07 junho 2011

CONSEQUENCE - CAPÍTULO 32

Carambaaaaaaa!! Por essa ninguém esperava! Vamos conferir o que nossa FIC nos reserva hoje! Ótima leitura!
Classificação: Maiores de 18 anos
Autora: Juliana
Gênero: Drama
Aviso: Sexo

Capítulo 32
Acordei devagar e por um momento não consegui abrir os olhos. Como se estivessem grudados.


E quando consegui abrir as pálpebras a luz forte me cegou e eu pisquei, gemendo de dor.
Meu coração disparou de repente e eu ouvi um barulho como daquelas que medem os batimentos cardíacos nos hospitais.
Tentei respirar normalmente e abri os olhos de novo. De novo a luz era difícil, mas eu olhei em volta. Estava mesmo num quarto de hospital.
Mas o que eu estava fazendo ali?
Tentei me lembrar e então tudo voltou. Eu estava no carro, tinha brigado com Edward.
Edward... meu coração doeu agora, mas de repente algo mais importante me fez congelar e levei a mão a minha barriga.
Vazia.
Estava plana.
Eu não estava grávida. Meu coração falhou desta vez, um medo frio enregelou meus ossos.
Onde estava meu bebê?
Ouvi passos apressados e uma mulher de branco desconhecida me fitou.
-Ela está acordada!
Outro também de branco apareceu no meu canto de visão, olhando o monitor.
-Os batimentos estão irregulares.
-Chame o médico.
-Deus, como isto está acontecendo... nunca vi...
-Ei.. - eu tentei falar, minha garganta estava seca – Cadê meu bebê?... - indaguei com dificuldade.
Uma delas tinha desaparecido e a outra mexia nos monitores.
-Fique calma, senhora Cullen – ela disse, mas parecia tão nervosa quanto eu.
-Não! Eu quero saber cadê meu bebê! - eu comecei a me apavorar.
As palavras daquela índia voltavam a minha mente como um mantra.
“Você não vai ver seu bebê nascer”
-Por favor, cadê meu bebê... - eu comecei a chorar desesperada – eu quero meu bebê.
Um homem entrou no quarto.
-Ela não pára de gritar, pergunta sobre o bebê... - a enfermeira balbuciou.
-Por favor, eu o perdi? Por favor... - eu não podia suportar aquilo... era demais
Senti uma picada na meu braço e então deslizei para a escuridão de novo.
Quando acordei de novo, o quarto estava parcialmente na penumbra e mesmo antes de abrir os olhos, eu percebi que não estava sozinha. Alguém se moveu pelo quarto.
-Bella? - a voz de Edward chegou até mim.
Tensa e preocupada.
E havia algo mais ali que não soube identificar. Eu o encarei.
-Edward... – murmurei.
Ele me fitou com uma espécie de alívio
-Bella, Meu deus.. - sua voz era um sussurro e ele tocou meu cabelos com cuidado.
-Edward... - minha garganta ainda estava seca, mas eu me preocupava apenas com uma coisa – Edward... cadê... cadê o bebê... eu o perdi? Ele está morto... ele... - eu comecei a ficar apavorada de novo, e o monitor de batimentos cardíacos começou a apitar assustadoramente.
-Bella, fique calma...
-Não... Você não quer me dizer... meu bebê... - as lágrimas escorriam do meu rosto sem que eu conseguisse conter...
-Bella, Renesmee está bem...
Eu o encarei. O que ele tinha dito?
-Renesmee? - meu coração parou por um momento esperando ouvir a confirmação na sua voz.
O que me tiraria do abismo.
-Sim, nossa filha está bem.

-Nossa filha? - eu comecei a chorar agora de alivio – oh meu Deus...
Uma enfermeira entrou no quarto.
-Por favor, chame o médico, ela está acordada – Edward pediu e a moça se afastou.
-Edward... onde ela está...? Eu quero vê-la.
-Bella, ela não está aqui.
-Porque não? Não está mentindo, não é? Ela está mesmo bem? Eu não me lembro, eu... não vi ela nascer...
-Ela está bem.
-Então porque não trás ela aqui? – gritei.
-Ela não está no hospital.
-Não? Onde ela está?
-Está em casa.
Eu franzi a testa, tentando entender, era tudo muito confuso.
-O que aconteceu? Foi o acidente? Por isto estou aqui ainda e ela está em casa?
-Sim, você ficou muito mal depois do acidente. Tiveram que induzir o parto.
-Mas eu estava de oito meses, ela foi prematura então...
-Sim, ela foi.

-Então por que não está aqui no hospital?
-Bella, tem muitas coisas que precisa entender... mas o médico precisa...
-Não! Eu quero Renesmee!
Eu precisava ver minha filha. Precisava ter certeza que ela era real. Que estava bem e viva. Tinha alguma coisa errada ali. Eu tinha certeza.
Carlisle entrou no quarto.
-Me disseram que ela acordou de novo.
-Sim – Edward respondeu tenso.
Carlisle se aproximou, me examinando.
-Carlisle... me diga que Renesmee está bem...
-Sim, Bella,não se preocupe com isto. Precisamos cuidar de você agora.
Ele tocou meu pé com algo gelado.
-Sente isto?
-Sim...
E fez mais alguns exames sensoriais.
-E então? - Edward indagou.
-Parece perfeitamente bem, ainda faremos exames mais acurados mais...
-É um milagre – a enfermeira disse .
E os dois a encararam.
-Por favor, Stacy, pode se retirar.
-Me desculpe, mas é o que todos comentam, é muito raro isto...
Carlisle lançou um outro olhar e a moça saiu do quarto. Do que estavam falando?

-Eu sempre soube que ela ia voltar – Edward comentou.
-Ninguém podia prever isto Edward. A ciência não consegue explicar.
-Por favor, podiam parar de falar como se eu não estivesse aqui? - pedi, nervosa.
E Edward se aproximou da cama de novo.
-Por favor, Edward, cadê a minha filha? Está tudo bem com ela de verdade?
-Sim, Renesmee está bem e saudável
Eu respirei aliviada.
-Há quanto tempo estou aqui?
Eles se entreolharam.
-Semanas? - indaguei num fio de voz fazendo contas.
Porque se Renesmee já estava em casa, e ela fora um bebê prematuro, algum tempo devia ter se passado.
-Bella... - Carlisle começou – você estava em coma.
-Em coma?
-Sim.
-Por quanto tempo?
Edward me fitou gravemente.
-Bella, você ficou em coma 4 anos.

Eu pensei ter ouvido errado. Não. Eu realmente devia ter ouvido errado.
-O que disse? - indaguei num fio de voz.
Edward respirou fundo, o semblante grave, tenso.
-Você sofreu um acidente muito grave. E entrou em coma. Se passaram quatro anos, Bella.
-Quatro anos? Mas isto não pode ser... não pode... - eu tentava desesperadamente entender.
Eu não poderia ter ficado quatro anos fora do ar. Simplesmente não era possível.
Carlisle se aproximou da cama. Sua expressão comumente calma, estava tão tensa quanto a de Edward.
-Eu sei que será difícil de entender, Bella. Mas é a realidade. É difícil até para nós entendermos.
Eu olhava de um para outro, esperando que a qualquer momento eles fossem rir e dizer que era uma brincadeira.
Mas eles continuavam sérios e preocupados. Meu coração afundou no peito e minhas veias gelaram enquanto começava a processar a verdade. Eu tinha sofrido um acidente e ficado em coma durante quatro anos.
Quatro longos anos se passaram.
Eu perdi quatro anos da minha vida. Quatro anos da vida da minha filha.
Uma filha que eu nem sequer conhecia. Que agora era um ser irreal para mim. Uma ideia abstrata.
E ela não era mais o bebê que eu imaginara tantas vezes.
Era uma criança de 4 anos.
-Não pode ser... - murmurei tentando respirar, mas o ar se negava a sair dos meus pulmões, minha garganta se fechando alarmantemente – não pode ser... quatro anos... eu perdi quatro anos...
As lágrimas rolavam do meu rosto enquanto a dor e o desespero daquela realidade ia tomando minha mente.
Não era justo. Não era...
-Bella, fique calma – Edward segurou minha mão.
-Você não entende? - gritei – Eu perdi quatro anos da minha vida! Quatro anos da vida de Renesmee! Quatro anos da sua vida...
Ia ficando pior a cada momento.

-Não fique agitada Bella. Você está aqui agora, é o que importa...Você vai se recuperar... - Edward falava estas palavras para mim, mas nada, nada era capaz de amenizar a minha dor.
Eu tinha quatro anos de vazio para ser preenchido. Eu não tinha nada.
A dor no meu braço foi rápida e eu vi Carlisle com a seringa na mão antes de meus olhos se fecharem de novo. E eu mergulhei na escuridão.

Eu não sei quanto tempo passei desacordada desta vez. Mas quando abri os olhos eu sabia que estava numa nova realidade.
E isto doeu.
Meus olhos passaram pelo quarto, e eu vi Edward sentado numa poltrona.
Meus olhos viam outras coisas agora que sabiam que não era mais o Edward de 18 anos que eu contemplava.
Não havia muitas diferenças. Talvez sua postura estivesse mais madura. Seu cabelo cor de areia um pouco mais curto. E eu me perguntei que outras mudanças teriam se operado nele nestes quatro anos.
Quatro anos era tempo demais.
-Bella?
Edward estava do meu lado em um instante e eu me permiti observá-lo.
Ele tinha a barba por fazer e os olhos injetados como se não dormisse há algum tempo.
-Quantas horas passei desacordada desta vez?
-Não se preocupe, não se passaram mais 4 anos.
Não havia humor em seu tom. E nem no meu sorriso.
-Como está se sentindo?
-Como se tivesse sido dopada.
-Nos desculpe por isto. Mas estava muito agitada. Carlisle teve que medicá-la. Está desacordada há umas cinco horas.
-Cinco horas não é nada para quem ficou dormindo quatro anos, não é?
-Não.
De repente eu estava com medo.
Medo do desconhecido. Do tempo que correra para todos menos para mim.
-Edward... - eu limpei minha garganta. - O que aconteceu nestes quatro anos? - indaguei cheia de angústia.
Mas antes que ele pudesse me responder, a porta do quarto se abriu e eu vi os Cullens entrando.

Foi estranho.
Alice entrou primeiro e eu reparei em seus cabelos um pouco mais cumpridos e se antes ela já era bem vestida agora parecia saída de uma revista de moda.
-Bella, nem acredito que acordou – murmurou se aproximando e me abraçando sem cerimônia.
-Alice... - murmurei meio perdida. Pra mim fazia apenas uns 2 meses que eu não a via.
Esme foi a próxima que eu vi. Ainda parecendo a mesma, apenas com algumas mudanças sutis.
-Bella, querida, estamos tão felizes que esteja entre nós de novo. É um verdadeiro milagre – seu sorriso parecia sincero, mas eu podia ver que havia algum pesar em seu olhar.
-E aí cunhada, pronta pra outra? - Emmett deu um oi com a mão, estava vestindo terno e gravata e parecia meio amarrotado, como se tivesse acabado de chegar de uma viagem.
Jasper apenas sorria ao lado de Alice, que agora segurava seu braço.
E Rosalie ficou perto da porta. Seu rosto era sério e mantinha uma postura reservada.
-Oi Bella – falou com uma voz tensa.
O que era estranho. Rosalie sempre falava comigo com escárnio. Esta Rose, parecia mais séria e distante.
Talvez fosse a idade, não é?
Todos crescem e amadurecem um dia. E eu teria que aprender a conhecer as novas nuances das personalidades destas pessoas.
Não me parecia muito encorajador. Há quatro anos eu já não me sentia bem vinda com os Cullens.
Agora talvez fosse pior ainda. Mas então eu comecei a me sentir ansiosa.
Faltava alguém ali. Na verdade a única que interessava.
-Cadê Renesmee?

Eles se entreolharam, e eu podia sentir a tensão passando por eles.
E isto me deixou tensa também.
-Onde está Renesmee? – insisti.
Eu precisava desesperadamente conhecer minha filha.
-Bella, não achamos... - Edward parecia estar escolhendo as palavras – sensato trazê-la.
-Porque não? Ela é minha filha!
-Eu sei. Mas é só uma criança, Bella.
Então eu entendi.
Obviamente eles não queriam colocar Renesmee na minha presença.  Uma mãe que ela não conhecia.
Uma estranha. Isto doeu em mim
Mas eu entendia. Eu já tinha um instinto de proteção crescendo dentro de mim.
-Claro... - murmurei, engolindo o nó na minha garganta.
Esme se aproximou. -Bella, sabemos o quanto tudo isto esta sendo estranho para você, mas tudo ficará bem, vai ver. Estamos aqui para ajudá-la no que for preciso. Trate de se cuidar, ficar boa e voltar para casa. Eu garanto que sua filha está muito bem cuidada.
-Obrigada, Esme.
-Agora acho melhor irem embora. - Edward falou e todos concordaram e um a um saíram do quarto.
Eu encarei Edward.
-Não parece tudo muito diferente.
Ele passou a mão pelo cabelo, com um sorriso tenso.
-Algumas coisas sim, outras não...
Eu quis perguntar tudo.
O que tinha mudado?
Mas Carlisle entrou no quarto seguido de uma enfermeira.
-Acho melhor também ir embora Edward.
-Eu não...
-Bella estará aqui quando voltar amanhã. Já é tarde e está aqui há bastante tempo.
Edward me encarou.
-Não acho certo deixar você aqui.
-Vá, Edward. Você parece bem cansado mesmo. Eu não vou a lugar algum – disse tentando fazer humor. Mas Edward não parecia de bom humor.
-Sim, Bella tem razão. - Carlisle insistiu e Edward sacudiu a cabeça afirmativamente.
-Eu voltarei amanhã. Me ligarão se precisar de algo?
-Tudo bem.
E ele saiu do quarto. Assim, sem nenhum contato. Um toque. Nada.

Eu senti um vazio por dentro, minha mente voltando imediatamente a briga feia que tivemos.
E lembrar disto me deixou ainda mais angustiada.
Edward me acusando de querer ficar com Jacob. Jogando minhas coisas dentro da mala e me mandado embora.
Fechei os olhos com força. Mas se passaram quatro anos – minhas consciência gritou.
E talvez estes não fossem mais os problemas de Edward.
Mas de alguma forma ainda eram os meus.
-Bella. Como se sente? – Carlisle perguntou me examinando.
Eu dei de ombros.
-Tirando que eu não faço ideia do que está acontecendo a minha volta, estou bem.
Ele sorriu solidário.
-Eu sei que emocionalmente deve estar abalada. Estou perguntando fisicamente.
-Não sinto nada demais.
-Certo – ele parou o exame – já anoiteceu e eu também estou indo embora. Amanhã faremos uma bateria de exames para ter certeza se está tudo realmente bem com você.
-E ai eu poderei ir embora? - indaguei ansiosa.
-Veremos – ele respondeu com cuidado.
Depois que ele saiu do quarto uma enfermeira entrou e perguntou se eu queria alguma coisa.
-Eu posso tomar um banho? Me levantar daqui?
Ela sorriu.
-Claro que sim - me ajudou a me levantar e tomar um banho foi reconfortante.
Ela ficou comigo o tempo inteiro embora eu confirmasse que estava me sentindo bem.
-Nós nunca vimos algo assim – disse enquanto me ajudava a por a camisola do hospital – acordar de coma perfeitamente bem depois de quatro anos...
-Eu imagino.
Ela me ajudou a me deitar e eu notei um vaso com frésias ao lado da cama.
-Frésias?
A enfermeira sorriu.

-Tem sempre frésias no seu quarto.
Eu podia imaginar quem as deixava ai, mas perguntei mesmo assim.
-O senhor Edward Cullen trás toda às vezes quando vem visitá-la.
-Com que frequência ele vêm? – perguntei.
-Todas as semanas.
Todas as semanas. Bem, não era todos os dias.
Mas também não era uma vez por ano. Havia algum conforto nisto.
Depois que ela me deixou sozinha, eu demorei a dormir, e me recusei a tomar alguma droga para dormir.
E minha mente ficou girando. O que teria acontecido em quatro anos?
Me lembrei de todos que rodeavam minha vida. Meu pai, minha mãe, meus amigos.
Jacob. O que será que tinha acontecido com Jacob?
Senti uma pontada de culpa ao me lembrar de nossa última conversa. De como ele dissera que ainda era apaixonado por mim.
Mas agora depois de quatro anos provavelmente ele nem se lembraria disto. O tempo cura tudo.
Até uma paixão não correspondida. E Edward?
O que Edward sentia agora? O que ele tinha feito em quatro anos?
Eu senti um medo me gelando por dentro.
Quatro anos era tempo demais pra qualquer pessoa ficar sozinha.
Será que o rico, lindo e perfeito Edward Cullen tinha ficado?
Eu tinha medo de saber a resposta.

Logo cedo eu acordei para ver Charlie e Renée no meu quarto. Eles pareciam aliviados e emocionados.
-Filha, eu vim assim que me avisaram. - Renée falou me abraçando e chorando – Nem acredito que esta de volta!
-Sim mãe – era esquisito vê-la daquele jeito.
Porque eu não sentia que todo este tempo tinha passado. Mas podia imaginar como tinha sido para os meus pais.
-Bells! - Charlie me abraçou, mais contido, mas também emocionado – É um milagre!
Eu revirei os olhos.
-Pois é.
-Como se sente? Está bem de verdade? Porque é tudo tão...
Eles começaram a me atolar de perguntas. Sendo que era eu que queria fazer as perguntas a eles.
-Sim, sim, eu me sinto bem. Mas ainda é muito estranho saber que se passaram quatro anos. É horrível na verdade.
-Oh, querida, sinto muito – Renée passou a mão por meus cabelos – sei como deve ser. Mas o importante é que está aqui agora. Nós nem tínhamos mais esperança.
-Não? – murmurei.
Charlie segurou minha mão.
-Foram quatro anos, Bells. É muito raro pessoas voltarem de um coma assim.
-Eu sei. E Renesmee? - perguntei ansiosa – Como ela é? Os Cullens estiveram aqui, mas nem deu tempo de...
-Ela é a criança mais linda do mundo. – Charlie respondeu – Até mais bonita que você Bella, me desculpe.
Eu ri, com uma imensa vontade de chorar. Todos conheciam Renesmee. Menos eu. Carlisle entrou no quarto.
-Pronta para os exames Bella?
-Mas meus pais acabaram de chegar.
-Tenho certeza que eles entendem.
-Claro, claro – Charlie falou - vá fazer os exames. Nós vamos esperar.

Eu passei praticamente a manhã inteira fazendo exames e quando voltei ao quarto Renée e Charlie estavam lá. E agora Edward estava com eles.
-E aí? - Charlie indagou para Carlisle.
-Parece tudo perfeitamente bem, mas ainda precisa sair os resultados de alguns.
-Isto é muito bom – Renée falou animada.
De repente o celular dela ligou e ela se afastou para atender.
-Já que está tudo bem, eu preciso voltar a delegacia Bells – Charlie falou.
-Claro pai. Tenho certeza que vou sair daqui logo.
-Espero que sim.
Ele beijou minha testa e se despediu, saindo do quarto.
Renée desligou o celular.
-Me desculpem, é o Phill. O James parece que está doente.
-Quem é James?
Renée pareceu atordoada.
-Sua mãe adotou uma criança na Europa, Bella – foi Edward quem respondeu.
-Europa?
-Eu e Phill estamos morando lá agora. Há 2 anos. Ele está jogando num time de lá.
-E vocês adotaram um filho? - eu de repente me senti meio enciumada. O que era ridículo.
-Sim, você vai gostar dele. Tem 8 anos. Mas está doente, e viajei tão correndo...
-Nossa, é uma surpresa.
-E agora ele está doente, fico tão preocupada...
-Mãe, se você quiser voltar. Não tem problema.
-Mas de jeito nenhum. Não posso deixá-la agora que finalmente voltou para nós.
-Eu estou bem mamãe. E sabe que nem sinto que passou tanto tempo. E agora tem James, não é? Acho melhor voltar e cuidar dele.
-Tem certeza?
-Claro que sim.
Ela sorriu.
-Ah, você vai adorá-lo. Voltaremos assim que terminar a temporada. E você vai conhecê-lo, é um garoto tão esperto.
-Tenho certeza que é.
Renée se despediu prometendo ligar assim que chegasse em casa e se foi.
Eu encarei Edward.
-Uau. Por esta eu não esperava.
-Deve ser difícil pra você.
-Difícil? É como levar um murro no estômago a cada novidade e olha que nem sei de muitas ainda.
-Com o tempo se acostuma com tudo.
-Será? - indaguei num fio de voz.
Me perguntando se teria que me acostumar com algo em relação a Edward.

-Obrigada pelas frésias – disse e ele sorriu dando de ombros.
-Como sabe que fui eu?
-A enfermeira me disse. Mas claro que eu já sabia. Apenas você tem esta ideia de frésias comigo. E ela me disse que... Que vinha aqui uma vez por semana.
-Sim, eu vinha.
-Onde estava... o resto do tempo? - eu me sentia meio idiota por estar perguntando. Mas eu precisava.
-Na faculdade. Em Hanover.
-Continuou a faculdade? - Então ele seguira sua vida normalmente, afinal. Pelo menos naquele aspecto – E se você estava em Hanover... Onde estava Renesmee? Ela foi com você?
-Não, Renesmee permaneceu o tempo inteiro em Forks.
-E quem cuidava dela? Quem estava criando Renesmee?
-Rosalie.
-Rosalie? - eu não consegui atinar por um instante o que Edward estava dizendo. Simplesmente não fazia sentido – Rosalie, sua irmã?
-Sim.
-Rosalie também estava em Dartmouth!
-Rosalie largou a faculdade assim que ela nasceu e você... enfim. Você não estava lá.
Eu não podia acreditar.
Rosalie fora quem cuidara de Renesmee? Rosalie que me detestava? Que parecia ter nojo da minha gravidez?
Simplesmente não era possível que Edward tenha deixado a nossa filha com aquela garota insuportável.
-Como você pôde Edward? - exclamei exasperada – Rosalie me odeia!
-As coisas não são assim Bella...
-E como são? Ela sempre me odiou! Ela mal suportava minha gravidez, vivia falando mal disto, meu Deus, e minha filha está com ela o tempo inteiro! Eu não posse acreditar que tenha permitido isto!
-Bella, muita coisa mudou...
-O que mudou? Porque não foi você que cuidou da nossa filha? Porque não largou a faculdade? Era nossa filha! Será que não se importava? Será que voltar para Dartmouth era mais importante? Você largou Renesmee com a louca da sua irmã e foi embora!
-Bella, se acalma, não precisa ficar nervosa assim...
-Eu tenho todo direito de estar nervosa! Eu estou apavorada só de pensar em Renesmee com Rosalie!
-Rosalie cuida muito bem de Renesmee.
-Isto eu quero ver com meus próprios olhos!

-Ei, vocês – a discussão foi interrompida quando Alice entrou no quarto carregando duas sacolas.
Quatro anos podiam ter passado, mas Alice continuava aparecendo quando menos era chamada.
E eu podia bem imaginar o que tinha naquela sacolas. Ela olhou de um para outro e parou de sorrir
-Oh, interrompi algo?
-Como sempre, não é Alice? – respondi azeda e ela riu.
-Está com seu sarcasmo habitual, bom saber que isto não mudou! Olha o que eu trouxe para você? Muitas roupas maravilhosas!
Eu revirei os olhos.
-Roupas não são minha prioridade no momento.
-Mas deveriam ser. Este tom de verde hospital não lhe cai bem!
-Alice, por favor – falei exasperada – estou tendo uma conversa séria com o Edward.
-Na verdade eu preciso ir embora – Edward disse.
-Esta fugindo? - indaguei friamente.
-Eu sei que temos que conversar Bella, mas está muito nervosa. Acho que a companhia de Alice lhe fará bem. Voltarei amanhã.
E sem falar mais nada ele se afastou.
Eu quis levantar da cama e segui-lo. E exigir algumas respostas.
Mas do que adiantaria?
Quatro anos seguiram seu curso sem mim e eu estava aprendendo aquela realidade de forma mais dura possível.
-Não fique assim, Bella. Tudo vai se ajeitar. Vai ver – Alice falou solidária.
-Vocês não fazem ideia do que estou passando.
-Eu posso imaginar.
-Eu duvido – falei amarga.
-Nós também passamos por poucas e boas Bella. - murmurou – Quando acharam seu carro.. Achamos que nem ia sobreviver, Muito menos... Renesmee.
Eu mordi os lábios com força.
-Porque não... Desligaram os aparelhos? Minha mãe disse que todos achavam que nunca ia voltar.
-Não tinha como ter certeza. Esta hipótese, desligar tudo, era levantada de tempos em tempos. Edward nunca deixou acontecer.
-Edward... voltou para a faculdade. Acha que ele se importava? - indaguei irônica.
-Ele se culpava. – Alice falou num fio de voz – Porque vocês tinham brigado, não é? Ele sempre achou que a culpa era dele
Então era isto. Edward passara o tempo inteiro consumido pela culpa.

-E voltar para Dartmouth. Acho que foi uma maneira de seguir adiante.
-Mas e Renesmee? Era filha dele! Precisava dele! E ele a deixou com Rosalie. Não posso acreditar que Rosalie cuide de Renesmee.
Alice sorriu.
-Eu tenho minhas teorias Bella. Mas acho que não cabe a mim dividi-las com você, tem coisas que tem que descobrir sozinha.
Eu engoli o nó na garganta.
O que ela queria dizer?
-Enfim – ela respirou fundo pegando uma sacola – trouxe várias coisas ótimas pra você! E sabe da novidade? São todas da minha grife!
-Sua?
-Sim! Eu tenho um Maison agora! Tenho uma loja em Port Angeles, onde fico mais, mas também tenho lojas em outras cidades importantes.
-Que bom, Alice. Fico feliz por você.
-E olha isto aqui – ela mostrou a mão onde um diamante brilhava.
-Vai se casar?
-Sim! Eu e Jasper vamos nos casar! Estava apenas esperando terminar a faculdade o que aconteceu há poucas semanas apenas e fico tão feliz que você vai estar aqui! Será minha dama de honra!
E ela começou a discorrer sobre todos seus planos de casamento, até que olhou no relógio.
-Preciso ir! Ainda tenho que escolher as músicas! Está sendo um suplício!
-Tudo bem.
Ela deu tchau na porta, o diamante brilhando no dedo e eu olhei para minha própria mão.
Minha aliança ainda estava ali. Assim como meu anel de noivado.
Ela estava ali por pura comodidade ou porque meu casamento ainda existia?
Não conseguia esquecer que Edward tinha desistido. Que tinha pedido para eu ir embora.
Será que era por isto que ele parecia tão frio agora? Por isto não se sentira com nenhuma obrigação de permanecer em Forks? Nem mesmo por Renesmee?
Talvez eu ter acordado tenha apenas servido para ele ver que tudo tinha realmente acabado.
Tentei não sofrer. Era impossível. Era como uma mão apertando meu coração eu achava difícil até respirar . Mas não ia pensar nisto agora.
Eu estava viva, afinal. Um milagre me fora concedido.
Talvez tudo estivesse perdido com Edward. Mas eu ainda tinha Renesmee.
Era para ela que eu tinha que viver agora

Não me interessava que todos garantissem que Rosalie cuidava bem dela.
Ela era minha filha.

No dia seguinte, quando Edward entrou no quarto, ele parou aturdido ao me ver em pé.
Eu vestia uma das roupas de Alice.
Um vestido de c croche cinza. E a enfermeira tinha me ajudado a pentear meus cabelos.
Eu esperava estar apresentável.
Não para Edward. Embora algo tenha passado por minha espinha ao vê-lo me medir, até que os olhos verdes dourados parassem no meu rosto com uma pergunta muda.
Eu tinha que estar apresentável para ir embora.
E encontraria Renesmee finalmente.
-Quero ir para casa. Quero ver Renesmee

Continua....

Um comentário: