10 junho 2011

CONSEQUENCE - CAPÍTULO 35

Muita coisa tem mudou, e Bella está descobrindo que algumas coisas continuam as mesmas...Vamos ver o que mais nossa Bella irá descobrir de novo? Ótima leitura!

Classificação: Maiores de 18 anos
Categorias: Saga Crepúsculo 
Gêneros: Romance/Drama
Avisos: Sexo
Capítulo 35
Por algum tempo eu pude fingir que aqueles quatro anos não existiram. Edward estava comigo. Suas mãos em mim conheciam cada centímetro da minha pele. Seus lábios tinham gosto de algo conhecido e delicioso.
Eu estava em casa em seus braços. Era só fechar os olhos e sentir. E não pensar.
Mas depois, quando seu corpo já não estavam firmemente grudado no meu, minha mente começava a girar com todas as questões não respondidas.
As dúvidas. Os medos. Quatro anos de vazio.
Eu tive dificuldade de respirar.
-Bella? - sua voz linda soou preocupada ao meu lado e eu o fitei – O que você tem?
Eu me obriguei a respirar. 
Um passo de cada vez. Meu cérebro foi atingido pelo oxigênio.
-Estou bem – murmurei.
Mas Edward não parecia convencido.
-Vamos passar no hospital primeiro.
Estávamos no carro a caminho do centro para comprarmos as coisas do quarto de Renesmee.
-Não, não precisa...
-Precisa sim.
Eu não discuti.
Carlisle me examinou e disse que não parecia ter nada de errado comigo.
-Acho que devemos ver um especialista – Edward falou e eu revirei os olhos.
-Sim, seria bom.
-Acha que ela está bem para viajar?
-Espere um tempo.
-Ok.
Eu queria reclamar por eles estarem falando como se eu não estivesse ali, mas me calei.
Estava farta de discussões. Eu só queria ir logo comprar as coisas de Renesmee para que assim ela pudesse ir para a casa.
Edward me levou em uma loja de móveis em Port Angeles e seu telefone tocou enquanto escolhíamos.
Ele se afastou para atender. Eu mordi os lábios,curiosa, mas não precisei perguntar quando ele voltou. 
-Era Alice. Pediu para te levar na loja dela. Parece que quer fazer você experimentar um vestido de dama de honra, algo assim.
Eu tive que rir.
-Algumas coisas não mudam.
Ele riu também.
-Não mesmo.
O vendedor prometeu que entregaria tudo naquela tarde ainda e eu senti um frio na barriga.
Isto significava que Renesmee podia ir para casa ainda hoje.
-Quer mesmo ir a loja de Alice? Eu posso arranjar uma desculpa...
Eu dei de ombros.
-Não, vamos logo.

Eu estava mesmo curiosa para ver. Como eu esperava a loja de Alice era super chique. Ela sorriu ao me ver, se aproximando e me abraçando. 
-Achei que Edward se recusaria a trazê-la.
-Eu tentei – Edward respondeu.
-Sua loja é linda.
-Esta é uma das lojas! Precisa ver as outras. Deslumbrantes.
Ela me mediu.
-E esta sua roupa... muito “quatro anos atrás”. Precisamos dar um jeito nisto urgente, mas antes eu quero que você prove o modelo de dama de honra e...
Ela parou de falar e olhou para a porta, onde alguém tinha acabado de entrar
Eu acompanhei seu olhar e gelei.
Tânia em carne e osso estava ali.
Vestido num espetacular vestido preto de frio. Os mesmos cabelos loiros morango. A mesma beleza estonteante.
Mais uma coisa que não tinha mudado. Além do meu mal estar por vê-la.
Isto também era imutável pelo visto. Tânia ainda era amiga dos Cullens.
-Oh... Bella? - ela parecia que estava vendo um fantasma. Acho que ninguém tinha avisado que eu voltara dos mortos.
-Oi Tânia– consegui dizer como se fizesse semanas que não nos víamos.
Como se ela não fosse a ex-namorada de Edward que me atormentara por meses.
-Tânia, pelo amor de Deus, parece que viu fantasma! - Alice riu – Eu ia te ligar e contar que Bella finalmente acordou. Não é maravilhoso?
-É... Claro que sim... Nossa me desculpe, Bella, mas é que é realmente incrível vê-la depois de tanto tempo...
-Sim, eu imagino - respondi meio irônica.
-E você está muito bem.
-Obrigada.
Que conversa mais bizarra
-Bella, vamos? - Edward pediu. Parecia meio tenso.
-Achei que eu fosse experimentar o tal vestido – eu disse e nem sei porque. Claro que eu queria sair dali.
Tânia nunca fora uma companhia que eu apreciasse.
-Acho que a Alice tem negócios a tratar agora
-Negócios?
-Eu não te contei – Alice falou animada – a Tânia é minha sócia!

-Sócia? - indaguei chocada.
Como é que é?
Agora além de “praticamente” da família, amiga íntima de Rosalie, ela ainda era sócia de Alice?
Eu quase não lamentei ter ficado desacordada por quatro anos. 
-Sim, somos sócias. Mas Tânia cuida das lojas na Europa e eu aqui nos EUA.
-Então você mora na Europa?
-A maior parte do tempo sim. Mas estou aqui para o casamento.
Eu quase respirei aliviada. Se ela vivia na Europa não passara o tempo inteiro atrás de Edward
Eu acho.
-Faz tempo que mora na Europa?
-Alguns meses.
Antes que eu pudesse ter tempo para digerir a informação, uma senhora entrou na loja carregando uma bebê no colo. Um bebê de cabelos loiros.
-Senhora, ele não pára de chorar.
Tânia revirou os olhos e retirou o bebê do colo da mulher.
-Nossa, como ele está lindinho - Alice comentou.
Tânia sorriu. Um sorriso de orgulho.
E eu reconheci. Era um sorriso de orgulho materno.
-Você tem um filho – murmurei.
-Sim, este é Peter, meu bebê.

-E onde esta Alister? - Edward indagou – Achei que ele viria com você para o casamento.
Então Tânia ainda estava com Alister, afinal?
-Ele chegará apenas um dia antes. Tem negócios a tratar.
A criança no colo dela voltou a se debater e a chorar. Ela murmurou algumas desculpas e se afastou para dentro da loja com a senhora, que devia ser a babá a seguindo.
-Bom, acho que o Edward tem razão. Voltem outra hora. - Alice disse - Talvez amanhã? Eu te ligo para a gente marcar uma hora Bella!
-Sim, vamos embora – Edward falou e me guiou para fora da loja.
Eu olhei de relance e ainda vi Tânia tentando acalmar o bebê. E senti inveja dela.
Ela estava cuidado do seu bebê. E eu nem tinha mais o meu.
Edward deve ter percebido meu estado de humor quando saímos da loja. 
-Espero que não tenha ficado mal por causa da Tânia.
Eu me virei querendo perguntar “existe algum motivo para  ficar mal?”
Mas antes que eu pudesse falar qualquer coisa ouvi um grito e me virei. Jéssica e Mike Newton se aproximavam.
Jéssica lançou os braços a minha volta.
-Oh Meu Deus, não acredito! É mesmo verdade, você saiu do coma!
-Sim, é verdade – falei sem graça.
Ela riu.
-Não é incrível Mike?
Mike sorriu mais comedido.
-Sim, muito bom ver você bem Bella.
-Ainda mais que todo mundo achava que já estava mortinha e...
-Jess – Mike a repreendeu, ficando vermelho.
-Ué, mas é verdade! Enfim, o importante é que você está bem agora! E estava saindo da loja de Alice Cullen? Nossa, é tão maravilhosa! A melhor loja de Port Angeles, sem dúvida, já falei pro Mike, meu enxoval, quero que seja dai, mas ele acha tão caro...
-Enxoval?
-Nossa, que cabeça a minha – ela riu e mostrou o dedo anular um grande anel. – Mike finalmente me pediu em casamento! Vamos nos casar no próximo verão.
-Uau. Parabéns – falei atordoada.

-Mas nós precisamos nos encontrar e eu vou contar todas as novidades para você! Mal posso esperar para chegar em casa e ligar para Ângela. Ela mora em Chicago agora! Aliás, fiquei sabendo que Alice e Jasper vão se casar, você não conseguiria assim, um convite?
-Jéssica, desculpa, mas nós estamos com um pouco de pressa – Edward segurou meu braço, me salvando e eu agradeci quando entramos no carro.
-Obrigada. A Jéssica continua cansativa – falei respirando aliviada e ele riu.
-Acho que forma um casal perfeito com o Newton.
Eu o olhei de soslaio. Não parecia mais haver implicância com Mike em sua voz.
Talvez porque Mike ia casar? Ou porque Edward tinha mudado nestes quatro anos?
Tânia voltou a minha mente.

-Tânia casou com Alister? – indaguei.
-Sim.
-Faz tempo?

-Pouco mais de um ano.
-Eles casaram na faculdade? Nem achei que era tão sério.
-Tânia engravidou e eles casaram.
-Sério? - isto era uma surpresa.
-Ela largou a faculdade, mas acho que nunca levou a sério mesmo e formou esta sociedade com Alice. Depois que o bebê dela nasceu, ela foi para a Europa, quando abriram lojas lá...Mas deixe Tânia de lado um pouco. - ele parou o carro e parecia um pouco tenso. Eu olhei em volta e não reconheci o local. Era uma rua arborizada e um portão grande.
-Onde estamos?
-Na escola de Renesmee.
Eu comecei a sentir meu coração bater forte.
-Nós viemos buscá-la? - indaguei com um pouco de receio.
-Sim. Tudo bem para você?
Eu lutei para respirar de novo. Era tão bom e assustador ao mesmo tempo.
Eu ansiava mais que tudo estar perto da minha filha.
Mas ainda me lembrava do seu olhar.
Edward segurou minha mão
-Eu pensei no que você me disse, Bella. E acho que tem razão. Mantê-la longe não vai ajudar. Ela precisa se acostumar com você.
-Eu estou com medo.
Ele sorriu.
-Não fique. Estou com você.
E nós saímos do carro quando o portão se abriu.

Eu senti meu estômago revirando enquanto algumas crianças saíam e então eu a vi.
Renesmee. Minha pequena Renesmee. 
Cabelos cor de areia balançando ao vento enquanto ela corria em nossa direção.
Então ela parou ao me ver. Hesitando.
Edward deu um passo a frente. 
-Oi querida. – falou tirando sua mochila das costas – Olha quem eu trouxe para te buscar também.
Edward falava com uma voz descontraída. Mas era o único ali. Por que eu não conseguia me mexer.
E nem Renesmee. Ele olhou para mim e para ela e então segurou na mão de Renesmee.
-Lembra do que nós conversamos ontem, amor?
Ela sacudiu a cabeça afirmativamente, mas ainda não falou nada. Edward me encarou. Eu respirei fundo e tentei sorrir.
-Oi Renesmee – murmurei.
Renesmee olhou para o chão.
-Oi – sua voz era tão baixinha que pensei ter imaginado ouvir.
Edward suspirou.
- Vamos para casa.
Ele a pegou no colo a levando para o carro. Renesmee mantinha os olhos fixos em mim enquanto ele a levava.
Edward a colocou no banco traseiro e fechou a porta me encarando exasperado.
-Bella, ela não vai te morder.
Eu cobri o rosto com as mãos soltando um gemido.
-Eu me sinto horrível. Ela deve me odiar.
Edward riu.
-Ela não te odeia. É apenas estranho que você esteja aqui. Mas ela é uma criança. Se acostuma com tudo. Você tem que dar o primeiro passo.
-Eu?
-Sim. Vamos embora.
Nós entramos no carro e eu tentei pensar no que faria. Edward ligou o som e Renesmee se inclinou para frente.
-Coloca aquela música da Claire, papai.
Edward riu, colocando Debussy para tocar.
-Você fez ela gostar de Debussy? - indaguei e ele sorriu.
-Eu estou ensinando ela a tocar piano. Não é Renesmee?
-Sim, eu vou tocar a música da Claire. 
Era a frase mais cumprida que ela usava na minha frente e eu fiquei feliz com isto.
Ela já estava falando. Era alguma coisa. Mas daí para frente, ela se calou.
E eu podia perceber seu olhar em mim, pelo espelho, mas toda vez eu que olhava, ela desviava o rosto.

Nós chegamos na casa dos Cullens. Rosalie esperava na porta.
Parecia tensa.
-Oi tia Rose – Renesmee saiu do carro, pulando para o colo de Rosalie.
Eu tentei não sentir inveja.
-Oi, querida. Vá lavar as mãos para comer.
Ela correu para dentro e Rosalie nos encarou.
-Como estão?
-Estamos ótimos. Compramos tudo para o quarto da Renesmee.
Ela mordeu só lábios.
-E quando ela vai? - sua voz era tensa.
-Assim que tudo estiver arrumado. Vamos almoçar?
Edward me puxou pela mão e fomos para a sala de jantar dos Cullens.
Esme estava lá e Renesmee apareceu sentando ao lado de Rosalie, que serviu sua comida. Renesmee fez uma careta.
-Você vai comer tudo – Rosalie falou firmemente.
Renesmee começou a comer e Edward me cutucou.
-Coma, Bella.
E eu percebi que não tinha mexido no meu prato, ocupada em observar Renesmee.
Eu me obriguei a comer.
-Como é que você comia quando estava dormindo?
A voz infantil fez nós todos pararmos e encará-la.
Ela me encarava, cheia de curiosidade. Como se somente agora esta questão tenha aparecido em sua mente e fosse muito importante.
Eu não soube nem o que falar. Era a primeira vez que Renesmee falava comigo.
-Ela comia por canudinhos, que levavam a comida direto para dentro dela.
A voz veio da porta da copa e eu levantei o olhar para ver Emmett. Eu tinha me esquecido dele. Achei que tivesse voltado para seja lá onde vivesse.
Porque não parecia que era ali. 
Ele entrou e se sentou.
-Oi Bella.
-Canudinhos? - Renesmee ainda parecia não entender direito – Ah... aqueles que entravam no seu braço no hospital? - ela ainda me encarava.
-Sim... creio que sim – respondi aturdida.
-Renesmee, pare de falar e coma. Não vai me enrolar – Rosalie falou colocando o garfo em sua mão.
-Deixa a menina conversar com a mãe dela, Rosalie – Emmett falou.
Rose o encarou fuzilando com o olhar.
Eu me lembrei que Emmett e ela não estavam mais juntos.

Será que se detestavam agora? E por que será que tinham terminado?
Renesmee não fez mais nenhuma pergunta e Edward sorriu para mim quando nossos olhares se encontraram.
Era um sorriso de encorajamento. Eu queria ter seu otimismo.
Eu precisava.
Quando acabamos de comer. Rosalie se levantou e levou Renesmee, que parecia sonolenta e não reclamou. Eu não queria que ela fosse ainda.
-Ela sempre dorme depois de comer. - Edward explicou.
O telefone da casa tocou e Esme atendeu, dizendo que era uma ligação para Edward.
Ele se afastou para atender. Esme saiu da sala, levando os pratos sujos.
Emmett me encarou.
-E aí, como está sendo viver novamente entre os vivos?
Eu ri, sem humor.
-Estranho.
-Eu imagino.
-E você? O que andou fazendo nestes quatros anos que em eu não estava entre os vivos?
Ele deu de ombros.
-Eu terminei a faculdade há alguns meses e trabalho em Hanover mesmo. Com investimentos.
-Edward me contou que você e Rosalie...
-Sim – ele não parecia muito satisfeito com o assunto – não estamos mais juntos.
-Eu sinto muito. Sempre achei que... iriam ficar juntos para sempre.
Ele riu.
-Eu também.
-Então porque terminaram?
-Eu queria que ela fosse comigo e não ficasse aqui.
De repente eu entendi. Rosalie não queria ir embora de Forks.
-Por causa de Renesmee – eu completei.
Ele não respondeu, mas eu entendi que era exatamente isto. Renesmee era um fato de discórdia entre Rosalie e Emmett. Era o motivo deles terem terminado.
Eu me senti mal com isto de repente e me levantei.
-Vou procurar o Edward.
Eu estava no corredor quando Esme me interceptou.
-Esqueci de te dizer. Seu pai ligou. Parecia bem preocupado. Ligue para ele Bella. Pode usar o telefone aqui.
Eu respirei fundo, olhando para o aparelho.
Ainda me sentia meio ressentida com meus pais, mas não poderia ficar assim para sempre.
Peguei o aparelho e então parei ao ouvir a voz de Edward.
Era uma extensão.

“Então estamos combinados assim... “- ele dizia
Eu já ia desligar quando ouvi a voz de uma mulher.
“então você não vem”.
“Não mais” - Edward respondeu.
“Agora que sua mulher voltou, você não precisa mais de mim” - a mulher falou.
E eles riram.
"Tchau Carolyn" - ele se despediu e desligou.
Eu ainda permanecia ali com o aparelho em mãos. Sem conseguir me mexer.
Que diabos era aquilo?

Continua...

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