Tenir Ma Main - Prológo
Kristen
• É mais fácil mentir!
Quando eu era criança, no meu aniversário de sete anos, lembro de estar sentada no banco de trás do carro do meu pai. Estávamos indo para um parque, brincar com o meu presente, um cachorro, que meu pai tinha batizado de Chewi por ser tão peludo. Era uma manhã tranqüila como outra qualquer. O sol da Florida queimava normalmente como qualquer outro dia, o verde dos arbustos. Consigo quase lembrar a felicidade que eu sentia naquele dia. Lembro do cachorro babando no banco da frente, lembro da fita amarela no meu cabelo, lembro do gosto do vento salgado que vinha do mar, lembro de ver um arco-íris no fim da praia entre as rochas que a água salgada batia com força, lembro de falar “Papai olha aquelas cores”, lembro de não notar que estávamos em uma avenida movimentada, lembro que ele não se virou pra me olhar, lembro que o carro correu e as cores iam ficando cada vez mais longe e fiquei em pé na tentativa de ver melhor, tentar chegar mais perto, foi quando meu pai se virou pra falar alguma coisa e então aconteceu...
Um choque, muitos gritos e tudo ficou negro.
Depois desse dia eu nunca mais vi um arco-íris.
Robert
•É mais fácil esconder.
Eu nunca fui bom em esportes, nunca fui bom em me expressar com as garotas, eu nunca fui bom em nada particularmente fantástico. Sempre fui só normal. Colegial não é uma boa época para se ser apenas normal, por isso naquela época eu fazia de tudo para ser apenas invisível. Ninguém prestava atenção no garoto com camisa do Star Wars andando pelos corredores. Então no dia em que eu consegui convencer a professora de educação física que eu tinha uma grave alergia ao talco que alguém tinha derramado no vestiário, sai do ginásio e enquanto eu estava andando até a enfermaria vi uma cena que me fez parar. Uma menina e um idiota, eu não me lembrava de ter visto ela antes em alguma aula. Ela chorava muito, ele gritou mais alto no rosto dela, o estacionamento do colégio estava vazio exceto pelos carros, é claro. Parei de andar e observei a cena de longe. Ele gritava com o rosto muito próximo dela, ela se encolhia chorando cada vez mais, o idiota então bateu nela, não uma, mais três ou cinco vezes. Num ato estúpido de heroísmo, sai correndo em direção a eles. O covarde entrou no carro e saiu. Eu a levei para enfermaria e antes de desmaiar, ela segurou o meu rosto e me beijou murmurando um ‘obrigada’.
Foi a minha primeira namorada, por três meses e então ela voltou para o idiota.
Eu sei, a vida é uma vadia, as garotas também.
Só não gostei da parte do rob.
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