26 julho 2011

TENIR MA MAIN - CAPÍTULO 27

Tensooo pervinhas! E aí? O que será que deu essa viagem do Rob a Los Angeles? Vamos descobrir? Ótima leitura!

Classificação: Maiores de 17 anos 
Autora: Lore Volturi 
Gênero: Romance/Drama 
Aviso: Sexo/Lemons

Capítulo 27
Kristen POV
Los Angeles, 19 de dezembro de 2009 – 16h47min


E eu achando que nada mais poderia me chocar, coitadinha de mim... Estava caminhando para um mundo de surpresas.
No primeiro dia em LA, fiquei trancada em um hotel atendendo pelo nome de Ariel. O nome idiota? Por que era um dos nomes das princesas da Disney, eu poderia rir se ainda restasse algum senso de humor dentro de mim. Parte de mim, já estava cansada de entender os relapsos de personalidade do Peter, ia começar aceitar o que viesse para mim e aguentar “o soco” com o que eu pudesse.
Minha mochila foi meticulosamente revistada assim que chegamos ao solo americano, acho que a segurança do aeroporto foi mais gentil do que aqueles idiotas que trabalham para o Peter. A maioria das coisas foi jogada fora, exceto a revista que eu guardei perto de mim, junto com o casaco que a Ashley tinha me dado. Não demonstrei nenhuma emoção, o Peter olhou nos meus olhos enquanto jogava tudo que eu tinha no lixo, inclusive o meu passaporte falso, que eu suei para conseguir.
Devo dizer que o roxo combinou com a pele dele, pensei em como eu não tinha socado a cara dele antes. Me fez tão bem, pelo menos uma coisa eu tinha que agradecer ao Jack, ele me ensinou um gancho de direita infalível.
Jackson.
Lembrei do meu ex - companheiro de estrada, e como eu teria mais uma mágoa para guardar. De algum modo eu não me senti tão traída, como os outros eu sabia que o Jack cuidava da pele dele e só isso. Como eu poderia pensar que por um momento ele me protegeria?
Sempre confiando nas pessoas erradas, achei que a essa altura não repetiria o mesmo erro.
Odiei estar de volta, o sol da Califórnia era como me lembrar que o inferno existia novamente. Senti falta do frio, da neve... Dele.
Uma onda silenciosa de medo e tristeza me invadiu, e tudo que eu tinha era um bilhete que dizia que “ele está vivo”, mas eu queria mais, queria estar do lado dele, queria abraçar o seu corpo de novo e ter a certeza de que tudo aquilo ia passar. O alívio inicial tinha sido muito breve, eu não tinha destruído mais uma vida, menos uma morte na minha consciência, seria mesmo algo a celebrar?
Conforme o primeiro dia terminou, eu me peguei desejando não ver mais o rosto deles.
O estoque de sorte já devia ter acabado e arriscar a vida do Rob e da Ashley, era algo que eu não estaria preparada para lidar.
No tempo que eu fiquei trancada no quarto do hotel, parte da paranóia de estar perto do Peter de novo me levou a não comer nada que os capangas dele traziam, bebia apenas água engarrafada, também tentava não dormir além de querer evitar pesadelos eu não conseguia mais dormir sem o Rob.
Então planejei cinco meios de matar o Peter, desses cinco, os quatro envolviam a minha morte também. Inferno seria a última das minhas preocupações, nos dias de hoje.
X
No terceiro dia, Alec me acordou jogando água com gás no meu rosto, meus olhos arderam um pouco. Tudo para dizer que eu ia finalmente para casa, ou melhor, a casa do Peter e da mulher dele.
Não tem nenhuma chance, nem aqui e nem no inferno que me faça chamar aquela mulher de mãe.
Reconheci o caminho que o carro fez até aquele conjunto de mansões enormes, olhei a árvore na qual eu bati com o carro, os arbustos que eu tinha vomitado, aquelas lembranças que voltavam como um flashback, uma prévia antes da tempestade chegar.
A maior casa no final da rua, o branco que dava para cegar quem olhasse muito diretamente, só não me revirou o estômago, pois eu não tinha comido nada desde que pisei aqui.
Tive que ser puxada pra fora do carro, coisa que o Daniel fez com bastante gosto, cai de joelhos na calçada, na frente da casa. Acredito que não fora só a fraqueza dos três dias sem comer, mas uma tentativa inútil do meu próprio corpo de evitar aquilo tudo.
Senti a bile subir e descer na minha garganta.
-Levanta pirralha estúpida, já chegou à casinha.
Concentrei na cor do meu jeans velho, olhar para casa e a camiseta branca que o Peter tinha me mandado vestir, só me fazia querer dá um tiro na minha cabeça. Respirei fundo, três vezes antes de levantar a cabeça, até que o Daniel puxou meu braço de novo para ficar em pé.
A porta principal da casa abriu, encontrei o olhar sério da Maria que me olhou da cabeça aos pés enquanto eu passava.
Governanta estúpida.
Parece que alguém não está feliz em me ver, afinal?! Aquilo me fez sorrir.
Daniel apertava mais o meu braço, aproveitando a rara e curta oportunidade de tentar me fazer pagar pela perna dele, aquilo me fez sorrir ainda mais. Se ficasse roxo, ele teria que responder ao chefe dele, ninguém poderia quebrar o brinquedo favorito do Peter.
Falando no diabo.O aperto no braço logo folgou, e do alto da escada surgiu o próprio Lúcifer (apelido carinhoso que eu dei ao Peter), vestindo um blazer azul marinho, com uma camisa listrada azul clara e branca.
-Jaymes querida, ela chegou.
Ele chamou por ela, mas não houve resposta.
O sorriso no rosto do Peter me fazia querer socar ele no estômago dessa vez, o jeito como ele chegava perto de mim e respirava, parecia àqueles idiotas que fazem degustação de vinho. Minha paciência para o teatro, hoje, era zero.
Com um gesto ele dispensou Daniel e colocou a mão nas minhas costas, me encaminhando para onde eu me lembrava ser a sala.
-Ela vai ficar tão feliz em te ver, princesa.
O bom humor dele, não era normal. A mão dele no centro das minhas costas também, a palma da minha mão ficou fria e quase não sentia meus dedos. Reconheci a música clássica que já devia estar tocando o tempo todo, mas só agora eu tinha me dado conta.
Aquilo estava ficando estranho demais pra mim.
Ela estava sentada no sofá, de costas, reconheci pelo cabelo que era da mesma cor que o meu antes de tingir, estava preso em um coque, como ela fazia quando nós morávamos na Flórida.
-Querida, ela está aqui.
Eu nunca tinha ouvido o Peter falar assim com ela, não sabia que ele tinha um tom de voz que podia chegar a soar carinhoso.
Mas a minha análise do comportamento estranho do Peter foi interrompida, a música ficou mais alta por alguns longos segundos.
Minha mãe levantou do sofá, ela usava um vestido de algodão branco e bem leve, diferente das roupas que ela costumava usar aqui, mas o que me deixou sem reação foi notar a barriga.
Ela está grávida.
Que tipo de merda é essa?
Olhei para o Peter, o sorriso estampado no rosto, quase como um ser humano normal. Minha mãe passava a mão na barriga, com pelo que eu pude ver mais carinho do que eu jamais recebi em quase vinte anos de vida.
-Minha filha...
Ela abriu os braços, como se esperasse um abraço meu.
Não consegui me mexer.
Ela sorriu? Minha mãe nunca sorria, não para mim pelo menos.
Que tipo de piada era essa? O que o Peter queria com isso?
Minha cabeça começava a dar um nó.  
De repente eu não tinha mais apoio algum, não tinha nada me segurando, eu não conseguia mais.
X
Tive um sonho.
Um sonho muito estranho.
Ele estava comigo, eu sentia o calor do corpo dele perto do meu.
Ele beijava a minha testa, com os olhos fechados como se o machucasse me ver daquele jeito, fraca e sem voz.
Tudo ao nosso redor eram apenas sombras, fantasmas sem rosto e cor.
Eu não tinha como não sorrir, afinal ele estava ali comigo.
Eu sabia que era um sonho, mas era tão real, eu podia tocar a barba mal feita no rosto dele.
O olhar que dizia que tudo ia ficar bem.
Não me deixe.
Não existia som.
E segundos depois... Não existia nada.
Ele não estava mais lá.
X
Acordei em uma cama estranha, em um quarto rosa que era familiar.
Estava no inferno de novo, estava sozinha de novo. Na casa das aberrações, com uma mãe grávida e um padrasto sociopata. Tentei mexer meu braço e senti a agulha no meu pulso, eles tinham me colocado no soro.
Tive vontade de gritar, a raiva era como um monstro crescendo dentro de mim. Senti um impulso louco que não pude controlar, arranquei a agulha do meu pulso, a dor não fazia diferença, era quase como se eu quisesse sentir aquilo.
Chutei o suporte do soro, mas quando caiu no chão eu tive uma idéia melhor, juntei e joguei em direção do vidro da janela, mas não quebrou. Tentei o vaso da cabeceira, que rachou, mas não atravessou a janela como eu queria.
-QUE MERDA!
Corri até a janela e soquei.
Nada.
Tentei chutar, com toda a minha força, quando eu gritava a plenos pulmões por ajuda.
O quarto continuou como estava, silencioso e sem vida.
A minha cabeça ia explodir, eu podia sentir.
Era demais pra mim, eu não quero ser a mais forte, eu não quero mais ter que suportar isso.
A única mudança naquele lugar era a cama, o resto era praticamente o mesmo, como se não o tempo não tivesse passado.
Meus pesadelos começaram ali e terminariam ali.
Eu podia sentir que estava começando a perder a cabeça, os pensamentos incoerentes.
Já exausta, eu fiz o que eu soube que só pessoas sem saída e desesperadas fazem, comecei a rezar.
Continua...

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