28 fevereiro 2012

HELL CALLED EDWARD CULLEN - CAPÍTULO 22

Boa noite pervinhas!! Parece que os pais do príncipe e da nossa Princesa não gostaram muito da notícia do casamento.. Como será que eles resolverão essa questão? Adianto não será nada muito pacato... Ótima leitura!

Autora: Cella
Classificação: Maiores de 18 anos
Categoria: Saga Crepúsculo
Personagens: Bella Swan, Edward Cullen, Ement Cullen, Rosalie....
Gêneros: Romance
Avisos: Sexo

CAPÍTULO 22 - A fuga.
BPOV
"E aí, será que vão me dar a honra de organizar o casamento de vocês?" eu já tinha perdido as contas de quantas vezes Alice tinha feito essa pergunta na última meia hora.

Ela definitivamente tinha surtado com o pedido de casamento de Edward.
"Alice, minha querida irmã, será que dá pra você parar quieta e deixar um pouco de entusiasmo para mim e Bella?" Edward sibilou enquanto nós andávamos lentamente pelo jardim. Minha mão estava entrelaçada a dele e o anel de noivado reluzia à luz das luminárias espalhadas pelo caminho. Suspirei de felicidade.
"Tia Esme vai enlouquecer com tudo isso!" Alice murmurou ignorando o comentário de Edward.
Ao ouvir o comentário de minha amiga eu estanquei no meio do jardim – completamente surpresa – e me voltei para Edward.
"Sua família não sabe disso?"
"Não, Bella, eu queria que você fosse a primeira a saber do pedido, afinal, você era parte mais interessada nesse assunto." ele falou como se aquilo fosse algo super natural.
"Mas como Edward? Como você pôde tomar uma decisão dessas sem o consentimento dos seus tios?" minha voz saiu um pouco mais alta do que o normal.
Eu estava meio nervosa com aquela notícia inesperada; não era um bom sinal o fato de Esme e Carlisle ainda não saberem sobre o pedido de casamento de Edward.
"Sou maior de idade, Bella. Posso muito bem tomar decisões a respeito da minha vida." Edward me encarou muito sério e um tanto quanto aborrecido. Girei os olhos e bufei de cansaço.
"Sei disso, Edward, mas não quero ter problemas com a sua família. E se eles não aceitarem o nosso casamento?" Deus, a palavra casamento ainda me causava arrepios.
"Não estou nem um pouco interessado no que meus tios vão pensar sobre isso, Bella. Já tomei minha decisão e você concordou com ela. Isso é o que me importa. Se eles não quiserem participar do nosso casamento, eu tenho um plano B!" ele murmurou quando nós recomeçamos a andar.
Alice nos olhava com atenção, esperando o momento certo para se intrometer. O problema era que aquela pulga hiperativa sempre escolhia as piores horas para fazer isso.
"Plano B?" Alice perguntou, externando meus pensamentos.
"Vegas!" um sorriso malicioso surgiu nos lábios de Edward e eu lutei para não deixar meus olhos rolarem nas órbitas outra vez.
Ele só podia estar brincando comigo, não é?
"Claro, Vegas! Nossa, ia ser tão legal vocês dois fugindo para irem casar em Vegas. Que tudo!" Alice exultou e eu enruguei o nariz com força para mostrar o quanto aquele papinho entre os dois não estava me agradando em nada.
"Vegas, Edward? Você ficou maluco? Acha que eu vou aceitar casar em Las Vegas? NUNCA! Eu quero um casamento como manda o figurino!" Charlie mal iria aceitar um casamento tradicional, imagina um casamento em Vegas.
Oh meu Deus, meu pai iria pirar quando descobrisse sobre o pedido, ou melhor, ele iria enlouquecer quando soubesse que eu já havia aceitado me casar com Edward.
"Também quero, amor, mas se nossas famílias nos causarem problemas, nós teremos que ir para Vegas!" Edward retrucou e eu soltei um suspiro pesado. Não estava gostando nada das possibilidades que agora surgiam à minha frente.
"E eu vou com vocês." Alice decretou com entusiamo. Sério, como será que se delisgava uma pulga infernal como aquela?
"Vai querer ir na lua de mel também, Alice?" ironizou Edward e Alice parou um segundo, fingindo considerar.
"Se a lua de mel for em Milão eu vou!" respondeu com uma gargalhada e Edward a encarou com uma careta irritada.
Irmãos, argh!
"Milão está fora de cogitação." será que eles não percebiam que havia coisas muito mais importantes a se pensar naquele momento?
"Meu pai, Edward! Charlie nunca vai concordar com essa história de casamento." mudei o rumo da conversa afim de fazê-los enxergar a realidade.
Céus, como eu tinha sido precipitada ao aceitar o pedido de Edward!
Senti meu corpo rapidamente tensionar ao imaginar como seria a reação de Charlie. Eu estava muito ferrada. Pior, poderia me considerar morta e enterrada. Oh merda, olha só onde eu fui me meter!
"Você confia em mim, Bella?" Edward disperçou meus devaneios ao segurar meu rosto entre as mãos. Os olhos azuis brilharam com confiança ao encontrarem os meus.
"Sim, mas-"
"Sem 'mas', amor. Só confie em mim." era impossível não acreditar nele quando eram seus olhos que falavam.
"Vamos contar para meus tios agora, amanhã conversaremos com Charlie." ele sibilou quando nós subimos as escadas que davam acesso à entrada da casa dos Cullen.
À nossa frente Alice dançava euforicamente, sustentando no rosto um sorriso exultante. Como aquele toquinho de gente guardava tanta energia dentro de si? Mistérios do universo.
"C-contar... Vamos contar agora?" hesitei como a grande covarde que era.
"Sim." Edward tentou me puxar, mas eu fui firme ao plantar os pés no chão. Àquela altura minhas pernas chacoalhavam de nervosismo.
"Assim? Agora?" perguntei e mordi meu lábio inferior denunciando o quanto estava com medo do que viria a seguir.
Edward percebeu o pânico instalado em meu rosto e jogou os braços ao redor do meu corpo, esmagando-me contra seu peito forte. Meu nariz pairou alguns instantes junto ao pescoço masculino e eu inalei profundamente o cheiro delicioso que exalava de cada poro da pele dele.
Perdi o raciocínio rapidamente.
"Confie em mim, amor. Vai dar tudo certo." ele sussurrou no meu ouvido e deixou os lábios descansarem em uma das minhas têmporas. Do que estávamos falando mesmo?
Edward enjaulou meus dedos entre os seus e conduziu-me até a entrada da casa em que morava com a irmã e os tios. E por falar em tios... Esme e Carslile estavam na sala, conversando animadamente sobre algum assunto que eu não fazia ideia do se tratava. E para falar a verdade, não me importava nem um pouco também.
"Como foi o jantar, queridos?" Esme perguntou sorrindo, assim que entramos na sala.
"Ótimo, tia Esme, a comida e todo o resto estavam perfeitos." Edward murmurou e apertou minha cintura quando me sentiu tremer.
Meus joelhos estavam fraquejando. Eu literalmente estava tremendo nas bases. Oh droga!
"Bella, você gostou do seu presente de aniversário?" Carlisle quis saber.
" Ela gostou ainda mais do segundo presente de Edward, tio!" Alice pulou na frente e me impediu de responder.
Meu corpo inteiro reagiu diante da expectativa. Era chegada a hora da verdade.
"Segundo presente? Que segundo presente?" Esme nos fitou com curiosidade e Edward fuzilou Alice com o olhar.
Eita boca grande que aquela pulga tinha!
"Tio e tia, vocês sabem que eu os tenho como meus pais verdadeiros. E por isso resolvi não adiar mais essa notícia." E lá vem bomba. Que Deus nos ajude, eu realmente gostaria de viver até o dia seguinte. "Quero comunicar que pedi Bella em casamento e ela aceitou." senti os olhos fecharem de pura reação ao medo que me consumia com força.
Um silêncio supulcral tomou conta da sala e eu enfim mandei a covardia pra longe e voltei a olhar ao meu redor. Definitivamente não esperava aquele tipo de reação dos tios de Edward.
Ué, onde estavam os gritos, esporros e condenações sobre o que acabaram de tomar conhecimento? Droga, será que ninguém percebeu o quanto eu odeio aquela ausência de som assustadora?
E então um grande barulho foi ouvido na sala muito quieta. O som de algo se despedaçando no chão. Uma taça de vidro? Sim, uma taça de vidro espatifada no chão. Esme a tinha derrubado.
Oh Céus, finalmente uma reação! Oh merda, aquela era uma péssima reação!
Olhei para Edward e notei que ele tinha a atenção inteiramente voltada para os tios, que estavam atônitos.
Meu Deus, se Carlisle e Esme estavam assim, imagine quando eu fosse contar para Charlie. Terceira Guerra Mundial à vista!
"Tia? Tio?" Edward chamou, mas não houve resposta. Eles estavam praticamente catatônicos.
"Vegas, Bella! Vocês vão ter que ir pra Vegas. Tia Esme e tio Carlisle morreram de susto!" Alice sussurrou em meu ouvido e eu me voltei para encará-la, muito mais assustada e chocada do que antes.
Impressão minha ou o oxigênio daquela casa tinha sido cortado? Liguem para o 911, eu não consigo respirar!
"C-casamento? Como assim casamento?" a voz macia de Esme saiu um pouco mais histérica, mas eu não consegui evitar um suspiro de alívio. Por um momento tinha pensado que os tios de Edward tinham mesmomorrido de susto.
"Casamento de casamento, tia. Quando duas pessoas se amam, elas namoram e depois, se tudo dá certo, elas resolvem se casar. Não foi assim com você e Carlisle?" Edward murmurou muito calmo.
Meu Deus, como ele podia ficar calmo daquele jeito, quando eu parecia um chocalho, tremendo descontroladamente?
"Vocês só têm 18 anos, Edward! Como acham que podem casar desse jeito, às pressas, a não ser que-" Esme parou no meio da frase e seus lindos olhos verdes se arregalaram enquanto ela apertava a mão de Carlisle com força.
"Não me diga que a Bella está grávida?" Carlisle questionou ao ver Esme prestes a desmaiar no sofá.
A risada que saiu da minha garganta foi histérica e desesperada. Todos se voltaram para mim, inclusive Edward. Tentei – em vão – me acalmar.
"Claro que ela não está, tia. Que ideia!" Edward bufou e precisou apertar meu corpo contra o seu com mais força. Agora quem estava prestes a desmaiar era eu. "Será que nós não podemos nos casar pelo simples motivo de nos amarmos?"
"Edward, filho, essa é uma decisão muito importante, vai afetar e muito a vida de vocês. Para sempre." Carlisle ponderou e se levantou para encarar Edward mais diretamente; Alice foi sentar ao lado de Esme, que estava muito nervosa.
"Vocês são duas crianças ainda, Edward. Como acham que podem tomar uma decisão tão precipitada dessa forma?" Esme disparou fitando Edward com um olhar cheio de mágoa. Droga, algo me dizia que as coisas não iam terminar nada bem.
"Tia, tio, Bella e eu somos grandinhos demais para saber o que é certo ou errado. E nós já tomamos a nossa decisão. Vamos nos casar, querendo vocês ou não."
Esme soltou um longo suspiro – meio derrotado, meio desolado – e se voltou para mim.
"Bella, querida, você tem certeza de que é isso que quer pra sua vida?" meu olhar imediatamente desviaram do rosto de Esme para se fixar em Edward.
Eu nunca conseguiria pensar em ficar longe dele e sabendo disso a decisão do casamento era mesmo a melhor opção para nossas vidas. Seria uma espécie de tudo ou nada. Era preciso arriscar.
"Sim, Esme. Edward e eu vamos mesmo nos casar." respondi sorrindo quando Edward me abraçou com carinho.
"Sou totalmente contra essa união!" Esme ergueu-se de repente, nos encarando furiosa.
"Esme, calma-" Carlisle tentou intervir, mas ela fez um gesto para que ele parasse.
"Carlisle, Edward está jogando fora um futuro brilhante. Como você acha que eu posso ficar calma com uma situação dessas?"
"Tia, posso muito bem construir o meu futuro do mesmo jeito de antes. Mas eu terei Bella ao meu lado." Esme tentou protestar, mas Edward a interrompeu. "E se você ou Carlisle ou qualquer um tentar interferir na nossa decisão, Bella e eu vamos para Vegas e casaremos lá, longe de todo mundo!"
"Isso, Vegas!" Alice pulou do sofá exultante. Ela era a única que estava achando aquilo perfeitamente normal.
"V-vegas?" Esme gaguejou como se não acreditasse no que tinha acabado de ouvir. Carlisle estava tão surpreso quanto a esposa.
"Já pensou, tia Esme, Edward e Bella casando em Vegas, tendo um padre vestido de Elvis cantando Love me tender no fim da cerimônia? Ai que tudo!" Alice abriu um grande sorriso e Esme fitou a sobrinha como se estivesse diante de um extra-terrestre.
"E você acha que vou permitir que meu sobrinho case nessas condições, Alice? NUNCA!" Esme decretou cheia de indignação e Alice deixou o corpo cair no sofá, totalmente frustrada.
"Mas é isso que irá acontecer se vocês não aceitarem meu casamento com Bella. Nós queremos fazer tudo conforme manda a tradição, mas se não cooperarem, iremos para Vegas!" ameaçou Edward.
Carlisle olhou para Esme e ela soltou um longo suspiro, rendida.
"Tudo menos Vegas, Edward! Se vocês querem casar, pelo menos casem da forma tradicional." será que eu havia ouvido direito? Aquilo era uma rendição, eles tinham concordado com o nosso casamento?
Encarei Edward por um bom tempo e ele apenas me lançou um dos seus sorrisos perfeitos.
"Não disse que você poderia confiar em mim?" eu o sentir soprar em meu ouvido e deixar um beijo quente na lateral da minha cabeça.
"Eu... eu ainda não acredito, Edward." murmurei com a voz alterada de ansiedade.
"Pois acredite, meu amor, muito em breve você será uma Cullen." ele riu ao me ver arregalar os olhos.
Não tinha nem pensado nisso. Uma Cullen... wow!
"Vem aqui, minha querida, me deixa abraçar você." Esme me chamou quando Edward foi abraçar Carlisle. "Oh Meu Deus, vocês são tão jovens..."
Sorri meio sem graça e murmurei:
"Não se preocupe, Esme, Edward e eu vamos ficar bem." como eu podia ter tanta certeza disso? Nem eu sabia.
Tudo que sabia era que eu estava começando a apreciar a ideia de me casar, mesmo sendo tão jovem ainda.
"Amiga, agora é oficial: você será minha cunhada!" Alice sibilou pulando em torno de mim enquanto Esme abraçava Edward e caía no choro, ainda não digerindo a ideia do casamento.
"Sua tia não está muito animada com isso." comentei com Alice.
"Ela vai sobreviver. Deixa só os preparativos da festa começarem." minha amiga sorriu e me lançou uma piscadela cúmplice.
Edward finalmente tinha conseguido se livrar de Esme e agora sorria na minha direção.
"É, a primeira etapa foi cumprida com sucesso, mas ainda falta uma. A pior de todas." ele falou assim que passou os braços ao redor dos meus ombros em um abraço esmagador, mas muito bem vindo.
Só de pensar à que ele se referia já sentia meu corpo inteiro tremer.
"Vocês não estão falando da lua de mel, estão? Estão com medo da lua de mel? Logo vocês que devem ter o Kama Sutra na ponta da língua!" Alice disparou e eu senti vontade de me enterrar.
Para sorte de todos, Carlisle estava muito mais preocupado em acalmar Esme para prestar à nossa conversa.
"Sua pulga irritante, quer pelo menos uma vez na vida ficar de bico calado?" Edward rosnou e Alice fez uma careta, como uma criança mal humorada.
"Se não é a lua de mel, então é o quê?" ela perguntou cruzando os braços em frente ao peito.
"Charlie!" Edward e eu falamos ao mesmo tempo.
Alice soltou uma risada alta e isso só aumentou ainda mais meu nervosismo.
"Isso, Alice, continue rindo das nossas desgraças. Um dia você vai passar pela mesma coisa, minha amiga." resmunguei agitada.
"Pretendo demorar um pouco com essa coisa toda, Bella. E até lá vou ser adulta o suficiente para que Esme e Carlisle não estranhem meu casamento. Agora vocês, bom vocês ainda vão sofrer. Charlie não será fácil de ser convencido." ela murmurou e Edward revirou os olhos de tédio.
"Oh Meu Deus, como você chegou à essa incrível conclusão, Alice?" ele ironizou e ela o ignorou, virando sua atenção totalmente para mim.
"Ainda dá tempo de vocês fugirem para Vegas. Charlie não vai aceitar isso de jeito nenhum." Alice comentou e eu soltei um longo suspiro.
"Nada disso, Ali, Vegas já está fora dos nossos planos. Bella e eu iremos casar na igreja, como manda a tradição." Edward respondeu antes mesmo que eu conseguisse abrir a boca. Que saco, por que as pessoas adoram falar por mim?
"É, Edward-" os olhos azuis imediatamente se fixaram em meu rosto e eu cocei a cabeça meio desconfortável.
Talvez Vegas fosse uma opção a se cogitar, considerando a realidade da situação.
"Não me diga que você está pensando em-"
"Alice tem razão, Edward, Charlie nunca vai aceitar isso!" expliquei e ele fez um festo negativo com a cabeça, discordando do que eu tinha acabado de dizer.
"Não dê ouvidos a essa pulga que dizem ser a minha irmã. Ela não sabe de nada. Vamos convencer o Chefe Swan de que isso é pela nossa felicidade. Ele ama você e vai aceitar. No começo pode estranhar, como meus tios, mas tudo vai dar certo." engoli em seco e tentei me agarrar àquelas palavras de Edward. Realmente convencer Charlie a me deixar casar tão cedo seria uma coisa praticamente impossível, mas precisava manter o pensamento positivo e ir em frente.
"Eu.. eu acho que você tem razão, amor. Vamos tentar." murmurei tentando parecer firme em minha decisão. Por dentro eu estava tendo um ataque de histeria, a ponto de ter uma síncope e cair durinha no chão.
Edward sorriu e me beijou com carinho no rosto, voltando a me abraçar.
"Vai dar tudo certo, amor, confie em mim novamente, ok?"
"Aham."
"E se não der certo, ainda tem Vegas." Alice completou, fazendo Edward revirar os olhos de exasperação.
"Cala a boca, pulga dos infernos!"
"Com o padre de Elvis.." ela o ignorou mais uma vez.
"Já mandei você calar a boca, Alice!"
"Cantando Love me Tender na saída..." ela continuou enquanto Edward se afastava de mim, começando a ficar irritado.
"Você é surda ou o quê, seu projeto de gente?" ele perguntou ao segurá-la pelos braços.
"Love me tender, love me sweet, never let me go…" Alice cantou e eu notei o quanto o rosto de Edward ficou vermelho de raiva.
Gargalhei com vontade quando vi Edward tentando conter a euforia de Alice, que parecia incansável na arte de irritar o irmão.
Mas Alice estava certa. Se nada desse certo, ainda tínhamos Vegas.
A ideia de casar com Edward, com um padre vestido de Elvis cantando "Love me Tender" nunca pareceu tão atraente quanto naquele momento.
[...]
EPOV
"Pronto, a princesa está entregue em seu castelo." sibilei assim que estacionei o carro em frente à casa de Bella.
Ela me deu um sorriso tímido e depois desafivelou o cinto de segurança. Notei que seus olhos estavam sérios ao me encarar.
"A princesa aqui está muito cansada e sabe que amanhã o dia não vai ser fácil, não é mesmo, meu príncipe?" perguntou e eu acariciei seu rosto lentamente, meus olhos buscando os seus com vontade.
"Vai dar tudo certo, Bella. Nós estamos juntos nessa, esqueceu? Não vou deixar você dar a notícia a Charlie sozinha. Vou ficar ao seu lado." murmurei envolvendo uma das suas mãos entre a minha.
"Eu não sei, Edward. Meu pai é muito careta, alguma coisa me diz para manter cautela. E se ele não aceitar? O que nós iremos fazer?" aquela questão também me deixava temeroso.
Caso Charlie não aceitasse meu casamento com Bella, nós teríamos que fugir da cidade, como dois criminosos. Realmente não queria fazer isso.
"Não vamos falar de probabilidades, amor. Amanhã resolveremos essa questão. É só você ter calma." comentei e ela soltou um suspiro alto enquanto me fitava intensamente. Aqueles olhos marrons eram mesmo a minha perdição.
"Como você quer que eu fique calma, Edward? É a minha vida que está correndo risco, esqueceu disso? Se caso Charlie não aceitar esse casamento, você irá para Harvard sozinho e eu ficarei aqui." issojamais ia acontecer. Ficar longe dela estava totalmente fora de cogitação.
Segurei seu rosto entre minhas mãos e ela se voltou para me fitar.
"Ponha uma coisa na sua cabeça, minha linda namorada: só saio dessa cidade se for com você ao meu lado, sendo para ir para lua de mel ou para fugir para Vegas." afirmei e ela me abraçou com força, me beijando no rosto com carinho.
"Eu te amo." Bella sussurrou no meu ouvido e eu sorri antes de lhe beijar os ombros.
"Também te amo. Agora é melhor entrar, seu pai deve estar esperando você."
Bella revirou os olhos e depois comentou:
"Provavelmente Charlie deve estar dormindo no sofá, com o controle remoto em uma mão e uma lata de cerveja na outra." não pude me conter ao ouvi-la falar isso. Gargalhei alto.
"Então é melhor você entrar e mandar seu velho ir para cama." brinquei e ela mostrou a língua, me fazendo rir ainda mais.
"Boa noite." seu cumprimento foi seco.
Eu a segurei quando ela tentou sair do carro.
"E o meu beijo de boa noite?" perguntei sorrindo para ela.
Bella se aproximou do meu rosto e me deu um selinho nos lábios, meio contrariada. Eu a encarei, ainda segurando seu braço.
"Pensei que merecia mais por tudo que aconteceu na noite de hoje." falei cheio de malícia e ela finalmente rendeu-se. Não pude deixar de sorrir ao vê-la corada.
"Sempre fiquei me perguntando por que as garotas se jogam aos seus pés, amor. Você deveria parar de fazer isso com as pessoas, sorrindo desse jeito. Não culpo aquela inglesa idiota de ter se apaixonado por você. Você deixa as pessoas tontas." Bella confessou e eu pisquei várias vezes, confuso.
"Eu deixo as pessoas tontas?" questionei e ela sorriu acenando com a cabeça.
"Por que você acha que todas as garotas suspiram pelos corredores quando você passa, Edward? Você as deixa loucas com seu sorriso e esse seu cheiro." murmurou e automaticamente aproximou o rosto do meu, me fitando com um brilho tentador no olhar.
Era ela quem estava me deixando tonto naquele momento.
"Eu deixo você tonta?" perguntei fazendo com que ela se afastasse um pouco de mim.
"Com muita frequência." admitiu ela com um suspiro longo e meio distraído.
Sem perder tempo puxei seu rosto para junto do meu novamente e sem dizer uma palavra a beijei lentamente, obrigando-a a soltar um gemido baixo enquanto se agarrava ao meu pescoço apenas para aumentar a profundidade do beijo.
"Bella, minha Bella, você não sabe o quanto me tenta com esses seus olhos. Se não estivéssemos em frente à sua casa juro que repetiria o que fizemos no estacionamento da boate." sussurrei ainda com os lábios junto aos seus.
Ela sorriu e repousou a cabeça em meu ombro.
"Eu iria adorar." gargalhei ao ouvir aquelas palavras e passei as mãos lentamente em suas costas.
"E você ainda me acusa de deixar as pessoas tontas. Já viu o quão tentadora está hoje, meu amor?"
"Obra da sua irmã."
"Sabe que isso não é verdade. Você é tentadora demais, mesmo estando nua." comentei e fiz questão de deixar os olhso fixos no decote do vestido que ela usava. O corpo de Bella reagiu, deixando seus seios intumescidos. "Correção, principalmente quando está nua."
Bella corou violentamente e depois respirou fundo antes de murmurar:
"Dá para parar com essa conversa, Edward? Que horas você vem aqui amanhã?"
"Às 9, tudo bem?"
"Sim, a-acho que sim. Bom, até amanhã, amor." ela sibilou ao sair do carro.
"E o meu beijo de despedida?" perguntei quando ela se aproximou da janela do carro já do lado de fora.
"Mais um? Não, é melhor você ficar sem beijos por hoje. Não quero ser pega em flagrante transando com o meu namorado na porta de casa."
"Admita, ia ser excitante." sorri e dei uma piscadela.
Bella corou com força e depois deu um tapinha nas minhas mãos quando eu tentei puxar seu rosto para mais um beijo.
"Boa noite, Edward. Vá para casa e tome um banho frio." ela aconselhou e eu gargalhei enquanto ligava o carro.
"Digo o mesmo para você, amor. Até amanhã."
"Até."
"Me promete uma coisa?"
"Hum?" seus olhos pousaram nos meus com curiosidade.
"Tente dormir essa noite. E relaxe, vai dar tudo certo amanhã." sorri na tentativa de acalmá-la.
"Tudo bem, vou tentar." Bella passou as mãos pelos cabelos claramente nervosa.
Eu sabia que ela não pregaria os olhos naquela noite. Assim como eu também não.
O fato de ter que enfrentar Charlie no outro dia estava me deixando apreensivo, mas eu precisava me manter calmo, por mim e por Bella.
Sabia que seria uma missão quase impossível conseguir a aprovação de Charlie. E era por isso que o plano B já estava armado.
Se tudo desse errado no dia seguinte, no fim da noite, Bella e eu fugiríamos de Forks com destino à Vegas.
[...]
BPOV



Não consegui dormir mais do que duas horas naquela noite. E o reflexo da noite mal dormida estava bem ali em meu rosto, mais pálido do que nunca.

"Bells, o que aconteceu, querida?" Charlie perguntou assim que eu entrei na cozinha para buscar algo para me alimentar.
"Insônia, pai." me servi de um copo de leite gelado.
"Algum problema, Bella?" ele questionou enquanto bebia uma xícara de café.
Todos os problemas do mundo!
"Não, pai, foi só insônia mesmo." respondi bebendo um longo gole de leite.
"E como foi o jantar de ontem?"
Automaticamente escondi minha mão direita atrás das costas, me amaldiçoando por não ter tirado o anel que Edward me dera.
Ai merda!
"F-foi ótimo!" sibilei rezando para que Charlie não percebesse o nervosismo contido na minha voz. "Alice me deu uma coleção de cd's de rock maravilhosos." emendei enquanto me virava de costas para deixar o copo na pia.
"Que legal, querida! Alice é uma menina de ouro, sempre tão gentil. E ela sempre gostou de você, lembra? Alice era um grude só quando vocês eram crianças." Charlie comentou sorrindo para mim.
"É verdade. Eu amo aquela garota como se ela fosse minha irmã."
De repente a campainha tocou e eu dei um pulo, muito assustada. Eu sabia quem era.
A hora mais temida tinha chegado. E eu não poderia mais fugir daquele confronto.
"Eu atendo, pai." saí da cozinha como um jato.
"Bom dia, amor." Edward sibilou assim que abri a porta.
"O que faz aqui a essa hora, Edward?" encarei-o com desconfiança.
Foi a vez dele me encarar confuso.
"Que horas você acha que são, Bella?"
"Bells, quem é?" a voz de Charlie ecoou da cozinha e logo depois eu ouvi passos vindo na direção da sala. "Ah é você, Edward, como está?"
Edward entrou na sala e cumprimentou Charlie educadamente. Senti minhas pernas bambas diante do confronto que viria a seguir.
"Chefe Swan, será que poderíamos ter uma conversa?" Edward perguntou e entrelaçou minha mão na sua. Estava começando a tremer.
Charlie nos encarou por alguns segundos e depois sentou em sua poltrona favorita.
"Claro, Edward, o que aconteceu?" ele nos olhava intrigado e eu comecei a tremer descontroladamente.
"Chefe, não vou enrolar. Portanto, preciso comunicar ao senhor que eu pedi Bella em casamento e ela aceitou." Edward murmurou e eu baixei os olhos para o chão, sentindo meu coração querendo sair pela boca.
O silêncio esperado se fez presente. Edward acariciou as costas da minha mão enquanto eu respirava seguidas vezes tentando me acalmar.
Mas o silêncio durou mais tempo do que o necessário e eu tive que me obrigar a erguer os olhos para encarar meu pai.
Levei um susto ao olhar para Charlie e perceber que ele estava ficando roxo.
"Edward! Oh Meu Deus, você matou meu pai!" gritei correndo para o lado de Charlie apavorada.
"Pai? Pai?" chamei tocando em seus ombros.
Fiquei tonta com a reação de Charlie. No segundo seguinte ele já tinha partido para cima de Edward, segurando-o pela gola da camisa.
"Seu desgraçado, o que você fez com a minha Bella?" meu pai gritou bufando de ódio e impressou Edward na parede.
"Chefe Swan-"
"Você engravidou minha filha e agora quer casar com ela? Acha que vai consertar um erro com outro erro, seu bastardo?" Charlie gritou transtornado pela raiva.
"Pai, eu não estou grávida-"
"O que as pessoas vão pensar disso tudo?" ele ignorou meu comentário, ainda segurando Edward com força, meu namorado tentando em vão se livrar de Charlie.
"Pai, eu não estou grávida!" gritei ao segurá-lo pelo braço, tentando afastá-lo de Edward.
E parecia que minha reação tinha surtido efeito. A face de Charlie ficou mais tranquila e ele soltou Edward para se voltar para mim.
"Então por que isso, Bella?" perguntou me fitando com confusão no olhar.
"Porque eu amo o Edward e quero ficar com ele."
Charlie deu uma olhada para mim e para Edward e depois murmurou:
"Não!"
Eu olhei Edward e ele apenas apertou minha mão contra a sua.
"Chefe Swan, sei que o senhor acha que somos jovens demais, mas por favor entenda, Bella e eu nos amamos e queremos ficar juntos."
Charlie gargalhou alto, se voltando para encarar Edward. Havia ironia naquela risada, o que era estranho.
Eu nunca tinha visto meu pai agir com ironia.
"Vocês acham que se amam, meu rapaz, mas a verdade é que o existe entre vocês é apenas desejo. Logo que esse fogo todo cessar, vão perceber que nunca houve amor. E se casarem, como fica a relação de vocês depois disso tudo? Vão ter que se separar, por que não vão aturar olhar para cara um do outro!" Charlie explodiu furioso.
Eu sabia que ele passaria um sermão longo e tedioso.
"Pai, me escuta, eu amo o Edward, de verdade." tentei convencê-lo, mas ele não me deu ouvidos.
"E se vocês têm filhos nesse período? O que vai acontecer com a criança? Vão querer que ela seja criada longe dos pais, que não conseguem conviver no mesmo espaço por mais de trinta segundos? É isso que você quer para a sua vida, Bella? Então case, vá em frente e seja infeliz!" Charlie completou muito ríspido e eu senti meu coração oscilar dentro do peito.
Eu não queria que as coisas fossem daquele jeito.
Queria que Charlie me desse força, me apoiasse, aceitasse minha decisão, afinal eu já era maior de idade, poderia fazer o que eu bem entendesse.
Edward percebeu que eu tinha ficado magoada e me abraçou, esfregando as mãos por meus braços para tentar me acalmar.
"Nós temos conhecimento de que isso pode não dar certo, mas por favor, nos deixe pelo menos tentar, antes de fazer qualquer julgamento. Eu amo sua filha, ela é a mulher da minha vida e eu quero passar o resto dos meus dias ao lado dela." Edward tentou, mas Charlie balançou a cabeça em discordância.
"Vocês não sabem de nada sobre a vida, Edward. Ainda precisarão aprender muitas coisas e eu acho que um casamento na idade de vocês será uma experiência traumática demais."
A cada argumento de Charlie eu sentia minhas forças serem drenadas, me incapacitando de reagir.
"Pai, por favor, nos dê essa chance!" implorei, sentindo minha voz embargada por conta do choro.
"Sinto muito, Bella, mas já tomei a minha decisão. Você não vai casar tão cedo!" ele murmurou, já na porta da sala.
"Chefe Swan-" Edward tentou, mas logo Charlie o interrompeu.
"É melhor você ficar quieto, rapaz. Sabia que não deveria ter aceitado o namoro de vocês." meu pai resmungo enquanto eu soluçava abraçada a Edward. "Bom, é melhor você não estar mais aqui quando eu voltar, caso contrário, estará em encrenca." ele completou abrindo a porta da frente, já se dirigindo à saída da casa.
"Pai!" gritei chorando.
"Você está de castigo, Bella. E você, Edward, a partir de hoje não pisa mais nessa casa. Eu vou para a delegacia e não quero encontrá-lo aqui quando voltar." Charlie ordenou antes de bater a porta da sala com força.
Soltei um grito de dor e me lancei nos braços de Edward com força.
"Sabia que isso ia acontecer." solucei de encontro ao seu peito, molhando sua camisa branca com minhas lágrimas incontroláveis.
"Isso não vai ficar assim, Bella, não vou desistir de você." Edward sibilou decidido.
Me voltei para encará-lo, confusa.
"O que vai fazer?" perguntei ao vê-lo sacar o celular de dentro do bolso da calça.
"Suba e arrume suas coisas, somente o necessário para viajar. Vamos para Vegas agora." ele informou sem desviar os olhos da tela do celular.
Oscilei por alguns instantes, analisando o que aconteceria caso aceitasse aquela proposta.
"V-você tem certeza de que quer fazer isso?" ele fechou o telefone e me puxou em um abraço forte, enxugando as lágrimas que insistiam em cair dos meus olhos.
"Já disse a você que não vou embora de Forks se não levá-la comigo. Eu te amo, Bella e nada e nem ninguém vai me separar de você." sibilou e beijou meu rosto com carinho.
Soltei um suspiro forte e me agarrei em seus ombros, irrompendo em um choro descontrolado.
Eu não queria que as coisas fossem daquele jeito, realmente queria fazer tudo da maneira correta, mas meu pai não tinha me dado outra alternativa.
Não conseguiria viver longe de Edward, eu o amava demais.
E por conta disso eu me vi subindo as escadas, chorando silenciosamente enquanto corria para o quarto e tentava colocar o que precisava dentro da minha mochila. Não consegui terminar de arrumar minhas coisas por causa das lágrimas que me cegavam. Sentei na cama tentando acalmar o choro.
Não queria partir daquela forma, mas era a única coisa que Edward e eu poderíamos fazer, se quiséssemos ficar juntos.
"Você está pronta?" a voz de Edward ecoou na minha cabeça assim que ele adentrou o quarto.
Apenas balancei a cabeça afirmativamente, observando-o sentar na beirada da cama ao meu lado.
"Bella, você me perguntou se eu tinha certeza, agora eu pergunto a você a mesma coisa. Você tem certeza de quer mesmo fazer isso?" ele perguntou e eu me voltei para encará-lo.
"Sim, você sabe que sim." lancei meus braços em seu pescoço com vontade.
"Sei que isso é difícil, amor, mas é necessário." Edward murmurou me beijando na cabeça com carinho."Prometo que seremos felizes, Bella." ele me encarou com determinação, seus olhos azuis brilhando quando cruzaram com os meus.
Não seria capaz de duvidar dele em um só momento.
Eu o abracei e o beijei delicadamente nos lábios enquanto ele passava as mãos pelas minhas costas, me puxando para cima do seu colo.
Ficamos ali sentados por alguns minutos, ainda assustados e surpresos com a mudança que nossas vidas passariam a partir de agora. Nenhum de nós queria ir embora daquela forma, mas não havia outras opções.
Ou fugiríamos ou viveríamos infelizes para o resto da vida longe um do outro.
[...]
EPOV
"Vocês vão mesmo fazer isso?" a voz fina de Alice ecoou na minha mente, me fazendo encará-la meio confuso.
Estávamos em pleno Aeroporto de Port Angeles e Alice tinha ido levar algumas roupas para mim, já que Bella e eu tínhamos decidido que iríamos fugir.
Bella estava sentada ao meu lado e segurava minha mão com força; seus olhos a todo momento me questionavam, perguntando se aquilo era mesmo a coisa certa a fazer.
Não tinha dúvidas quanto a decisão tomada, minha vida não seria completa se eu não tivesse Bella ao meu lado. Aquilo poderia parecer loucura, mas era verdade.
Eu a amava e tinha plena convicção de que a amaria pelo resto da minha vida. E mesmo que isso não acontecesse, eu tinha que viver com Bella o nosso momento, o presente.
E esse presente nos dizia que tínhamos que ficar juntos enquanto o que nós sentíamos um pelo outro durasse.
"Charlie não aceitou o casamento, Alice, e é pouco provável que ele aceite. Você mesma disse isso. É melhor irmos para Vegas e resolvermos a nossa situação. Não se preocupe, em dois dias nos máximo estamos de volta."
Alice balançou a cabeça concordando e depois se voltou para Bella:
"Queria muito ir com vocês, mas isso só iria piorar as coisas para todos. Ainda sou menor de idade, por isso vou ficar aqui, mas saibam que eu vou torcer para que tudo certo lá em Vegas. Eu amo vocês." ela sibilou e Bella mordeu o lábio para não cair no choro.
Tudo aquilo estava sendo um fardo muito grande para ela, não era fácil ir contra o próprio pai.
Sabia que Charlie estava se comportando como qualquer pai, mas ainda assim aquilo tinha magoado Bella. Dava para ver na maneira como ela estava agora, seus olhos constantemente marejados.
"Obrigada, Alice. Eu guardo meu buquê para você. Já é seu." Bella tentou sorrir e abraçou Alice desajeitadamente. Minha irmã irrompeu num choro silencioso e Bella fez de tudo para acalentá-la.
Não pude deixar de sorrir com a cena: os dois maiores amores da minha vida abraçados.
"Atenção senhores passageiros do vôo com destino à Las Vegas, por favor embarque imediato no portão 4." o auto-falante anunciou e eu toquei no ombro de Bella fazendo com que ela se voltasse para mim.
"Já?" ela perguntou fungando enquanto tentava afastar as lágrimas.
Eu balancei a cabeça concordando e Alice soltou um longo suspiro:
"Vou estar pensando em vocês. Não se preocupem, dou um jeito nas coisas por aqui." ela sibilou sorrindo para Bella. "Amiga, não pense que o que você está fazendo é errado, meu irmão ama você e isso é lindo. Vocês têm todo direito de tentarem ser felizes. Sempre estarei ao lado de vocês, pro que der e vier." Bella deixou escapar uma risada que mais parecia um soluço e abraçou Alice mais uma vez.
"Sua pulguinha, amo você. Obrigada por tudo." Bella murmurou beijando o rosto de Alice com carinho.
Era a primeira vez que Alice sorria ao ouvir seu tão detestado apelido.
"E você, maninho? Não vai se despedir da sua irmã aqui?"
Eu gargalhei e peguei Alice no colo, arrancando-lhe uma risada sonora.
"Até breve, meu toquinho de gente. Sabe o quanto eu amo você, não é mesmo?" perguntei e a beijei na ponta do nariz, provocando cócegas em Alice.
"Eu sei, porque também amo você com a mesma intensidade. Agora suma da minha frente e leve a Bella junto. Só quero voltar a vê-los quando estiverem casados." ela determinou e eu a recoloquei no chão, mas antes a beijei no rosto seguidas vezes.
"Até a volta, Alice!" Bella acenou quando nós seguimos rumo ao portão de embarque.
"Bella! Edward!" minha irmã gritou e nos obrigou a voltar para encará-la. "Não se esqueçam da música, Love me tender é perfeita para vocês." ela sorriu e eu abracei Bella com carinho.
"Pode deixar, pulguinha. Prometo que essa será a música que tocará na hora do sim." devolvi e sorri ao notar que Alice começou a quicar no meio da multidão que lotava o aeroporto.
"Está pronta para se tornar a Sra Cullen?" sorri para Bella.
Seus olhos brilharam com intensidade quando ela me fitou e eu aproveitei para enlaçar sua cintura em um abraço faminto.
"Acho que sim. Bom, eu realmente não sei, mas acho que estou pronta sim." beijei o alto de sua cabeça e afaguei seus braços com carinho.
"Ainda com dúvidas, meu amor?" questionei quando entramos na fila de embarque.
"Não dúvidas, mas incertezas." ela levantou a cabeça para me encarar e eu notei que seus olhos estavam sérios. "E se isso não der certo, Edward? E se ao invés de amor, esse casamento trouxer apenas ódio e desentendimentos?"
Aquilo era um risco. Havia vários casos em que o casamento foi a morte do relacionamento de algumas pessoas.
"Você quer desistir, é isso?"
Bella mordeu o lábio inferior e desviou os olhos dos meus, meio desconfortável.
"Tenho medo do meu pai estar certo, tenho medo de estar cometendo a maior besteira do mundo, mas também tenho medo de ficar longe de você. E é isso que está pesando mais, Edward. Eu não quero ficar longe de você." ela suspirou e voltou a me abraçar.
Sorri e lhe beijei a testa, aproveitando para passar os dedos por seu nariz e lábios.
"Isso não vai acontecer, Bella. Nada no mundo vai me manter longe de você." murmurei e me abaixei para lhe beijar a boca.
Bella suspirou e se deixou beijar, meus lábios se movendo lentamente sobre os seus fazendo com que ela colasse seu corpo junto ao meu.
Nossa vez de embarcar tinha chegado e no momento em que eu ia entregar as passagens para a aeromoça, ouvi uma voz masculina gritando meu nome e o de Bella. Era Charlie, juntamente com mais dois policiais.
Senti meu corpo enrijecer e apertei Bella em um abraço, sabendo que ela deveria estar tão em pânico quanto eu.
"Nem pensem em embarcar nesse avião ou eu juro que você será preso." Charlie ameaçou me encarando com raiva.
Ao meu lado Bella tremia em desespero e formava uma verdadeira prisão com seus braços ao redor do meu tronco.
"Pai-"
"Fique quieta, Isabella." Charlie repreendeu se voltando para a filha. "O que deu em você para agir desse jeito?"
"Eu amo o Edward, pai. E não vou ficar longe dele, só porque você não aceita nosso casamento." Bella retrucou com os olhos fixos no rosto raivoso do pai.
"Você não vai a lugar algum, Bella. Vai direto para casa e agora!" ele decretou e puxou Bella para longe de mim, o que a fez gritar de raiva.
Todos no aeroporto observavam a cena; alguns surpresos, outros chocados e muitos curiosos para saber o que estava se passando.
"Não vou voltar para casa enquanto você não aceitar que eu me case com Edward, pai! Já sou maior de idade, posso muito bem fazer o que quiser da minha vida. E o que eu quero é me casar com o meu namorado." Bella insistiu ao mesmo tempo em que tentava se livrar do aperto de Charlie.
"Não queremos afrontar ninguém com nossa decisão, Chefe Swan, mas o senhor precisa entender que nós já somos adultos e temos o direito de tomar nossas próprias decisões." eu completei fitando Charlie com intensidade.
O pai de Bella bufou de ódio e se voltou para mim, soltando a filha com força.
"Só estou fazendo isso para o bem de vocês, meu rapaz, mesmo que não mereçam. Será que vocês não veem que estão prestes a cometer uma grande burrada? Será que não conseguem enxergar a dimensão de tudo isso? Vocês são jovens, têm uma vida toda para viver, será que é isso mesmo que querem para vida dos dois?" Charlie explodiu nos encarando como se fossemos duas crianças mimadas.
"Eu quero." Bella murmurou séria e voltou a me abraçar.
"Eu também quero." completei segurando-a bem junto ao meu corpo.
Charlie passou a mãos pelos cabelos e eu podia jurar que ele estava rosnando.
"Já chega, não vou discutir com vocês. Bella, vamos para casa agora!" ele ordenou, mas Bella não se moveu um milímetro de perto de mim.
Charlie a encarou com raiva e repetiu:
"Vamos para casa agora!"
"Ela não vai!" respondi segurando Bella com mais força do que nunca.
Tinha prometido a Bella que nada e nem ninguém iriam tirá-la de perto de mim. E precisava cumprir essa promessa.
"Deixe-a ir, Edward." a voz de Carlisle nos pegou de surpresa e eu me voltei para encarar meu tio.
Só aí percebi a multidão que se aglomerava ao nosso redor assistindo nosso impasse. Que se dane todo mundo!
"Carlisle, eu-"
"Não vamos resolver as coisas desse jeito, filho. Precisamos ter calma." meu tio me interrompeu e se aproximou de Charlie; logo atrás Alice surgiu, trazendo no rosto uma expressão tão arrasada quanto a minha e a de Bella.
"Charlie, quero conversar sobre isso, mas receio que aqui não seja o local ideal. Importa-se de ir até minha casa?" Carlisle perguntou com tranquilidade ao pai de Bella.
"Precisamos mesmo conversar, mas em uma outra hora, preciso levar Bella para casa." Charlie avisou e tentou tomar Bella de mim, que reagiu assustada.
"Eu não vou!" Bella sibilou birrenta.
"Não discuta com o seu pai, ça-o." Carlisle aconselhou encarando-a.
"Mas Carlisle-"
"Não se preocupe, tudo vai ser resolvido." meu tio murmurou sorrindo calmamente para Bella. "Edward, deixe-a ir com o pai. Resolveremos isso amanhã, quando os ânimos estiverem mais calmos."
Bella me encarou por longos segundos e pulou em meu pescoço naquele tipo de abraço que toma todo o ar dos pulmões. Não queria deixá-la ir, mas eu confiava em Carlisle e sabia que ele estava ao nosso lado, que iria nos ajudar.
"Prometo que não vou desistir de você." sussurrei lhe beijando ternamente na boca. Seus lábios estavam cingidos em uma linha fina e ela lutava para conter a fúria que sentia dentro de si.
"Eu..eu.. o odeio, Edward." ela murmurou me abraçando com força, soluçando sem chorar.
"Não fique assim. Já disse que não vou desistir de você. Charlie não vai nos separar." prometi com um sopro em seu ouvido e a afastei – com muito esforço – de mim.
Bella me lançou um olhar martirizado e se arrastou até o pai. Alice pulou para o meu lado e me abraçou, envolvendo sua mão pequenina em uma minha.
Observei Bella se afastar sem olhar para trás enquanto Charlie a seguia, os dois indo rumo à saída do aeroporto.
"Vai ficar tudo bem, Edward. Carlisle vai resolver essa situação, você vai ver." Alice tentou me tranquilizar com sua voz doce e gentil.
"Espero que isso seja verdade, Alice." suspirei sem tirar os olhos da silhueta de Bella, cada vez distante de mim.
"Vamos para casa agora!" Carlisle resmungou e me lançou um olhar de decepção.
"Carlisle-" tentei me manifestar, mas ele me deu as costas.
"Conversamos em casa, Edward. Nem uma palavra mais."
"Vamos, é melhor você obedecê-lo." Alice ponderou e me puxou para a saída; Carlisle já abria caminho no meio da multidão com seus passos pesados.
Resolvi não discutir. Mais do que nunca precisava ficar calmo e acima de tudo manter Carlisle tranquilo. Ele era a única esperança para tudo aquilo.
A conversa de Carlisle e Charlie seria decisiva para meu futuro e de Bella. Se tudo desse errado depois disso, não haveria outra solução se não tentar cometer mais uma loucura, dessa vez mais definitiva.
Caso Charlie não concordasse mais uma vez com meu casamento com Bella, eu iria sequestrá-la e nós sumiríamos para sempre.
[...]
BPOV
Assim que Charlie estacionou o carro na frente da nossa casa, eu saltei e bati a porta com força para em seguida correr para dentro de casa. Estava furiosa com aquela situação e já não aguentava ver as pessoas mandando na minha vida.
Eu já era maior de idade, que saco!
"Bella volta aqui, precisamos conversar." Charlie avisou assim que entrou na sala.
Decidi ignorá-lo e subi as escadas de dois em dois degraus.
"Bella, quero falar com você agora!" meu pai sibilou mais ríspido dessa vez.
Parei no topo da escada e o encarei séria.
"Jura mesmo, pai? Acontece que eu não quero conversar. Já não bastou o showzinho que você deu lá no aeroporto? Já não cansou de passar sermão em mim essa noite? Será que o senhor ainda não entendeu que eu não vou aceitar nem hoje, nem nunca essa sua atitude tão retrógrada?" gritei e joguei a mochila no chão com força, tentando com isso externar toda ira que estava presa dentro de mim.
Não me importava se ele fosse me castigar ou não, já estava no inferno mesmo e não seria nada mal abraçar o capeta.
"Controle essa língua, mocinha-"
"Boa noite, pai." decretei recomeçando a subir as escadas.
"Fique onde está, Isabella." Charlie ordenou e eu respirei fundo para tentar me acalmar.
Não estava conseguindo controlar minha fúria, eu estava magoada demais. Era melhor ele me deixar ir para o quarto antes que eu falasse alguma merda e colocasse tudo a perder.
Voltei-me para encará-lo e me sentei em um degrau da escada, baixando minha cabeça até quase encostá-la nos joelhos dobrados.
"Olhe para mim, Bella." Charlie pediu sem amaciar a voz.
Levantei a cabeça relutante e o encarei enquanto balançava minhas pernas nervosamente.
"Só quero seu bem, minha filha." ele sibilou e eu soltei uma risada irônica, incapaz de me conter.
"Meu bem, pai? Se você quisesse o meu bem não estaria me fazendo sofrer, não estaria me fazendo querer ir para longe, para longe de você! Se você quisesse o meu bem estaria concordando com o meu casamento com Edward! Não sou nenhuma criança para não saber das consequências de cada ato meu! Portanto, não venha com esse papo de que quer meu bem porque eu não vou cair nessa." explodi, bufando de raiva ao terminar de falar.
A mágoa por tudo que ele tinha me falado ainda estava dilacerando meu coração.
Charlie me encarou com raiva, mas depois passou as mãos pelos cabelos e exalou o ar lentamente, como se tentasse se controlar.
"Você só vai me entender quando for mãe, quando sua filha ou filho fazê-la passar pela mesma situação que eu estou passando com você, Bella." ele comentou e eu baixei a cabeça, mordendo o lábio inferior nervosamente. "Criei você sozinho, sempre tive que ser seu pai e sua mãe. E você ainda acha que eu não quero o seu bem? Acha mesmo que eu desejaria algum mal a você, Isabella?" ele completou, dessa vez com a voz magoada.
Levantei os olhos e comecei:
"Pai, eu-"
"Sua mãe e eu casamos muito novos, Bella. Ela tinha mais ou menos a sua idade quando descobriu que estava grávida. Tivemos que nos casar, nossos pais exigiram isso. E nossa relação acabou no momento em que eu coloquei uma aliança no dedo de Renée. Assim que você nasceu, ela me abandonou. E me deixou você para criar." ele sibilou e eu senti meus olhos cheios de lágrimas.
Odiava quando ele tocava no assunto mãe. Era delicado demais.
"Pai, essa situação é diferente. Edward e eu somos diferentes de você e da minha .. de Renée." murmurei hesitando claramente na palavra "M".
"Podem ser diferentes em alguns aspectos, Bella, mas se parecem em outros. Renée e eu estávamos apaixonados, minha filha, sempre dizia que ela seria sempre a mulher da minha vida. Mas o amor não conseguiu sobreviver às adversidades de um casamento. Você não sabe como isso é difícil."
"Não era amor o que vocês sentiam um pelo outro, pai. Quer dizer, você poderia até amá-la, mas ela não amava você. Se amasse não teria fugido assim que deu à luz uma filha sua." contrapus com firmeza, mesmo sabendo que por dentro estava sentindo a dor tomar conta do meu coração.
Charlie ficou calado e eu desci as escadas lentamente, parando um pouco à frente dele.
"E é isso que eu estou querendo que o senhor entenda. Eu amo Edward e ele me ama. E não estou grávida. Portanto, não tem nada a ver a minha história com a sua e a dela, pai. Por favor, me deixe ser feliz ao lado do homem que eu amo."
"Bella, isso é loucura-"
"Loucura por que, pai? Por que eu sou muito nova para saber o que é amor? Não sei se o que eu sinto é realmente amor, mas eu preciso viver ao lado de Edward para saber a verdade. E estou disposta a ir até o inferno para ter certeza do meu sentimento por ele. Então, não tente me convencer a desistir, porque eu não vou. Preciso arriscar caso contrário serei infeliz para sempre." eu já sentia o esgotamento físico e mental tomar conta de cada fibra do meu corpo.
Charlie balançou a cabeça negativamente e sibilou:
"Sinto muito, Bella, mas não posso permitir uma coisa dessas." senti meu rosto pegar fogo por conta da raiva e as lágrimas arderem em meus olhos.
"Odeio você, Charlie Swan!"
"Vai me odiar um dia, uma semana ou um mês, mas no fim vai saber que o que estou fazendo é para o seu bem. Não quero que você sofra no futuro, Bella." ele falou e eu trinquei os dentes para não explodir em gritos.
"Não quer que eu sofra no futuro? Mas é claro que eu não vou sofrer no futuro, pai, eu vou sofrer no presente também, vou sofrer a minha vida toda. E a culpa vai ser sua!"
"Sinto muito por agora, Bella, mas você vai entender um dia."
"Não sente nada, pai." gritei quando o vi se dirigir à escada. "Agora eu entendo Renée, ela fugiu de casa porque não aguentou suportar você. Juro que vou sumir do mapa como ela fez!" lancei minha última cartada e senti o peito arder de dor, sabendo que aquelas palavras iriam feri-lo tanto quanto estavam me ferindo naquele momento.
Só que no momento era isso o que eu mais queria: ferir meu pai. Já tinha sido ferida demais em uma única noite.
Charlie parou no meio da escada e eu notei as lágrimas escorrerem por meu rosto. Limpei meus olhos com as costas das mãos e baixei a cabeça mordendo o lábio com força quase chegando a machucar.
"Tenha uma boa noite, Isabella." ele murmurou sério, sua voz muito grave me fazendo estremecer.
No segundo seguinte, eu estava sozinha na sala completamente perdida. Tinha acabado de estragar tudo com Charlie.
Chorei de raiva e me joguei no velho sofá da sala; abracei minhas pernas na tentativa de impedir que meu coração fosse machucado ainda mais. Nunca deveria ter falado aquilo para meu pai, eu mais do que ninguém sabia que seu relacionamento com Renée tinha sido doloroso demais.
Me ver falando aquelas coisas só faria abrir novamente as feridas que eu sabia que tinham demorado anos para cicatrizar. Isso é, se elas tinham cicatrizado mesmo.
Deitei-me no sofá em posição fetal e passei a soluçar em silêncio, as lágrimas escorrendo em direção aos meus cabelos.
Por que tudo tinha que tomar o caminho mais complicado? Por que as pessoas não conseguiam ver que a solução estava bem ali na frente, ao alcance de todos?
Solucei alto e fechei os olhos tentando me acalmar.
Nunca tinha me sentido tão sozinha antes em toda minha vida. E eu nunca desejei tanto a companhia de Edward como naquela noite.

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