06 setembro 2011

LUCKY - CAPÍTULO 4

E aí pervinhas, prontas para o feriado de 07 de Setembro? Ontem, na nossa FIC, tivemos uma enorme surpresa. Como será que nosso casal se comportará após a noite caliente de ontem? Ótima leitura!
AimeuDeus das precatas frouxas! Não é que a Bella criou coragem e tascou um beijão no Edward??? No que será que isto vai dar? Ótima leitura!
Classificação: Maiores de 18 anosAutora: Cella
Categoria: Saga Crepúsculo
Personagens: Bella Swan, Edward Cullen, Ementt Cullen, Rosalie....
Gêneros: Romance
Avisos: Sexo
Capítulo 4
Bella's pov
O som de uma respiração regular era o único ruído que perturbava a calmaria instalada no quarto de hotel. Ao fundo, o sol já começava a rasgar a escuridão da noite com seus raios alaranjados, anunciando que mais um dia estava prestes a nascer. O dia mais feliz da minha vida.


Ainda tentava me convencer de que o que tinha acontecido não era apenas fruto da minha imaginação bem fértil e nada pura. Mas era difícil conseguir acreditar que eu tinha finalmente conseguido.
Ergui a cabeça lentamente e encostei o queixo no peito forte que subia e descia, acompanhando a respiração tranqüila do sono daquele homem. A cabeça pendia para o lado, completamente cabelos rebeldes estavam ainda mais desalinhados, alguns fios caiam na testa, escondendo os olhos cerrados. A boca sensual estava cingida em uma linha só, enquanto um das mãos estava atrás da cabeça, a outra pendia inerte no meu quadril. Sorri e voltei a deitar no peito quente e musculoso, suspirando e inalando o cheiro único daquela pele tão macia.
Fiquei um bom tempo parada ali, oscilando entre risinhos bobos e suspiros de encantamento, recebendo como resposta apenas a calmaria do sono profundo de Edward.
O sol já estava adentrando o quarto com seus raios brilhantes e amarelados, quando eu senti meus olhos pesados, os músculos ainda tensos esticados em um espreguiçar lento e sinuoso e o sono ganhando espaço mais uma vez, me levando de volta à inconsciência revigorante.
[...]
Assim que acordei percebi que já não estava mais sobre o corpo quente de Edward e sim sobre um enorme travesseiro macio, mas tão frio que eu o arremessei longe. Rolei na cama e sorri ao ver o pote de sorvete caído em cima da cômoda ao lado, a colher pendia na ponta, quase caindo no chão.
Então nada daquilo tinha sido um sonho, eu não tinha inventado tudo em mais uma das minhas inúmeras noites de sonhos eróticos com Edward.
Meus ouvidos prestaram atenção no barulho do chuveiro e eu arfei, ao imaginar a imagem daquela escultura grega completamente molhada e ainda mais sexy. Fechei os olhos e suspirei, ao relembrar Edward sobre o mim, a fricção urgente e prazerosa incendiando o ponto exato de união dos nossos corpos.
Senti o fôlego me faltar diante daquela visão e como resposta, meu corpo reagiu, despontando uma pequena fagulha no meio das minhas coxas.
Tentei me levantar, mas gemi, ao sentir cada músculo do meu corpo tenso, as pernas estavam travadas e bastante doloridas. Voltei a deitar a cabeça no travesseiro e me espreguicei vagarosamente, esticando cada pedaço do meu corpo o máximo que eu conseguia. Era delicioso sentir a tensão que tomava conta de mim, puro efeito da noite que tinha vivido com Edward.
"Pensei que você não fosse acordar nunca." a voz límpida e bem humorada ecoou no quarto e eu dei um pulo da cama, puxando lençol até o queixo, em um ato reflexo.
Virei o rosto e dei de cara com a perfeição encarnada. Edward vestia apenas boxers brancas, deixando a mostra o volume considerável que havia no meio das suas pernas, mesmo ele estando relaxado. Tremi ao relembrar o momento que os meus olhos cruzaram com o membro ereto e pronto pra me penetrar. Senti os pelos eriçados e a boca subitamente seca.
"Pedi nosso café da manhã no quarto." Edward continuou, enquanto enxugava os cabelos com a toalha, esfregando o tecido felpudo no couro cabeludo com força, bagunçando ainda mais a cabeleira ruiva desgrenhada naturalmente.
Apenas acenei com a cabeça e desviei os olhos dos dele, que me encaravam de um jeito alegre e brincalhão. Percebi que mesmo sem fitá-lo diretamente, ele ainda estava me encarando, com um sorriso enviesado no rosto.
"O-o que foi?" perguntei, incomodada com a intensidade do verde daquele olhar.
"Não sabia que você era tão tímida assim." comentou, e eu percebi que ele se movimentava na direção da cama, as coxas firmes exibindo o contorno dos músculos bem trabalhados.
Edward sentou na ponta da cama e eu encolhi o corpo, ainda sem ter noção de como me comportar. Era estranho, mas eu estava sem graça depois de tudo que tinha acontecido na noite passada.
"Qual o problema, Bee?" insistiu, virando meu rosto lentamente, obrigando-me a encará-lo.
Corei ao dar de cara com o verde intenso das suas iris.
"Nada, ué?" dei de ombros, tentando parecer descontraída.
Edward sorriu do meu jeito e murmurou:
"Você tá vermelha como um pimentão, Bella. Eu realmente não pensei que por trás daquele furacão todo houvesse uma mulher tão envergonhada." apertou a ponta do meu nariz quando fiz menção de fazer uma careta.
"Não estou envergonhada!" sibilei, minha voz me delatando, ao sair uma oitava mais alta que o tom usual.
"Arrependida?" Edward ergueu uma sobrancelha, me olhando do mesmo jeito cúmplice de sempre.
Ri e passei as mãos pelos cabelos, começando a me sentir mais relaxada. Não fazia ideia do motivo de estar tão embaraçada na presença dele.
"Definitivamente não." murmurei, fazendo-o entortar a boca de um jeito sexy.
"Ainda bem. Uau, por um momento pensei que você fosse dizer que tinha odiado." sibilou, me fazendo rir ainda mais e lhe dando um tapinha nos ombros.
"Não seja tão idiota, Edward. Você sabe muito bem que foi tudo maravilhoso." falei, baixando os olhos, remexendo na ponta do lençol que estava enrolado em meu corpo.
Edward gargalhou e encostou as costas na cama, ficando lado a lado a mim agora. Seus braços se cruzaram em torno do peito forte e ele comentou:
"Você me deu uma canseira das boas, Bee." sorriu e eu o acompanhei, rindo e sentindo o rosto quente mais uma vez. "Quase acabou com o seu parceiro de basquete, sabia disso?"
"Hum... devo considerar isso como um elogio, não é?" perguntei, sem desviar os olhos dos dedos, que estavam enrolados na ponta do lençol.
"Certamente. E bom, depois de ontem vou começar a fazer uma dieta reforçada ou juro que você vai acabar comigo da próxima vez." senti meu coração pular dentro do peito ao ouvir a expressão 'próxima vez'. A esperança tomou conta do meu corpo e eu sorri, me virando pra encará-lo.
Seus olhos imediatamente grudaram nos meus e senti os pulmões travarem, interrompendo a entrada de ar, fazendo o coração tamborilar com entusiasmo dentro do peito. Os olhares ficaram alguns bons instantes falando entre si, travando uma batalha silenciosa e impenetrável.
Por fim, fomos interrompidos pelo bater suave na porta do quarto e eu vi Edward dar um pulo da cama, correndo pra atender.
Nosso café chegou e eu tive que saltar da cama, prendendo a ponta do lençol no colo, correndo pra sentar à mesa, sentindo o estômago se manifestando com veemência. Edward riu do jeito que eu ataquei duas maçãs e um pedaço de melão, enquanto ele preparava um sanduíche enorme com várias camadas de queijo, ovos e bacon.
Comemos em silêncio, apreciando a visão privilegiada do mar esverdeado, cintilando por causa do sol forte, o barulho das gaivotas e o leve bater das ondas na areia eram como música para os meus ouvidos.
Bebi um pouco de suco e suspirei, completamente perdida naquela visão do paraíso.
"Como eu nunca percebi?" a pergunta me tirou do devaneio agradável e eu me virei para encarar Edward, que estava com os olhos fixos em meu rosto.
"O quê?" franzi o cenho, pendendo a cabeça discretamente para o lado.
"Que você era linda e tão sexy." respondeu e eu baixei os olhos, soltando uma risadinha nervosa, o rosto ficando levemente enrubescido. "Como demorei tanto pra ver que estava diante de uma mulher tão maravilhosa?" continuou, me fitando com intensidade.
"Bom.. pelo menos você se deu conta." sibilei, fazendo-o gargalhar, me encarando com olhos divertidos.
"É.. Antes tarde do que nunca." comentou, bebendo um gole de suco.
"Exatamente." sorri, observando o cobre dos seus cabelos ainda mais intensificado por causa dos raios de sol que invadiam o quarto.
Ficamos em silêncio mais uma vez e eu aproveitei pra suspirar, sentindo a alegria tomando conta do meu coração. Não sabia dizer quando fora a última vez que me senti daquele jeito, tão feliz e tão leve.
Ouvi a risadinha de Edward e me virei novamente pra encará-lo, juntando as sobrancelhas. Edward fitava o mar e ria, como se alguém tivesse lhe contado uma piada muito engraçada.
"Posso saber qual é a graça?"
"Você." respondeu, se virando pra me encarar.
"Eu?" perguntei, confusa.
"Aham. Tá tão sem graça que nem conversar direito comigo consegue. É sempre assim quando você acorda com alguém, Bella?" questionou, bem humorado.
"Não estou sem graça." me defendi, com a voz levemente irritada.
"Ah não, então por que está parecendo um tomate maduro?" insistiu, rindo ao perceber que eu corei ainda mais.
"Para com isso!" ralhei, mas não consegui conter a risada que escapou dos meus lábios, ao vê-lo tão descontraído. Parecia um menino levado rindo daquele jeito. Mais lindo impossível.
Levantei da cadeira e me aproximei de Edward, encarando-o com um olhar de desafio. Edward me encarou fixamente e aos poucos a risada foi morrendo na sua garganta.
"Acabou o festival de piadas?" perguntei,erguendo uma sobrancelha em tom de provocação.
Ele me deu apenas um sorriso torto como resposta e me puxou para o seu colo, me acomodando entre suas coxas.
"Sabia que você fica linda enfezadinha desse jeito?" sussurrou, mordendo o lóbulo da minha orelha, enquanto eu espalmava as duas mãos em seu peito. Senti a pele formigando sob as pontas dos dedos.
"Gosta de me ver assim?" perguntei, apertando seus ombros, enquanto ele começava a desfazer o nó que prendia o lençol ao meu corpo.
"Muito." sibilou, puxando o tecido até o meio da minha barriga, deixando meu colo a mostra.
Suspirei e Edward sorriu, encostando a testa na minha, enquanto me apertava pela cintura, me posicionando com mais precisão no meio das pernas, me fazendo sentir o membro pulsante arranhando minha pele em chamas.
"Já que você gosta tanto assim, por que não vem comigo tomar um banho? Assim eu posso te mostrar como eu fico quando provocada." aticei, mordendo seu lábio inferior, enquanto penteava com os dedos seus cabelos umedecidos.
Recebi como resposta um aperto na bunda e um gemido baixinho. Música pra os meus ouvidos.
"Provocando seu velho amigo, Bee?" questionou, mordendo meu queixo, me fazendo arfar e puxar ainda mais seus cabelos.
"O que você acha?" devolvi, descendo os dedos pela nuca, para arranhá-lo nas costas. Edward rosnou, puxou meu rosto de encontro ao seu, me fitando com intensidade.
"Hum.. que interessante." comentou, os lábios bem junto dos meus.
"O quê?" perguntei, hipnotizada pelo tom rosado da sua boca.
"A gatinha sexy voltou a dar as caras por aqui." sibilou e eu gargalhei, enquanto sentia suas mãos subindo e descendo pelas minhas costas, deixando um rastro de arrepios por onde passavam.
"É, ela sempre aparece quando eu quero." respondi, sorrindo de um jeito provocante.
"Bom, então o que você acha se eu beijasse essa gatinha e a jogasse naquela cama agora?" Edward perguntou, roçando os lábios lentamente nos meus.
"Também é uma ide-" não consegui completar o raciocínio, sua boca já havia tomado conta da minha em um beijo faminto.
Edward me pegou no colo rapidamente e fez exatamente o que dissera, me jogando na cama e me tomando sem qualquer hesitação.
Nossa conversa foi encerrada com gemidos agoniados, suspiros e o som dos nossos corpos dançando, completamente perdidos um no outro.
A rendição foi partilhada através das respirações irregulares e de olhares atrevidos, que começavam a vivenciar um novo tipo de cumplicidade. Muito maisintensa e prazerosa.
[...]
O sol quente e o estômago roncando anunciaram que estávamos no meio do dia. O calor agradável que cercava o ambiente fazia a minha pele formigar e as gotículas de suor brotarem das têmporas, escorrendo pelo rosto, se acumulando na curva dos meus seios. Retirei o chapéu que usava e passei a costa da mão na testa, mandando pra longe a franja ensopada de suor. Eu adorava os benefícios do sol, mas odiava o calor excessivo que me fazia suar em bicas.
Sentei na ponta da espreguiçadeira e deixei que a brisa do mar soprasse e secasse minha pele, mandando uma sensação de frescor por todo corpo. O mar à minha frente apresentava uma coloração verde intensa, os raios de sol refletindo e deixando as águas ainda mais cintilantes. Havia alguma coisa na cor do mar que me fazia lembrar dos olhos de Edward.
Edward...
Ainda estava tentando me convencer de que a noite passada e a manhã de hoje não tinham sido sonhos muito bem sonhados. Edward tinha sido tudoque eu mais desejara em toda vida. Não conseguia deixar de sorrir e corar ao relembrar de como tínhamos nos comportado no quarto daquele hotel, sem qualquer tipo de pudor, sem qualquer constrangimento.
Apenas um homem e uma mulher que se desejavam mutuamente e que sentiam uma fome um do outro que parecia cada vez mais insaciável.
Nenhum de nós tocou no assunto referente à noite passada, parecia que o que acontecera tinha sido algo rotineiro. Edward não pareceu nem um pouco constrangido após ter transado com a sua melhor amiga e eu fiquei grata por isso.
Mas ao contrário dele, eu estava me sentindo desconfortável. Queria abrir o jogo, dizer que não tinha sido apenas sexo pra mim, que eu queria muito mais do que apenas uma transa casual - que foi espetacular - diga-se de passagem, mais ainda assim sem qualquer tipo de compromisso.
Só que eu estava com medo, apavorada era a palavra mais correta, não sabia como iniciar uma conversa com ele e aquilo era ridículo e ao mesmo tempopreocupante. Edward era o meu melhor amigo, eu poderia conversar com ele sobre qualquer tipo de assunto, por mais constrangedor que fosse. Correção: poderia conversar sobre todos os assuntos, menos sobre o mais importante, o meu recém descoberto amor por ele.
Era a primeira vez que me apaixonava e a primeira vez que não sabia o que fazer pra resolver uma situação referente à minha vida. Estava com medo de Edward interpretar aquilo tudo de forma errônea.
E se ele achasse que eu queria apenas sexo com ele?
Edward conhecia meu histórico tanto quanto eu conhecia o dele, sabia que eu não era uma mulher de relacionamentos duradouros. Preferia me manter livre a ficar amarrada em alguém que depois de dois ou três meses se achava dono da minha vida e começava a me dar ordens como se eu fosse seu bichinho de estimação. E era justamente por causa desse fato que Edward e eu eramos tão próximos um do outro. Ambos prezávamos a liberdade mais do que qualquer outra coisa no mundo.
Mas agora as coisas tinham mudado completamente, principalmente depois daquela noite. Se antes eu ainda tinha dúvidas de que o que sentia por meu melhor amigo era apenas uma paixonite de adolescente um pouco tardia, as dúvidas foram extintas. Agora tinha total e absoluta certeza de que estava apaixonada por Edward.
E era ali que residiam os problemas: como explicar pra ele que pela primeira vez na vida eu tinha me apaixonado e queria viver esse amor? E mais, será que Edward poderia ser capaz de pelo menos um dia cogitar a possibilidade de se apaixonar por mim?
Aquelas incertezas somadas ao calor insuportável estavam fazendo minha cabeça latejar de forma irritante. Beberiquei um pouco de suco de laranja e quase cuspi quando o líquido adocicado, mas quente, desceu pela minha garganta. Fiz uma careta e acenei para o garçom de camisa com estampas florais, pedindo pra que ele me trouxesse um novo copo com suco de laranja e bastante gelo.
Voltei a me deitar na espreguiçadeira e suspirei, meio frustrada. Edward estava no mar, todo empolgado por poder utilizar suas habilidades de surfista amador. As ondas estavam agitadas e quebravam na areia branca com uma força que fazia meu corpo inteiro estremecer de pânico. Tinha trauma do mar, desde o dia que sofrera um acidente andando de jet ski e quase morri afogada. Desde então eu não passava da beira da praia, nunca me atrevia a mergulhar no mar.
O garçom trouxe meu pedido, dessa vez um copo com suco e bastante gelado e eu entornei de uma vez só, suspirando de alívio ao sentir o liquido frio escorrendo pela garganta, abrandando por alguns segundos a sensação de calor infernal que tomava conta do meu corpo.
Consultei o relógio e percebi que já passava das duas da tarde. Levantei e vasculhei o mar à procura de Edward, que parecia muito a vontade tomando caldo das ondas gigantes. Sorri e balancei a cabeça, enquanto observava-o subir na prancha e seguir em direção a uma onda enorme que se aproximava.
Gargalhei alto ao ver que Edward nem ao menos tivera tempo de se posicionar direito na prancha. A onda o encobriu e o fizera rebolar algumas vezes em meio a muita espuma. Era engraçado vê-lo emergir, bufando, enquanto se posicionava na prancha e seguia em direção à mais uma onda feroz e gigante. Conseguiu pegar uma onda apenas uma vez, levou caldo outras cinco. Ele precisava treinar mais se quisesse ser chamado de surfista.
Estava distraída observando as peripécias de Edward no mar que só me dei conta de que o celular estava tocando quando já era tarde demais. Visualizei a chamada e sorri ao ver o nome de Rosalie no visor do aparelho. Apertei o botão de discagem e retornei a ligação.
"Achei que você não fosse atender esse celular." a voz de Rose ecoou nos meus ouvidos e eu revirei os olhos, enquanto sentava na espreguiçadeira mais uma vez.
"Desculpa, eu estava distraída."
"Distraída, é? Edward tem alguma coisa a ver com isso?" ela perguntou, me fazendo corar involuntariamente.
"Sim, mas não do jeito que você está pensando." tratei de advertir.
"Como sabe o que eu estou pensando?" Rose rebateu, me fazendo soltar uma risada fraca.
"Ah, por favor, até parece que eu não te conheço Rosalie Hale! Você é mais pervertida do que Alice, eu e até Emmett juntos!" Rose gargalhou do outro lado da linha diante do meu comentário.
"Que calúnia, Bella!" tentou imprimir um tom de indignação, mas foi traída por uma outra risada que escapou da sua garganta.
"Aham." me limitei a responder, rindo das risadas de Rosalie.
"E aí, não vai me contar se o plano dos três S deu certo?" inquiriu, alguns minutos depois.
"Hum.. estou pensando." quase podia vê-la rolando os olhos verdes em sinal de tédio depois dessa minha resposta.
"Ah, Bella, eu sou uma mulher grávida e não posso passar por mudanças bruscas de humor, portanto, destrava essa língua e me conta tudo!" Rose ordenou.
"Não há muito o que contar, Rose." estava começando a ficar desconfortável com aquela conversa, não queria alugar os ouvidos da minha amiga com minhas lamúrias e incertezas.
"Como não há muito o que contar, Bella?" suspirou, exasperada. "Ah não, não me diz que o Ed não caiu no truque do sorvete?"
Soltei uma risadinha nervosa e passei as mãos pela testa, que novamente estava ensopada de suor.
"Mais ou menos." respondi.
"Explique-se, Swan!" Rose já estava começando a ficar irritada.
"Eu fiz tudo que você me mandou fazer. Estava segura, tentei ser o mais sexy possivel, mas no final o terceiro S ficou com o Edward!"
Rose soltou um gemido de surpresa e perguntou:
"Como assim?"
"Edward foi o safado na história toda, acabou usando o sorvete a seu favor." sibilei, encaixando a mão embaixo do queixo, soltando um suspiro de resignação.
"Não me diga que..."
"Isso mesmo," cortei o pensamento de Rosalie. "Edward usou o sorvete em mim, quando eu deveria ter usado nele." resmunguei. Não que eu estivesse reclamando daquilo, mas eu não esperava que Edward fosse ceder tão fácil.
"Mas isso é maravilhoso!" Rosalie exclamou, sua voz estava aguda de alegria. "Isso só prova que o nosso querido Eddie não era tão cego aos seus encantos." suspirou, meio aérea. "E então, não vai me contar como foi tudo? Preciso da sua análise sobre a perfomance do Edward." revirei os olhos e senti meu rosto pegar fogo mais uma vez.
"Rose, eu realmente não quero falar-"
A frase morreu na minha garganta, quando eu senti o celular ser puxado da minha mão. Virei de costas e dei de cara com um Edward sorridente e extremamente sexy me encarando com um olhar intenso, enquanto levava o celular ao ouvido.
"Então um dos furões resolveu dar o ar da sua graça, não foi? Como vai, Rose?" falou, sentando ao meu lado na espreguiçadeira, respingando água em minhas pernas e no meu rosto.
Evitei olhar Edward enquanto ele fingia estar muito aborrecido com Rosalie por conta do furo da viagem. Focalizei meus olhos no mar esverdeado à minha frente, tendo como plano de fundo a risada rouca e sensual dele.
"Se estamos nos divertindo?" involuntariamente me voltei para encará-lo ao ouvi-lo sibilar. "Mais do que você possa imaginar." o verde intenso das suas iris capturaram os meus olhos e eu prendi o fôlego quase que instantaneamente. Havia alguma coisa no olhar de Edward que me deixava completamente vulnerável e de joelhos flácidos, que poderiam me derrubar assim que eu erguesse meu corpo.
"Novidades? Que tipo de novidades?" desviou os olhos dos meus e eu enfim pude respirar com um pouco menos de dificuldade. A risada de Edward se transformou em uma gargalhada alta, enquanto ele chacoalhava os cabelos ensopados de água do mar na minha direção, respingando água no meu corpo inteiro. "Até que enfim Emmett acertou uma tacada! Fico feliz por vocês, parabéns, Rosalie!" a julgar pelo modo carinhoso com ele falava, estava se referindo a noticia da gravidez de Rose.
"Tudo bem, a gente se fala, então. Até mais." e desligou o telefone.
"Sabia que a Rose estava grávida?" perguntou, se voltando pra me entregar o celular.
"Soube agora a pouco." menti, mordendo o canto dos lábios e desviando os olhos dos dele.
Edward sorriu e comentou:
"Rose e Emm merecem uma novidade dessas, já estavam desejando um filho há tanto tempo." concordei com um gesto de cabeça, sorrindo meio sem graça.
Edward percebeu o meu jeito retraído e rolou os olhos, antes de se voltar e me encarar extremamente sério.
"Estou começando a me convencer de que o que rolou entre nós não te agradou nem um pouco." falou, me fazendo corar com força.
"P-por que você tá dizendo isso?" retruquei, minha voz saindo um pouco mais elevada que o tom normal.
"Porque você passou o dia inteiro agindo de forma estranha!" respondeu, pegando uma das minhas mãos e me fitando de forma intensa. "Não quero que o que aconteceu com a gente afete a nossa amizade, Bella, então se você não gostou, se está se sentindo desconfortável, é melhor me dizer agora."
Como dizer a ele que eu estava sim incomodada, mas não do jeito que ele pensava? Eestava extremamente constrangida, pois não sabia como agir ao lado dele, agora que sabia mais do que nunca o quanto estava apaixonada. Como explicar que eu tinha simplesmente amado a noite que tivera com ele e queria muito mais, queria amor, companheirismo, queria poder demonstrar tudo que estava sentindo dentro de mim naquele momento? Será que ele estava preparado pra saber o que estava realmente acontecendo comigo?
Voltei meus olhos para Edward e o fitei por alguns segundos, sem saber nem como nem por onde começar a falar. Minhas mãos estavam tremendo e o canto dos lábios estavam sensíveis de tanto que eu o mordia.
"Bella," Edward chamou, ao perceber que eu estava visivelmente nervosa. "você tá mesmo arrependida do que aconteceu?" sua voz trazia um leve toque de incredulidade.
Precisava dizer alguma coisa ou ele iria começar a tirar conclusões precipitadas.
"J-já disse que não." consegui responder, fitando meus pés enterrados na areia.
"Então qual é o problema?" ele estava mesmo disposto a saber o que eu tinha de errado. Já que estávamos ali, porque não escancarar logo as coisas? A hora não poderia ser mais oportuna.
"Edward, antes de mais nada eu quero que você saiba que-"
A frase ficou na minha garganta assim que meus olhos focalizaram a loirinha com cara de oferecida repousar a mão cheia de dedos nos ombros de Edward, fazendo com que ele desviasse os olhos dos meus.
"Até que enfim eu achei você, Eddie." Tanya ronronou, fazendo um muxoxo antes de prosseguir. "O que aconteceu ontem a noite, por que não foi a festa na boate do hotel?"
Edward se virou para me encarar de forma intensa e eu imediatamente desviei os olhos dos seus, me concentrando na loira quase jogada em seu colo.
"Olá Tanya." cumprimentei, fingindo uma doçura na voz que eu não tinha.
Tanya me fitou de um jeito nada amigável e voltou sua atenção para Edward, não sem antes falar um "Oi" muito seco pra mim.
"E então, Eddie, não vai me responder? Por que não me procurou na festa de ontem? Pensei que você fosse querer continuar o que tínhamos começado no barco ontem." precisava ser tão oferecida daquele jeito?
Senti o rosto pegar fogo e desviei o olhar para o mar, tentando me manter calma.
"Desculpa, Tanya, aconteceu algumas coisas ontem a noite e eu preferi não ir à festa. Acha que pode me perdoar e esquecer o furo que te dei?" Edward sibilou, sua voz rouca e sensual fazendo meu corpo inteiro estremecer. Se ele estava pensando que eu ia aturar o flerte dele com a loirinha imbecil, estava muito enganado.
"Que tal se você me recompensasse pelo furo, aceitando almoçar comigo no restaurante mexicano aqui do hotel?" bufei e me virei para encarar Edward, com um sorriso cínico e nada amigável no rosto.
Recebi como resposta um olhar indecifrável, que logo foi desviado para o rosto perfeito da tal Tanya.
"Eu adoraria, mas é que a Bella-"
"Está subindo pro quarto, porque tá morrendo de dor de cabeça." completei a frase por ele, me erguendo, já pegando a minha saída de praia e o chapéu de palha.
Edward me encarou, confuso e quando ia se manifestar, fiz um gesto pra que ele ficasse onde estava.
"Aproveita o almoço, Ed, é o seu ultimo dia aqui em Miami, vai se divertir. A gente se vê mais tarde."
Não dei chances pra que ele falasse alguma coisa, pois no segundo seguinte, marchei em direção à entrada do hotel, quase correndo em direção ao meu quarto. Eu queria o quê, que Edward se tornasse fiel só por que nós tínhamos passado uma noite juntos? Tinha visto o jeito como ele tinha ficado por causa da Tanya no dia anterior, seu interesse na loira tinha sido evidente. Ele era um homem livre, poderia sair com quantas mulheres quisesse, sem me dar qualquer tipo de satisfação.
E pensar que eu estava a ponto de confessar que o amava, quase cometi a maior burrada de todas. Mas e agora, o que iria fazer? O meu comportamento covarde estava totalmente contra as regras do plano para conquistar Edward, não podia ter deixado que ele ficasse com outra mulher, quando tudo que eu mais queria era a atenção inteiramente voltada pra mim.
Me sentindo mais idiota do que nunca, rumei para o bar do hotel e pedi uma dose forte de tequila, sabendo que ia me ferrar por beber álcool de estômago vazio. Mas eu estava me sentindo péssima mesmo, então se piorasse não seria muito ruim assim, seria?
Levei um susto quando um homem de olhos castanhos e um rosto extremamente lindo se aproximou de mim e falou:
"Detesto ver uma mulher bebendo sozinha. Ainda mais quando essa mulher em questão é tão linda." revirei os olhos e voltei minha atenção para o copo com tequila que o garçom acabara de trazer.
"Posso lhe fazer companhia?" o homem insistiu, repousando uma das mãos muito quentes no meu braço.
"Muito obrigada, mas eu estou bem sozinha." respondi, tentando me afastar, mas o homem estava disposto a manter uma das mãos no meu braço.
"Eu insisto. Meu nome é Jacob. E o seu?"
Quando eu ia fazer menção de me afastar, senti um par de mãos me segurando pela cintura, puxando meu corpo pra junto do seu, me levando pralonge do tal Jacob.
Era Edward, que fitava o moreno à minha frente com cara de poucos amigos.
"Desculpa o atraso, amor, não era a minha intenção te fazer esperar tanto." sibilou, puxando meu rosto pra junto do seu com força e antes que eu percebesse, a boca macia e quente estava sobre a minha, me beijando lenta e tentadoramente.
Minhas mãos voaram automaticamente para os cabelos fartos de Edward, que manteve as mãos na minha cintura, enquanto entreabria os lábios e escorregava a língua para dentro da minha boca, tomando meu fôlego de vez.
Ao fundo, ouvi alguém praguejar, mas não conseguia prestar atenção em nada ao meu redor, tudo porque havia uma boca ávida sobre a minha, que estava provocando uma verdadeira revolução em cada pequena terminação nervosa do meu corpo.
"O-o q-quê...?" gemi, assim que Edward se afastou de mim, exibindo um sorriso triunfante na boca vermelha e sensual. Precisei piscar várias vezes pra conseguir ajustar o foco da minha visão, que ainda estava pontilhada por luzes ofuscantes.
"Ele já foi." Edward sibilou, me encarando fixamente, ainda com as mãos na minha cintura.
"E-ele?" uni as sobrancelhas, sem saber a quem Edward estava se referindo. "E-ele quem?"
Edward soltou uma risadinha e roçou os lábios de leve nos meus. Esqueci até meu próprio nome quando a boca macia encostou na minha.
"Vi que você estava tentando se livrar do imbecil que sentou ao teu lado ainda pouco." respondeu, enquanto continuava a torturar a minha boca com a sua, me deixando zonza e extremamente afetada. "Resolvi te dar uma força."
Tentei puxar o ar para dentro dos pulmões, em busca de um vestígio de consciência, mas só fiz piorar as coisas. O cheiro característico de Edward, somado ao aroma do sol e do sal que estava impregnado em seus cabelos e mais a dose de tequila que eu tinha tomado só fizeram meu estômago girar e a boca ficar bastante seca.
Involuntariamente, movi meu lábio inferior, que recebeu como resposta uma leve mordida, enquanto eu sentia duas mãos bastante fortes apertando de leve minha cintura.
"Fiz mal em interromper a investida do surfista prateado?" Edward perguntou, afastando, por alguns centímetros, sua boca da minha.
"Hum.. a-acho que não." respondi, meio débil, puxando seus cabelos com entusiamo, trazendo seu rosto para junto do meu. "Mas por via das dúvidas," engoli a seco e fitei seus lábios inchados, antes de erguer os olhos e encará-lo. "a-acho que é melhor você continuar impedindo as investidas dele e de qualquer outro. Sabe como é, só por precaução."
Ouvi uma risadinha baixa escapar da sua garganta, enquanto ele posicionava uma das mãos embaixo do meu queixo, acariciando a pele que aquela altura já estava em chamas.
"Claro,  por precaução." me deu uma piscadela e voltou a me beijar, dessa vez varreu qualquer pequeno pedaço de sanidade que pudesse haver na minha mente.
Traguei o ar lentamente, assim que Edward se afastou, tão ofegante quanto eu. Nos encaramos por um bom tempo e sem que uma palavra fosse dita, nossas bocas voltaram a se encontrar, como se houvesse um campo magnético que as atraía e as impediam de se desgrudarem.
"Hum.. acho que eu preciso agradecer você." murmurei, as palavras saindo quebradas por causa da boca de Edward, que ainda se movia contra a minha vagarosamente.
"É. Pra. Isso. Que. Servem. Os. Amigos." pontuou cada palavra com selinhos que só fizeram a minha cabeça rodar. Ficamos calados por mais alguns segundos, enquanto nossas bocas exploravam uma a outra, sem qualquer tipo de pressa.
"Agora eu sei porque os homens te adoram tanto." Edward sussurrou, subindo os lábios até a ponta do meu nariz. Abriu os olhos e me fitou longamente. "É impossível manter as mãos, os olhos e a boca longe de você, Bee." e voltou a me beijar.
O chão parecia ter sumido dos meus pés naquele momento e tudo que eu mais queria era que aquele instante fosse congelado, para que eu pudesse desfrutar do beijo de Edward por um bom tempo. mas aí eu ouvi alguém sibilar algo como 'Vão se engolir no quarto de vocês, pessoal!' e logo recobrei a consciência. Estávamos no bar do hotel, que estava abarrotado de gente,o que me deixou imediatamente envergonhada.
Após fazer um esforço sobrehumano, finalmente consegui fazer com que as minhas mãos soltassem os cabelos ainda úmidos de Edward, afastando-o, enquanto eu lutava para normalizar a minha respiração.
"Obrigada mais uma vez." já nem sabia mais porque estava agradecendo. Passei as mãos nos cabelos, enquanto me virava e pedia uma garrafa com água e bastante gelo. Mais do que nunca eu precisava de algo para aplacar o fogo que consumia o meu corpo inteiro.
Edward desgrudou as mãos da minha cintura e sentou em um banco ao meu lado, penteando os cabelos desgrenhados, meio agitado.
Virei a garrafa com água de uma só vez e senti o líquido gelado rasgando minha garganta, o que me fez tossir por alguns segundos, me fazendo corar ainda mais. Edward pediu uma cerveja e por alguns instantes nenhum dos dois se pronunciou.
Minha cabeça ainda estava tentando processar o que tinha acabado de acontecer ali naquele bar e não chegava a nenhuma conclusão plausível. Mas o silêncio estava começando a ficar constrangedor e eu estava ficando curiosa para saber o motivo de Edward ter vindo atrás de mim.
"O que aconteceu com o seu almoço com Tanya?" percebi que ele entortou o canto da boca, meio desgostoso.
"Acabou antes mesmo de começar." respondeu, os olhos fixos na garrafa de cerveja que tinha entre as mãos. "Aquela mulher é maluca, passou meia hora falando dela mesma e quando eu tentava interromper, ela tomava fôlego e continuava o discurso sobre a carreira de modelo e sobre quanto as pessoas a adoravam. Acho que Tanya ainda não percebeu que eu me levantei da mesa e a deixei falando sozinha." gargalhei diante da confissão e me virei para encará-lo.
"Pensei que você tivesse gostado da loirinha." cutuquei, olhando-o intensamente.
"Teria gostado, se ela tivesse mantido a boca fechada por alguns segundos pelo menos." resmungou e depois tomou um longo gole da cerveja. "Além disso," voltou os olhos para mim. "não gostei de te ver fugindo do jeito que fugiu quando a Tanya me convidou para almoçar."
"E quem disse que eu estava fugindo?" dei de ombros, querendo desconversar.
Edward estreitou os olhos de um jeito engraçado e eu soltei uma risada, meio nervosa.
"O que foi?" perguntei, olhando-o de soslaio.
"Eu te conheço, Bella, você ficou chateada quando a Tanya sugeriu que a gente fosse almoçar juntos."
Girei os olhos e entortei a cara, desviando os olhos dos dele, com medo que ele lesse algo mais na minha expressão. Desde quando Edward tinha se transformado em um observador de mulheres?
"Só achei que era melhor voltar pro hotel e deixar que você se divertisse um pouco." falei, remexendo no rótulo da garrafa com água, agora vazia, que eu tinha nas mãos.
"E te deixar sozinha, trancafiada no quarto no último dia da nossa viagem, Bella?" retrucou, meio aborrecido. "Francamente, o que está acontecendo com você?"
"N-nada."
"Você ficou estranha o dia inteiro, sempre se esquivando de mim, como se estivesse com medo de alguma coisa." Edward agora me olhava de um jeito sério, quase aborrecido. "Acho que nós já temos intimidade suficiente para que você seja franca comigo e me conte o que tá rolando. Tá com medo que eu me torne mais um na longa lista de homens que rastejam aos seus pés depois que você passa a noite com eles?"
Aquele comentário me pegou tão desprevenida, que tudo que eu consegui fazer foi soltar uma gargalhada alta, que me deixou sem ar e com a barriga dolorida. De onde Edward tinha tirado aquela brilhante ideia? Era difícil de imaginá-lo suplicante, completamente rendido a mim. Quem estava praticamente rastejando aos pés dele ali era eu.
"Nunca teria essa pretensão de te ter rastejando aos meus pés, Edward. Você, o 'senhor auto confiante', nunca correria atrás de uma mulher, muito menos de mim." sibilei, minha voz ainda saindo histérica por causa da crise de risos que tivera segundos atrás.
Edward rolou os olhos, meio entediado e eu respirei fundo, tentando me manter séria.
"Só não quero que o que rolou entre a gente acabe com a nossa amizade, Bella." murmurou, me olhando fixamente.
Eu queria poder dizer que nada ia abalar o que tínhamos um com o outro, mas sabia que estaria mentindo se falasse isso. O laço de amizade com Edward estava fragilizado desde o momento em que me apaixonei por ele, quando deixei de tratá-lo como antes.
Naquele momento, eu vi que já não havia mais como fugir da minha tão temida conversa com ele. Se não abrisse o jogo logo, acabaria enlouquecendo e poria em risco ainda mais meu relacionamento com Edward. Não estava mais aguentando esconder o amor que sentia por ele, que a cada minuto exigia que eu o botasse para fora.
Respirei fundo e balancei a cabeça algumas vezes, antes de falar:
"A-acho que a gente precisa conversar, não é?"
Edward soltou um suspiro exausto e respondeu:
"Até que enfim você resolveu concordar comigo em um ponto. O que está acontecendo, Bella? O que está te deixando tão tensa desse jeito?"
Fechei os olhos e tentei procurar a melhor forma de confessar o que tanto queria. Mas o meu cérebro não achou as palavras que eu precisava naquele momento e por isso, após alguns minutos de hesitação, decidi que precisava de tempo para me preparar, antes de escancarar toda a verdade.
"Hum.. Edward, preferia conversar com você sobre isso mais tarde, pode ser? Vai rolar um lual na praia na hora do pôr do sol e eu quero muito participar. A gente pode ficar lá por um tempo e depois podemos jantar aqui mesmo no hotel e aproveitar pra termos essa conversa, o que acha?"
Ele bufou e fez cara de contrariado, mas acabou aceitando a minha condição, o que me deixou um pouco menos tensa. Terias tempo pra me preparar pra conversa que definiria a minha vida e a minha relação com Edward.
"Dessa noite essa conversa não passa, ouviu bem, Bella?" se levantou e pagou as bebidas que tínhamos consumido.
"T-tudo bem." sibilei, passando as mãos pelos cabelos. Era melhor acabar logo com aquela agonia antes que eu enlouquecesse de vez.
Tinha chegado a hora. Agora era tudo... ou nada.
[...]
Durante o resto do dia, Edward não falou mais sobre o meu comportamento estranho, mas isso não significava que eu estava livre daquela maldita conversa.
Passamos a tarde inteira na piscina do hotel, após termos devorado um belo salmão assado. Conversamos sobre amenidades, estava claro que ambos estavam evitando qualquer tipo de assunto que remetesse ao que tinha acontecido entre nós nas últimas quarenta e oito horas.
O sol já estava se pondo, quando finalmente nós decidimos que era hora de subir e trocar de roupa, o lual começaria em meia hora. Foi aí que o pânicocomeçou a me dominar, deixando um gosto amargo na boca e uma reviravolta nojenta no estômago.
Edward ficou bebericando uma cerveja na sacada do quarto, enquanto eu segui para o banheiro. Fiquei um bom tempo parada sob o chuveiro, na esperança de que a água gelada acalmasse meus nervos. Tentei ensaiar como começaria a conversa, mas as palavras fugiam cada vez que eu começava a pensar sobre o assunto, me deixando ainda mais nervosa.
Saí do banho me sentindo em frangalhos, uma dor de cabeça fraca começava a despontar na nuca, reflexo do meu estresse antecipado. Troquei de roupa ali no banheiro mesmo e quando saí, encontrei um Edward sério, me fitando com uma careta aborrecida.
"O lual já começou." apontou para a aglomeração no meio da praia, o flamejar da fogueira se misturava aos tons alaranjados que o sol se pondo conferia ao mar brilhante à nossa frente.
"Já estou pronta."
"Vou tomar banho." avisou, entrando no banheiro, enquanto eu aplicava uma maquiagem básica no rosto, sem a mínima vontade de me produzir naquele momento.
Se ao menos pudesse antecipar a reação de Edward sobre o que eu estava prestes a confessar!
O fato dele ter demorado apenas vinte minutos para ficar pronto me deixou ainda mais aborrecida e apreensiva. Eu ainda estava terminando de pentear os cabelos, quando Edward saiu do banheiro, usando uma bermuda caqui e uma camiseta preta de um tecido fino, que deixava o contorno dos músculos do seu abdome a mostra. Ele também não colaborava para o bem estar da minha saúde mental.
"Vamos?" passou as mãos nos cabelos fartos e ainda úmidos e eu senti um estranho formigamento nas mãos, os dedos pegando fogo, loucos para fazerem companhia aos dedos longos que arranhavam seu couro cabeludo.
"Claro, vamos lá." sibilei, alisando a barra da saia que usava. Meu visual ainda era composto por uma blusinha de alças bem finas e sandálias de dedos.
Chegamos ao lual e logo recebemos aqueles colares havaianos de boas vindas. Edward tratou logo de se servir de um drink que era servido dentro de um abacaxi, enquanto eu escapava para o meio das pessoas que estavam dançando ao som do reggae que compunha a trilha sonora do pôr do sol.
Fechei os olhos e deixei que o movimentar suave da melodia tomasse conta do meu corpo, me fazendo mover os quadris lentamente.
Levei um susto quando senti as mãos firmes de Edward me segurando pela cintura, o corpo quente colado ao meu, enquanto ele passava as mãosdelicadamente pela minha barriga, provocando pequenas contrações um pouco abaixo de onde elas tocavam.
"Não pense que me provocando desse jeito você vai conseguir fugir da nossa conversa, minha linda Bee." sussurrou bem próximo ao meu ouvido, nossos corpos colados, sentia o peito forte se movimentando contra as minhas costas, enquanto meus quadris se encaixavam perfeitamente no meio das pernas dele.
"Pensei que você que você me conhecesse melhor, Edward." me virei para encará-lo, quase perdendo a linha de raciocínio quando os meus olhos se depararam com as esmeraldas que ele carregava naquelas íris. "S-se me conhecesse de verdade..." respirei fundo ao sentir que ia gaguejar mais uma vez. " ...s-saberia que não sou mulher de fugir de alguma coisa." eu estava literalmente tremendo nas bases, mas não iria deixar que ele soubesse disso.
Edward apenas fez um aceno de cabeça e continuou movendo os nossos corpos ao ritmo cadenciado do reggae. Respirei fundo e continuei o meu discurso de garota independente e auto confiante:
"Se quiser conversar agora mesmo, podemos ir-"
Edward me lançou um sorriso torto e puxou meu corpo para mais junto do dele, agora os nossos rostos estavam a milímetros de distância. Por conta disso, dava pra sentir o hálito de álcool que ele deixava escapar enquanto falava.
"Não, acho que essa não é uma boa hora para gente conversar, Bee, acabamos de chegar à festa." deslizou a ponta do dedo indicador pela pele do meu braço, eriçando os pêlos por onde seu toque quente passava. "Que tal se nós aproveitássemos um pouquinho disso aqui, hein?"
"C-como quiser." me limitei a responder, subindo as mãos do seu ombro, até seu pescoço, buscando algum apoio, já que as minhas pernas estavam prestes a fraquejar.
A ritmo lento e sensual da música, somado ao poder de atração que Edward exalava não estava fazendo bem para a minha sanidade mental. Já estava começando a ver a hora que teria um ataque cardíaco fulminante.
Deixei que o ar do começo da noite adentrasse meus pulmões, enquanto eu era embalada por um par de mãos macias e quentes, que estavam estrategicamente posicionadas em cada lado dos meus quadris, os dedos longos queimavam minha pele, sob o tecido fino da saia esvoaçante.
O ritmo mudou completamente no segundo seguinte e eu aproveitei para me afastar um pouco, sentindo a garganta seca. Precisava beber alguma coisa ou iria enlouquecer.
"Vou pegar uma cerveja, volto já." falei para Edward, que me encarava como se eu fosse uma carne exposta no açougue, deixando o meu nervosismo ainda mais em evidência.
Levei um susto quando senti uma das mãos me segurando pelo braço e a outra me pegando pela cintura, me puxando para junto do corpo com um gesto carregado de possessividade.
Olhei para Edward e ele me sorriu torto, enquanto me levava até o bar montado no inicio da praia.
"Vou te acompanhar."
"Não precisa, eu posso ir lá sozinha-"
"Já disse que vou te acompanhar."
Rolei os olhos e mordi o canto dos lábios, tentando conter um palavrão.
"Não vou fugir da nossa conversa, Edward!"
"Eu sei."
"Então o que deu em você para ficar me seguindo desse jeito?" questionei, enquanto ele comprava duas cervejas.
"Não estou te seguindo." respondeu, mal humorado e me entregou a garrafa com a bebida bastante gelada. Virei o liquido de uma vez e o senti rasgando minha garganta.
"Ah não?" ergui uma sobrancelha e depois percebi que Edward já não estava mais olhando para mim. Acompanhei o olhar fulminante dele e vi o tal Jacob, do outro lado do bar, me fitando fixamente.
Edward apertou o braço ainda mais na minha cintura e eu precisei piscar várias vezes para tentar compreender o que aquele gesto dele significava.
Não, eu só podia está vendo coisa demais. Edward não poderia estar com ciúmes, poderia?
Jacob abriu um sorriso largo assim que percebeu que eu estava olhando para ele e eu sorri, fazendo um simples aceno com a garrafa que segurava. Ou eu estava ouvindo e vendo coisas que eram fruto da minha imaginação, ou Edward tinha soltado um palavrão no mesmo segundo que eu acenei para Jacob.
"O que foi que você disse?" me virei para encará-lo, mordendo a parte interna da minha bochecha quando percebi que o rosto perfeito estava com uma coloração bastante avermelhada.
Edward desviou os olhos de Jacob e me fitou, erguendo uma sobrancelha quando seus olhos cruzaram com os meus. Sem qualquer aviso, ele baixou a cabeça e me deu um selinho em meus lábios cingidos. Ergueu novamente a cabeça e me encarou em silêncio por alguns longos segundos e depois molhou os lábios com a ponta da língua, antes de voltar o rosto para o meu e me dar um novo selinho, dessa vez pressionando com um pouco mais deforça meus lábios.
Não tive outra alternativa a não ser entreabri-los, para que seu lábio inferior se encaixasse no vão que fora aberto. Minhas mãos automaticamente fizeram uma prisão em seu pescoço, trazendo-o para mais próximo do meu corpo, enquanto a sua boca se movia contra a minha com uma calmaexagerada. Ele fazia questão de me beijar apenas com aqueles lábios macios e convidativos, enquanto sua mão escorregava da minha cintura para os meus quadris, me empurrando para a bancada do bar, encostando meu corpo no balcão de madeira.
O peito arfava à medida que a boca de Edward avançava sobre a minha, me beijando de forma gentil, mas não menos sensual. Quando não consegui me controlar e passei a língua nos seus lábios, ele se afastou, me encarando com os olhos brilhantes e aquele maldito sorriso torto.
"Pronto, assim é bem melhor." sorriu, quando desviou os olhos para o lado oposto do bar e não encontrou o tal Jacob nos observando.
"T-tudo isso por ciúmes, Edward?" me peguei fazendo essa pergunta, fechando os olhos e me arrependendo imediatamente do feito.
Edward gargalhou alto e depois me encarou fixamente, os olhos brilhando por conta das suas risadas.
"E se estivesse, Bee?" a resposta me pegou de surpresa e eu precisei piscar várias vezes para tentar assimilar o que aquilo significava. Edward tinha mesmo admitido que estava com ciúmes de mim?
Balancei a cabeça e depois resolvi que não iria embarcar naquela conversa, sabendo que não estava em um terreno muito confiável. Edward poderia muito bem está agindo assim para me dominar e começar aquela maldita conversa sobre o meu comportamento estranho.
Precisava ficar calma e me sentir segura para confessar que eu o amava.
"Vamos voltar pra festa?" tratei de desconversar, enquanto deixava a garrafa de cerveja vazia em cima do balcão do bar.
"Como quiser." foi a vez dele de dizer aquelas palavras, enquanto nós voltávamos para a agitação do lual, agora a música estava um pouco mais agitada, mas não menos sensual.
Me afastei de Edward e me juntei novamente ao grupo que estava ali dançando e logo comecei a me mover seguindo a batida forte da música. Edward dessa vez ficou parado onde estava, a alguns metros de mim, ainda segurando a sua garrafa de cerveja nas mãos, me fitando de modo insondável.
[N/a: Música sugerida - Neon, Jonh Mayer http : / www . youtube . com /watch?v=i_M5cNcRcMk ]
Sorri e puxei a barra da saia comprida um pouco para cima, exibindo o começo das minhas coxas. O sorriso que brotou naquele rosto perfeito, somado com o calor e a tensão sexual que pairava sobre nossas cabeças, só me fez ter coragem para rebolar, enquanto eu andava e me aproximava do homem que fazia meu coração parar apenas com um olhar intenso que ele me lançava.
"Não vai me acompanhar nessa dança?" perguntei, assim que ficamos frente a frente.
"Prefiro ficar apenas observando. É muito mais interessante." correu os olhos por todo meu corpo, se detendo na minha camisa fina, que deixava transparecer a rigidez dos meus mamilos. "Mas como eu não sou homem de deixar uma mulher desacompanhada em uma dança.. " e me puxou de volta para o meio da multidão que dançava ao som da música.
Sem esperar por um convite, Edward encaixou suas pernas nas minhas, enquanto movia seu corpo contra o meu, me fazendo ofegar e transpirar instantaneamente.
Respirei fundo e subi as mãos até seus cabelos, puxando-os de leve, recebendo como resposta um tapa na bunda, que me fez gargalhar.
[N/a: Música sugerida #2 - Is this love, Paulo Ricardo http : / www . youtube . com /watch?v=X8LuZAyCR-M]
Não foi surpresa nenhuma quando meus dedos ficaram inertes no meio da cabeça de Edward, tudo porque sua boca já estava novamente sobre a minha, dessa vez a língua macia deslizou pelo meio dos meus lábios, me obrigando a entreabri-los. Edward em nenhum momento interrompeu nossa dança, mas agora era ele que conduzia meu corpo fraco, já que o beijo dele me deixava mentalmente incapacitada.
Gemi quando ele afastou sua boca da minha, e sussurrou em meu ouvido:
"O que você tá fazendo comigo, Bee?"
Engoli a seco e corri os dedos pelo peito definido, sentindo os lábios de Edward na minha testa.
"Por que eu não consigo manter as mãos longe de você?"
Soltei uma risadinha fraca e ele apertou a minha cintura de leve; mordisquei o queixo áspero pela barba por fazer e Edward sorriu, me rodopiando ao som do reggae que voltou a dar o ar da sua graça na festa.
"Quer mais um para a coleção de homens que te adoram, não é mesmo? Quer me ver rastejando aos seus pés, como aquela centena que você deixou em Nova York." o tom de brincadeira na voz dele não amenizou o que ele acabara de dizer. Quem Edward pensava que eu era? Como podia me julgar tão mal assim?
Meu corpo inteiro retesou e eu o empurrei, girando nos calcanhares e me afastando das pessoas que dançavam na pista de dança improvisada no meio da praia.
"Ei, ei, ei, o que deu em você, pra onde tá indo?" Edward gritava, enquanto eu praticamente corria para o lado mais afastado da praia.
"Como você pode ser tão idiota?" resmunguei, sem encará-lo.
"O quê?"
Virei para ele e continuei:
"Perguntei como você pode ser tão idiota a ponto de não ver uma verdade que está estampada bem no meio da sua fuça!"
"Não estou entendendo, Bella, o que deu em você-"
"Mas é claro que você não está entendendo, Edward." parei e retirei as sandálias, para em seguida, recomeçar a andar pela areia fofa da praia, que agora estava apenas iluminada pela lua que já brilhava no céu. "E sabe por que você não entende? Porque é um burro! Burro e cego, porque não consegue enxergar um palmo a frente do seu nariz!"
Edward me encarava com o cenho levemente franzido e eu bufei, exasperada. Passei as mãos pelos cabelos e percebi que tinha estourado. Mas era difícil conseguir conter o nervosismo que tomava conta do meu corpo desde o momento que eu tinha desembarcado em Miami.
"O que está acontecendo, Bella?" Edward perguntou, me fitando com um ar de desconfiança.
Enterrei as unhas nas palmas de ambas as mãos e respirei fundo, antes de encará-lo.
"Bom, você quer saber o que está acontecendo, não é mesmo? Então eu vou te dizer o que está acontecendo!" engoli a seco e fiquei alguns segundos encarando-o, tentando buscar a coragem que estava escondida dentro de mim.
"Bella," interrompi o que ele estava prestes a dizer e sem que me desse conta, soltei:
"E-eu estou apaixonada por você, Edward."

Continua...

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