01 julho 2011

TENIR MA MAIN - CAPÍTULO 10

 Quem aí gosta de amigos com benefícios? Esses dois não sei não.... Vamos ver o que nossa FIC nos reserva hoje? Ótima leitura!
Classificação: Maiores de 17 anos
Autora: Lore Volturi
Gênero: Romance/Drama 
Aviso: Sexo/Lemons 

Capítulo 10

Na contagem de pesadelos: 201°
Encarei o chão frio e molhado. O meu vestido favorito sujo de lama!
Ouvi passos no corredor.
Uma sombra e um pouco de luz.
De novo não!


Kristen POV
Livraria Stoke Newington, , 30 de outubro de 2009 – 19h50min
Era final do meu expediente, o gerente já confiava em mim. Pela primeira vez eu estava sendo uma funcionária exemplar, não chegava atrasada e era a última a sair. Eu gostava daqui, o salário era razoável, por que não me esforçar em ficar mais de duas semanas em um emprego?
Eu estava sozinha, já estava tudo arrumado e as luzes apagadas. A única coisa ligada era o computador, eu estava no site do jornal do Arizona procurando notícias sobre o caso da mulher encontrada no rio Cove Creek. Eu não sabia porque, mas não conseguia deixar de acompanhar o caso. Era um pressentimento, e os meus pressentimentos nunca estavam errados.
Por mais que uma parte de mim gritasse, dizendo que eu estava sendo paranóica. A outra dizia que eu deveria estar alerta o tempo todo.
Eu atualizava o site de vez em quando, ainda sem notícias novas.
Olhei a mensagem do Rob no meu celular.
A reunião acabou. Estou passando ai, em dez minutos.”
Hoje era sexta-feira, era dia de pub. Íamos sair pra beber, como amigos e depois de algumas doses de tequila, quem sabe algo mais.
Era melhor assim, sem rótulos. Sem pressão. Nós dois não éramos exemplos de pessoas bem sucedidas em relacionamentos e o que tínhamos agora funcionava para ambas as partes.
Apertei o F5 do teclado, pela última vez.
Talvez eu só estivesse procurando algo para me preocupar, não era nada demais. Eu só conhecia cinco pessoas no Arizona inteiro apenas cinco. Qual a probabilidade do corpo que acharam ser de uma amiga minha?
Pensei nisso cedo demais.
O site finalmente tinha sido atualizado.
Identidade do corpo encontrado no rio Creek foi revelada. Nicole Houston Reed, 24 anos. Acredita-se que ela trabalhava como garota de programa, a polícia afirma que foi suicídio...”
Tinha mais um texto em seguida, mas não conseguia ler, não conseguia acreditar nas palavras que eu tinha acabado de ler.
Me faltou o ar por alguns segundos, minha amiga estava morta.
Conheci a Nikki início de dois mil e sete, quando eu fugi de casa, eu não tinha idéia de nada sobre nada da vida. Tinham três dias que eu vagava sozinha com fome e com frio, até que ela me achou em um hotel de beira de estrada quando eu tentava pegar carona até o Novo México, pra chegar ao Texas onde a minha avó morava. Ela era sim, prostituta e em nenhum momento eu a julguei por isso, era o que pagava as contas, era como ela se virava. Por quase um ano, nós dividimos um apartamento pequeno em Eloy, Arizona. Eu comecei a trabalhar como garçonete nesse club, onde ela conseguia clientes, uns babacas que pediam as coisas mais bizarras pra ela fazer na cama.
Não era uma coisa que ela tinha escolhido, ela não gostava daquela vida. Mas quem disse que na vida  nós temos uma escolha?
Nunca dependa de ninguém nessa vida Kristen.”
Viver aquele tempo com a Nikki não foi fácil, eu estava acostumada com a aquela vida da Califórnia. Mansões, carros caros, roupas de marca, amigos falsos e oxigenados, festas, drogas, as vodkas mais caras, em Eloy eu não tinha nada disso. Eu voltava pra casa às seis da manhã, depois de passar a noite toda servindo babacas que tentavam passar a mão em mim, achando que eu também era garota de programa. Já fiz muita coisa baixa na minha vida, mas sexo por dinheiro, nunca foi uma delas. Quando eu não conseguia dinheiro ou emprego, até passou pela minha cabeça, mas Nikki nunca permitiu. Ela sabia que eu era jovem demais, ingênua demais. De algum modo ela me ensinou boa parte do que eu sei hoje.
Ela era uma guerreira, tinha sido expulsa de casa pela mãe, com apenas quinze anos. Ela estava na estrada desde então, como eu estava agora. Ela foi por muito tempo como uma irmã mais velha, aquela que eu admirava pela bravura e coragem. Pra ter aquele estilo de vida, precisava ser fria e esperta nas horas certas. Eu não tive como agradecer a Nikki pelo que ela tinha feito por mim, nós duas nunca nos despedimos.
No dia que eu decidi que era hora de seguir em frente, eu deixei uma carta e nada mais. Nenhum abraço, nem nada. Eu apenas saí pela porta e não olhei para trás. E agora ela estava morta.
Uma lágrima correu pelo meu rosto, eu logo enxuguei. Meu cérebro começou a processar tudo com muita rapidez.
Eu sabia que a Nikki jamais cometeria suicídio ela era forte demais e esperta demais pra fazer esse tipo de coisa. Eu sabia que aquilo era trabalho do PETER, os três bruxos tinham feito o trabalho sujo mais uma vez e como sempre a culpa caia para o mais fraco.
Eu senti aquela livraria rodar, era informação demais, lembranças demais ao mesmo tempo. O pior, eu não podia fazer nada. Minhas mãos estavam atadas e eu estava longe, em outro continente.
Pensar nisso me deu uma falsa sensação de alívio. Até quando? Quanto tempo ia levar até ele me achar?
Uma buzina me chamou para o presente, me tirando daquele pesadelo.
Desliguei o computador e fechei a porta.
Respirei fundo.
Ele me esperava do lado do carro afrouxando a gravata com alguns botões da camisa aberta, cabelo bagunçado e aquele sorriso lindo. Ver o Rob sempre me deixava mais calma, eu sentia meu coração acelerar um pouco, mas eu não consegui sorrir. Soltei um suspiro.
Hoje eu não queria o Robert amigo, queria o outro.
-Kristen, você não parece muito bem. Aconteceu alguma coisa?
Me aproximei dele, joguei o meu avental e bolsa no banco do carro. Abracei o corpo dele, Robert era bem mais alto que eu, mergulhei meu rosto no seu peitoral, respirando aquele perfume da pele quente dele. Não ligava se estava frio aqui fora, ele me abraçou e eu não liguei pra mais nada.
Ficamos assim por alguns minutos, ele não fez perguntas e não falou nada. Só me abraçou e passou a mão nos meus cabelos. Respirei fundo mais uma vez, me afastei e ele me deu um beijo na testa.
-Está melhor?
-Muito.
-Quer que eu te deixe em casa ou ...?
-Não, de jeito nenhum. Hoje é sexta, eu preciso beber.
Eu ainda não estava  bem, aquelas imagens não iam sair da minha cabeça. Eu precisava esquecer, eu precisava me livrar daquela sensação de culpa. Porque era isso, minha culpa.
Robert deixou o carro em um estacionamento, já que íamos beber e ninguém poderia  dirigir depois.
O pub que ele tinha me levado era diferente daquele em que nós nos conhecemos. Era mais britânico por assim dizer, tinha uma banda tocando, o que era melhor que música eletrônica. Era mais claro, tinham pequenas cabines lotadas com as pessoas bebendo pra começar o fim de semana.
Nós sentamos no bar e olhei em volta. Achei que tinham muitas meninas de faculdade aqui, desconfiei. Me perguntei se esse não era o Pub que ele vinha com o Tom pra pegar mulher. Quando o barman veio até nós e o cumprimentou, eu não tive mais dúvidas.
-HEY FRANK!
-E aí Rob, o que vai ser?
Ele olhou pra mim, sorrindo.
-Então o que vai ser?
-Qual a vodka mais forte que você tem ai?
O Barman era loiro, muito branco e quase albino. Começou a rir da minha cara.
-Oh uma americana, eu não acho que você aguenta um super red.
Aquele cara, não sabia com quem estava falando.
-Essa mesma, me veja a garrafa e dois copos.
-Você é que sabe.
O loirinho limão se virou e foi pegar a garrafa. Rob olhou pra mim, cauteloso.
-Você tem certeza disso? Essa vodka é muito forte.
-O que foi Pattinson? Está com medo?
-Eu? Por favor, Kristen, eu bebo desde os dezesseis anos.
-Eu também.
Então colocaram a SUPER RED, na minha frente. Vou confessar que eu não esperava por aquilo, era uma garrafa de quase três litros, toda vermelha com símbolos do Liverpool.
-Aproveite!
O Loiro limão ficou me olhando, passado o choque do tamanho da garrafa. Ele não perdeu tempo em encher o meu copo e do Rob. Não pensei duas vezes, coloquei a vodka pra dentro.
Aquela porra era forte mesmo. Senti queimar minha garganta e foi ótimo, tudo que eu queria.
Bati na mesa.
-MAIS!
Depois de dez dozes. Parecia que não tínhamos bebido nem um terço da garrafa, eu já estava tonta. O Rob ainda aparentava estar bem, será que eu tinha ficado fraca pra bebida?
-Qual o nome dessa americana, Rob? Ela é das minhas.
Interrompi a conversa dos dois, pra responder.
-O nome da americana é Kristen! Muito prazer Frank, eu acho que vamos ser grandes amigos.
Você sabe que está de porre, quando começa a achar que todo mundo é seu amigo. Bati no balcão mais uma vez.
-Mais uma!
Então eu parei de conferir???, a música de repente era melhor e senti uma vontade urgente de dançar. Olhei pro Rob, o rosto impecável de um anjo. As bochechas vermelhas, do álcool.
Quando começou a tocar uma música comecei a pular, o Rob começou a cantar.
She was into the Stones when
I was into the Roses
She was breaking my bones when
I was busting their noses
” (Fratelis)
-Vem, vamos dançar no meio!
Puxei ele para o meio, a música tinha uma batida tão boa.
-LA LA LA LA!
Nós estávamos cantando juntos, pulando juntos e  jogando cabeças em movimentos loucos. Comecei a rir do Rob e sua guitarra imaginária. Até a música acabar, nós ficamos ali brincando de ser Ringo Star.
-Eu vou ao banheiro, já volto. 
-Ok!Me encontra no bar.
Tentei voltar ao bar, mas eu estava tonta demais. Sem querer dei um passo falso pra trás e esbarrei em uma menina.
-Oh Me desculpa!
Tinha realmente sido um acidente. O vestido dela tinha uma enorme mancha de vinho.[i] Uh-Oh, problema!
-VADIA, sabe quanto custou esse vestido? É um Gucci.
-Do que você me chamou?
-V-A-D-I-A! VADIA! Você arruinou o meu vestido. E vai pagar por isso.
A idiotinha tinha acabado de sair da maternidade e já estava em um pub, não devia nem ter dezessete anos. E aquele vestido era falsificado, provavelmente estava mentido para as amigas. Todas com aquelas caras laranja de bronzeamento artificiais e loiras daquelas que usam água oxigenada número quarenta. Senti meu sangue ferver, ninguém ia falar comigo daquele jeito.
-Seu vestido é falsificado, queridinha. E se eu fosse você retirava o que você disse. AGORA!
Respirei fundo, passei a mão no cabelo e fechei os olhos procurando um ponto de equilíbrio. Eu estava muito tonta.
-Como ousa dizer que o MEU vestido é falsificado, VADIA?
Então ela cometeu o segundo pior erro da vida dela. Me empurrou.
-Oh Criança! Você se meteu com a vadia errada.
Ela veio tentar me empurrar de novo, eu segurei e entortei a mão dela. Mudando rapidamente, dando um giro e puxando pra colocar o braço nas costas dela, ela tentou me bater com outra mão, mas eu segurei a tempo.
-RETIRA O QUE VOCÊ DISSE AGORA VAGABUNDINHA DE MERDA!
-MEU BRAÇO, TÁ DOENDO!
-Resposta errada!
Apertei mais o braço dela e entortei mais a mão. Ela berrou de dor.
-E AGORA? VAI RETIRAR O QUE DISSE SOBRE MIM?
Eu estava esperando ela responder, mas ela só dava gritos de dor. Então fui pega de surpresa, uma das amigas dela, veio por trás e puxou meu cabelo. Eu soltei um grito, doeu pra caramba.
-Solta a minha amiga!
Ela não puxou por muito tempo, eu meti a unha no braço dela e segurei até empurrar nossos dois corpos na mesa mais próxima. Ela bateu as costas e caiu no chão. A outra que tinha ficado livre veio correndo na minha direção, sedenta de raiva.
Ela veio também dando tapas na minha cabeça e eu comecei a puxar o cabelo dela, as pessoas se afastaram. Entre os muitos tapas e puxões eu consegui arrancar o brinco da orelha dela e ela soltou um berro numa voz aguda, que podia deixar todos surdos. Foi quando o Frank veio correndo pra tentar segurar a menina que queria pular de novo em cima de mim.
 O Rob surgiu por trás e me segurou, separando nós duas.
-VADIA! EU VOU TE MATAR!
A idiota começou a soltar uma série de palavrões. Eu queria avançar nela e encher a cara dela de socos, mas o Rob me segurou com força e por mais que eu tentasse tudo que eu consegui era balançar os braços e as pernas no ar.
-É isso, estamos indo embora. – Ele falou alto, tentando colocar o fim na situação. -Me manda a conta Frank.
Ele pegou nossos casacos com o outro braço e me carregou até lá fora. Olhei feio pra ele, fechando a cara.
-Eu quero voltar lá dentro e arrancar o cabelo daquela moleca estúpida! PIRRALHA MIMADA!
Eu berrava na porta com esperança que ela viesse aqui fora pra continuar da onde  tinha parado. Eu achei uma válvula de escape perfeita para toda aquela raiva que estava sentindo.
Rob me segurou na hora que  tentei entrar de novo.
-Eu te deixo sozinha por cinco minutos e você destrói metade do pub, Kristen?
Ele me olhou com aqueles grandes olhos azuis, cheios de desapontamento. O que aconteceu em seguida foi culpa da bebida. Eu desabei em choro nos braços dele.
Aquela montanha russa de emoções, nessa noite. Era demais pra mim, eu estava exausta.
O que ele me fez?
Me abraçou, sorriu e chamou um táxi.
-Vem, vamos sair daqui.
-Eu não quero ir pra casa!
-Ok, então nós vamos pra minha casa.
Fiquei surpresa quando ele disse isso, por várias vezes eu achei que o Rob ainda não tivesse confiança suficiente em mim, para me levar pra casa dele. Afinal eu não era a pessoa mais estável do mundo. Isso era bem claro. Então tudo que eu consegui falar foi:
-Ok!
Depois não falei mais nada, apenas deixei que ele me carregasse pra onde quer que fosse, o lugar que fosse. Eu sinceramente, agora, não me importava. Contanto que eu estivesse com ele, eu estaria bem.
Apartamento do Rob, 31 de outubro de 2009 – 01h42min
Eu não sabia por que estava nervosa. Não sabia o que esperar, o Rob estava tranquilo cantarolando uma música quando entramos no lobby do prédio. Era bonito, em uma parte entre o subúrbio e o centro de Londres, não era longe do centro. Tinha um ar moderno e caseiro ao mesmo tempo. Não sabia explicar.
Eu ainda tinha dificuldade de andar direito, ele me carregou. Por sorte as lágrimas não tinham durado muito e não cheguei a borrar a minha maquiagem. Quer dizer, eu ainda estava apresentável .
Chegamos à porta e eu notei ainda que  estava mais ansiosa que ele. Eu ia conhecer o pequeno mundo que ele escondia de mim.
-Por favor, não repara na bagunça.
Ele abriu a porta, era tudo tão branco e claro. Não era nada do que eu podia ter imaginado.
 Não estava bagunçado, tinha algumas revistas, dvd’s e controles jogados numa pilha estrategicamente bagunçada, no canto da sala. Uns quadros com desenhos de quadrinhos, um assinado pelo próprio Stan Lee. Uma televisão gigante de plasma, todos os vídeo games possíveis e muitos filmes também, pela rápida olhada que  dei, pude notar que a maioria era ficção científica.
A sala toda parecia um estúdio, era grande e espaçosa. Ele foi abrir a janela que era enorme, quase do meu tamanho, estávamos no último andar. Fazia uma noite linda lá fora.
-Por aqui. – Ele me levou no corredor e apontou. – Mais um quarto, meu escritório, meu quarto e é só.
Ele disse assim, sem mais nem menos.
Eu deveria ficar brava, ele não dava valor àquilo que ele tinha.
-Só? –Olhei brava pra ele. – Você não tem a menor idéia, não é? Do quanto esse lugar é incrível.
-Sim, eu gosto. Mas tem apartamentos bem melhores...
-Shiiii! Cala a boca...- De porre (ou)Porra??? não tem paciência pra ouvir os outros. – Você devia ver os lugares onde eu já fiquei, teve esse lugar em Albuquerque, que a cozinha e o banheiro eram de frente um pro outro. Imagine comer de frente pra sua privada! Parece bom pra você?
Ele se calou constrangido.
-Quanto tempo você vive aqui?
-Dois anos mais ou menos, logo depois que terminei a faculdade. Eu e o Tom dividimos por um tempo, até que ele teve que arrumar um lugar mais perto do hospital.
-Quantas garotas já moraram aqui?
-Nenhuma! – Ele pareceu sincero.
-Oh, cala a boca!
-É sério, nunca dura o bastante pra poder morar junto.
Olhei séria pra ele.
-Eu queria saber o que tem de errado com você, isso facilitaria tanto as coisas.
Ele apenas riu, eu devia estar falando bobagem mesmo. Me sentia muito de porre ainda, ele pegou o meu casaco e foi guardar. Sentei no sofá que era grande e macio demais no meio da sala, parecia um colchão de água, senti minha cabeça rodar.
Robert voltou da cozinha com uma caneca na mão, ainda não tinha entendido como só eu estava porre.
-Por que você está bem? Bebeu o mesmo que eu.
-Eu falei que estava mais acostumado que você. Além do mais, eu sou homem. – Ele me deu a caneca. – Beba isso.
Dei um gole e me arrependi.
-Que merda é essa?
-É chá.
-Sabe, nessas horas eu sinto falta de casa. Onde tem uma coisinha chamada CAFÉ!Além do mais, essa coisa tá gelada.
Ele começou a rir da minha cara.
-O que foi? Por que você fica rindo de mim? Eu to falando sério com você.
-Desculpa. Desculpa.
Ele ficou mordendo os lábios e prendendo o riso.
-PÁRA!
-É que você fica linda, quando está brava.
Eu senti um misto de raiva e vergonha, joguei o chá na cara dele. Depois cai na gargalhada, literalmente, eu cai pro lado do sofá tendo uma crise de riso.
-O quê? Você acha que isso é engraçado?
-MUITO!
-Eu te mostro o que é engraçado.
A próxima coisa que eu vi, foi ele em cima de mim. Estávamos deitados, no sofá/cama  d’água. Minha risada foi parando aos poucos, o rosto dele ali tão perto, cheirando a um chá que eu não sabia qual era.
-Você não parece tão engraçadinha agora.
-Você tem cheiro de chá.
-E você não gosta?
-Não sei, eu não provei em você.
Eu coloquei meus lábios nos dele, era um pecado ter ficado tanto tempo sem beijar aquela boca. Ele aprofundou o beijo, eu suguei seu lábio inferior dando mordidinhas, eram risadas misturadas com beijos demorados. O chá na pele dele, tinha se tornado delicioso.
Ele roçava a barba mal feita no meu pescoço dando beijos molhados e me deixando arrepiada. Ele cheirava o meu cabelo e eu sentia a mão dele deslizando pela minha coxa, era tão bom.
O toque dele era algo que eu nunca tinha sentido antes, era tranquilo. Ele não queria só arrancar a minha roupa e me foder ali mesmo.
Busquei os lábios dele, eu tinha fome deles. Eu não precisava respirar, eu o queria demais pra pensar nisso. Ele começou a desabotoar  minha camisa, a mão deslizando pela minha barriga. Ele tinha as  mãos bem grandes, eu vou deixar isso claro, ele sabia muito bem como usar elas. Mas alguns botões e agora ele atacava o meu seio direito.
Apertei a nuca dele contra o meu corpo e ele beijou meus seios com tanto carinho. Se eu não estivesse de porre, teria sentido vergonha, eu não estava acostumada com alguém me tocando daquela maneira. Era tão carinhoso e tão forte ao mesmo tempo.
Senti sua ereção, quando ele voltou a me beijar. Arranquei a camisa dele, sem me importar com os botões que voaram para os lados. Deslizei a minha mão por seupeito nu até a barriga e não me controlei mais, fui guiada pelo meu tesão que agora estava explodindo.  
O empurrei para que  ele sentasse no sofá, e me ajoelhei na sua frente.
-Fique quietinho, eu quero saber se eu estava certa antes.
Abri o zíper da calça e tirei ele de dentro da boxer branca. Era um belo instrumento que Pattinson tinha, longo, grosso e rosado. Estava duro, segurei com delicadeza e lentamente comecei a movimentar pra cima e pra baixo.
Ele gemeu jogando a cabeça pra trás. Juntei saliva suficiente na boca e o coloquei na boca. Rob apertou o sofá em resposta, desci até aonde consegui e engasguei um pouco. Ele era longo, eu lambi e tentei de novo, dessa vez colocando por inteiro na minha boca.
-Deus... Kristen.
Eu ficava mais e mais excitada, quando ele gemia o meu nome. Subi e beijei seu abdômen definido, meu nerd com packs!
Eu me pegava pensando nisso, já sentia uma sensação de posse sobre o Rob.
Eu tinha aquela sensação crescendo mais e mais, a cada segundo que eu passava com ele.
Beijei seu maxilar e finalmente a boca, continuei a movimentar o membro duro dele.
-Eu preciso de você Rob. –Falei mordendo a sua orelha. -Você me quer?
-Você não tem ideia Kristen.
Fiquei em pé e me livrei das minhas calças jeans, ele beijou minha barriga e passou a mão por cima da minha calcinha sentindo a minha excitação. Eu coloquei a camisinha de melancia, já que antes tínhamos usado a de morango.
Ele tirou minha calcinha sem cerimônia, voltei a empurrar seu corpo no sofá, abri as pernas e sentei me posicionando sobre ele, deslizando lentamente seu comprimento. Meu corpo afundou no calor do corpo dele.
Aproveitei a sensação dele entrando em mim, era incrível. As mãos dele deslizavam pela minha espinha, ele tocou minha cicatriz no final das costas, fiquei rígida por um segundo, mas logo tirei a mão dele de lá e a coloquei no meu seio. Não queria que ele me tocasse ali.
Ele apertou meu seio, enquanto eu me movimentava para cima e para baixo. O sofá balançava no mesmo ritmo dos nossos corpos. Eu o apertava mais no meu corpo, sem conseguir controlar os gemidos, eu não podia acreditar no quanto eu queria mais e mais dele.
-Kristen... Deus!
Comecei a aumentar a velocidade, ele apertou meu quadril com força. Eu apertei mais a nuca dele. Eu não sabia colocar em palavras os sentimentos que eu possuiapor Robert. Eu não conseguia formular uma frase, uma palavra, somente coisas sem sentido e alguns palavrões saíram de minha boca, eu podia sentir que ia explodir a qualquer momento.
Abri os olhos para me deparar com aquele par de olhos azuis esverdeados me encarando com adoração, ataquei a boca dele com toda minha força. O beijei como se o mundo fosse acabar, enquanto ele entrava com mais força dentro de mim.  
Goza comigo
Ele falou com o pouco de ar que tinha. Rebolei sobre ele e enquanto nós chegávamos ao ápice juntos. Éramos como um só.
Eu senti vontade de chorar, mas não o fiz, não sabia lidar com aquela sensação, aquele calor no meu peito. Eu estava me permitindo gostar do Robert e sabia que eu não devia. Contra todos os meus instintos eu ainda estava aqui e queria mais.
Nos encaramos , suados, cansados, sem fôlego e sem palavras.
Como afastar o olhar? Como não me sentir completa ao lado dele? Como negar isso?
Queria que  meu cérebro parasse de trabalhar e me deixasse aproveitar os braços quentes dele envolvendo o meu corpo.
Foi a primeira noite em que eu não tive um pesadelo, desde que cheguei a Londres.
X
Robert POV
Meu quarto, 31 de outubro de 2009 – 07h20min
Estava fazendo desenhos nas costas nua de Kristen, brincando de fazer pequenos círculos. Não pude deixar de notar a cicatriz em forma de ‘F’, que ficava na região lombar. Era difícil não olhar agora que estava tão perto, aquela letra tinha sido marcada com ferro quente, como fazem em fazendas com alguns animais. Eu não queria pensar em quem tinha feito aquilo com ela. Não toquei ali, já que ela não gostava.
Fui à cozinha, por sorte  tinha comprado comida decente. Abri o suco de laranja e quase derrubo a garrafa no chão, meu celular tocou no maior som. Demorei pra atender, não conseguia tirar de dentro da minha calça. Finalmente atendi, já no final da música de abertura do Star Wars.
-Alô?
-Robert, Graça a Deus. – Ele tinha a voz tensa do outro lado.
-Artie, o que foi?
-Eu preciso da sua ajuda. –Ele ficou calado por alguns segundos, depois limpou a garganta. – É, que... Eu to na cadeia.
-O QUÊ?
-Eles disseram que eu tinha direito a um telefonema e então eu to te ligando, será que você pode me tirar daqui?
-Artie, antes de tudo... Por que você está ai? O que aconteceu?
Ele pensou um pouco antes de falar, parecia estar com vergonha. Mas por que teria vergonha de mim?
-Ontem, tinha uma festa no campus e bem... Me pegaram com maconha.
Eu passei a mão no cabelo e olhei pra quem tinha surgido no corredor enrolada no meu lençol, com o cabelo avermelhado, bagunçado para todos os lados e o rosto lindo, ainda com sono.
-O que está acontecendo?
Ela devia ter acordado com o toque do meu celular. Voltei a minha atenção para o Artie, não podia esquecer ele.
-Ok Artie, fique tranquilo. Não vão te colocar em uma cela, não fale com ninguém. Eu estou chegando.
-Obrigada Rob.
Anotei o endereço da delegacia onde ele estava detido e desliguei o celular, respirei fundo. Isso não ia ajudar no caso do Artie, no momento em que júri descobrir que ele foi pego com  substância ilegal. Lá se vai a imagem de bom moço que eu estava tentando construir pra ele.
-Eu vou ter que ir até a delegacia, o Artie foi detido.
-O Artie? – Ela começou a rir. – Você tá brincando?
-Eu também não acreditei, parece que ele estava em uma festa e a polícia bateu lá, ele foi pego com maconha.
Passei a mão no cabelo preocupado.
-Afinal, como o Artie ia conseguir maconha? Isso não é dele, não faz sentindo.
Ela ficou séria, mas eu passei direto e fui até o quarto me arrumar. Teria que ir de táxi, meu carro ainda estava no estacionamento perto do meu trabalho. A Kristen entrou no quarto sem fazer barulho, ainda enrolada no meu lençol. Eu estava andando de um lado pro outro procurando meu sapato, quando ela falou tão baixo que eu quase não dei atenção.
-Robert acho que preciso te contar uma coisa.
Estava passando desodorante e colocando uma camisa com pressa, quando eu olhei pra ela e percebi que ela estava falando sério.
-Fui eu. – Ela coçou a cabeça, sem jeito. – Eu dei a maconha pro Artie.
-Desculpa, não entendi.
-Naquele dia, quando eu pedi pra você esperar no táxi... eu...
Não deixei ela terminar de falar.
-Por que diabos você faria uma coisa dessas? Ele é uma criança, mal sabe o que tá fazendo na faculdade.
-Eu achei que estivesse ajudando ele, OK?! Ele precisava relaxar.
-AJUDANDO? FORNECENDO SUBSTÂNCIA ILÍCITA? O QUE VOCÊ TEM NA CABEÇA?
Ela olhou pra mim, cheia de fúria.
-O Artie não é nenhuma criança Robert, ele sabe muito bem o que faz. Ele só precisava de um pouco mais de incentivo, de...
Interrompi o que ela estava falando de novo, a raiva começou a falar por mim. Eu sabia que estava sendo grosseiro, mas não conseguia parar.
-INCENTIVO? Eu sabia que você era louca e instável, mas agora arrastar outras pessoas pra essas suas insanidades é outra coisa.
Ela levantou da cama, seus olhos ardendo de raiva, mas a voz saiu baixa e uniforme.
-É isso que você pensa de mim?
Não respondi. Não consegui olhar pra ela.
-Sai daqui. – as palavras saíram tão baixas, que eu pensei que ela não fosse escutar.
-Você acha que eu sou só uma louca que conhece na rua, trás pra sua casa, fode e manda ir embora? Fique tranqüilo, você acaba de se livrar de um caso perdido.
Ela jogou o lençol na cama e saiu do quarto, não demorou quase nada até eu ouvir a porta bater fazendo um barulho estrondoso. Eu sabia que tinha magoado ela.
Eu não entendia aquele lado que ela não queria me mostrar, aquelas perguntas que vagavam na minha cabeça e eu não tinha as respostas. Eu não sabia como lidar com aquela Kristen estranha que surgia sem avisar.
Deixei para pensar na Kristen depois, terminei de me arrumar e fui à delegacia soltar o Artie.
X
Não dei nenhum sermão no Artie, eu não era pai dele pra fazer isso. Mas deixei as coisas bem claras, esse tipo de atitude não é bem vista pelo júri. E agora nós teríamos mais um problema nas mãos.
O mais estranho? Ele não parecia genuinamente arrependido de ter sido pego com maconha. Os pais dele estavam em algum lugar na Austrália e provavelmente não iam se importar muito também.
Senti minha cabeça queimando na volta pra casa, eu nem queria voltar lá. O cheiro dela devia estar impregnado o lugar. Já estava anoitecendo e eu estava caminhando sem saber pra onde minhas pernas estavam me levando.
Liguei pro Tom, mas o celular estava desligado. Ele provavelmente estava de plantão naquela noite. Desde o episódio na festa dele com a Ashley, ele passava quase todo tempo livre fazendo plantão e estudando no hospital.
Para ver o que essas mulheres fazem com nós homens.
Sempre foi desse jeito e não é agora que ia mudar.
Lembrei da época em que meu pai conversava comigo sobre essas coisas, ele sempre sabia o que dizer e o que fazer. Nunca vi meus pais brigando, ele nunca levantou a voz pra minha mãe, e eles sempre tinham aquele olhar, um olhar de adoração quando se encaravam. Acho que sentia inveja antes mesmo de descobri por que eles se olhavam assim, antes de saber o que era amor.
 Eu não podia acreditar na sorte que os meus pais tinham de terem se encontrado, o que eles tinham era tão raro. Lembro que a minha mãe foi tão forte durante o funeral, não tinha derramado nenhuma lágrima, mas apertava a minha mão com força.
Atravessei mais uma rua e não me surpreendi de estar indo em direção a casa marrom no final da Denmark Street. Não tinha vergonha de recorrer aos conselhos da Dona Elizabeth Pattinson, afinal ela não era só minha mãe, era minha amiga e o lado psicóloga também ajudava em alguns momentos.
Bati na porta, mas a foi a enfermeira dela que abriu.
-Olá Robert. Como vai?
-Anita, o que você está fazendo aqui? Está tudo bem com a minha mãe?
Entrei e tirei meu casaco, jogando em qualquer cabide.
-Ela está bem, só uma febre alta. Essa gripe não ta perdoando ninguém.
-Por que ela não me ligou?
-Ela disse que não queria te incomodar.
-Desde quando ela me incomoda? Você deveria ter me ligado.
 Naquele sábado eu devia ter notado que ela não respondeu a minha mensagem de voz quando  disse que teria que cancelar o nosso almoço. Como não notei algo errado?
Subi as escadas, e fui direto até o quarto da minha mãe, ela estava dormindo com um livro aberto nas mãos. Parecia mesmo um pouco abatida. Que espécie de filho eu estava sendo? Me preocupando tanto com o trabalho que não acho tempo pra ligar e saber como a minha mãe esta. A culpa pesou na minha consciência por boa parte da noite.
Culpa pela estupidez com a Kristen e pela falta de caso com a minha mãe.
No horário em que nós costumávamos conversar, Kristen não me ligou. Eu já estava esperando por isso, então mandei uma mensagem pedindo desculpas pelo modo como  tinha falado com ela.
A resposta dela não podia ser melhor.
“Vai se foder!”
Ela estava com raiva, mas se importava o bastante pra responder.
Que nem um tolo eu sorri pra tela do celular.
Continua...

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