Classificação: Maiores de 17 anos
Autora: Lore Volturi
Gênero: Romance/Drama
Aviso: Sexo/Lemons
Capítulo 6
POV Kristen
Contagem dos pesadelos 181°
Eles arrastavam a minha avó pela rua. Os vizinhos não faziam nada, só olhavam de suas varandas, idiotas.
-Não toquem na minha neta!Não toquem nela!
Um soco e a minha avó estava desacordada. Eu queria chorar, mas eles poderiam me ouvir.
-Desculpa vovó.
Virei às costas e fui embora, como sempre fazia.
Manhã na casa da Ashley – 10h50min
Ouvi batidas irritantes na porta, era uma boa que eu não estava de ressaca só que isso não significava que eu estava com disposição de ir até a porta e abri-la.
-Entra!
Ashley apareceu de roupão e uma xícara de café na mão.
-Onde diabos você se meteu ontem a noite? – Eu estava com o braço no rosto por causa da claridade da janela em cima da minha cama.
-Eu não sei, não lembro o nome do lugar.
-Como assim Kristen? Poxa, eu fiquei preocupada. – Ela se sentou na cama.
-Não devia, afinal estava lá com o médico. Aliás como foi?
Ela ficou calada, eu tirei o braço da cara pra poder ver a expressão dela.
-Nós conversamos bastante, ele falou mais. E veio me deixar em casa.- Continuei a encarar ela.
-E? – Esperei que ela continuasse.
- E nada, ele veio me deixar aqui. Nós demos boa noite e eu fui dormi.
Oh Deus, ela era um caso perdido.
-Vocês não se beijaram? Você não convidou ele pra entrar? Nada?
-Por que eu o convidaria pra entrar? – Ela ficou pensativa. – Você acha que ele vai ligar?
-Sinceramente. - Não queria ser rude, mas era melhor falar a verdade. - Não, provavelmente não.
Ela tomou um gole do café, parecia ficar analisando os diálogos da noite passada. Cobri a minha cara com o travesseiro.
-Não, não volte a dormi. – Ela ficou empurrando. – Hoje tem jogo, assiste comigo.
-Eu não gosto muito de esportes, muito menos futebol. – Qual a graça de um bando de idiotas correndo atrás da bola?
- Eu vou tomar um banho e depois faço o nosso almoço. – Eu pude ver que ela parou na porta. – Sai da cama Kiki, tá um dia tão lindo lá fora.
Enfim, eu tinha perdido o sono. Mas ainda não estava com vontade de descer e assistir o jogo com a Ashley. Me levantei e olhei para o criado mudo, lá estava a carteira do Robert. Ontem só tinha tiradodinheiro para pagar o táxi.
Abri e comecei a dar uma olhada, tinha uns três cartões de crédito. Mais uns quinhentos euros, alguns cartões, plano de saúde, um cartão com desenhos e um cartão com o nome dele!
“Robert Pattinson” – Advocacia.
Eu senti vontade de gritar, então ele era advogado. Maldito
Ele era idiota demais pra ser advogado, não fazia sentido. Me levantei e fui até o banheiro, precisava de um banho, me olhei no espelho. Não gostava daquela cor preta, era forte demais e eu estava ficando com cara daqueles góticos que viviam em cemitério.
Saí do banheiro, peguei o primeiro jeans que tinha ao alcance, a carteira do advogado e saí do quarto. Perguntei a Ash se tinha um supermercado por perto, ela disse que tinha um no final da rua. Peguei um casaco azul que tinha perto da porta, mas não era uma manhã muito fria. Fui bocejando até o supermercado, entrei e fui direto à sessão de tintas, xampus e condicionador.
Pelo que eu tinha notado aqui em Londres tinham dois extremos, as pessoas que chamavam atenção demais e as pessoas muito conservadoras.
Observei as muitas cores, loiro estava fora de questão. Peguei a mais cara, um vermelho vivo, mas sabia que misturando com o preto sairia um castanho, peguei um xampu rosa com um cheiro bom e comprei, claro que com o dinheiro do Robert. Isso me deixava estranhamente feliz.
Fui direto ao banheiro, mãos a obra. Eu não gostava do cheiro da tinta, não demorou muito e a Ash veio ver o que eu estava fazendo, então me ajudou a pintar melhor.
-Eu gostei do seu cabelo preto, por que vai mudar?
-É sempre bom mudar Ashley. – Olhei pra ela pelo espelho. – Você podia fazer alguma coisa, tipo cortar, não sei.
-Pode ser. – Ela olhou o cabelo no espelho analisando.
Depois de 40 minutos o preto saiu, como imaginei ficou um castanho avermelhado.
Lavei bastante e depois de seco, olhei no espelho.
Mais uma “nova eu”. Como muitas outras que já existiram antes, só esperavam que essa tivesse mais sorte que as anteriores.
X
.
Pelo comecinho da tarde eu já estava mais animada, ajudei a Ash na cozinha lavando os pratos é claro, não sabia cozinhar. Ela já estava vestindo a camisa do time dela “Liverpool”, ela tagarelava algumas coisas sobre o campeonato inglês e como era importante que eles ganhassem para ir pra final, mas o Chelsea sempre atrapalhava.
O Papo de futebol era cansativo, mas era melhor do que ela ficar triste por causa do Tom.
Eu já estava esparramada no sofá, quando a campainha tocou. Ashley prontamente se levantou pra atender.
Só ouvi quando ela falou alto.
-TOM!
Me levantei rápido do sofá e fui ver, o Tom não estava sozinho.
.
Robert POV
Na contagem de ex-namoradas Emile- 10°
“Porta do dormitório da faculdade.
-Deus, como você é covarde Rob! – A Emile olhava pra mim desapontada.
- O que eu deveria fazer? Sair no soco com o cara, só por que você tava dançando com ele? Por que dançou com ele em primeiro lugar? – Era uma briga idiota, como as que ela sempre começava. Eu teria prova pela manhã, não tava com saco pra aguentar aquilo.
-Sim, eu sou sua namorada. Eu preciso de alguém que me proteja, que lute por mim.
Eu não pude deixar de rir.
-Você quer um idiota, não um namorado. Pra mim já deu, vai arranjar outro panaca que vá arrumar confusão por você.
Fechei a porta na cara dela e fui dormi. “
Robert POV
A procura da casa da Ashley – 16h30min
O Tom estacionou o carro e fomos procurando pelas portas, todas as casas eram parecidas. Meu Deus, ele podia ter decorado o número, mas não.
-Eu sei que é por aqui, é uma porta vermelha.
-É aquela ali? – Apontei uma casa do outro lado da rua.
-É, sim! Tenho quase certeza!
Quando chegamos na porta e eu respirei fundo, eu sentia a raiva aumentando aos poucos. Antes de apertar a campainha ele segurou meu braço.
-Escuta, não faz nada radical. Acho que Ashley não sabe que a amiga dela é meio sabe... Louca.
-Ok, ok! –
Eu ia apertar a campainha e ele me parou de novo.
-É sério, chama a Kristen em um canto, pega a carteira e agente dá o fora.
-OK, TOM! Eu entendi.
Apertei a campainha, até que a Ashley abriu a porta. A cara do Tom foi impagável, quando viu que ela estava usando uma camisa do Liverpool, olhei pra ele usando uma do Chelsea. Algo me dizia que ele não ia sair dali agora.
-TOM. – Ela congelou na porta olhando pra ele e depois pra mim.
O par de olhos verdes veio em seguida, dei um passo pra frente, mas o Tom me parou, inventando alguma coisa.
-Ashley, vim aqui pra saber se você queria assistir o jogo. Mas pelo visto...
Interrompi a conversa dos dois e dei um passo à frente.
-Hey, você! Precisamos conversar.
Os cabelos estavam de uma cor diferente em um tom avermelhado, ela estava mais bonita a cor ficava tão bem na pele dela, a pele macia e suave dela, isso logo me levou a lembrar do beijo no lago. Tirei a imagem da cabeça, isso não ia mudar o fato de que ela era mais uma louca varrida.
-Por que vocês não entram? - a Ashley falou tão calma e educada. É ela não sabia que estava morando com uma ladra, qualquer pessoa podia perceber isso.
Eu fui em direção a Kristen que me puxou com força para a cozinha.
-O que você quer? – Ela falou sussurrando e cruzou os braços.
-Hum, Geez... eu não sei! QUE TAL A MINHA CARTEIRA! – Não gritei, mas falei bem próximo pra ela ouvir com clareza as minhas palavras.
-Eu não sei do que você está falando. – Ela sorriu.
-Não seja idiota, eu sei que você pegou depois de ter me acertado no pescoço.
Ela colocou a mão na boca, pra conter a risada. Que idiota essa garota!
-Ok, eu peguei a sua carteira. – Ela falou rindo. – Você vai me processar Senhor advogado?
Bufei de raiva, respirei fundo. Não perca a paciência Rob.
-Você poderia, por favor, pegar, lá tem uma coisa importante.
-O quê? Uma camisinha sabor melância? – Ela riu baixinho. – Uma dica Robert, garotas gostam mais da de morango.
Ignorei as piadinhas dela.
-Não, tem um cartão lá dentro. Quer ficar com o dinheiro? Tudo bem! - Falei sério. – Mas eu preciso desse cartão, AGORA!
Ela me encarou por alguns segundos, demorou a perceber que eu estava realmente com raiva.
Depois, revirou os olhos e foi subindo as escadas, eu a segui pra ter certeza que ela não fosse aprontar outra coisa. Quando passei pela sala, a Ashley e o Tom estavam sentados cada um em uma ponta do sofá, o jogo tinha começado.
Voltei minha atenção pra Kristen, não podia deixar ela aprontar nada. Eu nem ligava para o dinheiro, eu só queria o cartão.
Entrei no quarto dela, tinha um cheiro bom. Ela pegou a minha carteira no criado mudo e me deu. Eu conferi e claro estava faltando dinheiro, mas o cartão estava lá. Suspirei aliviado.
-O que é isso afinal?
-Não que seja da sua conta, mas é algo que pode mudar o meu futuro.
Ela riu alto.
-Você fala como uma criança, “meu futuro”. – Ela se aproximou de mim. – Talvez devesse pensar no agora. - Pra quê se preocupar com o amanhã Robert?
Ela continuava me olhando com aquele olhar doce, mordendo os lábios.
Eu recuei dois passos, ela era boa nisso, em provocar.
Aquele sorriso malicioso, aquele ar de quem não se importava. Tinha que admitir, era bem excitante.
Eu estava perdendo o foco, e ela estava gostando de me ver idiota, babando.
Eu procurava a maçaneta atrás de mim. Ela chegava cada vez mais perto, era como se de repente eu ficasse enfeitiçado, não conseguia desviar o olhar. A boca dela estava tão próxima.
-Me diz uma coisa Robert!
Eu fiquei calado, olhando pra boca dela, lábios rosados, macios.
-Você tem medo de mim? Não tem? – Ela deu um sorriso safado.
Encontrei a maçaneta da porta, mas não mexi.
Ela ia ver quem era o covarde.
Continua...
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