28 julho 2011

TENIR MA MAIN - CAPÍTULO 29

Huuuuuuuuuuuu nossa FIC está entrando na reta final! Amanhã teremos os últimos capítulos, mas hoje muita coisa ainda tem para acontecer, que tal conferirmos o que ainda falta dessa tensa história? Ótima leitura!
Classificação: Maiores de 17 anos
Autora: Lore Volturi 
Gênero: Romance/Drama 
Aviso: Sexo/Lemons
 Capítulo 29

Robert POV
Hotel Bay Marion - Califórnia, 24 de dezembro de 2009 – 23h00min


Essa não era a minha melhor idéia para  passar a noite de Natal, ou melhor, não era a minha melhor idéia no geral, mas era a única que eu tinha. Se essa fosse uma noite de natal comum, nesse momento eu estaria em Londres bebendo em algum pub com o Tom e mais uns amigos, nós provavelmente beberíamos um pouco mais da conta, com a desculpa que era natal e eu iria dormir relativamente cedo, no conforto da minha cama quente.
Foi basicamente o que aconteceu ano passo.
Hoje ao invés do comum e normal, estou em outro continente, vestindo o terno que provavelmente custaria três salários para pagar e para piorar: completamente sóbrio.
A palma da minha mão suava no lado de fora do hotel em que aconteceria o jantar de natal da empresa Facinelli, eu não tinha a cara de pau necessária para fazer isso, segurei o lenço com força, todo meu corpo transpirava como se eu tivesse corrido uma maratona.
“Vamos Rob, você precisa fazer isso.”
Eu tinha ensaiado o texto na frente do espelho.
Mas não conseguia nem chegar perto da portaria, já andava de um lado para o outro  há meia hora.
Alguém podia ter notado, olhei para dentro do lobby, mas ninguém parecia notar a presença do inglês desajeitado tento um pequeno ataque de pânico. Muitas pessoas estavam chegando, era um jantar importante, esse cara conhecia muita gente e provavelmente todos deviam ter o rabo preso em alguma coisa.
Passei o lenço na testa e olhei para o outro lado da rua.
Não sei como não tinha notado esse cara antes, o carro estava ali o tempo todo, mas só agora eu via quem estava lá. Ele estava olhando pra mim, primeiro achei que fosse paranóia, mas olhei ao meu redor e não havia mais ninguém.
Ele estava olhando fixamente para mim.
O cabelo era preto, muito sujo e bagunçado, usava uma bota ridícula, o que é isso? Cowboy? Não gostava do jeito que ele estava me olhando, com aquele ar de superioridade. Ele me pareceu familiar, de algum modo que eu não soube explicar de imediato.
Não demorou nem ao menos cinco segundos, até ele se dar conta que eu tinha notado sua presença ali. O cara, veio em passos largos e atravessou a rua me encarando, por algum motivo não pude me mexer, só conseguia pensar que se ele fosse me dá uma surra, não se sairia bem, afinal tinha uns dez seguranças a menos de dez passos de mim.
Ele se aproximou, cheio de marra e falando comigo como se eu fosse algum tipo de retardado.
-Você não está tendo muito sucesso, não é garoto? Por que não vem comigo!
Não soou como um pedido e sim uma ordem, porque ele me puxou pelo braço.
Eu soltei imediatamente e encarei sem saber o que aquele cara queria dizer com aquilo.
-O que? O que...? Como?
Odiava gaguejar nesses momentos, era a minha teoria, por isso  eu não conseguia apresentar casos com clareza para o júri no tribunal, eu sempre gaguejava.
-Escuta garoto, você não tem muito tempo. Se quiser mesmo tirar a Kristen daí de dentro, andar de um lado para o outro aqui na frente do hotel não vai ajudar. Então cala a boca e vem comigo.
Eu não sabia como ele sabia daquilo, na verdade todos os meus instintos diziam para não segui-lo, por outro lado, ele tinha razão, eu não tinha muito tempo.
Entrei no carro e mal fechei a porta, ele já estava arrancando com o carro.
-É Robert, certo?
-Como você sabe dessas coisas?
Eu tinha mil perguntas, mas aquela foi a única que saiu. Olhei em volta do carro, tinha um palpite.
-Eu li a sua ficha, a ficha que o Peter tem de vocês. A foto que ele tem é bem antiga, por isso demorei a reconhecer. Não sabia que a Kristen se interessava por nerds.
Ele falou tranquilamente, enquanto arrancava por dois quarteirões em alta velocidade, quase ultrapassando um sinal vermelho. Ele deve ter notado que eu estava um pouco confuso.
- É uma longa história, Ok?! O que você precisa saber é que eu estou tentando ajudar.
-Não parece. Onde estamos indo? Como vou conseguir tirar ela de lá vindo aqui?
Finalmente ele parou em uma rua fechada, um beco meio sujo.
E finalmente saiu do carro, foi até o porta-malas e jogou uma roupa em cima de mim.
-Toma, veste isso. Não temos muito tempo.
-O que é isso?
-Ok, chega de perguntas. Você faz o que eu mando, estamos entendidos?
Foi então que caiu a ficha.
-Você...
-Eu...o quê?
Minha resposta veio em uma patética tentativa de soco, no qual ele desviou com muita facilidade. Mas não liguei a raiva borbulhava no meu sangue.
-Foi você, isso tudo é sua culpa. Desgraçado.
Ele não ligou para as minhas tentativas de acertar a cara dele, em vez disso demonstrou mais impaciência. Então em um movimento rápido, ele girou meu braço para trás e empurrou meu corpo para o carro.
-Sim, fui eu. Aposto que a Kristen te contou, sobre o nosso “histórico” e você não deve estar muito feliz sobre isso também. Mas eis o seguinte, você tem dez minutos para vestir essa maldita roupa de garçom e entrar naquele hotel para tentar tirar a Kristen daquele hotel, então você prefere ficar aqui e discutir comigo ou ir lá tentar salvar a pele de vocês dois?
Jackson tinha uma habilidade e tanto de livrar a própria pele, a Kristen tinha contado sobre isso. Eu sabia que ficar aqui e começar uma briga não era o mais sensato, então assim que ele soltou meu braço eu fiz o que ele tinha sugerido.
Não perguntei como ele tinha conseguido aquela roupa de garçom, tinha a ligeira impressão de que não ia querer saber.
Não dei mais nenhuma palavra enquanto ele dirigia de volta para o hotel, não gostava de bufar como um filhinho de papai, aquilo não era típico meu, mas era irritante o modo como ele ficava sentado ali e eu querendo arrancar a cabeça dele. Deixei a raiva de lado por um momento e notei que estava voltando dessa vez pela rua de trás do hotel.
Ele estacionou o carro do lado de uma lixeira e em seguida me deu a chave.
-Por que está fazendo isso?
Não tinha como entender aquelas ações dele, diante de tudo que tinha acontecido.
-Por que está nos ajudando, depois dele ter te pago para trair a confiança dela?
A raiva ainda ardia, apesar de estar grato pela ajuda.
Eu podia sentir que ele não queria responder, mesmo assim fiquei parado encarando o rosto do traidor e esperando por uma explicação.
-Ela... Ela não merece.
Continuei calado.
-Eu não tive escolha, ele iria me matar. Esse cara, esse tal de Peter... Ele é perigoso. E eu digo isso, por que já conheci muito louco por ai, mas ele... 
Jackson não precisou terminar de falar, eu sabia o que ele queria dizer, na teoria eu estava morto. O Peter provavelmente não contava que eu fosse sobreviver depois do que aconteceu em Londres.
-Tentei pedir desculpas, mas acho que é tarde demais para isso. Então estou devolvendo o carro.
O certo seria agradecer a ajuda, mas o que ele estava fazendo era só o mínimo. O silêncio não continuou logo ele deixou o carro sem falar uma palavra, quase como um fantasma.
Depois, bem...
Vamos deixar claro que foi a primeira e última vez em que eu coloquei os olhos no Jackson.
X
Não precisei do meu texto ensaiado, não precisei de terno caro, não precisei de cara de pau.
Como eu não tinha pensado nisso?
Entrei pela porta da área doméstica do hotel, tinham muitas camareiras, uma delas logo me indicou o elevador que dava acesso à cozinha do restaurante. Uma mulher com fone de ouvido e uma longa lista de nomes na mão, estava a ponto de ter um ataque de nervos.
Nem ao menos olhou na minha cara quando passei lentamente pela cozinha em direção a porta que dava acesso ao salão, onde estava tento o jantar.
Faltava pouco menos de cinco minutos para a meia noite, achei que seria o melhor momento para agir, meus olhos varreram as mesas a procura dela.
Não foi difícil achar o Peter com uma taça de champanhe na mão ao lado de uma mulher grávida, seria a mãe da Kristen?
Mais ao lado, segurando um copo com vodka estava ela...
Tão linda e tão triste.
Kristen estava diferente do que eu lembrava,  apenas uma semana atrás ela sorria cheia de vida. Agora era como se alguém estivesse sugando a sua alma.
Fiquei muito tempo a observando de longe, ela estava tão séria naquele vestido vermelho com detalhes pretos, uma maquiagem forte. Não parecia ser ela, era quase outra pessoa.
Não sei por quanto tempo a observei, nem uma vez nossos olhares se cruzaram. Uma mão girava o gelo no copo com a vodka e o outro mexia no celular.
Minha atenção mudou de foco quando um senhor já um pouco mais alcoolizado, veio até mim perguntando onde era o banheiro.
Eu não tinha idéia, mas não fez muita diferença ele passou direto quando eu não respondi nada.
Mas aquilo me deu uma ideia, então logo voltei para a cozinha. Peguei a primeira bandeja que vi pela frente;
Eu mal acreditei no que estava fazendo quando entrei naquela sala cheia de pessoas importantes, tive que ter cuidado para não chamar atenção, a ironia era que por muito tempo durante o colegial, eu era invisível e hoje isso estava sendo de boa ajuda.
Ninguém naquele lugar parecia notar a minha presença, eles estavam muitos envolvidos nas suas conversas, nas suas vidas, no seu próprio umbigo.
Olhei o relógio, já faltava um minuto para a meia noite. Todos já estavam com as suas taças à mão, servi algumas pessoas tentando não derrubar a bandeja, não foi uma tarefa muito difícil.
Agora eu já estava perto, muito perto.
Eu podia ver suas costas nuas em seu belíssimo vestido vermelho.
-FELIZ NATAL!
Todos levantaram suas taças.
E agora não tinha quase distância alguma entre ela e eu, pude até sentir o perfume doce da pele dela. Foram os segundos mais breves daquela noite, quando pude falar e todos estavam distraídos.
-Vem comigo.
Puxei sua mão, mas ela não foi pega de surpresa.
Era como se estivesse sentindo minha presença ali.
No segundo seguinte, todos se cumprimentavam e a mãe dela abraçava o Peter.
Ela largou a minha mão no outro segundo.
-Vá!
Não foi dito mais que isso, na nossa breve troca de olhar, eu entendi o que era para ser feito.
Continua... 

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