07 setembro 2011

LUCKY - CAPÍTULO 5

Pervinhasssssssssss! Curtiram o feriado? Ansiosas pelo próximo capítulo da nossa FIC? No que será que deu a declaração de Bella? Ótima leitura!

Classificação: Maiores de 18 anosAutora: Cella
Categoria: Saga Crepúsculo
Personagens: Bella Swan, Edward Cullen, Ementt Cullen, Rosalie....
Gêneros: Romance
Avisos: Sexo



Capítulo 5
Bella's pov
"O-o quê?" Edward perguntou, me encarando com uma expressão assustada no rosto. Não era só ele que carregava o susto estampado na cara. Eu estava prestes a ter um ataque de pânico naquele exato momento.


Mas aquela seria uma péssima hora para recuar, eu precisava despejar toda a minha aflição, precisava deixar meu coração livre, não conseguia mais conviver com essa insegurança que me deixava cada dia mais fragilizada emocionalmente. Respirei fundo, ignorando a cara de espanto de Edward, e continuei:
"Foi isso que você ouviu! Eu. Estou. Apaixonada. Por. Você. Com todas as letras e significados que essa frase implica! Isabella Swan, a viúva negra, está incondicional e irrevogavelmente apaixonada por Edward Cullen." suspirei e baixei os olhos, fitando os pés enterrados na areia fofa.
Edward ficou ainda mais imóvel diante daquelas palavras e eu gargalhei, nervosa demais para me manter calada. Precisava ouvir alguém dizer alguma coisa ou iria enlouquecer. Como ele não se manifestava, resolvi continuar, incapaz de me conter:
"Não consegue ver a ironia nisso tudo, Edward? Eu – a mulher que gritava pra quem quisesse ouvir que era imune a essa droga de sentimento, aquela que se orgulhava de ser pé no chão, que era invejada por ser tão racional, de repente – se vê completamente apaixonada! E como se não bastasse isso tudo, ela descobre que está amando o seu melhor amigo, que vejam só, nunca sequer olhou para ela como mulher!"
Edward apenas me fitava e eu comecei a sentir o desespero tomar conta de mim:
"Você não sabe o susto que eu levei quando te olhei pela primeira vez desde que descobri o que estava sentindo." soltei uma risada fraca e passei as mãos pelos cabelos, exasperada: "Não faz ideia de como foi difícil ter que aparentar uma normalidade que não existia, tentar esconder um sentimento que a toda hora parecia que ia deslizar pela minha boca e se revelar, sem que eu pudesse me dar conta disso. E o pior de tudo isso era saber que você nem ao menos tinha a noção do que eu estava sentindo." tentei engoli a seco e senti o bolo se formando na minha garganta, empurrando um soluço para fora de mim, involuntariamente.
"H-há quanto tempo-"
"I-isso realmente importa?" dei de ombros, meus olhos agora fitavam o mar escuro à minha frente.
Pelo canto do olho, pude ver que Edward passava as mãos pelos cabelos e massageava a nuca, claramente desconfortável.
"E-eu nunca-"
"Eu sei disso."
Por alguns segundos intermináveis tudo que se podia ouvir naquele lado da praia era o barulho das ondas se chocando contra a areia fina. O vento ora perturbava o silêncio, trazendo consigo o som leve do reggae que balançava as pessoas no lual, ora se calava, aumentando o desconforto que parecia estagnado sobre nós.
Busquei o ar com força para dentro dos pulmões e finalmente voltei meus olhos para Edward, que me encarava com uma expressão confusa e meio atormentada. Senti o queixo tremer por causa choro que estava prestes a irromper quando ele cobriu a minha mão com a sua.
"E-eu não sei o que te dizer, Bella," Edward baixou os olhos, enquanto acariciava a palma da minha mão com o polegar, o toque despretensioso só fez o meu coração disparar com força dentro do peito. "C-como eu não percebi isso antes?" franziu o cenho ao erguer os olhos novamente e me fitar. "Como eu pude ser tão idiota por não ver o que estava acontecendo com você?"
Soltei uma risadinha e só então percebi que algumas lágrimas estavam escorrendo por meu rosto.
"Não é culpa sua. E-eu também demorei alguns meses até admitir que estava mesmo apaixonada por você."
"Q-quando, quer dizer, quando foi que você teve certeza realmente?"
Puxei a mão da sua e me sentei na areia fina, suspirei alto e me voltei para ele, que tinha me seguido e agora sentava ao meu lado.
"Lembra do dia que a sua mãe sofreu aquele acidente de carro e você e a Alice ficaram desesperados quando souberam o que tinha acontecido com Esme?" Edward meneou a cabeça, em sinal de afirmação. "Naquele dia, enquanto a gente seguia pro hospital, você disse algo que mexeu comigo de uma forma tão alucinada que por semanas aquilo não saiu da minha cabeça. Você disse que não saberia o que fazer se algo de ruim acontecesse com Esme, Alice e comigo, porque pra você, nós éramos-"
"As mulheres da minha vida." Edward completou por mim e eu balancei a cabeça, já sentindo as lágrimas turvando novamente os olhos, fazendo o peito comprimir o coração.
"Exatamente." passei as costas das mãos nos olhos e funguei, antes de continuar: "E-eu nunca tinha me sentido tão importante para alguém em toda minha vida, Edward. E aí descobri que eu também não saberia o que fazer se algo de ruim acontecesse ao meu pai e a você, porque, veja só, você também é o homem da minha vida." virei meu rosto para o dele o fitei longamente: "Você sempre foi o meu melhor amigo, aquele que eu podia contar a qualquer hora do dia, fosse qual fosse a situação, você estava ali para me apoiar. Com você podia ser eu mesma, livre de máscaras ou de conceitos que eu não concordava. Com você, Edward, eu me sentia livre, podia dar risada quando queria, porque sei que você riria comigo; poderia chorar, porque sabia que você estaria sempre ali para me confortar. Com você eu me sentia plena, com você me sentia amada, Edward." respirei fundo e sorri para ele: "Aí eu percebi que era muito mais do que amizade o que estava sentindo. Depois de pensar muito vi que você era sim – o homem da minha vida – no sentido pleno do que isso possa significar."
Edward ficou um bom tempo me encarando, sondando meus olhos e depois, sem dizer uma palavra, passou um dos braços em torno dos meus ombros e puxou o meu corpo de encontro ao seu. Beijou o alto da minha cabeça e eu suspirei, encostando o rosto na curva do seu pescoço. Ficamos um bom tempo parados ali – em silêncio – deixando que o barulho das ondas ecoassem em nossos ouvidos e falasse por nós.
"Você é tão maravilhosa, Bee." Edward sussurrou, afagando meus ombros com a ponta dos dedos. "É a mulher mais incrível, a mais sensual, a mais lindaque eu já conheci na vida. E como se não bastasse é a melhor amiga que eu podia ter." sorri, bobamente e o beijei logo abaixo do queixo.
"Bom, eu não deveria falar isso, mas já que hoje estou sendo sincera demais, não posso deixar de dizer o quanto você é ótimo na cama, mesmo sabendo que você tem plena consciência disso." Edward gargalhou ao ouvir aquilo e desceu a mão até a minha cintura, apertando-a, me fazendo dar um pulo ao seu lado.
"Muito obrigado, mas eu preciso dizer que a minha parceira também contribuiu e muito para minha performance." sibilou e eu sorri, sentindo o peso começando a ser retirado do meu coração. Era tão bom estar ali com ele – livre de qualquer tipo de artimanha para esconder o que eu sentia. Estava me sentindo tão feliz que desejei que aquele momento durasse para sempre.
Edward beijou mais uma vez o alto da minha cabeça e depois me puxou para o seu colo, me obrigando a encará-lo. Suas mãos se acomodaram em cada canto do meu rosto e os dedos começaram a se mover lentamente sobre minha nuca, massageando-a de forma delicada.
"Acha que pode me dar um tempo para que eu consiga ordenar a minha vida depois desse fim de semana?" perguntou, me fitando nos olhos com intensidade. "Você causou um belo estrago na vida do seu amigo, minha linda Bee e eu preciso colocá-la nos eixos para que possa corresponder à altura."
"N-não estou pedindo para que você diga que me ama e que vai ficar comigo, Edward-"
"Mas eu amo você, Bella." tratou de falar,me silenciando ao colocar o indicador em meus lábios. "Como eu não poderia te amar? Você é a mulher da minha vida, a minha melhor amiga-"
"V-você entendeu o que eu quis dizer." foi a minha vez de interrompê-lo.
"Claro que entendi e é justamente por isso que eu te peço um tempo para pensar. Ainda tenho a Jessica me esperando lá em Nova York-"
Soltei uma risada sem graça e Edward me fitou, confuso.
"O que foi?"
"Nada, q-quer dizer, eu só estou me perguntando...Você ainda pensa na sua namorada, Edward?
[N/a: música sugerida Lucky –Jason Mraz feat Colbie Caillat http : / www . youtube . com / watch?v=-BPPl9TA0vk]
Edward me deu um beliscão na ponta do nariz e eu devolvi, lhe dando um tapa nos ombros.
"Você se acha muito, não é Isabella?" me fitou, fingindo um ar carrancudo. "Mas antes que fale alguma coisa, não, Jessica não passou pela minha mente um segundo sequer durante esse fim de semana."
Não pude deixar de ficar feliz com aquela confissão dele. Pelo visto eu estava no caminho certo para conseguir o que tanto queria: o amor de Edward.
"Mas para todos os efeitos, ela ainda é a minha namorada e eu não posso embarcar em algo com você sem que tenha terminado com Jessica."
"Eu entendo." respondi, brincando com a gola da sua camisa, passando os dedos pelos contornos dos músculos do peitoral de Edward. "Você tem o tempo que quiser para digerir tudo isso, Edward, eu não quero que fique comigo por, sei lá, obrigação, por se sentir forçado, isso eu não aceitaria nunca. Não estou exigindo nada de você, mas eu não poderia mais conviver ao seu lado, sentindo o que sinto e tendo que esconder isso de todo mundo."
Edward puxou meu rosto para junto do seu e me encarou longamente, antes de sibilar:
"Já que tudo foi deixado às claras, que tal se a gente selasse o fim da nossa conversa com um beijo, hein?"
Gargalhei alto e concordei com um aceno de cabeça:
"Essa é uma ótima id-"
A frase morreu no meio da garganta, pois a sua boca já estava sobre a minha, tomando meu fôlego, deixando o corpo leve e a mente flutuando.
O beijo, inicialmente delicado e terno, logo despontou a fagulha necessária para que os nossos corpos fossem tomado pelo fogo – que rapidamente se transformou em uma chama tão forte – que era impossível de ser ignorada. Mesmo que Edward tivesse me pedido um tempo para digerir a minha declaração, era complicado refrear a paixão que tomava conta ao menor dos toques entre os nossos corpos. Fizemos o percurso de volta até o hotel em tempo recorde. Era difícil esconder o desejo que aflorava por cada poro da pele, enquanto nós subíamos até o nosso quarto.
Assim que ficamos novamente a sós no corredor do andar onde estávamos hospedados, Edward me puxou em mais um beijo desesperado, suas mãos vasculhando cada centímetro do meu corpo, enquanto nós entravamos na suíte, com ele fechando a porta com o pé, em sinal claro de impaciência.
Não houve tempo para mais alguma conversa, o fogo estava alto e queimava minha pele, sensível demais ao toque daquele homem.
[N/a: música sugerida #2 Tell him, Colbie Caillat http : / www . youtube .com / watch?v=oyRU9mow5uU]
Os gemidos roucos e o caminho de roupas espalhadas pelo chão foram os últimos registros de consciência da minha mente. No segundo que Edward me tomou para si, eu perdi o juízo, entregue aos braços dele.
Nossas respirações ficaram ainda mais aceleradas, os corpos suados grudados um ao outro, se movimentando em uma sincronia perfeita só me deixava ainda mais desesperada, em busca do alívio que apenas Edward poderia me dar.
Durante a noite inteira eu experimentei aquela mesma sensação, seguidas vezes. O sol já começava a cortar o céu escuro quando finalmente nossos corpos foram vencidos pelo esgotamento físico, caindo inertes na cama. Nada do que tínhamos vivido podia resumir o tamanho do significado que aquela noite representava na minha vida. Eu estava livre de amarras, podia me entregar a Edward plenamente, não precisava mais esconder aquilo que meu coração gritava há muito tempo.
"Eu te amo." a voz e o peito sibilaram ao mesmo tempo, extasiados, antes do sono me envolver e me carregar para a inconsciência reconfortante.
Definitivamente eu era uma mulher de sorte.
[...]
O barulho da água corrente me despertou instantaneamente e eu dei um salto na cama, a mente ainda nublada pelo sono, a visão turva e atordoada. Peguei o celular que estava jogado na cômoda ao lado da cama e percebi que havia algumas centenas de ligações. Já sabia até de quem se tratava. Alice e Rosalie deveriam estar se roendo de curiosidade para saber o que estava se passando entre mim e Edward. E se dependesse de mim, as duas iam ficar na curiosidade mesmo.
O relógio anunciava que a viagem estava chegando ao fim. Em mais ou menos cinco horas, estaria embarcando em um avião de volta para casa.
Dei um pulo da cama e corri até a sacada, apenas para ter um gostinho a mais da visão do paraíso à minha frente. Suspirei e me espreguicei lentamente, fazendo questão de esticar os músculos retesados por conta da noite produtiva que tinha passado mais uma vez. Acordar com aquela agradável sensação no corpo era bom demais.
Ainda perdida nas imagens da noite que vivera com Edward, girei nos calcanhares e dei de cada com uma outra visão do paraíso: ele – usando apenas boxers pretas – com o corpo úmido do banho recém tomado, e o sorriso torto que transformava as minhas pernas em uma massa flácida e gelatinosa.
"A dorminhoca enfim resolveu acordar." comentou, bem humorado, enquanto vestia a calça jeans e enxugava os cabelos com a toalha macia. "Você não era tão preguiçosa assim, Bee."
"Como você tem tanta certeza, Edward, nunca passou uma noite inteira comigo antes dessa viagem?"
"Claro que passei!"
"Ah é, quando?" cruzei os braços em torno do peito e o fitei: "Por acaso não lembra que em todas as nossas viagens juntos, você sempre terminava a noite no quarto com alguma mulher? Era de praxe, eu sempre dormia sozinha num quarto, com você ocupando outro com as suas companhias de uma noite só!"
Edward gargalhou alto e se aproximou de mim, envolvendo minha cintura em um abraço forte. Tentei controlar os batimentos cardíacos que ficaram subitamente acelerados.
"Como se isso fosse mesmo verdade, Bella. Você também sempre tinha alguém no seu quarto todas as noites." me deu uma piscadela, enquanto brincava com uma mecha do meu cabelo, que escapou do coque mal feito que eu tinha acabado de fazer. "E agora entendo perfeitamente por que era difícil para você se livrar dos homens que te faziam companhia." me fitou intensamente. "Você é viciante." a mão escorregou rapidamente pelo meu quadril e eu recebi um beliscão forte na bunda.
"Ai, isso dói!" resmunguei, lhe dando um tapa no ombro.
Edward riu do meu jeito emburrado e repetiu o beliscão.
"Você é surdo ou quê?" perguntei, aborrecida. "EU DISSE QUE ISSO DÓI!" gritei, descendo a mão pelas costas dele, imitando o que ele fizera duas vezes em mim.
"Como você é infantil!" Edward resmungou, me olhando com uma expressão de falso ultraje.
"Haha, olha só quem fala!"
Caímos na gargalhada ao mesmo tempo, deixando o clima da manhã ainda mais leve e agradável.
"Vou tomar banho." anunciei, assim que o surto de riso cessou.
"Ok, assim eu aproveito e peço o nosso café da manhã."
"Ótima ideia."
Me afastei de Edward, puxando para baixo a camiseta velha que usava para dormir, tentando plena consciência de que ele estava com os olhos fixos na minha calcinha, que estava totalmente à mostra.
"Peça nosso café e pelo amor de Deus, nada de ficar olhando pelo buraco da fechadura!" falei, enquanto seguia em direção ao banheiro, fazendo questão de rebolar ao caminhar.
"Sua maldita." o ouvi resmungar.
"Você ainda não viu nada."
[...]
Estava tão distraída em meus próprios pensamentos, que demorei um século para perceber que o meu celular estava tocando incessantemente. Edward tinha ido até a recepção do hotel, assim que terminamos o café da manhã, para fechar a conta da nossa estadia.
Soltei um palavrão alto, saindo da sacada para pegar o celular, que parecia disposto a estragar o meu bom humor.
"Será que você não vê que eu não quero conversar agora?" sibilei, assim que atendi a ligação.
"Uau, pelo seu bom humor a essa hora do dia dá pra sacar que você e Edward não tiveram progresso algum." ouvi a voz fina de Alice retrucar, me fazendo rolar os olhos, entediada.
"Pelo contrário, Alice, nós tivemos um progresso e tanto e você tá me atrapalhando, entendeu?"
Do jeito que ela gritava histericamente do outro lado da linha, eu sabia que não tinha ouvido nem metade do que tinha dito.
"A Rose me contou sobre a sua noite regada a sorvete, mas eu queria ouvir da sua própria boca! OMG, você transou com o meu irmão!" Alice gritou, agitada. "Ok, isso soou estranho, então vamos recomeçar. Como vocês estão? Você já se declarou? Edward já se declarou?"
Alice mais parecia uma metralhadora desregulada e estava me deixando zonza com o turbilhão de perguntas que fazia em questão de segundos.
"Alice, quer ficar quieta e me escutar por alguns segundos?"
"Eu disse a Rose que o meu plano nunca iria falhar, essa viagem foi ideia de gênio-"
"Alice!"
"O-o quê?"
"Vai me deixar falar ou não?"
"Desculpa, amiga, é que eu não consigo me conter." Alice sibilou, arfando. Eu podia quase imaginar como ela estaria naquele momento, quicando como uma bola de tênis pela casa. "Mas fala o que você queria falar"
"Queria te dizer que a gente se fala quando eu chegar em Nova York, ok?"
"Mas, Bella-"
"Obrigada por tudo, seu plano foi perfeito, não poderia ter sido melhor, Edward agiu exatamente do jeito que eu esperava que ele agisse, mas agora eu preciso desligar, ainda tenho que arrumar o resto das minhas coisas e-"
A frase ficou perdida no segundo que eu me virei e dei de cara com Edward parado no meio do quarto, me encarando seriamente. Oh Deus, não, não me diga que ele ouviu a conversa? Não podia ser, não agora.
"Bella? Bella, você tá aí?"
"Preciso desligar, Alice." e sem deixar que ela retrucasse, apertei o botão para encerrar a ligação.
Edward e eu nos encaramos por alguns segundos intermináveis e a onda de tensão que tinha subitamente se instalado entre nós era quase palpável.
"Edward-"
"Então era tudo um plano, Bella?" a voz dele estava ainda mais rouca, modificada pela raiva. "Essa viagem foi toda armada para que você pusesse em prática um plano?"
"Não, Edward, não é nada disso-" tentei me aproximar dele, mas Edward se afastou, passando as mãos pelos cabelos, exasperado.
"O que deu em você? Cansou de brincar com os caras de Nova York e resolveu que seria legal se divertir um pouco às minhas custas, foi isso? Inventou toda essa palhaçada de viagem em grupo com os amigos e aí achou que seria divertido seduzir o amigo e acabar de vez com uma amizade de quase vinte anos!"
Não era nada disso que ele estava pensando, por que não me deixava explicar tudo que estava acontecendo?
"E pra fechar em grande estilo a brincadeirinha, ainda armou aquela cena toda ontem, dizendo que estava apaixonada e que finalmente queria ter um relacionamento sério na vida! Como eu não desconfiei de tudo? Por Deus, você é Isabella Swan, a mulher que desde sempre só queria saber de curtir a vida e não se prendia a nada nem a ninguém." Edward me encarava com ódio agora e eu sentia as lágrimas começarem a tomar conta dos meus olhos.
"Nunca pensei que você capaz de tratar a nossa amizade desse jeito, Bella." sibilou, visivelmente desapontado.
Senti a raiva tomar conta de mim diante da injustiça que ele estava cometendo e gritei:
"Você é um idiota, Edward!"
"C-como?" ele ficou momentaneamente abalado com a minha reação, mas depois se recompôs e falou, cínico: "Mas é claro que eu sou um idiota, Bella, eu caí nesse seu jogo patético direitinho."
Antes que eu me desse conta do que estava fazendo, me atirei em cima dele e comecei a esmurrar o peito forte de Edward.
"Você é idiota por novamente não enxergar o que é óbvio, seu imbecil! Como pode me julgar desse jeito? Por Deus, você me conhece desde que eu tinha cinco anos de idade, como pode achar que eu seria capaz de jogar a nossa amizade no lixo dessa forma?" ele me segurou pelos pulsos e eu comecei a me debater, tentando me livrar do seu aperto: "Eu errei sim ao inventar essa viagem, mas precisava ter uma chance com você, seu estúpido! Precisava arrumar uma oportunidade para tentar te conquistar, porque eu estava sim, completamente apaixonada por você!"
Os dedos dele ficaram imóveis depois disso e eu aproveitei para me afastar, o peito sendo acometido pelos soluços descontrolados que queimavam a minha garganta.
"Nunca pensei que você fosse me julgar de forma tão errônea, Edward. Logo você, que eu sempre achei que conhecia tão bem, que achei que me conhecia também. Podia esperar isso de qualquer pessoa, menos de você." baixei os olhos e respirei fundo, tentando acalmar o choro que estava começando a ficar incontrolável.
"Se não queria ser julgada desse jeito, então deveria ter agido como uma mulher sensata e ter dito para mim o que estava sentindo!" Edward devolveu, ainda aborrecido.
Gargalhei alto e mordi o canto dos lábios, prendendo o choro de vez. Não ia ficar chorando pelos cantos como se fosse uma manteiga derretida. Edward não merecia que eu me humilhasse tanto assim.
"Você tem razão, eu deveria ter agido como uma mulher sensata e visto o quanto estava sendo uma burra por me apaixonar por alguém como você." despejei, cheia de mágoa.
O rosto de Edward ficou lívido, mas ele logo se recompôs.
"Se é que você se apaixonou de verdade, não é mesmo? Você se diz tão cega de amor por mim, mas foi bem racional montando esse plano para me trazer até aqui." cutucou e eu concordei com um aceno de cabeça.
"E agora eu sou a vilã e você é o mocinho indefeso, não é mesmo? Como se eu tivesse cometido o maior dos pecados ao agir do modo como agi, o que – vamos combinar – você aceitou de muito bom grado." devolvi, as palavras saindo cuspidas e bastante afiadas.
"Você me decepcionou muito, Bella." Edward sibilou, me encarando com raiva.
"Acho que posso dizer o mesmo de você, Edward ." respirei fundo e tratei de segurar o choro e a dor aguda que machucavam meu coração de forma quase insuportável. Nunca me senti tão ferida e magoada como estava me sentindo agora.
Passei as mãos pelos cabelos e limpei os olhos com as costas das mãos, girando nos calcanhares e correndo até a cama, minha mala ainda estava aberta.
Joguei o resto das minhas coisas dentro da mala e peguei a bolsa em cima da poltrona de couro encostada na parede. Edward me seguia com o olhar, completamente em silêncio e eu cada vez mais lutava contra o impulso de socar aquele seu rosto perfeito.
Vinte anos de amizade e – por um erro meu – era julgada como se fosse a mais terrível criminosa. Como Edward podia ser tão idiota a esse ponto? Como eu podia ter me apaixonado por alguém que pensava tão mal a meu respeito?
[N/a: música sugerida #3 The heart of life, John Mayer http : / www . youtube . com / watch?v=ygfvt0UBveY]
Puxei a mala de cima da cama e segui em direção a porta do quarto, querendo sair dali o mais rápido possível; Edward apenas me acompanhava com suas esmeraldas brilhantes fincadas no meio do rosto esculpido com esmero.
"Sabe, Edward," parei no meio do caminho, já com a mão na maçaneta e me virei para encará-lo. "acho que você tem toda razão. Pensando melhor agora eu posso perfeitamente ver que isso tudo foi apenas mais uma diversão na minha vida, quer dizer, foi legal me aproveitar do meu melhor amigo e depois jogar tudo pro alto. Na verdade, isso é bem engraçado, não é mesmo?" ironizei, fitando-o nos olhos."Eu me diverti, você se divertiu, isso não tenho dúvida alguma. E agora nós estamos aqui, acabando de vez com uma amizade de vinte anos! Uau, meu plano não poderia ter saído melhor do que a encomenda."
Edward me fitou com olhos atormentados e eu me limitei a fazer um aceno de cabeça, a visão turva pelas lágrimas.
"Que bela maneira essa de acabar com uma amizade, não acha?" antes que ele ousasse abrir a boca e falar alguma coisa, eu obriguei meu corpo a virar de costas e sair do quarto, praticamente correndo. Só depois disso permiti que o choro de mágoa e decepção contido finalmente tomasse conta do meu corpo. Mais do que nunca eu desejei voltar para minha casa.
[...]
Os olhos inchados e as súplicas gemidas por causa da voz alterada pela mágoa amoleceram o coração de uma passageira do voo que sairia em vinte minutos com destino à Nova York. Eu estava em frangalhos e já não fazia questão alguma de esconder o que sentia.
Enquanto caminhava pelo portão de embarque, as lágrimas turvavam meus olhos a todo momento, os soluços estavam tão agudos que eu precisei parar no meio do caminho e respirar fundo, na esperança de me acalmar, pelo menos um pouco.
Mágoa, ressentimento, decepção e mais uma gama de outros sentimentos atormentavam meu coração e o obrigavam a me deixar ainda mais fragilizada, tendo que sucumbir às lágrimas como uma forma de aliviar a tensão em que me encontrava.
Antes do avião decolar, eu digitei uma mensagem de texto para Alice:
"Acabou"
Ao sentir o avião levantando voo, eu fechei os olhos com tanta força que senti dor nas têmporas. Virei o rosto para o lado e me recusei a olhar o marverde e brilhante que repousava sob mim. Me recusava a ter qualquer lembrança daquela viagem estúpida e acima de tudo, queria esquecer tudo que me fizesse lembrar de Edward.
"Pain throws your heart to the ground
Love turns the whole thing around
Fear is a friend who is
Misunderstood
But the heart of life is good
I know it's good..."
[...]

Continua...

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