19 julho 2011

TENIR MA MAIN - CAPÍTULO 22

Prontas para saberem o ponto de vista do vilão da nossa Fic? Ótima leitura!
Classificação: Maiores de 17 anos
Autora: Lore Volturi
Gênero: Romance/Drama 
Aviso: Sexo/Lemons 

Capítulo 22
Peter POV
Quando não se tem medo, se tem tudo.


Eu nunca fui como as outras crianças, eu nunca gostei de brincar, nunca gostei de correr em volta da caixinha de areia do parquinho, aquela piscina de germes e doenças.
É claro que com seis anos eu não sabia disso, ainda não tinha noção de bactérias, mas tinha noção de sujeira.
E pra mim aquilo tudo era uma grande aglomeração de sujeira.
Desde aquela idade eu já preferia ficar no meu canto, com o livro e não com as outras crianças que pareciam meio deficientes, babando nos coletes coloridos, tentando colocar o triângulo, onde o quadrado deveria estar.
Eu sempre soube que seria melhor que aquilo.
Acho que foi por volta dos seis anos que eu decidi que não queria ser como o resto deles.
Nunca tive pais por perto, a coisa mais próxima que eu tive de “carinho maternal”, só vinha da minha babá russa, que não pronunciava inglês muito bem.
Nunca conheci minha mãe e ao contrário do que as pessoas que sempre entortavam a cabeça e falavam “coitadinho”, eu na realidade acho normal. Você não sente falta do que nunca teve.
Havia muitas teorias sobre como eu tinha vindo parar aqui, com o meu pai.
Por volta dos dez anos, eu gostava de pensar que tinha vindo de outro planeta para cá, estudar a vida dos terráqueos e testar suas fraquezas.
Recusava-me a acreditar que Patrick Facinelli era meu pai biológico, eu estava disposto a fazer exame de DNA, se naquela época fosse barato e eu tivesse dinheiro.
Deixando claro que eu não fui pobre.
Quem tinha dinheiro era ele, Patrick era um fotógrafo renomado, idolatrado pela crítica, vencedor de prêmios importantes e um enorme desperdício de vida.
Eu soube disso o tempo todo, nunca senti amor por ele. Só era alguém que eu tive que aturar por certo tempo.
Cresci com fotografias de mulheres nuas na minha parede, imagens quase pornográficas que os amigos boêmios chamavam de arte.
Como ele conseguiu fazer dinheiro com ‘aquilo’, eu nunca vou entender.
Isso, o dinheiro, foi o que me fez manter o teatro de pai e filho até o final da minha faculdade, que ele pagou por peso na consciência, de não ter feito nada mais do que isso.
Pagar meus estudos.
Pelo tempo que eu me formei em Harvard, eu já era o melhor da minha classe e um futuro brilhante pela frente, ainda tinha Patrick como um peso que tinha que aturar durante feriados, natal e ação de graças.
Depois de um ano já trabalhando para o melhor advogado de Nova York, eu achei que era tempo de me livrar daquela “carga” que tomava meu tempo.
Sempre exigindo visitas em finais de semana, coisas do tipo que terminavam em “Eu sou seu Pai, você me deve isso.”
Eu estava construindo meu futuro, montando a minha carreira.
Em uma das minhas visitas a ele em Laguna, onde eu cresci e ele ainda mantinha residência, notei que ele ainda trabalhava as fotografias ainda eram de mau gosto, claro, mas o que me chamou atenção foram as “modelos”, garotas menores de idade na praia, sem a parte de cima dos biquínis, tentado serem sensuais.
Aquilo me colocou um sorriso mais satisfatório no meu rosto.
Alguns meses no tribunal, algumas manchetes escandalosas sobre o filho do ‘grande’ Patrick Facinelli processar o próprio pai, algumas testemunhas de última hora e em pouco tempo eu estava livre de qualquer laço familiar, ainda com uma boa quantia de dinheiro no banco.
Com o novo gosto de liberdade na boca eu me dei conta que o meu potencial era maior do que eu imaginava. 
Eu consigo o que eu quero, de um jeito ou de outro.
Todos caem no final.

Los Angeles – Califórnia, 13 de dezembro de 2009 – 18h32min
Olhei os tolos e idiotas, mais todo o resto insignificante enquanto o carro passava por uma avenida movimentada, antes de chegar à minha casa.
 O motorista era competente, conseguiu evitar o transito e eu cheguei à minha casa a tempo de evitar a minha digníssima esposa.
Alfred estacionou o carro na entrada e eu não o esperei abrir a porta, era um dia especial e eu tinha pressa.
-Obrigada Alfred, está dispensado por hoje. Não se esqueça de estar aqui bem cedo para me levar ao aeroporto.
-Sim senhor.
Entrei na casa, a governanta veio me receber com o copo de uísque na mão.
-Boa noite Maria, alguma ligação importante?
-Boa noite Senhor, sim um rapaz ligou para o senhor dizendo ter um assunto importante, mas ele não se identificou. Eu deixei o número de contato no seu escritório.
-Excelente obrigado Maria. Hoje eu não vou beber, tenho um vôo cedo amanhã de manhã.
-Senhor, a sua esposa ligou avisando que correu tudo bem no médico e que de lá ela foi à laguna...
-Obrigado Maria, mas hoje eu não quero saber por onde a minha esposa anda.
Subi as escadas sem pressa tentando controlar a minha excitação crescente, tudo estava ocorrendo como o planejado. Agora faltava pouco tempo.
Entrei no meu escritório e disquei o número que estava anotado no post it do lado.
-Fale.
-Eu falei com ela.
-E?
-Ela se assustou primeiro, mas acreditou.
-Excelente.
O garoto parecia aborrecido, mas eu não liguei.
-E o dinheiro?
-Mandei uma passagem de avião para Los Angeles pelo correio, deve chegar amanhã de manhã, já que você não tem conta no banco, vai ter que vir pegar o dinheiro você mesmo.
-Nada de cheque, eu quero dinheiro vivo.
-Não se preocupe garoto, você vai ter o seu dinheiro. Eu cumpro a minha promessa.
-Espero que sim, eu não quero nenhum dos seus capangas me seguindo também.
-Já disse para não se preocupar, você fez a sua parte e está livre.
-Ok.
-Foi um prazer fazer negócios com você, Jackson. Nos vemos em breve.
Ele desligou o telefone, mas eu não podia esperar por mais de um moleque como ele.
Ah, os tipos que a minha princesa andava se envolvendo.
 Gente imunda, como aquela prostituta.
Claro que eu tive que limpar aquele lugar no Arizona. Agora esse rapaz, que exigiu meses da minha paciência até ser achado.
Quando eu tiver você nas minhas mãos, princesa. Vou ter que deixá-la limpa de novo.
Suspirei à lembrança da minha boneca, minha garotinha de gênio imprevisível, furiosa como um animal preso em uma jaula. Em breve eu a teria de volta, para observar a sua fúria silenciosa de perto.
Saí do escritório e andei até a porta no final do corredor, toquei a madeira deslizei a mão até a maçaneta, eu tinha um ritual antes de entrar naquele quarto, raramente eu entrava lá.
Não gostava da bagunça, mas isso era só um detalhe comparado ao cheiro que aquele lugar ainda guardava.
Respirei fundo, duas vezes antes de girar a maçaneta e entrei.
 Doce
Tudo estava do jeito que ela tinha deixado as roupas, os sapatos, o computador. Eu exigi que nada fosse alterado, peguei um suéter e cheirei.
Era tão claro, eu podia quase vê-la na minha frente.
Fui ao banheiro, olhei a escova de dente, a escova de cabelo, o seu perfume na prateleira de vidro. Peguei o pequeno frasco em formato de maçã, Nina Ricci, seu favorito, borrifei um pouco no ar.
Fechei os olhos e vi o sorriso malicioso, os olhos verdes ferozes, os cabelos rebeldes descendo em cachos fazendo uma moldura perfeita para o seu rosto.
Abri a o cinto da minha calça,  me toquei ao relembrar da sensação de tê-la, de como ela era apertada, lisa e doce.
Ela sempre seria meu calcanhar de Aquiles, eu precisava tê-la de novo, uma última vez.
Minha
Sim, ela me pertence, minha doce princesa. 
 Agora falta pouco
Em breve ela estaria aqui, onde eu poderia apreciar - La em sua forma perfeita.

Minha princesa.

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