Classificação: Maiores de 18 anos
Autora: Juliana
Gênero: Drama
Aviso: Sexo
Capítulo 33
- Não pode ir embora sem ter alta, Bella – Edward respondeu.
-Eu me dou alta, se Carlisle não concordar. Eu fugirei daqui se for preciso. Não fico mais nem um dia longe da minha filha.
Edward respirou fundo, passando a mão pelos cabelos frustrado. Carlisle entrou no quarto.
-O que está acontecendo?
-Eu quero ir embora. Diga para o Edward que eu estou bem e posso ir.
-Sim, eu estava vindo falar isto. Todos os exames estão ok; se Bella se sentir pronta para ir...
-Estou mais do que pronta. - respondi rápido – Quero ver Renesmee.
-Bella... - Edward parecia mais tenso do que nunca.
Carlisle segurou seu braço.
-Edward, posso ter uma palavrinha com você?
Os dois saíram do quarto e eu olhei pela janela.
Uma chuva fina caia. Forks continuava a mesma. Eu continuava a mesma.
Mas tudo mudara ao meu redor. Ou não.
Edward voltou para o quarto, um tempo depois.
-Certo, Bella. Vamos embora.
Eu respirei fundo, meu coração acelerando.
Sim, eu finalmente estava voltando à vida.
Edward pegou as sacolas de Alice num canto . Eu olhei para o quarto. O lugar que aparentemente fora meu lar durante quatro anos.
Não me dizia nada. Apenas as frésias num vaso.
Eu passei por Edward e caminhei a sua frente.
Não ia tentar nenhum contato físico com ele.
Não depois dele não ter tentado nada nestes dias.
Nós paramos em frente a um Volvo.
Mas este era preto e não cinza.
-Trocou de carro – comentei, enquanto ele abria a porta pra mim.
-Apenas um modelo mais novo.
-Claro – comentei irônica.
E me perguntei o que mais fora trocado em quatros anos.
Ele sentou no banco do motorista e deu partida
E enquanto dirigia pelos caminhos tão conhecidos, eu comecei a sentir medo.
-Como é ela? - indaguei num fio de voz – Como ela se parece?
-Ela é linda, claro. – Edward respondeu e havia uma devoção diferente em sua voz – Os olhos são os seus. Cor de chocolate. E tem os cabelos como os meus.
Eu sorri, tentando imaginá-la.
-Ela se parece com você?
-Acho que se parece com nós dois.
Eu respirei fundo, meu coração batendo cada vez mais acelerado enquanto nos aproximávamos da casa dos Cullens.
E Edward parou em frente a casa principal.
E não do chalé.
Bom, era natural que Renesmee estivesse ali, se estava com Rosalie.
Nós descemos do carro e eu hesitei.
-Eu não sei se consigo - murmurei entrando em pânico.
Eu esperara durante quase nove meses por um bebê.
E agora teria que me deparar com uma menina de 4 anos. Que falava, andava, tinha pensamentos próprios.
Uma desconhecida. E eu mesma era uma desconhecida para ela.
Edward segurou em minha mão.
-É apenas Renesmee, Bella.
Sim, ele tinha razão. Era apenas minha filha.
E eu lutara para estar ali. E eu precisava continuar lutando por isto.
Para ter direito a Renesmee. Edward abriu a porta e nós entramos.
Alice estava ali folheando uma revista, enquanto Jasper via TV.
-Bella! - exclamou e veio ao meu encontro, me abraçando - Uau, está fabulosa! Eu sabia que ia ficar perfeito em você.
Jasper a puxou.
-Dê espaço para a Bella, Alice... - a advertiu.
Esme entrou na sala.
-Olá, Bella. Como está se sentindo?
-Ainda é tudo meio estranho.
-Claro que sim.
-Onde ela está? - Edward perguntou e havia alguma tensão em sua voz. Claro que eu sabia quem era o "ela" que ele se referia.
-Rose já a está trazendo.
Meu estômago se revirou quando ouvi os passos se aproximando.
Vozes abafadas, enquanto os passos desciam as escadas.
Primeiro eu vi seus pés, pequenos em sapatilhas cor de rosa, ao lado dos saltos altos de Rosalie que ecoavam nos degraus de madeira.
Meus dedos apertaram mais a mão de Edward, quando ela toda entrou em meu campo de visão.
Pequena num casaco branco, os cabelos cor de areia caindo pelas costas. Eu a via apenas de perfil, enquanto continuava a descer as escadas com a mão presa na de Rosalie.
E então lá estava ela parada a minha frente. Minha filha. Minha pequena Renesmee.
Ela era linda. Seu rosto de porcelana numa perfeita combinação de traços meus e de Edward.
E seus olhos, tão castanhos quanto os meus me encaravam arregalados.
-Oi Bella – Rosalie falou. Parecia tensa. Sua mão não largou a de Renesmee.
Eu não conseguia me mexer.
Por alguns instantes ninguém se mexia na sala. Ou sequer respirava.
Então eu dei um passo a frente, soltando a mão de Edward. Totalmente seduzida por aquele pequeno ser que era tão meu.
Como se fosse antinaturalantinatural ela estar longe de mim. Mas parei, aturdida, quando Renesmee também deu um passo para o lado de Rosalie, praticamente se escondendo atrás dela. Suas mãozinhas se agarrando a camisa chique se Rosalie.
Eu achei que sabia o que era dor. Mas eu não sabia. Atá aquele momento.
Ao ver o olhar de medo na minha própria filha.
-Oi Renesmee. – Edward disse por fim – Está tudo bem, querida – ele disse isto enquanto suas mãos me puxaram para perto de novo. Eu tremia inteira. E agradeci quando ele me sentou num sofá e sentou ao meu lado.
Eu só conseguia encarar Renesmee e me perguntar como é que aquilo podia estar acontecendo comigo.
Rosalie, falou algo baixo para Renesmee, desgrudando os dedos dela do sua camisa e também a sentando num sofá.
De novo um silêncio constrangedor. Ninguém parecia saber o que fazer.
Até Alice sempre tão efusiva estava calada.
Eu mantive minha atenção em Renesmee, ela parecia assustada.
E isto me deixou preocupada. Eu não queria que ela ficasse assustada ou com medo.
E me obriguei a desviar o olhar e encarei Edward com um pedido mudo.
Mas ele parecia tão tenso e perdido quanto eu.
-Está tudo bem – ele sussurrou para mim.
Mas claro que não estava. Estava tudo péssimo.
Renesmee saiu de sua letargia e se mexeu para o lado de Rosalie, cochichando algo em seu ouvido.
Rosalie sorriu para ela.
Eu não podia negar. Era um sorriso maternal.
Eu nem sei se isto foi um alívio, ou motivo de mais sofrimento.
-O que foi? - Edward perguntou.
-Ela quer saber se ainda vai ao Ballet.
-Sim, devem ir – Edward respondeu e isto me enfureceu por um momento, mas então eu entendi.
Aquilo não estava funcionando. Era melhor tirar Renesmee dali mesmo.
Rosalie se levantou e pegou Renesmee no colo e as duas se afastaram.
Ainda pude ver os olhos de Renesmee fixos em mim por um momento, por entre os cabelos loiros de Rosalie até que ela os desviasse.
-Oh Deus... - murmurei por fim, quando elas finalmente saíram – Ela sabe, ela... Ela faz ideia de quem eu sou?
-Sim, Bella, ela sabe – Edward respondeu.
-Mas não pareceu! – acusei.
-Ela é apenas uma criança Bella. Só tem quatro anos. Ela não entende as coisas direito! É assustador que alguém que era apenas uma figura abstrata apareça do nada. Mesmo sendo sua mãe. Ela não conhece este conceito. Não como deveria.
-Ela estava com medo – murmurei – medo de mim.
-Não estava com medo de você. Estava assustada com a situação. Dê-lhe tempo.
De repente eu me senti muito cansada de tudo.
Alice, Jasper e Esme ainda estavam por ali e me fitavam com um olhar de pena.
-Quero ir pra casa – pedi.
-Sim, vamos embora.
Nós nos levantamos e Edward segurou na minha mão, enquanto caminhávamos para o chalé.
Eu ainda estava meio perdida com tudo o que tinha acontecido. Como ter finalmente conhecido Renesmee. E por ter sido daquele jeito.
E quando entramos no chalé, uma enxurrada de lembranças veio aumentar meu sofrimento e eu parei.
-O que foi? - Edward indagou preocupado – Está se sentindo bem?
-Você me mandou embora – murmurei.
-O que?
Eu o encarei.
-Da última vez que estive aqui... Parece que foi ontem... você me acusou... – eu respirei fundo - Você disse que era para eu ir embora...
-Isto foi há quatro anos, Bella.
-Pra mim não.
De repente eu me sentia mal de novo. Como se tivesse novamente em todo redemoinho de confusão.
Era estranho descobrir que ainda estava brava com ele. Que ainda existia mágoa.
Ele se aproximou, os dedos segurando meu ombro.
-Bella, chega. Você já passou por muitas coisas hoje...
-Não, eu...
Mas sem aviso, ele me pegou no colo e me levou escada acima, me pondo na cama.
-Carlisle disse que tinha que descansar.
Eu fechei os olhos com força. Não queria chorar.
Mas o nó ameaçava arrebentar minha garganta.
O telefone celular de Edward tocou.
Eu abri os olhos e o vi contra a janela, um pouco afastado. Ele murmurava, e eu só conseguia captar algumas palavras.
-Ela não está bem... Não devíamos ter deixado... Renesmee está com Rose no Ballet.... Eu não sei o que fazer, Carlisle... Não sei como resolver isto... Tudo bem, eu te aviso se precisar...
Ele desligou e se afastou do quarto.
Voltou minutos depois com um comprimido e um copo de água.
-Bella, tome isto.
-Eu não quero.
-Por favor, Bella.... - pediu exasperado e eu tomei, porque estava farta de discutir.
E adormeci logo depois.
Quando acordei novamente já era de manhã. Minha cabeça doía ligeiramente, mas mesmo assim eu me levantei, ainda aturdida.
Uma chuva fina caía lá fora.
Forks ainda era a mesma pelo menos. Mas não poderia dizer o mesmo da minha vida.
Onde será que estaria Edward? Será que ele dormira comigo?
Eu não fazia ideia.
Entrei no chuveiro e deixei que a água escorresse sobre mim para tentar me situar.
Como se apenas um banho fosse capaz de me situar depois de quatro anos desaparecida.
Longe de tudo. Longe de mim mesma.
Depois que me troquei, eu desci as escadas. A casa estava no maior silêncio.
Comecei a me sentir ansiosa. Eu queria ver Renesmee.
Mas e o medo?
Medo de que ela ainda me tratasse da mesma maneira. Com a mesma estranheza.
Era dor demais.
Eu me sentia tão perdida.
Tão sozinha.
E de repente eu não queria mais estar ali. Eu precisava de algo confiável.
De alguém confiável. Olhei em volta, e vi a chave do Volvo de Edward no aparador.
Sem pensar, eu coloquei um casaco e entrei no carro.
Dirigi pelas estradas conhecidas e frias de Forks até a casa do meu pai.
Mas quando cheguei lá me decepcionei. O Carro de polícia não estava em frente. Isto queria dizer que Charlie já estava na delegacia.
Mesmo assim, eu sai do carro. A chave extra deveria estar no mesmo lugar, não era?
Eu caminhei até a porta, mas antes que tivesse chance a porta se abriu e eu não sei quem estava mais surpresa. Se era eu ou Sue Cleatwater. A mãe de Leah e esposa do melhor amigo do meu pai, Harry.
-Bella? É mesmo você?
-Acho que sim...
E ela me abraçou efusivamente.
-Eu queria tanto ter ido no hospital, mas seu pai, bem... Achou um pouco precipitado ainda...
-Sei... Mas, o que você está fazendo aqui? Meu pai está em casa?
Ela sorriu e eu achei que estava meio sem graça.
-Por que não entra, Bella? Está frio aqui fora. Entra e vamos conversar.
Eu entrei, olhando em volta enquanto tirava o casaco.
Havia muitas mudanças ali. A casa parecia mais... feminina.
Eu olhei de novo para Sue. E só agora reparei que ela estava usando um avental. Será que agora ela fazia algum tipo de serviço para meu pai?
-Pode me acompanhar até a cozinha? Eu estou com um pão no forno...
Eu a segui e fiquei olhando enquanto ela colocava luvas e abria a porta do forno retirando algo de lá.
-Ainda não entendi o que faz aqui.
Ela passou a mão pelo cabelo, como se pensasse no que responder.
-E como está Harry?
Ela me fitou com um olhar triste.
-Harry morreu, Bella.
-Morreu?
-Sim, faz três anos.
-Nossa, eu sinto muito, Sue.
-Tudo bem – ela sorriu tristemente – o tempo cura tudo não é? Estamos bem agora.
-Claro...
Mas ainda restava a pergunta. Que diabos ela estava fazendo ali?
-Bella, acho que seu pai gostaria de dizer isto a você pessoalmente, acho que ela ia querer esperar que se... acostumasse novamente ao mundo, mas já que estar aqui... Bem, eu e seu pai nos casamos.
Meu queixo caiu. Como é que é?
-Você e meu pai?
-Sei que pode parecer estranho para você.
-Harry era melhor amigo do meu pai!
-Sim, eles eram. Mas ele morreu Bella. E nós estamos vivos. Tenho certeza que gostaria que fôssemos felizes.
-Casando com meu pai?
-Nós sofremos muito quando Harry morreu e seu pai me ajudou muito, tanto a mim quanto os meninos, Leah e Seth. E ele também estava sofrendo... porque tinha perdido você.
-Eu não morri.
-Claro que não. Mas ninguém sabia como ia ser. Se ia acordar um dia. Todos sofreram Bella.
Claro, meu pai estava sofrendo muito pegando a mulher do amigo morto!
-Não tenha raiva de Charlie. As coisas acontecem sem que tenhamos controle às vezes Bella. Apenas podemos fazer o melhor para ir em frente.
-Acho que não cabe a mim julgar, não é? - falei friamente. Era bem difícil de entender.
Ou talvez fosse fácil. Meu pai tinha seguido em frente.
Como se eu realmente não existisse mais.
-Há quanto tempo...?
-Há um ano.
-Acho que tenho que dar os parabéns, não é? - eu forcei um sorriso. Mas acho que não tive muito sucesso.
De repente ouvi passos se aproximando.
-Sue, eu...
Eu me virei, abismada. Era Jacob que estava ali.
Descendo as escadas da minha casa.
-Jake!
-Bella – ele sorriu.
E não sei dizer quem deu o primeiro passo, mas ele estava me abraçando no momento seguinte.
Até que se afastou, segurando meus ombros e me encarando com um sorriso
-Nem acredito que está aqui...
-Nem que você está aqui!
Ele riu.
-Acho que já sabe do seu pai e Sue, não é?
-Sei sim...
-E como você está? Parece tão surreal.
-Que eu esteja viva? Parece que todos achavam que eu estava morta – falei amarga.
Mas antes que Jacob conseguisse responder algo, outra pessoa apareceu na cozinha.
Leah Cleatwater.
Estava ficando cada vez mais estranho aquela história.
Mas se Sue agora morava com meu pai, era normal que a filha dela também estivesse. Mas o que Jacob estava fazendo ali?
Então de repente eu entendi, quando Leah colocou a mão no ombro de Jacob, possessivamente. A mão onde um anel de noivado brilhava.
-Oi Bella – Leah falou friamente – que bom vê-la bem.
-É bom ver você também Leah. E eu acho que... Eu preciso ir embora. - falei rápido – vim ver meu pai, mas já que ele não está... melhor eu ir.
E eu praticamente corri para fora.
-Bella, espere – Jacob estava atrás de mim e segurou meu braço – não precisa ir assim... acabou de chegar.
-Eu preciso sim... - pisquei para afugentar as lágrimas.
-Eu sei que é tudo muito estranho para você...
-Estranho? Isto é amenizar bastante a situação...
-Olha eu preciso ir trabalhar, mas quero mesmo conversar com você.
-Acho que Leah não ia gostar muito disto.
-Com a Leah eu me entendo.
-Vocês vão se casar?
Ele riu dando de ombros.
-É o que os noivos fazem, não é?
-Sim, acho que é...
Eu deveria estar feliz por Jacob ter seguido com sua vida. Mas porque eu me senti pior ainda?
-Sei que quatro anos se passaram, Bella. Sem que tivesse noção disto. Sei que deve ser horrível para você.
-Eu estou no escuro. Tudo mudou. Menos eu.
-Dê tempo ao tempo. Tenho certeza que tudo ficará bem.
-Às vezes eu duvido... Tudo o que eu mais queria eu não tenho... Renesmee.
Ele sorriu.
-Ela é uma garota linda e esperta.
-A conhece?
-Claro que sim.
-Eu achei que... - Que Edward jamais permitiria que Jacob chegasse perto, disse a mim mesma. Mas acho que estava errada.
-Jacob, vamos nos atrasar – a voz de Leah chegou até nós.
Isto não tinha mudado, pelo o que eu podia perceber. A antipatia de Leah comigo ainda era a mesma.
-Vá – eu suspirei – vá fazer seja lá o que você faz hoje.
Ele riu.
-Nós nos encontraremos, ok? Mantenha a calma. Cuide de ficar realmente bem. Tudo vai se resolver.
E ele se afastou, entrando no carro com Leah. Eu entrei no meu próprio carro e voltei para casa. A casa que de alguma maneira agora eu era uma estranha.
E eu fora buscar conforto na casa do meu pai.
E lá eu também já não tinha espaço. Ele tinha outra família. Uma esposa. Filhos que devia cuidar como se fossem dele. Eu tentei não chorar. Tentei desesperadamente.
Quando cheguei em casa, me sentindo pior do que antes encontrei Edward possesso.
-Bella, pelo amor de Deus, onde se meteu?
Eu dei de ombros, ignorando seu chilique.
-Fui na casa do meu pai, algum problema? Sou prisioneira aqui agora?
-Claro que não! Mas passou pela sua cabeça avisar?
-Você não estava aqui – acusei.
-Eu fui levar Renesmee na escola.
Eu respirei fundo.
A cada menção do nome da minha filha era como perfurar um pouco mais meu peito.
-Você poderia ter avisado também!
-Eu achei que não iria acordar antes de eu voltar. Ainda era cedo.
-O carro estava em frente a casa, achei que estava com seus pais.
-Eu fui com o carro de Rosalie.
Eu sentia vontade de vomitar ao ouvir o nome da irmã do Edward.
-Com a Rosalie, aposto.
-Sim, com a Rosalie. Mas isto não vem ao caso. Eu fiquei realmente preocupado com você Bella...
-Não deveria. Eu apenas fui visitar meu pai, já falei!
-Mas eu não sabia disto. Não fazia ideia de onde estava! Simplesmente pegou o carro e saiu... Podia ter acontecido alguma coisa, ainda não está totalmente restabelecida...
-Eu estou bem! Não suporto que me trate como uma inválida! Mas acho que já estão acostumados, não é? Afinal eu estava morta! - gritei – E talvez fosse melhor estar mesmo!
-Nunca mais fale isto! - ele sibilou entre os dentes.
-Eu estou tão farta de tudo! Em vez de melhorar fica pior a cada momento...
-Eu sei, Bella. Você está exigindo demais de você. Ainda nem está bem...
-Eu estou bem! Vocês que insistem que eu não estou! Porque é mais fácil para vocês continuarem agindo como se eu não existisse!
-Ninguém está fazendo isto!
-Estão sim! Todo mundo! Sua família, meus pais, Jacob...
-Esteve com Jacob?
Eu respirei fundo. Será que íamos começar tudo de novo?
-Sim, estive – confirmei. Porque eu já não tinha forças e nem motivação para tentar amenizar algo com Edward. - Com Jacob e Leah – continuei – e claro que já sei que eles estão noivos. E que meu pai está pegando a mulher do melhor amigo.
-As coisas não são assim Bella. Harry morreu há três anos.
-Que seja. O que eu sei é que a vida seguiu para todo mundo... Menos para mim!
-Foram quatro anos Bella. É normal que as coisas mudassem.
-Acha que eu não sei? É claro que eu sei, mas isto não me faz sentir melhor!
E de repente eu senti uma tontura horrível.
-Bella, está bem? - Edward estava do meu lado no mesmo instante, me amparando, mas eu o empurrei, tentando me recompor.
Talvez ele tivesse razão. E eu não estava tão bem assim ainda.
-Eu vou deitar. Estou cansada
-Acho que devo chamar Carlisle.
-Não precisa. É apenas uma tontura. Eu vou deitar e melhorar.
Eu subi as escadas e Edward me seguiu, talvez para se certificar que eu não cairia e rolaria escada abaixo.
Mas tudo o que eu queria era me deitar sob as cobertas e esquecer.
E foi o que eu fiz. Ignorando o olhar de Edward sobre mim, eu me deitei novamente e adormeci.
Eu acordei devagar. O quarto estava numa penumbra suave, com as cortinas parcialmente fechadas.
Abri os olhos fitando o teto e então ouvi uma respiração.
E ao me virar, tomei um susto ao ver Renesmee parada ao lado da cama me fitando.
-Renesmee – murmurei aturdida.
Mas no minuto seguinte, ela corria, saindo do quarto.
Eu fiquei ali, sem saber o que fazer. Sem nem saber como respirar, assustada.
Talvez mais assustada do que ela.
O que Renesmee estava fazendo ali?
Voltando a pensar racionalmente, eu joguei as cobertas para o lado e sai do quarto, indo a sua procura, mas ela tinha desaparecido.
Sem pensar muito, eu coloquei um sapato e corri até a casa dos Cullens.
Quando abri a porta da sala ainda pude ouvir a voz de Rosalie no andar de cima.
-Nunca mais faça isto! Você me assustou!
-Me desculpe tia Rose – a voz infantil respondeu.
Eu parei.
-Tudo bem. Agora vá para o quarto.
E então Rosalie estava descendo as escadas e parou ao me ver.
-Bella! - exclamou surpresa.
-O que você fez?
-Como? - ela acabou de descer as escadas, parando na minha frente.
-O que você fez com Renesmee?
-Eu a apenas a repreendi por sair de casa sem dizer onde ia.
-Ela estava no chalé.
-Ela me disse.
-Porque ela saiu correndo quando acordei? O que você fez com Renesmee, Rosalie? - minha voz era cheia de acusações.
Por um momento tenso ela não respondeu e então quando falou, sua voz era controlada.
-Eu a criei...
-Como se fosse sua? - eu continuei – Como se ela não tivesse mãe?
-Ela não teve mãe nestes quatro anos.
Eu quis matá-la ao ouvir estas palavras.
Mas como culpá-la? Ela tinha razão. E isto era o mais doído
Mas eu não podia mais deixar as coisas como estavam.
-Mas agora ela tem. - eu disse friamente – Ela não precisa mais de você.
-Bella...
-Eu a quero na minha casa. Ou melhor, na casa dela. Eu vou esperar que você faça isto. Você vai levá-la de volta ao lugar a que pertence. Se não fizer isto, eu mesma venho aqui e a levo. A força se for preciso.
E sem dizer nada eu sai batendo a porta.
Continua....
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