Classificação: Maiores de 17 anos
Autora: Lore Volturi
Gênero: Romance/Drama
Aviso: Sexo/Lemons
Autora: Lore Volturi
Gênero: Romance/Drama
Aviso: Sexo/Lemons
Capítulo 4
Kristen POV
Na contagem 180° pesadelo
“Minha respiração estava irregular, eu estava cansada de correr.
Polícia na minha casa, luzes vermelhas e azuis para todos os lados.
Eu não podia parar, agora, não queria para, mas fui forçada.
Ele surgiu do nada, não tive nem tempo de gritar,
levei um soco nas costas e logo eu estava no chão”
Casa da Ashley – Londres, 2 de outubro de 2009 – 18h55min
Acordei em meio a mais um pesadelo. Limpei o suor da minha testa, eu nunca tinha me acostumado com aquilo.
Olhei pela janela, o sol estava se pondo. Uma chuva fina caia lá fora, acho que aqui estava começando o inverno ou sempre chovia. “English Summer rain”
Tomei um banho e em seguida desci.
Ash estava de avental, lá na cozinha. Tinham mil coisas na mesa pra comer, acho que ela nunca teve muitas pessoas como convidadas.
-Ah, você acordou. – Ela sorriu, com um prato de torta na mão. – Vem, senta e come alguma coisa.
Tinha um quê da minha avó nela, eu não sabia se era bom ou ruim.
-Uau, alguém vem nos visitar?
-Não, é que eu me empolguei um pouco. – Ela tinha tirado as luvas. –Também não sabia do que você gostava então..
-Ash, você sabe que não precisa ficar fazendo isso! Não sabe?!
-O quê? – Ela me olhou confusa.
-Isso, ser tão boazinha o tempo todo.
Ela parou um segundo na minha frente, o sorriso receptivo se desfez.
- Desculpe-me!
Ela virou de costa para mim e começou a lavar louça.
Fiquei em silêncio e comi um pedaço de torta.
Assim, era melhor. Eu não queria me acostumar a ser bem tratada, a ter esse conforto. Eu ficaria uma semana no máximo aqui, só queria trabalho e um lugar com um colchão e então eu estaria fora daqui.
Ela lavou a louça cantarolando uma canção de ninar que nós duas conhecíamos, mesmo assim fingir não prestar atenção.
Depois que ela terminou virou para mim de novo.
-Você quer sair?
Essa era a última coisa que eu esperava da Ashley.
-Como?
-Você sabe, sair! Você quer?
- O que você sugere?
-Bom, tem uns caras que vão tocar num pub perto da minha antiga universidade. Lá vai gente da nossa idade.
Pensei por uns segundos, não sabia se era uma boa idéia.
-Vamos, pode ser legal. – Ela se sentou na minha frente. – Eu não saio muito, mas com você aqui pode ser divertido.
-Ok!
A resposta saiu e ela começou a dar pulinhos de alegria.
-Uau, girls night out!
Logo ela subiu as escadas, me levando junto. Tinha uns bons três anos que eu não convivia com essa coisa de ter amiga escolhendo roupa, mas não foi difícil de voltar pra isso. Eu estava aprendendo a relaxar.
Me sentei na cama do quarto dela, enquanto ela abria o closet dela. A enorme quantidade de roupas, rosa claro, tweeds cor de areia, azul bebê e casacos fechados era enorme. Não tinha nada preto e nem vermelho ou roxo, nada que chamasse atenção. Deus, ela tinha o guarda-roupa de uma velhinha de sessenta e cinco anos.
Eu morei na Califórnia, é verdade que eu estava acostumada com roupas curtas, vestidos e mostrar muita pele. Mas aquilo era demais, ela não ia sair vestida de freira.
-Ash, esse pub?Vai ter uns caras bonitões, certo?
Ela acenou que sim com a cabeça, mas não percebeu onde eu queria chegar.
-E você não tem namorado, certo?!
Ela assentiu de novo, agora sorriu tímida.
-Então, hoje nós vamos te arrumar um namorado. – Ela fez cara de pânico.
Fui no meu quarto, dei uma vasculhada na minha mala. Procurei o único vestido de festa que eu tinha trazido pra mim. Quando voltei pro quarto e mostrei pra ela, ela ainda estava com cara de pânico.
-Confie em mim Ash.
.
X
A noite de Londres era diferente de todas que eu já tinha visto, e eu achava que já tinha visto e vivido muita coisa. Tinha umas pessoas com os cabelos mais loucos, estávamos naquele ônibus vermelho e eu estava amando. Inspirava aquele ar gelado de Londres, tinha cheiro de liberdade. Ashley mostrava os pontos famosos pra mim, por isso o ônibus. Ela mostrou uma tal de “Chuck”, uma boate em que o Príncipe Harry tinha gastado vinte cinco mil euros em uma noite e ainda saiu com as unhas pintadas de rosa. Quando passamos perto de Abbey Road, eu quase desci. Agora o entusiasmo da Ashley já tinha me contagiado, nós já riamos juntas
Eu estava vestindo só uma calça jeans e uma blusa marrom que eu tinha ganhado , com uns detalhes brilhosos. Queria que o foco fosse a Ashley essa noite, seria a minha boa ação do ano. Apesar do casaco enorme que ela usava por cima do vestido.
Finalmente chegamos ao pub, tão britânico. Tinha umas luzes vermelhas de alguns lugares, era moderno. Um palco pequeno, mas alto nós conseguíamos ver uma banda tocando. Tirei o casaco e já ia andando até o bar, mas a Ashley ficou parada.
-O que foi Ash?
-Eu não sei se posso fazer isso. – Ela tinha aquele olhar de novo e segurava o casaco no corpo.
-Ashley, você está linda. – Peguei a mão dela.
Ela finalmente tirou o casaco e cabeças de homens de todos os lados viraram.
-Kristen, todos estão me olhando. – Ainda bem que a luz daqui era vermelha e os caras não notaram o quanto ela estava envergonhada.
Caminhamos até o bar.
Pedi uma cerveja e a Ashley uma água, que a Ash, pagou. Eu não tinha um puto tostão.
-Estamos em um bar Ash, você não vai beber água!
Quando o barman estendeu, eu troquei. Fiquei com água e ela a cerveja.
-Mas eu não bebo.
-Bom, tem uma primeira vez pra tudo. – Olhe pra mim, levando a professorinha para o mau caminho.
Ela tomou um gole longo e fez uma careta.
- É bom, não é?!
-É diferente.
A música que tocava era boa, o sotaque eu ainda achava estranho. A batida era meio como aquelas de raves, o vocalista usava uns óculos coloridos e uma camisa rosa choque. Era um rapper? Enquanto eu tentava decifrar o que era aquilo a Ashley puxou meu braço.
-OH MEU DEUS!
-O que foi? – Perguntei assustada.
-É ele. – Ela olhou pra um canto, mas quando tentei virar ela me segurou. – NÃO OLHA AGORA!
-Quem é ele? Do que você ta falando?
-É o Tom!É um médico, ele trabalha no hospital perto da escola que eu dou aula. - Ela soltou um suspiro. – Semana passada ele me deu bom dia. Meu deus, ele é tão lindo.
-Ok, então o que você tá fazendo aqui? Vai lá falar com ele?
-Você é louca? O que eu vou dizer?
O caso dela era mais sério do que eu pensava. Olhei pra onde o tal do Tom estava, ele conversava com um amigo que não era tão ruim aos meus olhos, os dois estavam fazendo “shoots” e isso já era um bom começo.
-Vamos fazer o seguinte. Eu vou lá e distraio o amigo dele e você engata uma conversa com o seu médico, Ok?!
-Espera Kristen, eu não sei se consigo fazer isso.
-Relaxa e segura no meu braço.
Ela apertou o meu braço e eu fui guiando o caminho entre as pessoas do bar lotado. Então abri minha garrafa de água. Eu senti uma excitação daquela época de colegial. Pela primeira vez em cinco anos, eu estava me divertindo. Esperei até o carinha passar do lado da mesa deles e nós já estávamos bem próximas, falei baixinho “Preparada?”, ela respondeu alto “Pra quê?”.
Robert Pov
London Pub- não tenho a mínima idéia da hora.
Eu estava comemorando, o Tom estava comemorando. Éramos heróis. Eu ia largar aquele escritório, a minha rotina e ia finalmente ter um trabalho que eu ia gostar e o Tom salvou a vida de uma mulher, que tinham diagnosticado com reumatismo só que na realidade o que ela tinha era Lúpus, ela agora teria que fazer muitas sessões de fisioterapia e com o tratamento certo ia poder viver normalmente.
-Então eu proponho um brinde. – Levantei minha dose de tequila – A um futuro grande médico.
-E a um futuro ex-advogado. – Ele levantou o copo de cerveja.
Estávamos misturando, estávamos começando a misturar, eu não ligava, tudo que eu queria hoje era beber até não sentir meu rosto.
O bar estava ficando muito cheio, mas eu não tinha me dado conta disso. Então aconteceu muitas coisas ao mesmo tempo. Duas meninas esbarraram na nossa mesa e em dois caras que iam passando. A cerveja do Tom caiu em uma que estava de vestido vermelho e a água da outra veio direto na minha calça.
-Oh meu Deus, eu sinto muito. – a que derramou água em mim, era americana.
-Tudo bem, foi um acidente. – O problema foi que ela tentou me secar e a mão dela foi parar nas minhas partes. –OK! Eu posso me secar sozinho...
Quando finalmente eu vi seu rosto, me calei! Mesmo com as luzes loucas do pub, eu encontrei um par de olhos verdes?Azuis? Ela tinha um sorriso safado no rosto, fiquei sem fala por alguns segundos.
O Tom tentava limpar o vestido da menina de vermelho, completamente sem, jeito, e sucesso.
Antes que eu virasse pra falar alguma coisa, a menina de olhos verdes me puxou.
-Finalmente uma música que eu conheço – Ela se aproximou e perguntou. – Quer dançar?
-Claro.
Eu iria pra onde ela quisesse me levar. Ele segurou no meu pulso e nós fomos para o meio do pub, estava muito cheio aquela noite, acho que era noite universitária ou coisa assim. Quando nós paramos eu não soube direito o que fazer, dançar não era minha maior especialidade digamos assim.
Mas não foi preciso, eu fiquei ali para apreciar aquela perfeita estranha.
Ela colocou um dos braços em volta do meu pescoço e ficou de costas com o corpo colado no meu. Quase congelei no lugar, a mão dela foi deslizando e ela desceu rebolando o quadril em mim
-GEEEZ...- “Deus abençoe a América” completei mentalmente.
Passei a mão no cabelo, ela ficou de frente pra mim. Eu estava idiota, ela fechou os olhos, mordia os lábios e se deixava levar pela batida da música. Ela provocava sem ser vulgar diferente das garotas daqui, ela parecia querer apreciar aquele momento.
“Cos you can shake it shake it shake it”
Mexia o quadril, os cabelos, os braços no ar.
“Yeah you know what to do”
Agora os dois braços estavam envolta do meu pescoço, eu segurava a cintura dela. Seguimos a batida da música, ela com um sorriso nos lábios, até o fim.
“You’re hot mess and I’m loving it”
-Uau...- soltei sem querer no final da música.
-O que uma garota tem que fazer pra ganhar uma bebida por aqui?
-Eu te pago até o bar inteiro, ‘Americana’. – Ela sorriu, eu gostava de garotas de outro país. Elas ficavam fascinadas com o meu sotaque.
Fomos até o bar e eu pedi uma Heineken pra ela, nos brindamos e ela deu um gole muito longo.
-Nossa isso tudo é sede?
-Você não tem idéia! – Ela bebeu mais um pouco.
Não ia levar muito tempo pra ela secar o copo.
-Então você está aqui de férias?Faz faculdade? Ou algo assim? – Fiquei nervoso, as perguntas escaparam da minha boca sem querer. - Sua amiga também é americana?
Não conseguia me conter.
Eu olhei rápido pra onde o Tom estava antes, ela chamou minha atenção.
-Ei, é o seguinte, a minha amiga gosta do seu amigo. – Ela foi direta.
-Ela conhece ele?
-Ele não é médico ou alguma coisa assim. – Ela falou. - Então, ela já o viu algumas vezes, achei que devia ajudar, sabe?! Tirar o amigo do caminho, pra ver se eles se entendem.
-Ah, então isso tudo foi um plano maligno de vocês duas? Eu devia avisar o meu amigo indefeso, onde ele está se metendo. – Ela se aproximou mais de mim, eu parei de falar de novo.
-Talvez ... Ou você pode estar ocupado demais. – Ela falou no meu ouvido. –Quer sair daqui?
Acho que fiz que sim com a cabeça, ela bateu na mesa e pediu um Six Pack e seguiu. Eu peguei a primeira nota no meu bolso e joguei no bar e segui ela.
Quando saímos do pub, senti o vento frio, o outono já estava acabando e o inverno aqui não perdoava. Observei ela andando, botas pretas, calça jeans preta e colada, um “top” marrom que em encontraste com a pele dela ficava bonito, o cabelo preto ia até o meio da costa.
Ela olhou pra mim, com um sorriso lindo.
-Eu ainda não sei o seu nome. – Curiosidade me movia até ela, cheguei mais perto os olhos estavam azuis agora.
-Meu nome é Kristen, garoto ‘Britânico’ e o seu?
-Robert, garota Americana. –Fiz uma reverencia com a cabeça.
Ela sorriu de novo, mostrando os dentes. Deus, ela era bonita demais pra mim.
-Tenho que te confessar uma coisa “British Boy”
Ofereci meu braço, para seguirmos adiante.
- Sou todo ouvidos – Eu disse, olhando em seus olhos mais bonitos agora na luz normal.
-É minha primeira noite em Londres, por que você não me mostra alguma coisa interessante?!
Eu não pude deixar de sorri, em muito tempo eu não tinha tanta sorte no mesmo dia.
X
Essa mulher sabia beber, fomos andando pela avenida menos movimentada, eu explicava algumas curiosidades sobre alguns lugares que fomos passando. O pub ficava na Prince Albert street, fomos descendo até um parque que tinha, ali perto.
Ela fazia perguntas sobre todos os tipos de coisas, eu estava preocupado em soar muito chato contando histórias muito detalhadas sobre os lugares, mas ela prestava atenção em tudo que eu falava e ainda queria saber mais.
Começa a me questionar se eu estava porre demais e se ela não era de verdade.
Quando descemos mais na rua, ia ficando mais deserto. Já estávamos perto do Regent Park, minhas histórias já estavam acabando e eu não queria que houvesse silêncio entre nós.
Passamos perto de uma grade, ela olhou para dentro do Park.
- O que tem lá? – Ela balançava o resto de cerveja na garrafa.
-É a parte privada do Regent park, só tem um lago e umas praças. Nada demais!
Ela bebeu um último gole de cerveja e jogou a garrafa no meio de uns arbustos e começou a escalar a grade.
-O que você está fazendo? – Olhei para os lados rezando para que nenhum guarda estivesse olhando aquilo.
-Estou a fim de dá um mergulho. – Ela já estava em cima da grade, depois pulou pro outro lado. – Você não vem?
Olhei chocado por alguns segundos que pareceram minutos, nós podíamos ser presos por isso. Olhei em volta, não tinha ninguém. Ela foi andando pra dentro do park.
-Oh Deus, eu vou me arrepender disso.
Logo estávamos dentro do park que até onde eu sabia era a parte que só a família real tinha acesso. Eu estava esperando algum cachorro aparecer e morder a minha perna.
-Relaxa Robert, você está muito tenso.
-Isso é invasão de propriedade, se alguém encontrar ...- Eu nunca terminava de falar.
-Voa- lá - Ela apontou, tínhamos chegado ao lago.
Eu nunca tinha estado aqui antes, óbvio, e o crime era que somente os nobres podiam desfrutar daquele lugar. O Lago não era muito grande e tinham árvores ao redor, alguns dois postes de luz e uma pedra com uns dizeres.
“Para Lady Beathany, com amor James”
-Uau, o cara comprou um lago de presente pra ela? Isso deve ser amor.
Ela começou a tirar as botas e colocou o casaco em um banco.
-Você não está realmente pensando em entrar nesse lago, Kristen. Está?
-Por quê não?- Ela deu um sorriso e arqueou as sobrancelhas.
-Não sei, talvez... porque está frio pra cacete, doenças e... não sei um milhão de motivos.
-Não seja medroso!Esse é o tipo de coisa que te faz sentir vivo.
Era tudo o que precisava, uma louca que gostava de invadir propriedades privadas.
Esse pensamento logo foi interrompido.
Depois tirou a camisa, revelando uma pele branca de porcelana, um sutiã preto bordado com rosas e uma cicatriz no final da costa, em formato de alguma letra, que eu não pude observar direito. Jogou a calça jeans na minha cara e eu não consegui pensar em nenhum motivo para contrariar ela.
Continua....
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