. E eu perdi a razão naqueles lábios tentadores de Edward.
Alguns minutos depois ele se afastou de mim, nossas respirações ainda muito irregulares.
Edward me olhou, silencioso e passou as mãos pelo meu queixo, acariciando-o com a ponta dos dedos, de os olhos e expirou o ar de forma sonora, os cabelos em completo desalinho caía na testa, encostando nas sobrancelhas, agora unidas.
"Me desculpe, eu expus você ao ridículo, mas juro que não foi a minha intenção. Realmente queria que você se desse bem com os meus amigos." sussurrou e eu percebi que a raiva já se acalmava dentro de mim.
Decidi parar de bancar a criança mimada e sibilei:
"Tudo bem, eu fui meio rude. Não deveria ter caído nas provocações daqueles idio.. digo, dos seus amigos."
"Preciso pedir desculpas pelo amasso também?" perguntou, erguendo os olhos, me fazendo arfar instantaneamente.
"Cala a boca!" revirei os olhos e Edward gargalhou alto.
"Então, estamos bem?" perguntou e eu sorri.
"Nossa primeira briga. E a nossa primeira reconciliação."comentei e ele sorriu, me puxando em um abraço sufocadoramente carinhoso.
"Prometo não forçar mais as coisas com você. E eu juro que vou parar de andar com aquele povo. Acho que você tem razão, não vale a pena pagar um preço tão alto em troca de popularidade." sibilou, acariciando meus cabelos.
"Não quero que você faça nada pensando em mim, Edward. Se você gosta daqueles babacas, eu posso conviver com isso, só não me peça para conviver com eles também." murmurei, soltando um longo suspiro.
"Bella, nada mais me interessa quando você não está por perto. Então, se for para eu ficar com você por mais tempo, até aturo o tal nerd hippie do Newton." falou e eu sorri, passando as mãos pelo seu rosto, acariciando a face de traços perfeitos. Seus olhos brilharam intensamente quando eu contornei a curva do maxilar marcante.
"Nada de brigas, então?" perguntei e ele sorriu,beijando a palma da minha mão.
"Nada de brigas. Apenas beijo, amor, com você eu quero apenas beijos." sussurrou, já me puxando para si, me fazendo enlouquecer com aqueles lábios maravilhosos. Ele sabia exatamente como me fazer perder o juízo.
Edward me levou para casa assim que as aulas terminaram. Ele ficou me enchendo a paciência com isso o resto das aulas, até que eu desisti e deixei que ele me levasse naquele estúpido carro importado que eu tanto odiava.
Alice estava trazendo minha picape, logo atrás do Volvo de Edward. Ao chegar à minha casa, ele me encarou e perguntou:
"Quando é que eu vou ser apresentado oficialmente ao Chefe Swan,Bella?" revirei os olhos diante da pergunta e soltei um suspiro longo e exasperado.
"Edward, nós mal começamos a namorar, então, por favor, me dê um tempo, me deixe pelo menos curtir o nosso namoro sem que Charlie saiba e fique empatando tudo." sibilei e ele riu, mostrando seus dentes perfeitos.
"Tudo bem, tudo bem, mas só por tempo, ok? Ainda quero que Charlie saiba que eu sou seu namorado." comentou e eu sorri, irônica.
"Com medo do chefe de polícia, Edward? Imagine a cara que meu pai faria se me visse dando uns amassos com você." gargalhei diante da idéia. Foi a vez dele revirar os olhos, entediado.
"Não é certo eu sair com você sem que todos saibam que estamos namorando." falou, muito formal.
Me encostei na parede da frente da minha casa e não contive o riso. Dá acreditar que aquela frase tinha sido dita por um adolescente de 17 anos?
"Edward, às vezes acho que você foi tele transportado de algum lugar do século passado. Você chega a ser absurdo!" Ele me olhou sério e eu ri mais ainda.
"Bella, o que tem de mal em ser um pouco responsável?" perguntou, amuado e eu o encarei, tentando conter as risadas que coçavam minha garganta.
"Não tem nada de mais, Edward." quase engasgo com uma gargalhada mal contida ao dizer aquilo e recebi um olhar fulminante como resposta. Mordi o canto da boca e baixei a cabeça tentando não rir. Edward se aproximou de mim e me obrigou a encará-lo, os olhos de um azul profundo me deixando completamente tonta.
"Eu quero fazer as coisas do jeito certo com você, Bella. Quero que tudo corra da maneira correta." murmurou, acariciando o meu rosto com carinho.
Senti o mesmo calor de sempre percorrer meu corpo assim que ele me tocou, me deixando vulnerável imediatamente.
"Obrigada. Eu sei que eu sou uma garota de sorte." sibilei, não mais rindo, e o rosto dele se iluminou em um sorriso maravilhoso, sorriso esse que tirou meu ar.
"É, eu sei que sou demais." brincou e depois caiu na gargalhada quando eu fiz uma careta, exasperada.
"Tava demorando para você começar." murmurei e ele me abraçou com força, meu corpo colado ao dele, me fazendo corar.
"Eu adoro te ver assim, sabia? Amo o modo como você fica vermelha só de eu olhar para você." sussurrou, sua boca bem próxima ao meu ouvido, me causando arrepios.
"Edward eu..." não completei a frase, pois no instante seguinte, senti minha boca sendo capturada em um beijo doce, que logo se transformou em algo mais profundo, me fazendo gemer a medida que a língua dele adentrava a minha boca.
Ouvi um ruído ao fundo, um som muito distante, mas depois o ignorei, mais concentrada do que nunca no modo como Edward me beijava.
De repente, fui separada de Edward com força e olhei ao redor, completamente atordoada. Alice nos encarava muito séria, as mãos na cintura, seus olhos passavam por mim e por Edward alternadas vezes.
"Meu Deus, será que vocês não se desgrudam um minuto que seja? Tá ficando constrangedor isso. Daqui a pouco vou começar a pensar que é melhor mandar vocês para um motel, pra ver se isso para um pouco!" sibilou e Edward caiu na gargalhada, me deixando mais sem graça do que nunca.
"Pulguinha, você é hilária!"
Alice fez uma careta das feias e depois se voltou para mim, ignorando o comentário do irmão:
"E aí, pronta para nossa conversa?" perguntou e eu soltei um suspiro pesado, visivelmente contrariada.
Edward percebeu o meu desconfoto e perguntou:
"Que conversa é essa, Alice?"
"Não se mete onde não é chamado,Edward, o assunto é entre mim e a Bella. Vaza daqui agora!" sibilou, mandona. Não pude deixar de rir ao ver a forma como aquele toquinho de gente se portava diante de Edward. Alice adorava enfrentar o irmão.
Edward soltou um suspiro alto, a boca retorcida de desgosto: "Vejo você mais tarde?"
"Claro, até mais então." Se aproximou e me beijou ternamente nos lábios, com Alice revirando os olhos, cansada do meu grude com Edward.
Ele sorriu, ignorando Alice e murmurou, sua boca ainda colada à minha.
"Já sabe, não é? Amanhã é dia de eu levar você à escola." se afastou e eu funguei, derrotada.
"Já que não tem outro jeito."
Edward me fez prometer que em alguns dias da semana ele me daria carona até à escola. Ele sorriu e depois se dirigiu até seu carro importado, me deixando sozinha na porta de casa, com Alice do meu lado, me encarando curiosa.
"Pronto, agora que seu grude já foi, você vai me contar tudinho sobre esse seu namoro relâmpago com Edward." ordenou e eu suspirei, derrotada. Seria uma longa tarde de interrogatórios.
Assim que fechei a porta da sala, Alice se jogou no sofá, me encarando atentamente.
"Muito bem, vamos começar. Quando foi que surgiu essa sua paixonite pelo meu irmão que eu não percebi? Que parte da história de vocês eu perdi?" falava rapidamente e era quase impossível acompanhar o seu ritmo.
"Alice, eu.. " me interrompeu e eu soube que ela comandaria o rumo daquela conversa.
"Como de uma hora para outra você passa de inimiga mortal à namorada do Edward? Eu fiquei completamente besta quando ele me pediu para falar com você sobre a festa dele. No começo achei que ele... " Foi a minha vez de interrompê-la, meio perdida com o rumo que a história tomava.
"Peraí, você sabia que ele ia aprontar aquilo?" perguntei, encarando-a incrédula.
"Mas é claro que eu sabia, bobinha! Edward me pediu para ser o cupido dessa história toda e eu aceitei na hora. Mas no começo pensei que fosse alguma brincadeira de mal gosto que o meu irmão estava aprontando. Só me toquei que era sério quando ouvi Esme falando que Edward estava obcecado por você."
"Alice, por que você não me contou o que ele estava aprontando?" perguntei, alterada. Alice teria poupado tanto tempo e sofrimento para mim, já que se eu soubesse que Edward estava gostando de mim, teria ido atrás dele.
Ah, mas quem eu estava querendo enganar? Eu nunca fui corajosa a esses níveis!
"E você acha que eu iria estragar a surpresa do meu irmão, Bella? NUNCA!" sorriu e depois continuou: "Quase surtei quando ele fez aquela declaração. Edward sabe mesmo conquistar uma mulher."
Sorri, abobalhada e ela gargalhou ao me encarar:
"Bella, você precisa se olhar no espelho. Só falta babar quando ouve o nome do meu irmão!Realmente essa relação vai fundo."
Eu a olhei, sem graça e falei:
"Alice, eu sempre fui apaixonada pelo seu irmão. Sempre. Mas acho que passei a minha vida toda escondida naquela história de inimigos por medo de achar que não era boa o suficiente para ele."
Alice me olhou, sorrindo como se tivesse feito uma grande descoberta:
"Sabia que a sua picuinha com o Edward era pura fachada. Eu sabia que você gostava dele, bastava ver como você ficava toda nervosinha quando ele te provocava. Vocês dois, hein? Ao melhor estilo entre tapas e beijos." brincou, me empurrando com o ombro e depois soltou uma risada alta, se divertindo com a minha cara.
"Pode zoar, Alice. Duvido que você vá achar alguma graça quando se apaixonar. Vai ficar babona assim como eu." sibilei, mal humorada.
Alice revirou os olhos e depois suspirou:
"Acho que eu vou demorar a me apaixonar outra vez." colocou a mão no queixo, meio entediada.
Peraí, outra vez? Não deixei essa passar.
"Como assim outra vez, Alice? Desde quando você está apaixonada?" perguntei e ela me olhou assustada, ao perceber que tinha sido pega em flagrante.
Não mandei ela ser linguaruda, mandei?
"Ah, Bella, esquece isso! É só maluquice da minha cabeça." falou, meio chateada.
Mas era claro que eu não ia esquecer, não ia sossegar até que ela falasse. Era bem melhor a conversa ter virado para ela mesmo e eu não ia deixar que voltasse para mim.
"Nada disso, pode começar a falar agora. Quero saber quem é e quando foi que aconteceu." murmurei e percebi seus olhinhos girarem, em sinal claro de desconforto.
"Jasper Hale, ele tá no ultimo ano, mas é de outra turma, talvez você nem o conheça..." falou e eu a encarei, incrédula.
"Você está apaixonada pelo Jasper, o nerd do terceiro ano B?" perguntei, ainda não conseguindo acreditar.
Alice me olhou com repreensão, como se eu a tivesse ofendido.
"Ele não é nerd, só é um garoto muito estudioso." defendeu e eu comecei a rir, me divertindo com o seu jeito desconfortável. "Tá, tá, ele é um nerd sim, mas e daí? Você se apaixonou pelo Edward, o babaca que você vivia querendo chutar o traseiro."
Eu a olhei séria agora, antes de sibilar:
"Não fale assim do seu irmão, Alice. Edward é idiota sim, mas só quem pode chamá-lo assim sou eu!"
Alice rolou os olhos enquanto ria e logo eu me vi acompanhando-a nas risadas, que logo se tornaram gargalhadas sonoras.
"Você e o meu irmão, hein? Quem diria." comentou, enxugando as lágrimas que surgiram por conta do ataque de risos.
Blancei a cabeça, concordando.
"Quem diria."
"Eu estou adorando ter você como minha cunhada." Alice murmurou e eu fiz uma careta, fazendo com que ela risse ainda mais.
"E você e o nerd, quando é que vão se acertar?" perguntei e ela franziu o nariz salpicado de sardas, desgostosa.
"Quem sabe um dia?" Alice deu de ombros, evasiva.
Ficamos um bom tempo ali na sala, conversando amenidades, tirando sarro uma da cara da outra, como sempre fazíamos.
Algum tempo depois a campainha tocou e eu me levantei, indo atender a porta. Levei um susto ao ver Edward parado, me encarando.
"Aconteceu alguma coisa?" perguntei, confusa.
Ele me olhou, mais confuso do que eu, enquanto respondia:
"Bella, eu disse que viria visitar você mais tarde. Já são quase 6 da tarde." Não consegui deixar de arregalar os olhos, atônita. Alice falava demais e me fazia perder a noção do tempo.
"Alice ainda está aqui comigo, Edward." murmurei e ele revirou os olhos, exasperado.
"Alice não larga do seu pé." resmungou, no exato momento que a irmã aparecia, se colocando ao meu lado.
"Eu ouvi isso, Edward." Alice sibilou, fazendo uma careta para o irmão.
"Alice, agora é a minha vez de dizer para você: Vaza daqui!" Edward puxou o cabelo espetado da irmã de leve e eu não consegui conter a risada, me divertindo com o comportamento dos irmãos.
Alice lançou um olhar mortal para Edward e, bastante contrariada, sibilou:
"Até mais, Bella."
"Pode levar o meu carro se você quiser, Alice." falei e ela sorriu, me olhando.
"E por um acaso você estava achando que eu ia a pé?" Como se eu não conhecesse aquele serzinho que parecia ser feito de nitroglicerina pura!
Assim que ficamos a sós, Edward se voltou para mim, com um sorriso cínico nos lábios.
"Podemos conversar agora?" perguntou e eu dei um longo suspiro, me sentindo cansada.
E lá ia eu encarar outra sessão de interrogatórios naquela tarde.
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