07 julho 2011

TENIR MA MAIN - CAPÍTULO 14

Hoje é dia de desabafo do nosso Robertinho! Parece que esse casal adora falar umas boas verdades. Vamos ver Robert deixando toda a família de queixo caído??? Ótima leitura!
Classificação: Maiores de 17 anos
Autora: Lore Volturi
Gênero: Romance/Drama 
Aviso: Sexo/Lemons 


Capítulo 14
Kristen POV
Barnsley, 22 de novembro de 2009 – 01h09min

A comemoração do noivado da Vick foi longa, descobri que bebida nunca é demais quando se trata dessa família. Por isso o Robert não ficava de porre tão facilmente, ele tinha álcool no DNA.
Ninguém tinha arredado o pé da sala de jantar, Liz, Jen e Claire  já comentavam sobre arranjos de flores e decoração. Vick falava sobre o vestido, e os dois já faziam planos e combinavam datas.  
Era tão meloso que chegava a me dar enjôo.
Rob bebia sozinho no bar, vi ele de longe virando copos e mais copos de uísque.
Era um olhar diferente que ele tinha, não tinha idéia do que passava na cabeça dele. Mas não era bom. Talvez ele não gostasse do tal Alexander ou algo assim. Ele brincou com a tampa da garrafa de uísque e a jogou no chão do bar.
Cadê o Tom quando o amigo dele precisava?
Sabia que as coisas não estavam bem e não ia melhorar agora que o Billy levantou para fazer um brinde, como quase todos já tinham feito. Aparentemente todo mundo era expert em fazer brindes. Esse devia ser o sétimo da noite.
-Um brinde a noiva mais linda de todo reino unido, Victória. Minha sobrinha querida e o seu noivo, Alexander. Desejo o mundo de felicidade ao belo casal.
Todos levantaram as taças.
-Saúde.
-E... – Ele não tinha terminado, bêbado, falava até não poder mais. - Ao irmão dela.
Olhei imediatamente pro Rob, para ver a reação do seu rosto. Branco, quase pálido, ele estava surpreso de ser mencionado.
-Por ter ganhado uma bela partida de críquete esta tarde.
Aplausos encheram a grande sala de jantar. E o Billy continuou.
-Sim, todos nós sabemos que o pequeno Robert nunca foi muito bom em esportes. –Risos da sala toda, menos na minha mesa. – Aliás, em nenhum esporte na verdade. E hoje devemos levantar as nossas taças e brindar a primeira brisa de sorte que ele teve na vida. Já que não consegue ser um bom advogado. – A sala fez silêncio. – Deve ser o pior que eu conheço, não é nem a sombra do que o pai dele era, agora pelo menos pode se vangloriar de ganhar uma partida de críquete.
Eu não toquei no meu copo.
-A você meu querido sobrinho, saúde.
Ninguém mais falou saúde, somente o Billy. Agora todos olhavam para o Rob. Pela primeira vez eu o vi com raiva, era quase outra pessoa, os olhos estavam tão cheios de fúria. Ele saiu do bar e deu alguns passos tortos até ficar no meio da sala.  
Ele tinha a respiração alterada, Rob estava tentando se manter calmo, eu podia ver. Mesmo bêbado ele tentava manter o controle.
-Minha vez de falar, agora.
Ele não olhou na direção da nossa mesa. 
-Eu proponho também um brinde, ao maior filho da puta nessa sala. –Ouvi exclamações de choque de todos os lados, mas o Rob continuou. – O Tio Willian Burke, Tio Billy. O pior chefe, que existe  em todo Reino Unido. Aqueles que todos temem, não cruzam o caminho e que não tem sangue nas veias. The Beast, A Fera, estou certo Andrew?
O assistente do Billy, que estava pálido de medo ao  ser mencionando no brinde do Rob, agora tremia ao lado da cadeira do chefe. Só os dois estavam em pé, e todos ouviam cada palavra com grande apreensão.
- O advogado que não é só temido nos tribunais, mas por todos aqueles que têm amor ao seu emprego naquela merda que eles chamam de Advocacia Pattinson. Mas querem saber? Eu não vou ser mais um de vocês. Eu não vou ter mais medo. Sabe por que Tio BILLY? EU ME DEMITO!
Billy não mudou a expressão de sorriso sarcástico do rosto.
-SAÚDE!
Robert tomou em um gole toda dose de uísque que tinha no copo.
Ninguém fez nada, enquanto ele jogou o copo no chão e saiu batendo a porta.
Elizabeth olhou para o Billy como se fosse matá-lo ali mesmo, mas não pronunciou nenhuma palavra. Apenas a Vick se manifestou.
-Acho melhor eu ir falar com ele.
-Não minha filha, ele precisa ficar sozinho agora.
-Mas mãe...
-Acredite. Ele acabou de falar o que ele guardava há muito tempo. Pela manhã, ele vai se sentir melhor.
Eu fiquei ouvindo a conversa delas. Como a Liz podia ter certeza disso? Como ela sabia que ele ia ficar bem?
Não consegui ficar ali muito tempo, meia hora depois quando as conversas voltaram a fluir normalmente. Óbvio falando mal do Rob, eu consegui sair disfarçadamente sem ninguém notar. Precisava de um cigarro.
Meu primeiro impulso era de ir atrás do Rob, mas talvez a mãe dele estivesse certa.
Lá fora estava muito frio, tinha muita neve. Logo desisti da minha idéia de fumar, caminhei em passos lentos, subindo a escada sem olhar muito para os degraus.
Antes de virar na última escada, encontrei um Robert deitado entre alguns degraus, ele estava respirando, pelo menos.
Olhei seu rosto, mesmo dormindo com a cara completamente amassada, ele era lindo.
O que você está fazendo aqui Kristen?
Era a pergunta que não queria calar.
Pulei um degrau, passando por cima dele. Quando cheguei no fim da escada e olhei a porta do quarto deles tinha uma meia na maçaneta.
Ashley, Slut!
Ri comigo mesma, isso explicava por que ela tinha sumido desde a tarde.
Ouvi sons de molas de colchão, antes que pudesse ouvir mais alguma coisa voltei uns bons dez degraus abaixo, onde o Rob estava.
Desempregado e dormindo na escada.
O que esse fim de semana tinha se tornado pra ele?
Sentei no degrau mais em cima do dele, em uma boa distância. As paredes dos quartos eram finas, eu não queria escutar nada. Me perguntei se eles iam demorar muito.
Mas não quis pensar nisso.
Minha mente não levou muito tempo para mudar de foco. O motivo dos meus conflitos estava ali a apenas dois degraus longe de mim.
-Kristen.
Levei um susto quando ouvi meu nome, ele estava falando meu nome, mas ainda estava dormindo. Ele falava enquanto dormia? Não tinha notado antes, tínhamos algo em comum durante o sono.
-Eu preciso.
Não era um sonho bom, ele estava fazendo caretas.
-Eu preciso dela.
A situação geralmente era ao contrário, era estranho ser espectadora do sonho dele. Mais estranho, eu queria saber por que ele precisa de mim.
-Eu preciso.
E parou nisso, desci mais um degrau. Fiquei admirando seu rosto, cansado, de barba por fazer e cabelos bagunçados.
-Eu acho que também preciso de você Robert.
Dormimos na escada e não precisei lutar contra demônios, nem sonhos ruins, só a respiração dele e a minha, mais nada.
X
Robert POV
Na contagem de ex-namoradas- Mary22°
Depois do jantar romântico na casa dela, eu segurei a mão dela.
Ela falou pela primeira vez.
-Eu te amo Rob.
Eu fiquei calado.
-Você me ouviu?
Fingi uma tosse.
-Eu te amo, você não me ama?
O que eu devia dizer? Mentir? .

Último dia em Barnsley, 22 de novembro de 2009 – 07h49min
Eu estava acordado a mais de meia hora, mas não podia e nem queria me mexer. O corpo dela era tão quente, o cabelo tão cheiroso, xampu de morango. Não sei como isso aconteceu, mas eu gostava, não importava que a escada fosse dura e desconfortável. Essa era a melhor sensação que eu tive no fim de semana todo.
Kristen dormindo tranquila no meu peito.
Estava controlando a minha respiração, para não acorda - lá. Mas o meu coração batia incrivelmente rápido, era impressionante como ela ainda não tinha se dado conta do barulho que ele fazia agora.
Com tantas ex- namoradas, com tanta prática em fracassar em relacionamentos, eu notei que com o tempo eu evitei a dor. Parei de falar sobre o que eu sentia, comecei a guardar tudo pra mim.
Ficamos eu e a bolha de proteção, como a Kristen disse.
Mas ela não tinha idéia, ela conseguiu furar a bolha.
Eu sentia a dor, agora mesmo. Podia sentir a dor de ter ela longe de mim, de não ter o seu calor. Eu não estava preparado pra isso, nada podia me preparar para alguém como Kristen Stewart.
Ela era louca, sim. Mas pra quê eu ia querer alguém comum?
Na sua própria bagunça, ela era perfeita. Ela era o que eu precisava.
Deitado ali, naquele último suspiro antes dela acordar eu me dei conta de algo que estava gritando na minha cara, na minha frente o tempo todo. Eu só era cego demais para perceber.
Um som de porta batendo, Tom e Ashley deviam estar saindo do quarto.
Kristen logo se mexeu. O que eu deveria fazer? Fingir que estava acordando agora também?
Gênio Robert
-Geez...
Ela se levantou devagar, depois se afastou. Eu não precisei fingir, Tom e Ash logo decidiram se juntar a nós dois.
-Oh Meu Deus, me digam que vocês não dormiram aqui.
A Ashley pelo menos demonstrava culpa. O Tom só começou a rir.
-Os dois coelhos já acabaram?
Kristen não tinha um bom humor de manhã.
-Vocês podiam ter usado o quarto do lado, não precisavam dormi na escada.
Tom falou, em uma tentativa de defesa.
-E ouvir vocês dois fornicando a noite toda? Não, obrigada!
Ashley ficou com a cara completamente vermelha, o Tom segurou a mão dela e passou por nós dois. Eu ri, mas ela olhou séria pra mim.
-Por que está rindo? Eu não dormi aqui por que eu quis. Tem baba na sua camisa.
Ela se levantou e foi para o quarto.
Continuei rindo, ela era linda com raiva.
X
Jantar de encerramento da reunião de família – 20h00min
Último dia, o último jantar.
E eu tinha sobrevivido ao inferno.
A tarde foi na sala de jogos, partidas de pôquer com o meu futuro cunhado. Dona Elizabeth, tinha arrumado uma ajudante e tanto, Kristen auxiliava minha mãe com os últimos preparativos.
Nem  Vick tinha escapado, só estavamos homens aqui.
Logo no café da manhã, minha mãe me disseque Billy tinha voltado pra Londres. O que poderia significar duas coisas, ele se deu conta da merda que fez ontem à noite ou a Doutora Elizabeth usou um dos seus magníficos métodos de persuasão, para evitar mais estragos.
O dia todo eu tive que aturar um Thomas Sturrigde, ridiculamente feliz. Ele ria para o papel de parede do quarto, o que uma noite de sexo não faz com a pessoa.
Por causa disso, ganhei três partidas seguidas e logo subimos para nos arrumarmos, não tinha muito que fazer em Barnsley, quando nevava.
Terminei de fazer a barba, estava com rosto apresentável.
O Tom também tinha terminado de se arrumar, mas quando saímos do quarto as garotas ainda não estavam prontas.
-Vocês dois podem ir na frente, nós vamos demorar um pouco.
A Ashley gritou, quando nós ouvimos um barulho de secador e coisas caindo no chão. Quando elas falavam demorar um pouco, quer dizer que em uma hora elas estariam prontas.  
O salão de jantar estava impecável, como sempre Dona Elizabeth não falhava. E foi ela a primeira pessoa que nos cumprimentou, assim que entramos.
-Então... Ainda levo jeito?
- Isso aqui está incrível mãe, parabéns! Mas ainda acho que a senhora não devia ter se esforçado muito.
-Oh, não seja tolo. Kristen e Ashley me ajudaram em quase tudo. Só falei onde as coisas deviam ir.
-Mesmo assim esse final de semana foi puxado, a senhora deveria desacelerar um pouco. Descansar de verdade.
-Não se preocupa meu filho, eu vou ficar mais uma semana aqui. Vou descansar bastante.
-Você não vai ficar sozinha nessa casa imensa, de jeito nenhum.
-Sua Tia Claire  vai ficar aqui também, já disse não precisa se preocupar.
Minha mãe quando colocava uma coisa na cabeça, era impossível tentar convence - lá do contrário, acredite em mim, eu tenho vinte e três anos de experiência.
 Tudo estava muito claro, tinha muitas velas e arranjos de rosas brancas e amarelas. Eles tinham até chamado uma banda, todos estavam de paletó e gravata. Provavelmente era a última vez que eu ia usar essa coisa me sufocando, uma coisa a menos para me preocupar e gastar dinheiro.
A Vick e o noivo foram os primeiros a ir para a pequena pista de dança que tinha. A música era lenta, e os dois ficavam grudados dando risinhos.
-Oh Ser novo e apaixonado.
O Tom falou, acho que tinha observado a minha cara de tédio, olhando para o lugar.
-Oh, senhor Sturridge, como o deixaram sair do asilo?
-Mate, não fica com essa cara de cu. Se quiser se redimir com a Kristen, agora é a hora, olha só, tem banda e tudo.
-O que mais eu posso fazer? Já pedi desculpas um milhão de vezes. Ela nunca vai me perdoar.
-Então você vai ficar ai, parado sem fazer nada?
-Não existe nada para fazer.
Ele olhou para a porta da sala.
-Se eu fosse você, pensava bem antes de deixar as coisas do jeito que estão. Olha ali.
Ele apontou para a porta, onde tinham duas mulheres de vestidos longos. Kristen e Ash estavam deslumbrantes. Kristen tinha o cabelo preso em um coque, com algumas mexas dos lados junto com a franja que caia em um dos olhos, eu nunca a vi tão encantadora antes, o azul era perfeito em sua pele, o tecido fino do vestido colado ao corpo, eu queria tanto poder tocar nela.
O Tom foi imediatamente ao encontro de Ashley, enquanto Kristen ficou parada, sem saber o que fazer, sem jeito como eu fiquei. Eu sei que como homem, eu deveria está olhando ela de cima a baixo, aquele corpo incrível. Mas eu não conseguia tirar os olhos do seu rosto.
Ela não usava muita maquiagem, só os lábios estavam mais rosados.
Eu queria tanto beijar aqueles lábios.
Estavam todos em suas mesas e eu me apressei em ir para a minha, que não por coincidência, era mesma do Tom, Ashley e claro Kristen. Esta noite iríamos jantar lado a lado.
Ela não teve dificuldade com os muitos garfos e facas, mas por outro lado quase não tocou a comida. Só o cordeiro ao molho madeira, ela pareceu gostar. Imagino que para os americanos, a nossa culinária é bem peculiar mesmo.
A sobremesa foi servida e ela comeu sem dar uma palavra. O silêncio era constrangedor, mas eu sentia que se tentasse falar alguma coisa, continuaria levando patadas. Chutei o pé do Tom embaixo da mesa.
Nós tivemos uma daquelas conversas silenciosas, eu só precisei olhar pra ele e imediatamente, ele entendeu o que devia ser feito.
A banda começou a tocar uma música mais lenta.
-Kristen?
Ela olhou surpresa pro Tom ter pronunciado seu nome tão alto e claro.
-Hm?
-Você quer dançar?
-Eu não sou boa, em música lenta.
-Eu também não!
O Tom levou a Kristen para o centro da pequena pista de dança. Ele tinha dito alguma piada falando mal de mim, ela não riu. Apenas mexeu a cabeça. A segunda coisa que vi foi  Ashley me puxando, para a pista também. Mais quatro casais se juntaram a nós.
-Ashley, eu preciso ter certeza que ela não vai sair correndo.
-Ela não vai, confie em mim.
Respirei fundo e continuei guiando a Ashley na música lenta.
Tom continuou dançando com a Kristen, distraída.
Esse seria a u última chance, eu estava apostando tudo nisso.
Continua....

Nenhum comentário:

Postar um comentário