18 julho 2011

TENIR MA MAIN - CAPÍTULO 21

Boa noite pervinhas....É essa nossa Kristen comeu o pão que o diabo amassou... O que será que o Rob pensa disso tudo? Ótima leitura!
Classificação: Maiores de 17 anos
Autora: Lore Volturi
Gênero: Romance/Drama 
Aviso: Sexo/Lemons 

Capítulo 21
Robert POV
Londres, 14 de dezembro de 2009 – 05h42min


Sentado na poltrona ao lado da minha cama, com uma caneca de chá quente na mão.
Observei aquela forma que dormia entre muitas almofadas e lençóis na minha frente, a respiração ia e vinha tranquilamente, seu corpo todo parecia relaxado, mas a sua expressão, mesmo dormindo, era de preocupação.
Enquanto eu estava sentado ali, pela segunda noite sem dormir, minha mente dava voltas sobre tudo que ela tinha me contado.
Era difícil expressar qualquer emoção antes, eu tentei, mas abrir a boca para tentar falar algo coerente era meio impossível naquela hora para mim.
 Ela evitou contato o tempo todo, mas eu sabia que ela esperava por uma resposta, uma reação que nunca veio. Depois de muita insistência eu a convenci que era melhor ela dormir, descansar um pouco.
Foram muitas horas conversando, para ela foi emocionalmente exaustivo, por isso logo pegou no sono, para mim foi muita informação para assimilar, o meu cérebro não conseguiu descansar, não conseguia parar de imaginar aquelas cenas na minha mente.  
Em nenhum momento eu tive abertura para abraçá-la ou tocar ela de qualquer forma. Kristen não abaixou a cabeça em nenhum momento, ela não escondeu o olhar e não demonstrou vergonha em nenhum momento.
Quando as lágrimas vieram, foi que eu me dei conta. A heroína que eu tinha montado e criado para mim, estava quebrando toda aquela fortaleza em volta dela, sua armadura tinha ido abaixo enquanto eu ouvia seus pesadelos vivos e narrados na minha frente.
A dor que aquela criança sentiu a vida toda devia ser a pior monstruosidade que já ouvi. 
Por que era isso o que eu tinha presenciado, através dos olhos dela, uma história trágica de uma criança quebrada. Limpei uma lágrima no meu rosto e tomei meu chá.
Nunca iria imaginar que por de trás de toda aquela pose, existia uma menina assustada que teve que assistir sua vida desaparecer da noite para o dia. Ela lutou contra coisas tão complexas e difíceis tão cedo.
Cocei meus olhos cansados, ardiam por falta de descanso.
Eu não conseguia ou não queria dormir, decidi que tinha que velar pelo sono dela, caso ela tivesse algum pesadelo, eu queria estar por perto.
Pesquisei algumas coisas no computador, a empresa do padrasto dela. Eu já tinha ouvido falar dele, muitos o odiavam outros o achavam brilhante.
Desliguei o computador antes que minha raiva me fizesse jogá-lo na parede. Eu nunca senti tanta raiva por alguém que eu nunca conheci, olhei o sorriso prepotente na minha frente e o ódio incomum subiu a minha cabeça, como podia existir um monstro desses livre por aí?
Soltei uma tosse involuntária, ela se mexeu na cama. Levantei sem fazer barulho e fui à cozinha pegar mais chá, não demorei muito e quando voltei pro quarto, ela estava sentada na cama, abraçando os joelhos e encarando os pés.
-Desculpe, eu não queria ter te acordado.
-Tudo bem, eu já dormi demais.
-Como está se sentindo?
Perguntei, enquanto me sentava na poltrona. Seu rosto era como uma tela vazia de emoção, isso me preocupava, eu ficava esperando ela entrar em pânico, gritar ou chorar.  
-Um pouco tonta, mas estou bem.
A resposta foi seguida de um silêncio. Eu sabia que não era verdade, ela só estava sendo forte de novo, como sempre. Cocei o meu cabelo com força, aquela situação me dava agonia, eu media as minhas palavras para não machucá – lá.
-Você precisa comer algo. Eu vou fazer algo pra você comer.
A cada segundo eu me sentia mais idiota por não saber o que dizer. Me levantei sem jeito e com raiva de mim mesmo por estar agindo daquela forma.
-Robert, pare.
Parei na porta, de costas, quando ela falou meu nome daquele jeito, cheia de autoridade.
-Você só precisa dizer as palavras e eu sumo da sua vida. Não precisa ficar aqui comigo por educação.
Aquilo foi o que eu precisei para acordar. Minha atitude, ou a falta dela, estava machucando a Kristen e as palavras dela me fizeram desmoronar aos seus pés, me ajoelhei ao seu lado na cama para olhar nos olhos da minha garota, que agora pela primeira vez desde que a conheci, parecia assustada.
-Kristen, eu não passei as últimas duas noites sem dormir por educação.
-Sim, eu sei que você acha que eu posso me matar a qualquer momento. Eu não vou, suicídio é para idiotas.
Eu sorri, sem humor.
-Não foi por causa disso.
- Por favor, Robert, você tem que me dizer o que está pensando!Eu  não vou suportar esse suspense por muito tempo.
A voz dela foi sumindo, segurei seu rosto com uma mão e alisei a sua bochecha com o polegar. Tentado acalmá-la.
-Shiiiii, eu estou aqui, não estou? Não vou a lugar nenhum.
Ela segurou o meu pulso.
-Então me diz o que você está pensando.
Eu podia ver que aquilo era mais difícil para ela do que pra mim. Foi a minha vez de respirar fundo, relaxei a minha postura tensa, minhas costas doíam muito, mas continuei no chão, não ia sair do lado dela.
-Eu quero te agradecer, por confiar em mim e contar toda a sua jornada.
 Um sorriso fraco surgiu no seu rosto, os olhos marejados enquanto ela esperava eu continuar.
-Não quero que você lembre mais dessas coisas por agora, por favor? Eu só consigo imaginar tudo isso, e só de fazer isso eu já me sinto mal. – A sua respiração ia ficando mais irregular, enquanto eu continuava. – Eu só posso dizer que em toda a minha vida, eu não conheci alguém tão corajosa como você.
As lágrimas escaparam, descendo pelas bochechas que estavam rosadas.  
-Pare de ser bom comigo, eu sei o que eu fiz. Como você pode não ter nojo de mim? O Peter...
-Eu disse para não pensar nisso agora, Ok?! Não me interessa as coisas que você teve que fazer. Aquela Kristen não é a que eu estou vendo agora, aquela era uma menina assustada que não teve saída e fez o que achou que tinha que fazer, eu não sou ninguém para te julgar.
Ela soltou ou Ela suspirou longo suspiro e fechou os olhos.
-Eu não mereço isso, eu não...
-Hey olhe pra mim. – Os olhos verdes, cheios de lágrimas me encaram. – Quem eu vejo agora, é um mulher forte, corajosa e linda, eu vejo a mulher que eu amo. Nada, absolutamente nada vai mudar isso. Você é minha única e a partir desse momento, eu sempre vou estar ao seu lado.
Seu sorriso triste se desfez, ela mordeu os lábios.
Em seguida se ajoelhou junto comigo e me abraçou. Eu não tinha me dado conta que era a primeira vez que eu tinha falado que eu a amava.
Simplesmente escapou, enquanto ela me abraçava os soluços do choro, ela falou.
-Eu não sei por que você me ama, Rob. - Ela se virou para me olhar limpando as lágrimas. – Mas eu acho que é por isso, que eu te amo também.
Não tive como conter o sorriso, depois do breve susto.
Ela me ama também
 Beijei suas mãos e em seguida nossos lábios se encontraram, em um beijo lento e tão doce. Pude sentir seu corpo aos poucos ficando mais tranquilo enquanto eu a segurava perto do meu, ao mesmo tempo nossos corações batendo em velocidades descontroladas.
Você tem que fazer o que o coração exige, o meu exigia isso, dar  paz aquela que eu amava, custe o que custar.
X
Passamos aquela manhã deitados na minha cama, consegui dormir um pouco com seu corpo perto do meu. As respirações na mesma sincronia, ela estava mais calma.
Era bom isso, ficar ao lado dela sem barreiras, sem mistérios.
Somente Robert e Kristen sem mais.
Eu não conseguia deixar de me preocupar, ela tinha despertado algo em mim que eu desconhecia, superproteção. Eu precisava ver ela, estar por perto e quando acordei e não a vi do meu lado, meu coração quase sai pela boca.
-Kristen!Kristen!
-Tô na cozinha.
Levantei rápido demais e fiquei tonto, mas fui até a cozinha. Ela estava arrumada, com jeans, uma camisa minha e um casaco.
-Você vai sair?
Ela estava preparando panquecas.
-Eu tenho que falar com a Ashley, ela deve estar preocupada.
-Já liguei pra avisar que você tá bem.
-Mesmo assim, eu tenho que ir pra casa.
-Não, não precisa.
Fui para perto dela e tirei a espátula da sua mão.
-Fica aqui comigo, nós vamos comer essas panquecas, que estão com um cheiro tão bom.
Ela sentou-se à mesa, sem contestar. O cheiro da comida me fez dar conta do quanto eu estava com fome, nós devoramos tudo em pouco tempo.
Ela ainda ria do jeito que eu comi, como se o mundo estivesse acabando.
Quando lavamos os pratos, eu me odiei por trazer o assunto á tona, mas eu precisava saber.
-Kristen, você vai precisar me contar o que o Jackson falou no telefonema.
Ela enxugou o último prato e colocou pra escorrer.
-Como ele sabia o número da casa da Ashley?
-Isso, eu não sei.
-Como ele sabe que você está em Londres?
-Isso, eu também não sei.
 Ela se sentou no balcão, encarando o chão com o olhar vazio.
-Então o que ele disse?
-Que o Peter estava caçando ele.
Ela olhou pra mim, séria quando falou, continuei em silêncio.
-Me disse que foi o Peter quem matou a Nikki, porque ela não queria falar pra onde eu tinha ido. E que ele tinha conseguido se livrar de um dos capangas, Daniel foi atropelado enquanto corria atrás do Jack em Nova York. Agora o Jack está indo pro Canadá, ele disse que é pra eu ficar onde eu estou. Deu uma pista falsa pra os bruxos que indicava que eu estava em Phoenix.
Ouvi tudo com atenção, esse tal de Jack parecia ser amigo dela, mas algumas coisas não encaixavam, eu não confiava nesse cara. Eu não comentei nada, para ela não achar que eu estava achando estranho, por ciúme.
-Então porque você fugiu daquele jeito?
-Você ainda não se deu conta, não é Robert?
Kristen se levantou do balcão e passou a mão no cabelo nervosa. 
-Ele vai me achar é apenas uma questão de tempo. E quando ele achar, só Deus sabe o que pode acontecer.
Eu cruzei a cozinha em passos largos para abraça - lá, ela apertou meu braço.
-Rob, eu tô com medo. Eu não quero te perder... Eu não posso.
-Fique calma. Eu vou pensar em algo, nós podemos pensar em algo.
Eu não ainda não tinha idéia do que fazer, mas todo mundo tinha um ponto fraco e esse Peter não podia ser diferente.
Todos aqueles anos estudando direito deviam servir para alguma coisa.
Eu conhecia alguns bons advogados, eu lutaria com todos os argumentos, iria atrás de provas, o que fosse preciso, eu faria.
Segurei a Kristen em meus braços, tentando acalma - lá.  
-Confie em mim, tudo vai ficar bem.
Continua....

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