Autora: Lore Volturi
Gênero: Romance/Drama
Shipper: Robsten
Censura: Menores de 17 anos
Capítulo 2
Robert PoV
Na contagem das ex-namoradas Julie 24°
*Flashback*
-Você tá vendo isso aqui – Ela apontou para o próprio corpo – Você nunca mais vai tocar esse corpinho. - Ela gritava a plenos pulmões.
-Você nunca foi boa na cama Julie. –
Ela inflamou quinze centímetros de altura.
-Seu filho de uma puta, você que tem o pau pequeno. – O rosto dela estava cada vez mais vermelho, eu só não prestava atenção por que estava na última fase do bloshock e não queria perder e nem dá pause por causa da Julie.
-Meu pau é de bom tamanho, acho que você é frígida. Tanto que antes de gozar gritava que amava o meu pau!
Ela começou a soltar uma série de palavrões, pois ela sabia que eu tava certo, e aliás já viu uma pessoa xingando em francês? Chegaria a ser engraçado, se a voz dela não fosse tão irritante.
Ela pisava forte no chão e batia com a mão na mesa, eu estava perto de terminar o jogo e nem prestava atenção nela ou eu simplesmente não ligava.
-ACABOU ROBERT! ACABOU! – Ela olhava pra mim voltou a falar inglês e esperou uma reação minha e eu continuei jogando.
-Você sabe onde fica a porta.
-Espero que você morra sozinho! – Que coisa idiota a se falar, eu pensei e voltei minha atenção para a última fase do jogo.
Ela saiu batendo a porta com força.
Foi tarde.
You won! Me perguntei mais tarde naquela noite, se eu saí ganhando mesmo.
Londres – Reino Unido 30 de setembro de 2009 – 19h05min
Eu afrouxei a minha gravata e olhei para a pilha de relatórios. Minha cabeça deu voltas, eram tantos casos, tantas pessoas querendo começar processos ridículos.
Quem tinha que cuidar de tudo? Claro, o Pattinson!Eu estudei dia e noite em Oxford para ficar preenchendo relatório. Olhei pela janela da minha sala pequena, respirando fundo e esfregando meus olhos.
Só enxergava palavras e números, fechei os olhos e encostei a cabeça na cadeira por alguns segundos, pensei que podia estar em casa assistindo o último episódio da temporada de Clone Wars. Então minha mente teve que sair de uma galáxia distante, pois o telefone tocou.
-Alô. – Atendi sobressaltado.
-Pattinson, eu espero os relatórios do caso Mackelin na minha mesa amanhã de manhã cedo, Ok?! Isso se você ainda estiver disposto a defender o caso.
-Sim, Claro, sim senhor!
-Então, por favor, sem atraso. – Ele falou em voz de tédio, mas acho que a primeira vez que usava ,”por favor,” comigo.
-Já está quase terminado, senhor! - Menti
-Isso prova afinal que você não é incompetente. Boa noite!
O homem que eu tinha acabado de falar era o irmão do meu pai, um dia ele já tinha sido um cara legal, que me dava conselhos sobre que livros eu devia ler, ou em que professores eu devia puxar saco, no primeiro ano de faculdade.
Mas agora ele só era meu chefe, me tratava como todos os outros, às vezes pior. Olhei mais uma vez pra pilha de relatórios e disquei para algum restaurante para pedir comida. Parecia que eu ia ter que ficar a noite toda aqui.
Parei um segundo, a foto da minha ex-namorada ainda estava lá, virei e joguei no lixo, mais uma que não tinha dado certo. E vou confessar, ainda passei dois ou três dias me sentindo culpado, por não participar direito no diálogo de término de namoro, no quarto dia eu já tinha mergulhado no trabalho e tinha esquecido ela.
Disquei pro restaurante e nem precisei dizer alô.
-Oi Robert, o que vai ser essa noite? O de sempre?
Sorri com vergonha por um segundo. Identificador de chamadas.
-É sim, o de sempre.
-Estaremos entregando em 20 minutos. Vou mandar um molho extra, do jeito que você gosta!
-Oh Melissa sempre atenciosa.
-Temos que manter nosso cliente fiel, satisfeito.
-Obrigado Mel.
-Não há de quer Rob.
Olhe o que a minha vida tinha se tornado, uma rotina.
Vai ver a Julie estivesse certa, podem se passar trinta anos, eu ainda vou estar com o meu diploma empoeirado, fazendo trabalho de estagiário.
Afastei logo esses pensamentos, aquela garota era idiota, eu estava bem. Quem disse que rotina era ruim?
Fui até a cozinha no final do corredor, ver se tinha algum café pra me deixar acordado.
As luzes do prédio já estavam apagadas.
“Ótimo”
Era o único trabalhando até tarde, de novo e pra mostrar o quando a minha sorte realmente não estava boa, constatei que não tinha café na cafeteira. Como eu ia ficar acordado pra terminar o relatório? Eu nem sabia fazer, o meu café tinha gosto de lama.
“Inútil, imprestável, fracassado”A voz de Julie vinha na minha cabeça.
Senti vontade de socar alguma coisa.
Eu estava num trabalho que não era o meu sonho, mas que pagava as minhas contas.
“Loser!Loser!Nerd!Loser!Freak!Loser!Geek!LOSER”
O que eu escutei a vida toda e acho que de alguma forma eu esperava que isso fosse mudar um dia, como nos filmes quando o cara entra pra universidade e num passe de mágica as coisas mudam, consegue dar a volta por cima, começa a pegar as gostosas e se dá bem com todo mundo.
Bem, isso nunca aconteceu comigo.
Não que eu continuasse usando camisas de filmes em quadrinhos, agora eu usava ternos finos. Era o orgulho da minha mãe, seguindo a carreira do meu falecido pai. Os olhos dela sempre brilharam quando me viu no meu primeiro caso no tribunal. Eu perdi, mas mesmo assim ela estava feliz.
Por fora agora eu era um cara boa pinta, as mulheres às vezes chegavam a entortar a cabeça pra me olhar, saí em encontros com várias delas. Mas a maioria bonita acabava se revelando fútil e vazia. Me achavam estranho com o tempo, advogado de rua e nerd em casa.
E então por dentro eu continuava o mesmo perdedor. Respirei fundo.
Não podia deixar isso me afetar.
“Concentre-se no trabalho, você precisa ganhar o próximo caso. Pense no seu pai.”
Pensei nele, será que em algum lugar agora ele estava orgulhoso de mim? Afinal se estou nessa carreira era por ele, assim como a minha mãe. Nunca desejei tanto na vida ser realmente bom em algo, como eu estava tentando agora.
Lembro que quando terminei o colegial, não ganhei um carro ou uma festa como a maioria dos garotos.
Em vez disso fui passar à tarde no hospital com meu pai, na cama de hospital. Lembro de vê-lo sorrindo quando falei que pensava em fazer advocacia. Ele não falava muito nos últimos dias, mas vê-lo sorrir naquela hora me fez tomar a decisão e não voltar atrás.
Voltei pra sala, para a metade do relatório do caso “Mackelin”, só que antes de voltar a digitar meu celular tocou.
A única pessoa que eu podia contar esses dias.
Era uma mensagem do Tom, meu melhor amigo, meu irmão.
“E aí, irmãozinho? Trabalhando até tarde de novo?”
“Não, estou em uma ilha em Ibiza, cercado de Loiras nuas me servindo uvas na boca.”
“Ah, essa é a VIDA! lol. Amanhã a gente vai sair pra caçar. Hoje eu tenho plantão, então nós vamos sair pra ver algumas P-U-S-S-Y-S”bucetas”.
O Tom não tinha jeito, era um mistério pra eu saber como as pessoas confiavam à vida nele, ele era residente em um hospital, ia dar um bom médico pra falar a verdade.
Teria que concordar, ao contrário de mim o Tom era descolado, e as pessoas não entendiam como ele andava como alguém tão diferente dele.
Então aprendemos a dividir com o tempo, jogávamos videogame nas quartas e quintas enquanto nas sextas e sábados íamos para algum pub ou bar, ‘caçar’. Ele sempre ganhava na caça, eu ficava com amiga feia, mas ei... já é alguma coisa.
“Ok, combinado! Preciso voltar ao trabalho que os relatórios não vão me levar pra Ibiza”
Então voltei minha atenção de novo para o caso do Senhor Arthur Mackelin - Artie.
Era um cara tentando processar uma companhia de grafic novels. Eles estavam tentando um acordo, eu fiquei o resto da noite estudando um caso que pela primeira vez em muito tempo, realmente me interessava.
Continua... Tweet
Nenhum comentário:
Postar um comentário