24 junho 2011

TENIR MA MAIN - CAPÍTULO 5

Finalmenteeeeeeee Kristen conhecerá Robert, já não era sem tempo, não é mesmo? No que será que esse renderá... Ótima leitura!

Classificação: Maiores de 17 anos
Autora: Lore Volturi
Gênero: Romance/Drama 
Aviso: Sexo/Lemons
Capítulo 5
Kristen POV
Regent Park, 00h00mim

O amigo do tal médico era até bom aos olhos, muito bom aos olhos, podia sentir o nervosismo dele de longe. Isso me fez sentir bem, todos os garotos que eu conheci a vida toda sempre tentavam dar uma de espertinhos e eram seguros demais.
Se fosse outro cara, me levaria do pub para um motelzinho barato. Bem, quem sabe os caras daqui são mais decentes.
Eu estava amando Londres, quanto mais nós caminhávamos e ele ia me contando as histórias de alguns lugares, mais eu ficava encantada.
Eu sentia aquele ar frio entrando nos meus pulmões e mal podia conter o sorriso.
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-Vamos Robert!
Ele estava parado segurando a minha calça jeans, me olhando como se eu fosse uma coisa de outro mundo. Depois limpou a garganta.
-Kristen, eu ainda acho que isso não é uma boa idéia.
-Você pensa demais.
Olhei a água, parecia bem gelada. Fui até a beira da ponte e dei três passos para trás, “Coragem é só água”. Corri em direção ao lago negro e pulei, a próxima coisa que eu senti foi choque da água fria, era muito fundo. Subi em busca de ar.
- AHHHHH.- Robert me olhava com pânico e então tive uma idéia.
Mergulhei de novo e levantei os braços.
-Me ajuda Robert. Não.  Sei. Nadar.
Eu não sabia se ele era muito ingênuo ou burro, mas a próxima coisa que eu vi quando voltei a superfície foi ele já do meu lado.
-Isso foi rápido. – Olhei pra ele me divertindo.
-O quê? Eu realmente achei que você estivesse se afogando. – Ele jogou água em mim.
-Você realmente acha que eu ia pular em um lago sem saber nadar?
Ele não tinha gostado da brincadeira.
-Oh Vamos Robert, você não ia entrar de outro jeito. – Olhei para os lábios dele, agora mais vermelhos e as bochechas rosadas de frio. – Como nadou tão rápido até aqui.
Estávamos quase no meio do lago.
- Eu fazia natação. – Ele molhou os cabelos. – Era um dos poucos esportes que não envolvia contato com os outros idiotas do colégio.
-Então temos isso em comum. – Sorri.
- O quê?
-Não gostamos de pessoas idiotas. – Ele sorriu, mas ainda desconfiado.
Eu podia ver a fumaça das nossas respirações, fechei os olhos e senti a água que não era tão gelada agora.
-Posso te fazer uma pergunta? – Ele falou baixinho, não respondi continuei brincando com a água nadando de costas. Ele continuou. – O que te trouxe a Londres?
Abri os olhos e nadei um pouco até perto dele.
-Por que quer saber?
-Por que não quer falar?
O estudei mais um pouco, me aproximando do corpo dele, a água estava ficando cada vez melhor e menos desconfortável.
-Eu precisava de ar.
-O que quer dizer com isso? – Ele estava muito curioso, eu não gostava disso. Tinha que mudar o rumo da conversa.
-Quer dizer que eu não estava feliz lá, a Califórnia estava me sufocando. – Respirei e olhei meu hálito sair como fumaça branca. – Decidi vir passar um tempo com a Ashley.
-Oh. – Foi tudo que ele disse.
-O seu amigo? – perguntei, estava nadando ao redor dele. – Ele não é nenhum babaca, não é?! Afinal ele é médico. Ele não vai sacanear com ela, não?!
-Acho que não, mas acho bom avisar a sua amiga. O Tom não é bom com relacionamentos também, ele só teve uma namorada e não acabou bem.
-Como assim também?- Fiquei intrigada, com aquele jeitinho de bom moço e aquele rosto. Robert não tinha cara de quem teria problemas com garotas. – Você não tem namorada? Tem cara de quem já é casado, com uma casa no subúrbio. Eu posso até imaginar, ela loira, magra de nariz empinado com cara de quem chupou limão azedo.
Ele deu uma gargalhada gostosa, o sorriso iluminava o rosto dele. Dentes bonitos, e não como a lenda de que os ingleses têm dentes amarelos e tortos para todos os lados.
-Qual a graça? – Falei sorrindo também.
-Você acabou de descrever muitas das minhas ex-namoradas.
Me aproximei mais dele, agora eu parecia menor perto dele. Ombros largos e um bom peitoral, o amigo do médico, não era nada mal mesmo.
-Oh, então você gosta de loiras. – Mordi o lábio, que ele agora estava olhando. Quase hipnotizado.
-Eu... er, posso abrir uma exceção.
Coloquei meus braços ao redor do seu pescoço, pela primeira vez eu notei o azul esverdeado dos olhos dele.
-Uau Robert, estou lisonjeada.
Encostei meus lábios contra os seus, senti a barba malfeita roçar no meu rosto e aprofundei o beijo, ele retribuiu. Senti o corpo me abraçar, as mãos grandes deslizando pelas minhas costas em baixo da água, era bom, era quente. Enterrei minha mão nos cabelos molhados dele. Ele tinha os lábios macios, não tinha pressa, era carinhoso, era bom, muito bom.
Não entendi, como do de repente ele interrompeu o beijo.
-Eu ouvi algo. – então a mágica tinha acabado.
-O quê Rob, não tem ninguém aqui.
Então eu também ouvi, eram latidos. “Oh merda!”
-Sinto muito por isso Robert.
-Pelo quê?
-Por isso.  
Acertei um golpe no que eu esperava ser a artéria subclavicular dele, depois empurrei o corpo dele na água. Antes que pensem, isso não ia matar ele, só atrasar por uns bons minutos.
Em seguida nadei o mais rápido que consegui até a ponte, peguei minhas roupas, minha bota e a carteira dele.
-Desculpa Robert.
Fugi dali, sem olhar para trás.
“Sempre pense em você, só em você. Fodam-se os outros.” - As palavras da Nikki vieram na minha cabeça.
Eu não tinha tempo pra salvar a mim mesma, como deveria salvar os outros?
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Robert POV
Minha casa, 3 de outubro de 2009 – 14:30
Que merda tinha acontecido ontem à noite, eu ainda não sabia explicar. Num momento estávamos nos beijando, no outro ela vira uma ninja e sai correndo.
Isso sem comentar que ela pegou a minha carteira e eu tive sorte de ter um trocado no meu bolso, se não ia ter que vir andando pra casa.
Peguei o cereal e me sentei na frente da TV.
Tinham flashes da noite passada na minha cabeça a todo momento, maldita ressaca. Eu tinha tanta raiva de mim agora.
Chega, Chega, Chega!
Eu sempre me envolvo com essas doidas varridas, será que eu era masoquista ou o quê? Coloquei o cereal na boca e na mesma hora cuspi.
Bem na hora em que o Tom chegava.
-Oh não me diz que tá passando mal de ontem, a gente nem bebeu tanto assim e hoje tem jogo!
Ele jogou a chave em qualquer canto e se sentou na poltrona, estava vestindo uma camisa do Chelsea.
-Primeiro, eu não vou ao jogo. Segundo, eu não to de ressaca, acho que o leite deve está estragado.
Fui até a cozinha e joguei fora o cereal e o leite fora. Olhei pra geladeira e peguei uma maçã, voltei pra sala e o Tom já estava ligando o rock band. Não estava no clima pra música.
-E aí? Como foi ontem lá com a Ashley?
-Ela é legal, gostosinha e tudo mais, só que muito certinha! Não vai dar certo!
Ele agora só tava prestando atenção parcialmente no que eu estava falando. Peguei meu caderno pra começar uns rabiscos da Kristen. Veja bem, uma das maneiras que eu tinha de lidar com os meus namoros fracassados: eu as transformava em desenhos, ou melhor, dizendo em vilões. Eu tinha um mural cheio das piores delas.
Comecei pelos cabelos escuros, longos e depois fui para os olhos, àqueles olhos...
-Oh, a amiga dela vai ganhar um personagem? Uau, o que ela fez em uma noite pra despertar a tua ira?
-Personagem! PERSONAGEM!- Levantei num salto. – FILHA DA PUTA!
Só então caiu a ficha.
-O que foi cara?
Corri pro quarto, vestir calças e uma camisa. Como eu demorei tanto pra me dar conta disso?Como eu ia fazer pra achar ela?Ela podia ficar com todo meu dinheiro, mas isso ela não ia ficar.
-Irmãozinho, dá pra explicar o que diabos está acontecendo?
Parei na frente do Tom, não queria falar em voz alta, por que eu soava mais patético do que eu já era. Mas era o meu irmão, e agora ele teria que me ajudar.
-A Kristen, a menina do bar ontem. – Ele deu pause no jogo e prestou atenção. – Ela roubou minha carteira.
Tom caiu no sofá em gargalhadas, eu sabia que ele ia fazer isso. Esperei impaciente que o ataque de risos dele acabasse.
-Acabou?
-Oh Deus, uma cleptomaníaca?! Rob onde você acha essas loucas? – Ele se recuperou e voltou a jogar. – E é por isso que surtou? É só mandar bloquear os cartões de crédito.
-Tom, você não tá entendendo eu não estou preocupado com o dinheiro. Eu deixei na carteira o cartão com o número do cara comic’s. Eu preciso daquele número de volta.
Ele ainda não estava me dando atenção.
-Uau, que chato cara! – Ele começou a entortar o corpo pro lado, por causa do jogo.
-TOM!Diz pra mim que você pegou o número da amiga dela ou algo assim.
-Não, mas eu a levei até em casa ontem. – Eu peguei o casaco e desliguei o jogo. – O quê? Você não quer ir até lá! Ah não Robert? Daqui a pouco vai começar o jogo!
Joguei as chaves do carro pra ele.
-Foda-se o Chelsea Tom! É do meu futuro que estamos falando.
Ele fechou a cara.
-Então eu vou simplesmente aparecer na casa da menina agora à tarde. Ela vai pensar que eu to apaixonado ou coisa assim.
-HEY TOM, advinha?
Ele virou pra mim sem paciência.
- Eu não ME IMPORTO. Só quero pegar o cartão e sair de lá.
 Fechei a porta de casa e descemos as escadas.
– Eu não quero ver a cara daquela garota nunca mais na minha vida.
Parte da raiva que eu estava sentindo, queria esmagar aquele prédio em pedacinhos, mas outra parte não sabia o que fazer quando encontrasse com aquele par de olhos verdes de novo.
Continua... 

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