Thepervas.com: TENIR MA MAIN

É pervinhas, parece que essa Kristen passou por maus bocados! Vamos conferir o que mais a Kristen passou nesses anos? Ótima leitura!

Classificação: Maiores de 17 anos
Autora: Lore Volturi
Gênero: Romance/Drama
Aviso: Sexo/Lemons

Capítulo 18

Bervelly Hills – Casa do Michael, 5 de setembro de 2005

O silêncio virou meu melhor amigo.

No dia seguinte eu não conseguia me mexer, tudo absolutamente tudo doía em mim.

Toda vez que eu me olhava, as lágrimas vinham junto com o nojo e medo que eu sentia daquela sombra que podia entrar pela porta a qualquer momento. Deitei no chão do lado da cama, com dificuldade. Deviam ser umas seis horas da manhã, ouvi passos dos empregados nos corredores lá em baixo, com o ouvido pregado no chão tentei entender o que eles falavam, mas era espanhol então não entendia nada.

Continuei no chão frio por alguns minutos, as lágrimas secas na minha bochecha, meus olhos ardendo de exaustão, eu nunca tinha chorado tanto, nem mesmo quando meu pai tinha morrido.

De certa forma, parte de mim tinha sido assassinada naquela noite.

Abri meus olhos para olhar para o teto e pensar em outras coisas.

Eu precisava raciocinar direito, ignorar as imagens que vinham da noite passada e tentar procurar ver o que eu ia fazer em seguida.

“Contar pra minha mãe? Mesmo que ela soubesse a verdade, duvido que fosse querer abandonar a boa vida aqui.”

Devia ter dado algum crédito para Dona Jaymes antes, quem sabe se eu contasse naquela época ela me levasse a sério.

Sem esperanças ou pensamentos coerentes.

Me arrastei até o banheiro e sentei em baixo chuveiro parar deixar a água cair sobre o meu corpo destruído.

Minhas roupas estavam na lixeira, a minha bolsa também. Lembrei da mania de lavar as mãos que ele tinha, ele carregava para todos os lados um vidrinho de álcool em gel, falava que não gostava de germes. A casa tinha tantos empregados por isso, tudo tinha que estar impecavelmente limpo ou alguém ia ser demitido.

Fiquei observando a lixeira por um bom tempo, enquanto flashes da noite passada ainda rodavam na minha cabeça.

Naqueles segundos, de silêncio e dor eu comecei a descobrir a fúria, a raiva, o ódio.

Uma Kristen morreu e outra mais forte tinha acabado de nascer.

Eu confiava no Peter. Ele deveria tomar conta de mim, cuidar de mim.

Ele deveria ser meu pai.

Olhe pra mim, uma criança de alma quebrada, chorando em cima de uma bolsa de marca e suja. Eu era idiota, era uma porrinha que se achava inteligente.

O que eu fiz em seguida foi outro pior segundo erro da minha vida.

Envolver outra pessoa nos meus problemas.

Liguei pro Michael naquela tarde, ele foi até a minha casa. Foi ele que me achou no chuveiro, ainda nua e inerte.

Michael não perdia a calma nunca, acho que deviam ser os remédios. Ele fez algumas perguntas pra mim, mas eu não conseguia falar, não conseguia reagir, não conseguia voltar para minha consciência.

Mas o meu pedido de ajuda não podia ter sido atendido por uma pessoa melhor, ele me vestiu, pegou mais algumas roupas e me tirou de lá.

Então eu fiquei morando com ele até esse dia, cinco de setembro.

Só me lembro da data, por que saiu em todos os jornais.

Hoje eu me dou conta que de certa forma, naquele período o Michael tinha me mantido sã, o jeito como ele lidou comigo nos dias seguintes, fizeram toda diferença.

Descobri que o Peter estava fora da cidade, a negócios. Minha mãe pouco ligava se eu estava em casa ou não, ela estava muito ocupada organizando um evento no interior do estado.

Michael tinha conseguido atestados médicos pra justificar as nossas faltas no colégio, nesses dezessete dias eu não conseguia pronunciar nenhuma palavra, mesmo assim ele descobriu o que tinha acontecido.

No segundo dia, ele me carregou e tentou me dar banho, eu tinha roxos nas minhas coxas. A minha virilha doía muito assim que ele tentou passar a esponja em mim, eu comecei a gritar e chorar. Eu não suportava o toque de ninguém, tudo me lembrava àquela noite, eu só conseguia dormir encolhida do lado esquerdo da cama e ele dormia no colchão no chão.

Eu notava o olhar preocupado por alguns segundos, mas logo sumiu atrás de um sorriso de criança, que ele tinha. Ele conversava comigo durante horas e horas, uma conversa sem retorno, ele fazia toda falação eu acenava e ria uma vez ou outra.

Dificilmente eu saía do quarto, ele sempre mandava trazer comida pra mim.

Nessa noite em particular, nos tínhamos adormecido assistindo um filme. Ele segurava a minha mão, eu me sentia segura com ele. Eu nunca soube muita coisa da vida de Michael, aos meus olhos ele sempre vai ser um anjo que veio ao meu resgate quando eu mais precisei. Me pergunto hoje, se o meu anjo também tinha seus próprios demônios para enfrentar?

Aquela foi a noite em que eu conheci os três bruxos.

Apelidei assim os capangas dele, Alec, Daniel e Nick. Cada um com a sua função, especialidade e estupidamente eficientes. Os chamava de bruxos, porque eles apareciam de lugar nenhum a qualquer hora, comecei a ter medo de todos os homens que eu via de terno e gravata preta.

Depois dessa noite, eles viraram presença constante na minha vida.

Procurei a mão do Michael, no meio da noite e não achei, levantei assustada e do lado escuro do quarto, alguma coisa tinha me carregado e me prendendo pela cintura.

A minha garganta estava estranha, mas eu ainda não conseguia gritar.

Só no corredor me dei conta que era um homem de terno me segurando, era o Alec, o mais forte deles. Até então pensei que fossem assaltantes, meu pensamento naquela hora era tentar pegar o telefone e liga para polícia.

Minha ignorância era tão grande naquela idade, que hoje eu acho até cômico.

Ele me carregou pela escada da casa do Michael até a sala, foi quando o meu coração deu um salto, fiquei em choque. Meus olhos arregalaram ao ver a sala estava toda pinchada com xingamentos à mãe do Michael, como se ele tivesse feito aquilo.

“ADEUS”

Tinha sido pinchado várias vezes, em outras tinha desenhos estranhos. Estava escuro, eu não conseguia assimilar tudo. A casa tinha sido invadida ou algo do tipo?

Ele tinha feito aquilo? Não era algo que ele faria.

O que esta acontecendo?

Eu não conseguia falar e por mais que pudesse não ia conseguir, estava horrorizada.

Tinha uma corda pendurada no lustre da sala, uma cadeira em cima de uma mesa bem no centro.

-Ai está ela a Minha Princesa! Senti tanto sua falta querida. Cheguei de viajem ontem e não vi minha filha querida.

O Peter surgiu de dentro do escritório da mãe do Michael. Eu queria chutar ele no saco, como ele tinha coragem de me chamar de filha?

Logo em seguida surgiram Daniel e Nick segurando o Michael, pelo braço que andava de cabeça baixa, sem olhar pra mim.

O Peter segurava uma carta na mão.

-O QUE ESTÁ ACONTECENDO? SOLTA ELE! SOLTA O MICHAEL! MICHAAAAAEL!

Foi só nessa hora em que a minha voz saiu um tom estranho quase não reconheci, depois de tantos dias sem falar.

-Shish! Silêncio querida. O Michael vai fazer uma homenagem ao pai dele.

O medo e a raiva latejavam ao mesmo tempo dentro de mim. Enquanto a minha garganta doía.

-Essa aqui é a carta de despedida do Michael.

Ele balançou um pedaço de papel na minha frente.

-Veja bem, ele está cansado dessa vida, sabe?! A mãe não dá atenção, terapia todos os dias, todos esses problemas emocionais, comprimidos, a namorada terminou com ele, então o nosso amigo Michael aqui.

Ele apontou para o Michael que caminhava devagar em direção à mesa. Notei que o Peter usava uma luva de couro. Ele continuou falando, com um sorriso no rosto como se estivéssemos assistindo um filme.

-Nosso querido AMIGO Michael achou melhor seguir os passos do pai.

O jeito como ele tinha falado a palavra “amigo”, fez com que o medo pulsasse mais ainda.

Com os olhos arregalados de puro medo, eu vi o Nick colocar a corda no pescoço do meu melhor amigo. Eles tinham armado tudo para parecer um suicídio.

O Peter até jogou uns comprimidos pela sala, nas palavras dele “Falta um toque mais dramático”.

-Michael, por favor, não faz isso! O que eles te falaram?

Michael não olhava pra mim, ele respirava fundo e olhava só para os pés em cima de uma cadeira. Bastava um chute na cadeira e ele não teria como se sustentar.

-NÃO!! NÃO!! PELO AMOR DE DEUS! NÃO FAZ ISSO! EU FAÇO QUALQUER COISA!

Meus gritos foram ignorados, eu tentava chutar, empurrar e brigar em vão.

-Michael, nós não temos a noite toda. Vou ter que dizer novamente por que estamos fazendo isso?

Nunca soube exatamente o que o Peter tinha contra o Michael, não podia ser só por mim.

Nessa hora senti o cano de uma arma na minha cabeça, não sei se foi pela adrenalina do momento, não temia pela minha vida, mas sim pelo Michael.

-NÃO MICHAEL, NÃO ESCUTA O PETER! OLHE PRA MIM!

Gritava lutando contra a dor que eu sentia nas pregas vocais.

O Peter puxou o gatilho, eu podia ver as lágrimas do Michael escorrendo pelo seu rosto.

-ATIRA EM MIM! ALGUÉM FAÇA ALGUMA COISA! SOCORRO!

Michael não me olhou, como sempre ele manteve a calma até o último momento, e sem dizer uma palavra ele deu um chute na cadeira.

Fechei os olhos, ouvi os sons finais do meu namorado sufocando no meio da sala de estar. Continuei gritando de olhos fechados, alguém tinha que me ouvir.

-MONSTRO! EU TE ODEIO! EU TE ODEIO!

-Alec, por favor, faça ela se calar.

Levei um soco na nuca, só horas depois acordei na minha luxuosa prisão.

Na manhã seguinte eu ouvi um discurso sobre como rebeldia não ia ser tolerada, como eu era filha querida deles dois e eles queriam somente o meu bem.

Por mais um ano, eu convivi com repugnância e sem voz.

Los Angeles – Janeiro - Julho de 2006.

Cheguei aos dezesseis anos, sem nada para celebrar.

Tinha me acostumado com a vida de prisioneira de luxo. Depois da morte do Michael eu fui para o interior do estado, no colégio espalharam que eu tinha ido pra reabilitação, o que por lá não era nenhum choque, o que mais tinha por aqui era adolescente em crise que os pais colocavam na reabilitação para não ter que lidar.

Não houve muita investigação sobre a morte do Michael, resultado de um bom plano executado pelo desgraçado do Peter. A mãe dele evitou a imprensa, todos os canais de fofoca só falavam sobre o suicídio.

Durante uns bons dois meses eu não liguei a televisão e nem o celular. Eu acordava bebendo suco de laranja com laranja e ia dormir bebendo whisky puro, sem gelo. Na parede do quarto, em Laguna, eu decorei com garrafas coloridas com todos os tipos de cerveja, vodka, uísque,vinho e martine.

Gostava de variar.

Meus hábitos em Laguna podem ser definidos como tudo que não pode fazer em uma reabilitação. A casa era praticamente minha, a minha mãe só vinha aqui pra dormir, no máximo. Ela aparecia na porta do meu quarto, falava como tinha sido o dia dela e depois me dava um beijo de boa noite.

Toda vez que ela falava de mim para as amigas, era sempre como “Coitadinha”.

Antes de voltar pra Los Angeles eu contei mais de trezentas garrafas em dois meses.

Definitivamente fígado era algo que eu tinha vomitado há muito tempo atrás.

Até o final daquele ano eu vi o Peter poucas vezes, ele estava ocupado com um caso importante de um político que estava sendo acusado de ter assassinado a mulher. Eu aposto que o tal político tinha cometido mesmo o crime, mas no final das contas o Peter levou a melhor ganhando o caso.

Ele aparecia em Laguna, por um final de semana por mês. Eu só o via por alguns minutos, não trocávamos muitas palavras, mas ele sempre tinha aquele sorriso idiota no rosto. Como se nada tivesse acontecido.

No natal eu tive uma crise de choro depois que ele me abraçou, foram só alguns segundos, mas foi o suficiente para eu passar a noite chorando no banheiro. Era um sentimento tão estranho que eu nutria por ele.

Um misto de medo e raiva, que me carregavam, naquela época, eu acho que de certa forma era o que me fazia continuar viva e não tentar acabar com tudo de uma vez.

Eu não conseguia não parar de observar ele, brincando com cachorro dos vizinhos, fazendo churrasco, assistindo jogos de baseball, como se fosse um homem normal.

Perguntei-me se ele tinha dupla personalidade, algum distúrbio, se eu tinha imaginado tudo aquilo, mas eu não podia ter imaginado todo aquele terror, aquela dor.

Por algum tempo eu gostava de imaginar que tudo não tinha passado de um sonho ruim. Eu ficava tentando justificar aqueles acontecimentos, em vão.

Ao mesmo tempo em que eu tinha pavor dele, eu guardava uma curiosidade crescente que me consumia cada vez mais.

E a pergunta que me perseguia a todo lugar que eu ia. “Por quê?”

Em janeiro de dois mil e seis eu voltei a freqüentar uma escola normalmente.

De lá até julho, eu tive que aturar uma rotina vazia, tinha voltado pra L.A. com a missão de acabar com todo dinheiro do Peter. Perdi a conta de quantas coisas fúteis eu comprava, só pra tentar abalar aquele sorriso estúpido no rosto dele.

Era impossível, nada abalava a confiança do Fancinelli, em casa eu só ficava com o quarto trancado, poucas vezes eu ia à piscina. Eu olhava para a janela do escritório dele no segundo andar e ficava imaginando se ele estava me observando.

Eu já não chorava tanto, os meses que tinha passado em Laguna tinham me secado.

Quando a mão dele me tocava ocasionalmente em baixo da mesa, durante o jantar de família, eu mantinha a minha expressão como um quadro vazio, nenhuma das pessoas na mesa notava algo de diferente, meu corpo sempre ficava gelado e eu fechava a perna com força por reflexo.

Isso sempre fazia o sorriso dele crescer mais, foi assim que com o tempo notei que o meu medo, alimentava o monstro dentro dele.

Os meus erros no começo ajudaram a planejar melhor o plano de fuga, notando algumas coisas que o Peter deixava passar.

Fora a calma inabalável, a mania por limpeza e o prazer de ver a minha expressão de medo, eu passei a estudar os movimentos dele pela casa, como o escritório sempre ficava trancado, só a governanta entrava para limpar lá, Maria era os olhos do Peter na casa.

Eu tinha praticamente comprado uma loja com o cartão dele, ainda sim o Peter não levantava a voz comigo, nunca. As ameaças eram sempre feitas com um sorriso e tom gentil.

Eu devia me comportar como uma filha perfeita, não faltar escola e a principal de todas as regras dele, nunca e em hipótese alguma mentir.

-Você pode fazer isso pra mim, princesa?

Odiava aquela palavra, odiava o som da voz dele, eu tinha vontade de gritar sempre que ele respirava.

Eu era uma atriz nata, em festas e datas comemorativas eu colocava o meu melhor sorriso falso, uma roupa comportada e concordava com tudo que os outros falassem, mas os momentos em que eu chegava ao meu quarto, quando tinha que me olhar no espelho e a raiva que eu sentia observando no espelho a sombra do que um dia eu tinha sido.

Perdi a conta de quantos espelhos eu já tinha comprado.

As coisas não estavam tão ruins, eu tinha uma amiga agora não era como se eu fosse uma renegada no colégio, eu ainda tinha um grupinho de amigos fúteis que me distraíam com as idiotices da vida deles. Tinha a Anna, que se mostrava a mais desesperada pra me agradar.

Foi depois do meu aniversário que eu comecei a me dar conta que a Anna ia chegar a ser muito importante para o que eu estava planejando.

Minha querida mãe tinha me dado uma festa na piscina, eu só aceitei pela bebida liberada. Mas então, na frente, de todos pra mostrar o quanto ela era uma mãe “descolada”, ela me deu um porsch vermelho cereja.

-Gostou Princesa? Eu mesmo escolhi.

Gostei tanto que queria passar com esse carro por cima da sua cabeça.

Foi a minha resposta mental, apenas dei meio sorriso e aceitei a chave.

Odiava o olhar do Peter em mim, principalmente por que eu estava de biquíni e ele parecia contente demais em me dar aquele presente.

Foi só ali que eu me dei conta que gastar todo dinheiro dele, não ia ser suficiente. Eu tinha que causar danos maiores.

Eu bati o carro em uma árvore de propósito aquela noite, nenhum dos meus colegas ficou machucado, mas fez um bom estrago no presente estúpido deles. É claro que tiveram berros da minha mãe e o advogadozinho de merda não gastou um tostão no conserto, por causa do seguro. Mas ainda sim, foi ótimo esmagar a frente daquele carro.

De lá até julho, eu comecei a rondar o escritório do Peter, se eu conseguisse entrar lá e procurar alguma coisa, qualquer coisa que eu pudesse usar contra ele. Devia ter um motivo para ele deixar o escritório sempre trancado.

A minha simples missão acabou se tornando mais difícil do que eu tinha imaginado a Maria nunca se distraía e eu não tinha como, sozinha, conseguir pegar a chave, ia precisar da ajuda de alguém.

Confiei na Anna.

Eu não tinha motivos para acreditar que ela não passasse de uma garotinha fútil louca para agradar qualquer um. Já que no restante do colégio, existiam várias outras iguais a ela, então por que não?

As visitas dela lá em casa ficaram mais constantes, eu nunca explicava o motivo da raiva que eu sentia pelo Peter, e porque eu queria acabar com ele. Não que ela perguntasse, qualquer erro ou se ela andasse fora da linha, ela ia direto pra ala dos perdedores,passar o resto da vida colegial, sendo xingada nos corredores.

Parece pouco, mas as humilhações que você passa no colegial, te levam pra fazer terapia para sempre. Foi o suficiente pra ela concordar com tudo que eu mandasse ou dissesse pra ela fazer.

Ela me ajudou a conseguir a chave do escritório do Peter, eu só procurei por uma hora e não consegui achar nada fora do comum.

Quanto mais o tempo passava, mais eu ficava desesperada achando que não ia encontrar nada, até o final do mês eu ia todos os dias revirar todo e qualquer canto daquele escritório, era tudo impecável. Tinha cuidado extremo e sempre tinha que deixar tudo como estava.

Encontrei alguns papeis, ele tinha várias boates no nome dele, uma era aqui mesmo em Los Angeles, algumas casas em Nevada e uma casa nos Hamptons, uma fábrica de tecido aqui na Califórnia, o que eu achei muito estranho. Era uma série de coisas que eu não esperava achar.

E o mistério em volta dele só aumentava.

Foi difícil me dar conta que ia ter que fazer muito mais do que só roubar a chave do escritório, eu ia ter que mergulhar na sujeira e tentar ser a melhor atriz possível.

Eu não calculei e nem planejei direito o que eu tive que fazer nos meses seguintes, o que foi idiota da minha parte, mas pelo menos deu certo até certo tempo. Eu queria a minha liberdade a qualquer custo, eu queria viver sem medo de ser atacada durante a noite, eu queria poder jantar sem sentir uma mão no meu corpo, eu queria viver sem me sentir vigiada vinte quatro horas por dia.

Era a minha vida em jogo e eu ia achar uma saída de qualquer jeito.

Continua....