Finalmente a festa deu frutos! Uuhhhhhh! E agora? Serão que eles formarão um casal? Prontas para descobrir? Ótima leitura!
Classificação: Maiores de 17 anos
Autora: Lore Volturi
Gênero: Romance/Drama
Aviso: Sexo/Lemons
Autora: Lore Volturi
Gênero: Romance/Drama
Aviso: Sexo/Lemons
Capítulo 9
Kristen POV
Roof do Tom, 23 de outubro de 2009 – 23h54min
Essa devia ser de longe a melhor noite que eu já tive em Londres, sexo e lua perfeitos.
Eu olhava a vista do lugar mais alto da estufa, dava pra ver o Big Ben e tudo, desci os poucos degraus pra observar o Rob, procurando o meu sutiã que ele tinha jogado em algum lugar por ali, eu não tinha problema em andar com o ‘farol aceso’, mas ele insistiu em procurar.
Coloquei a mesa no lugar certo, mas era inútil tentar arrumar a estufa, apesar de Rob ter colocado alguns vasos no lugar. Eu estava acendendo um cigarro quando ele segurou a minha mão.
-Por favor!
-O quê?
-Só não fume aqui.
Na outra mão ele tinha uma rosa branca, que tinha pego de um vaso. Eu guardei o cigarro, não fazia isso por ninguém. O Rob era mesmo uma surpresa, das melhores, observei ele com a camisa branca e aberta. Ele tinha six pack, dava pra acreditar? Maravilhas que anos de natação, concederam a ele.
-Robert, por que nós não vamos para o seu apartamento fazer mais “problemas”?
Ele me olhou com uma das sobrancelhas levantadas e um sorriso torto, eu senti meu coração pulsar mais forte. Ele se aproximou e beijou o meu pescoço.
-Hm! Não sei se devo te levar para o meu apartamento. Eu gosto do que eu tenho lá, não quero que as coisas... Sabe... Desapareçam do nada, misteriosamente.
Olhei pra ele com falsa expressão de choque.
-Oh Robert, como ousa? Você sabe que eu só faço isso com estranhos.
Ele sorriu.
-Ah é? – Ele falou perto do meu ouvido, deixando a barba roçar na minha pele. Senti um arrepio. – Então como eu estou sentindo falta da chave do meu carro?
Busted
-Como você soube?
-Bem, quando se anda com alguém assim de mão leve. Eu acabo pegando o jeito.
Fiquei de boca aberta. Sim, ele era muito mais esperto do que aparentava e estava conseguindo me surpreender. Sorri e fiz a minha melhor cara de santa.
-Me deixa dirigir!
-Você sabe qual é o lado certo da rua?
Cruzei os braços, ia dar uma boa resposta, mas antes o meu celular tocou. Procurei, pela música eu já sabia que era a Ashley. Achei que ela estivesse lá em baixo ajudando o Tom com a festa.
“ Por que a Ashley estava me ligando se estávamos no mesmo lugar? Só em andares diferentes. ”
-Ashley, o que foi? – Perguntei rindo, da cara de decepção do Rob.
-Eu preciso sair daqui, Kristen. – A voz dela era de choro.
-O que aconteceu? Por que você está chorando?
-O Tom, ele tava no maior amasso com uma ruiva. Eu preciso sair daqui, onde você está?
Ah se eu encontrasse o Tom na minha frente agora.
-Só respire fundo, vai ficar tudo bem eu estou descendo! Me encontre na portaria.
Fechei o celular com raiva e joguei a chave pro Robert, e corri até a porta de saída.
-Espera, onde você está indo?
-O estúpido do seu melhor amigo, acabou de ficar com outra na frente a minha amiga. Ela tá chorando lá em baixo.
-Espera o Tom não ia fazer isso com a Ashley. Deve ter sido algum engano.
-Não importa! Só avisa pra ele não cruzar no meu caminho ou ele vai ganhar um olho roxo.
Ele passou a mão no cabelo preocupado, eu me virei. Ele veio segurar o meu braço, mas eu não fui pega de surpresa, segurei o pulso dele antes.
-Não! – Olhei bem pra ele. – Nos falamos depois.
Depois o soltei.
-Obrigada pela rosa.
Falei, tentando dar um sorriso que não saiu. Ele ficou parado, acho que ficou olhando até eu descer as escadas. Se a mesma situação acontecesse em outros tempos, eu provavelmente desligaria o celular e ia sair com Rob pra qualquer lugar. Não hoje, era da minha irmã que eu estava falando. E eu não ia deixar ela na mão, como fazia com todos.
Pela primeira vez, eu não queria falhar com alguém.
X
Levei a Ashley pra casa, ela parou de chorar no caminho. Eu não pedi pra ela repetir o que tinha visto ou nada disso. Nós apenas chegamos à nossa casa e atacamos um balde de sorvete na frente da TV, alguma comédia americana.
-Você está melhor? –Perguntei, quando ela parou de rir com a série.
-Acho que vou ficar melhor amanhã.
-Ash, você vai conhecer alguém decente. Não um idiota qualquer, que nem ele.
-É, talvez. – Ela suspirou triste. – Mas também, que chance eu tinha. Você viu todas aquelas mulheres na festa, todas loiras, com silicone. É claro que era uma questão de tempo pra isso acontecer.
-Ash, por favor! Não se torture com isso. Aposto que nenhuma daquelas oxigenadas tem um terço da sua inteligência e personalidade que você tem.
-É talvez. – Ela ainda estava muito magoada. – Acho melhor eu ir dormir.
Ela limpou toda nossa bagunça, depois deu um beijo na minha testa e foi dormir.
Olhei meu celular em cima da mesa, queria ligar pro Rob. Mas imaginei que ele estavava com o Tom, eu podia falar com ele amanhã.
Fui passando os canais de TV, queria um que mostrasse notícia de casa. Só curiosidade mesmo, ainda sentia falta de algumas coisas de lá, o sol era uma delas. Finalmente achei o FOXnews, eles estavam mostrando o tempo da Califórnia.
Soltei um suspiro, mas na verdade não senti falta.
Já ia mudar de canal, mas algo chamou a minha atenção. O jornalista começou a falar.
“Em novas notícias sobre o corpo encontrado em Cave Creek, no Arizona. O corpo ainda não foi identificado, mas sabe-se que é mulher, cabelos escuros e com idade aproximada aos vinte anos.”
Eles mostraram o corpo dentro de um saco, sendo levado pelos médicos.
“Aparentemente o corpo foi encontrado por pescadores da área local, o médico que realizou a autópsia nos informou que a mulher foi asfixiada. A polícia aponta para suicídio, mas ainda é cedo para confirmar.”
Apertei meus joelhos, eu tinha passado um bom tempo no Arizona. Não costumava ver esse tipo de coisa.
”Vamos trazer mais informações em breve.”
O Jornalista mudou o assunto para esportes. Não demorei muito e desliguei a TV. Um arrepio correu pela minha espinha.
Resolvi tomar um banho, tinha sido uma noite longa. Olhei no espelho meu rosto, eu estava mais saudável e mais feliz do que eu tinha estado nos últimos anos.
Deixei a água quente cair no meu corpo, me fazendo relaxar. Enquanto passava sabonete, sem querer toquei na minha cicatriz, passei a mão no “F” que foi marcado em mim.
Balancei a cabeça tentando me livrar da lembrança, da notícia no jornal. Não entre em paranóia Kristen
Joguei água na minha cara, eu só estava impressionada com a notícia. Era só isso, então por que eu ainda me sentia assim, tensa?
Sai do banho e coloquei uma camisa velha, me deitei na cama sem sono.
Olhei pro celular e não pensei duas vezes, meus dedos foram nos números.
-Estava me perguntando se você ia me ligar. – o Rob falou com a voz calma e linda de sempre.
-Você pode falar comigo até eu pegar no sono?
-O que aconteceu? Sua voz...
-Não é nada, eu só... – respirei fundo. - Só preciso ouvir a sua voz.
X
Robert POV
Casa do Artie – 25 de outubro de 2009 – 10h30min
Eu marquei de encontrar com a Kristen na Bayswater, para irmos ao apartamento de Artie que ficava na Westhown Grove.
Era uma boa caminhada, mas ela disse que gostava de andar???. O clima nesse domingo de manhã era adorável, não estava chovendo e ainda tinha um sol agradável.
Estava distraído olhando alguns livros quando ela apareceu.
Meu coração acelerou, quando a vi atravessando a rua vestindo um short jeans, uma camisa branca com decote vê e uma jaqueta preta. Aquele andar despreocupado e com um pirulito na boca, ela tinha o rosto com um sorriso e senti minha mão suar, quando me dei conta que o motivo daquela felicidade era por me ver.
-Bom dia, Senhor. – Ela brincou. – Que belo dia de sol, não acha? Dá até pra sentir um calorzinho.
-Ah, então por isso o daise dukes [silver](shorts curtos)[/silver]?
-Você gostou? – Ela deu um giro se exibindo.
Um cara que passava andando entortou o pescoço pra olhar, fechei a cara pra ele.
-É, meio chamativo, não acha?
-É confortável.
Outro cara passou olhando, dessa vez um velho. Não me controlei, e falei alto.
-Ok, continua andando tá?! Não tem nada pra ver aqui.
Ela começou a rir, e fomos andando seguindo na rua, andando pelas sombras das árvores do parque. O humor da Kristen estava particularmente bom essa manhã, estava curioso para saber o motivo, mas achei melhor não perguntar.
-Então, o que nós vamos exatamente fazer na casa do Artie?
-Eu, vou lá pra acertar o que nós vamos apresentar ao juiz no caso do plágio. As provas que nós temos para apresentar são fracas, então ele tem que causar uma boa impressão no júri. É nisso que estamos trabalhando, no momento.
-Uau, eu não vejo a hora de ver o Artie. Ele parece ser bem legal, pelo que você falou.
-É, um pouco inocente. Mas boa gente.
No caminho compramos dois picolés e ela comentou como Ashley estava indo, depois daquele episódio infeliz do Tom com a Melanie.
Eu nem tinha como defender meu amigo, falar o quê? A carne é fraca?
A Ash não merecia passar por isso, ela era daquele tipo que a minha mãe ia adorar, pra casar. E posso dizer com toda certeza que o Tom se sentia o pior dos filhos da puta, agora. Ele e a ruiva, a Melanie tinham esse negócio de ficar e transar toda vez que bebiam juntos. Agora restava ele pensar num bom pedido de desculpas para Ashley.
Estávamos quase chegando perto do apartamento do Artie, quando por impulso peguei na mão dela para correr e atravessar a rua. A reação dela foi a mais estranha, ela largou a minha mão de um jeito meio violento e ela tinha uma expressão meio angustiada.
-Desculpa por isso Robert, é que... – Ela soltou um suspiro pesado e olhou para os lados. – Foi um reflexo, eu não faço isso.
-O quê? – Olhei rindo pra ela. – Você não segura mão? Foi só pra atravessar a rua.
Ela não riu, a sua expressão ainda era séria.
-É, uma coisa minha, Ok?!
-Ah, vou anotar! Você faz piadas sobre sexo oral, mas não segura a minha mão. Entendi.
-É? Algum problema com isso? – Ela cruzou os braços esperando uma resposta, me olhando de nariz empinado.
-Não, problema nenhum.
Levantei as mãos em trégua.
-Ok, agora que está tudo esclarecido. – Ela falou rindo. – Não podemos deixar o Artie esperando.
Será que ela podia ficar mais e mais difícil de decifrar?
X
Ela estava esparramada na poltrona do Artie, jogando super Mário. A baba do Artie podia encharcar o tapete da sala, ele ainda não tinha fechado a boca desde que ela entrou pela porta. Trazer ela pra cá tinha sido uma má idéia, mas ela fez questão e eu não tinha como negar alguma coisa para ela.
Limpei a minha garganta, alto pra ver se ele prestava atenção. E ele continuava olhando para as pernas da Kristen e eu entendia aquela fascinação.
Passaram mais uns segundos, ele ainda não parava de olhar.
-ARTHUR, FOCO.
-Oh, sim claro. – Ele balançou a cabeça tentando olhar pra baixo.
-Então, me explique como você criou a história?
-Bem, er... eu.
Ele coçava as mãos, ajeitava a armação dos óculos, limpava o suor do rosto, gaguejava, balançava as pernas, mas era incapaz de formular uma resposta razoável.
Como ele ia falar naquele na frente do Júri?
Passei a mão no cabelo impaciente, joguei a ficha do caso no chão.
-Vamos Artie! Você tem que fazer melhor que isso ou vai querer que aqueles babacas ganhem dinheiro em cima da sua idéia?
-É só, que... – Ele respirou fundo. – Eu não fico confortável, sabe?! Falando na frente de muitas pessoas.
-Mas você vai ter que fazer isso é só relaxar e responder as perguntas.
Ele não parecia convencido. A Kristen deu pausa no jogo, se levantou também sem paciência e veio ficar na frente dele.
Artie ficou mais atrapalhado que o normal, olhando para as pernas dela.
-HEY GAROTO, olhos aqui em cima! – Ela estalou o dedo na cara dele.
Ele prestou atenção nela, os olhos grandes e com um pouco de medo.
-Ok, me responde uma coisa.
Kristen começou a andar de um lado pro outro, mas sempre mantendo o contato visual.
-Você tem namorada?
-Não. – Ele respondeu baixo e com timidez.
-Quando você responder, eu quero ouvir a sua voz. VOCÊ TEM NAMORADA?
Eu não entendia a onde ela queria chegar com aquele papo, mas me sentei observando se ela tinha mais sucesso que eu.
- Não tenho! – o Artie falou mais alto.
- Você é muito popular na universidade?
-Não sou!
-Pelo que eu to vendo aqui. – Ela olhou em volta do apartamento, que não era muito grande. Mas era bom. – Você não tem muito dinheiro pra esbanjar, tem?
-Não senhora!
-Foi o que eu pensei.
Eu já ia falar alguma coisa, aquilo não tava ajudando na autoconfiança do menino. Mas ela pegou um banco e sentou na frente dele.
-Então está aqui o que você pode fazer Arthur! Você pode chegar à frente daqueles idiotas no tribunal, falar que a história daquela graphic novel incrível é sua e que você criou todo aquele enredo, história e personagens, dizer que não sai de lá até ter pelo menos cinquenta por cento dos lucros.
Artie olhava de olhos arregalados, com medo pelo jeito que ela olhava pra ele.
-OU, pode ficar gaguejando sem formular uma frase e deixar que eles montem em você. Continuar aqui, sem dinheiro, sem amigos e sem namorada. – Ela cruzou os braços e as pernas. – Então o que vai ser?
Ele respirou fundo e reuniu a pouca coragem que tinha.
- A primeira opção, por favor.
-Faz muito bem, agora preste muita atenção no que você vai fazer. Respire fundo. – Ele obedeceu imediatamente. - E repete comigo. “Eu sou foda! Vocês não podem comigo!”
Ele tentou falar, mas acabou gaguejando na metade.
-Eu sou.... foda....
-NÃO! – Ela falou muito séria. – Fale com vontade. EU SOU FODA!
-Eu sou foda! Vocês não podem comigo!
-Muito bom, agora mais alto, com mais força! Fale com vontade!
-EU SOU FODA E VOCÊS NÃO PODEM COMIGO!
Era como assistir um milagre. O Artie estava bem mais empolgado, a Kristen tinha dado uma nova onda de motivação pra ele. Eu fiquei assistindo, como ela dava dicas de como ele deveria se sentar, ajeitando a postura dele.
Ela era incrível.
Pedimos comida, depois de muitos gritos e ordens de como falar direito. Jogamos rock band, com Kristen na guitarra, eu no vocal e o Artie na bateria. No final da tarde, ele já era quase outra pessoa. Só a Kristen para conseguir aquela proeza.
Antes de sair, Kristen insistiu em falar a sós com ele, dar uma última dica. Tudo para que ele entrasse naquela corte mais confiante estava valendo. Desci e esperei por ela lá em baixo no táxi.
Saímos de lá, por volta das seis da tarde e o sol estava quase se pondo. Era meio que um daqueles momentos românticos que eu não sabia como agir, nunca me sentia bem naqueles tipos de situações, mas não foi preciso eu pensar em nada por que no meio do caminho ela encostou a cabeça em meu ombro. Eu coloquei meu braço ao redor de seu corpo pequeno, esperando que ela não escutasse as batidas do meu coração descontrolado.
Ela fechou os olhos e respirou profundamente o meu cheiro. Eu beijei a testa dela e ficamos assim o resto do caminho. O taxista notou, a minha expressão de felicidade pelo retrovisor.
-Ela é sua garota? – Ele perguntou rindo.
Eu não pude deixar de sorrir.
-Não sei. – Soltei um suspiro, ela estava tão linda cochilando. – Eu acho que sim.
-Bonito casal.
Quando chegamos à porta vermelha da casa da Ashley, eu saí do taxi e não tive coragem de acorda - lá. Bati na porta e a Ashley abriu, carreguei-a e coloquei na cama.
Olhei em volta do quarto, tinha um cheiro tão bom. Vi uma foto dela e da Ashley crianças, no criado mudo. O sorriso não tinha mudado.
-Por favor, não!
Olhei para o lado assustado, mas ela não estava falando comigo. Kristen falava enquanto dormia.
-Não, por favor! Não!
Ela tinha uma expressão estranha, devia ser um pesadelo ruim. Ela se encolheu na cama, puxando o lençol com força pra junto dela.
-Não, Não, Não! – Ela repetia.
Fiquei parado sem saber o que fazer direito. Foi a primeira vez que eu não via a Kristen e sim uma criança assustada. Me sentei no chão ao lado da cama, passei a mão com cuidado na cabeça dela. Logo ela voltou a dormir tranquilamente, mas eu continuei lá por alguns minutos.
Até a Ashley aparecer na porta do quarto e falar sem jeito.
-Rob, desculpa. – Ela falou baixinho para não acordar a Kristen. – Eu dispensei o taxi, ok?!
-Ah, eu tinha esquecido. Quanto foi?
-Não, não tem problema. Não precisa pagar.
Eu me levantei e fui até a porta com ela.
-Acho que ela estava tendo algum pesadelo, fiquei aqui e esqueci a hora.
Passei a mão pelo cabelo. Nós saímos do quarto, para deixar Kristen dormir em paz.
-É, notei isso. Desde que ela se mudou pra cá, ela tem pesadelos quase todas as noites. Em alguns ela grita em outros ela chama pelo pai. Eu já tentei conversar com ela sobre isso, mas ela não gosta de comentar.
Ashley parecia preocupada. Nós estávamos no balcão da cozinha dela, ela tinha insistido em fazer um chá e me dar algo para comer, mas eu tinha ficado mesmo para ouvir as histórias que ela contou de quando elas eram crianças. Como a Kristen se sentia culpada pela morte do pai.
-Eu entendo, o Tom passou pela mesma coisa depois da morte da Brianna.
Me calei em seguida, ao observar a expressão da Ashley. Tinha esquecido completamente de sexta-feira e do fato que eles não estavam mais saindo juntos.
-Quem é Brianna?
-Foi a primeira namorada dele, o Tom não gosta muito de comentar sobre isso. Eles namoraram por um ano, ela não tinha contado pra ele que tinha câncer e não estava se tratando. Então uma noite em que eles voltavam de uma festa, no colegial. Ela teve uma convulsão e... Morreu. Ele se sentiu responsável e enfim, é por isso que ele decidiu fazer medicina.
Eu podia ver os olhos da Ashley enormes, achei que ela fosse chorar.
-Ele gosta muito de você sabia?
Ela fez que sim com a cabeça. Já estava tarde, achei melhor ir embora depois de ter falado de mais e de todas aquelas histórias sobre a Kristen.
Ashley me levou até a porta e antes que eu chamasse outro taxi ela falou.
-Rob, você sabe não é?!
-O quê?
-A Kristen, ela tem esse jeito durão e forte. Mas no fundo, no fundo ela só quer alguém que cuide dela.
Eu fui para casa pensando nas palavras da Ashley, no que eu tinha presenciado naquele dia. Eu conhecia duas Kristen’s. Uma era uma mulher destemida, cheia de mistério e a outra era uma menina que lidou muito cedo com a rejeição da mãe e a culpa pela morte do pai.
Foi nesse dia que eu decidi que seria qualquer coisa que ela precisasse.
Fosse o amigo, o namorado, o amante. O que ela desejasse, eu seria.
Continua...
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