25 maio 2011

CONSEQUENCE - CAPÍTULO 23

Bella está descobrindo seu vício! Mas vamos e venhamos...Quem não se viciaria em Edward Cullen? Ótima leitura!

Classificação: Maiores de 18 anos 
Autora: Juliana 
Avisos: Sexo

Capítulo 23

Eu nunca fora viciada em nada. Mas estava ficando desconfiada que estava viciando em Edward Cullen.

Só isto explicava passar o caminho inteiro praticamente em taquicardia, meu pulso acelerado e minha mente sem conseguir se concentrar em nada que não fosse o que ele faria comigo quando chegássemos.

A antecipação era doce. 

E quente. E foi até um balsamo quando chegamos e eu senti a garoa fina de Forks no meu rosto, antes de entrarmos.

Mesmo assim meu rosto ainda queimava. Eu desconfiava que meu corpo inteiro perigava entrar em combustão instantânea. Edward tirou o casaco e eu o encarei praticamente babando. Era quase constrangedor demais.

Mas estava além de qualquer preocupação com o bom senso no momento.

-Vou acender a lareira. Acho que vai esfriar durante a noite.

-Tá.. Eu vou... Subir...

Quase tropeçando eu subi para o quarto.

Talvez fosse uma ocasião para algumas roupas de Alice, pensei, tentando respirar normalmente.

Eu ficava vermelha apenas de tentar escolher uma delas e acabei optando por uma camisola de renda preta e curta. Me olhei no espelho me sentindo nua.

-Acho que nua seria menos embaraçoso – sussurrei para mim mesmo.

-Bella? - Ouvi a voz de Edward me chamando e respirei fundo.

-Eu já vou – respondi.

Era meio absurdo da minha parte sentir vergonha nesta altura do campeonato.

Apagando a luz do Closet eu fui para o quarto. E nem sei o que eu senti ao ver o queixo de Edward cair ao me ver.

Ele estava sentado na ponta da cama e tinha acabado de tirar a camisa.

-Você está...

O quarto estava na meia luz e eu dei graças por isto, assim ele não me via corando.

-Exagerada? Coisas de Alice.

-Perfeita. – ele disse por fim – Vem aqui - eu obedeci e caminhei até ele, parando a sua frente, suas mãos envolveram minha cintura - e linda - continuou - e sexy – e sua mão pousou no meu rosto quente – e aposto que esta vermelha.

Eu ri.

-Nunca vesti uma coisa assim na minha vida.

-Nunca fez um monte de coisa na sua vida - ele disse, enquanto me puxava para a cama.



-Nem você.

Ele sorriu daquele jeito de lado, fazendo disparar ainda mais meu coração, suas mãos passeando pela lateral do meu corpo, por cima da renda, chegando a minha perna e passando por seu quadril.

-Eu quero fazer com você – ele disse e me beijou.

Eu gemi, passando os braços em volta de sua nuca, os dedos castigando seus cabelos, até que ele me encarasse ofegante.

-Eu gostei mesmo desta roupa, mas quero tirá-la de você.

-Só se você tirar as suas.

Ele sorriu e me beijou de leve, os lábios prendendo meu lábio inferior.

-Parece justo.

E eu engoli em seco, vendo-o se despir na minha frente.

Era tão perfeito. Tão bonito.

-Você é lindo – sussurrei, enquanto ele deitava ao meu lado e retirava a camisola de renda.

E adorei o seu olhar sobre mim.

-Você também é, senhora Cullen.

E o Senhora Cullen em seus lábios me pareceu suficientemente íntimo no momento, enquanto suas mãos estavam em mim novamente e eu suspirei, enfraquecida, sua boca percorrendo meu rosto, minha testa, minhas pálpebras, meu queixo, descendo por meu pescoço, de novo meus lábios. E eu mantinha meus olhos abertos, gostando de ver o que ele estava fazendo.

-Quero saber o que quer – ele sussurrou entre beijos úmidos.

-O que?

-O que você gosta?

-Eu não sei... - murmurei confusa.

-Então vamos descobrir. - seus lábios deslizaram por meus seios e eu arfei ao sentir o hálito quente arrepiando em minha pele - Quero saber tudo sobre você... - ele sussurrava enquanto descia, a língua circundando meu umbigo - Tudo o que excita você..

-Oh Deus – eu finalmente fechei os olhos, enterrando a cabeça no travesseiro, ao senti-lo descer ainda mais e tocar a junção das minhas pernas com os lábios. E eu acho que morri neste momento.


Era simplesmente chocante demais, desnorteante demais. Delicioso demais. Eu gemi, perdida em sensações que arrepiavam toda minha pele e percorriam minhas veias como fogo líquido, se concentrando onde Edward tocava. Meus dedos se prenderam no lençol e eu lutei para respirar, arquejando, o prazer sendo construído dentro de mim, irradiando calor por todos meus poros e me deixando trêmula e fraca. A tensão crescendo conforme ele aumentava a pressão da língua e eu simplesmente não conseguia mais pensar, a não ser em como era possível sentir cada célula do corpo gritar, tudo se concentrando naquele pequeno ponto, pulsando dentro de mim, até arrebentar e explodir em mil sensações diferentes, sentidas em todo meu corpo e eu acho que gritei seu nome, praticamente desfalecendo de prazer.


Eu abri os olhos para encontrá-lo ao meu lado novamente, aquele sorriso de lado nos lábios e eu o encarei, ofegante e surpresa.

-Você já tinha feito isto antes?

-Não.

-Acho que detesto dizer isto, mas você é muito bom.

Ele riu e me beijou.

-Fico feliz que eu seja bom, em estar com você, isto é  novo para mim também.

-Não devia se surpreender, você é bom em tudo. – murmurei, beijando seu queixo, minhas mãos deslizando por seu peito e Edward ofegou. Eu gostei do som. Gostei de saber que era eu que fazia aquilo com ele. - Quero tocar em você – sussurrei contra seus lábios, mordendo-os levemente – quero saber tudo sobre você também

Ele gemeu e eu enterrei meu rosto em seu ombro, absorvendo o cheiro delicioso de sua pele, me maravilhando com a familiaridade de sua nudez, enquanto deixava meus dedos curiosos percorrerem suas costas fortes, sentindo os músculos leves ondulando sob meu toque, deslizando pelo peito com alguns poucos pelos, seu estômago e descendo pela barriga, até tocar sua ereção. 

Mas Edward segurou minha mão, levando meus pulsos para cima.

-Fiz algo errado? - indaguei insegura e ele riu.

-Não, absolutamente certo. - e ele beijou meus lábios, fazendo um caminho até meu ouvido - Mas eu quero estar dentro de você - e ele me beijou com força, deslizando para o meio das minhas pernas e eu estava tão excitada quanto ele novamente e adorei senti-lo dentro de mim se movendo rápido e preciso, num movimento que era só nosso, como duas peças perdidas de um mesmo ser. E de novo eu estava estremecendo com ele de puro prazer.


Em algum momento eu dormi para acordar de manhã, sentindo seus braços a minha volta e a respiração compassada nos meus cabelos.

Por alguns instantes não me mexi. Podia ouvir a chuva caindo lá fora. Provavelmente estava frio, mas aqui ainda estava deliciosamente quente, com o corpo morno de Edward grudado no meu.

Eu podia me acostumar com aquilo. 

-Vai vomitar?- ouvi sua voz abafada atrás de mim e ri, seus dedos agora acariciavam minha barriga, fazia cócegas.

Me virei o encarando. Seus cabelos estavam bagunçados e os olhos pesados de sono.

-Acho que não - respondi.

-Bom.

Ele se ajeitou mais perto de mim, a perna passando por cima da minha.

-Acho que já é tarde - murmurei, mas sem a menor vontade de me mexer.

-Está chovendo - Edward respondeu, fechando os olhos.

-Isto quer dizer que não vamos levantar?

-Para que?

Sim, para que?

Era quase uma heresia deixar as cobertas quentes para enfrentar o frio e a chuva de Forks. Pensei que nem sentiria falta do sol, se tivesse Edward sempre pra me aquecer. E eu suspirei, relaxando meu corpo e fechando os olhos.

Mas meu estômago tinha outras ideias. E Edward soltou uma risada ao ouvi-lo roncar.

-Acho que encontramos um motivo para levantar. 

E eu ri também.

-Eu queria mesmo não precisar comer, porque acho que não consigo mexer nem um músculo do meu corpo.

-Acho que posso dar um jeito nisto - e eu gritei quando ele me pegou no colo, me colocando no chão apenas quando estávamos dentro do box.

-Não faça isto - pedi, mas ele riu e ligou o chuveiro.

Eu soltei um grito sem ar de susto, mas pelo menos a água estava quente.

-Acordou? - perguntou e eu fiz uma careta.

-Isto não foi justo. – reclamei, mas ele já me abraçava, sob o jato quente e qualquer reclamação sumiu da minha mente como num passe de mágica – Nunca fiz isto também – murmurei passando meus braços em volta do seu pescoço colando nossos corpos molhados.

-Nem eu – e me beijou de uma forma que devia ser proibida.


E eu pensei que gostava disto. Gostava de fazer tudo com Edward. De descobrir meus limites. Ou a falta deles, neste caso... Mas então ele já estava me erguendo com facilidade e deslizando para dentro de mim, nossos corpos escorregadios e úmidos se unindo sem esforço e qualquer pensamento coerente desapareceu feito fumaça da minha mente.


E acabou que demorou um tempo para finalmente tomarmos café e Edward fez ovos para mim e eu devorei.

O que era estranho, já que eu não gostava de ovos daquele jeito.

-Sabe o que é engraçado, é que eu não gosto de ovos – comentei.

Ele franziu a testa.

-E por que está comendo?

-Porque agora eu gosto. Será que é coisa da gravidez?

-Deve ser.

-Me sinto esquisita às vezes. É tão... surreal ainda.

-É assim pra mim também

-Pelo menos ainda temos muitos meses pra nos acostumar – falei e de repente senti uma vontade imensa de mudar de assunto. 

Uma coisa de cada vez. Eu mal estava me acostumando com Edward na minha vida.

Era um pouco demais ainda ter que pensar em um bebê. Eu senti um arrepio de medo só de pensar em tudo no que isto implicava.

-O que foi? - Edward indagou, provavelmente notando minha tensão.

Eu me obriguei a sorrir.

-Seria abusar de você pedir para fazer mais?

Ele sorriu e se inclinou, beijando a ponta do meu nariz.

-Pode abusar de mim o quanto quiser – disse antes de se afastar.

Eu ri, mordendo os lábios.

Será possível que eu nunca me cansaria disto?

Nunca me cansaria dele?

Não fazia nem uma hora que estivemos juntos sob o chuveiro.

E eu fiquei vermelha só de lembrar. Na verdade eu nem tinha certeza que fazer aquilo sob o chuveiro era possível. Mas era. E eu me perguntava onde mais seria possível...

-O que está pensando?- Edward indagou me lançando um olhar  sobre seus ombros enquanto fritava os ovos.

-Em abusar de você – eu nem acreditava que estava dizendo aquelas palavras.

Talvez meu rosto pegasse fogo, mas Edward riu.

Aquele riso delicioso que me arrepiava. Como se eu precisasse de mais algum incentivo.


Ele terminou e jogou os ovos no prato a minha frente

-Uma coisa de cada vez – disse, pegando o garfo e colocou um pedaço de ovo na minha boca.

-Eu posso fazer isto sozinha – falei de boca cheia e ele sorriu.

-Gosto de alimentar você.

Ok, eu poderia dizer que nunca tinha pensado em comer como sendo algo sexy.

Mas era Edward que estava colocando comida na minha boca e olhando pra mim como se eu fosse de comer.

E de repente a minha fome foi substituída por outra.

E quando finalmente acabei de comer ele me puxou para seu colo.

-Pode começar o abuso.

Eu ri, passando os braços por seus ombros.

-Eu vou adorar isto.

E no minuto seguinte, ele me pegava no colo e numa velocidade incrível me levava para o quarto.


Eu nunca pensei que gostaria do frio e chuva de Forks. Mas eu gostava. Muito.

Porque era uma desculpa perfeita para eu passar dias trancada em casa.

Com Edward.

E era fácil perder a noção das horas, dos dias.

Eu vivia para estar com ele.

E nunca era demais. Nunca me cansava de sentir suas mãos em mim, por toda parte, me excitando ou apenas me acariciando devagar, apenas pra eu dormir. Ou seus lábios sobre os meus, ou deslizando por meu corpo, sua voz perfeita em meu ouvido e seu riso rouco. E eu adorava rir com ele. De qualquer coisa, de qualquer motivo. 

Ou simplesmente ficar olhando enquanto ele dormia, perdida em sua perfeição.

Ele acordava para sorrir pra mim,  me puxar, e novamente estávamos perdidos  um no outro.

A vergonha que eu sentia no começo foi sendo substituída pela vontade de saber tudo o que poderíamos fazer um com o outro e cada descoberta era melhor que a outra.

Sinceramente eu me perguntava se ia chegar a hora em que eu teria vontade de parar.

Era viciante. Intoxicante.

Eu respirava Edward Cullen.

-Acha que sua família vai achar ruim se não formos almoçar com eles? - indaguei numa manhã de domingo, talvez fizesse uma semana que estávamos isolados naquele chalé.

A chuva tinha dado uma trégua. Mas nem me importava mais com isto. O tempo lá fora não me interessava.


Edward riu, estava deitado sobre mim, a cabeça aninhada em meu peito e meus dedos brincavam com seus cabelos. E eu estremeci ao sentir seu hálito quente em meus seios.

-Não precisamos ir, se não quiser. 

Pensei em encarar Rosalie novamente ou as piadas idiotas de Emmett. Ou Alice criticando minhas roupas.

Não era nada encorajador.

Mas acho que já estava ficando estranho demais aquele isolamento nosso.

De qualquer maneira não poderíamos passar o resto da vida ali, escondidos do mundo.

E era a família dele. Teria que me acostumar com eles afinal.

-Não, tudo bem. Vamos sim. - falei, mas não fiz menção de me mexer.

Edward apoiou as mãos na cama e me encarou.

-Eles vão gostar de você, Bella. Está comigo agora.

Eu revirei os olhos.

-Não estou preocupada com isto – menti.

-Sei como sua mente absurda funciona.

Eu fiz cara feia.

-Não sou absurda e nem tenho medo da sua família.

Ele riu e me beijou de leve se levantando.

-Então melhor nos vestirmos. 

Eu me sentei, passando a mão pelos cabelos desalinhados.

Colocar roupas também era algo que não se usava naquele chalé. 

-Vamos encarar os Cullens – falei com falsa animação, indo para o closet de Alice.


-Nossa, ainda estão vivos! - Rosalie falou, lixando a unha ao nos ver.

Todos os Cullens estavam reunidos na sala de estar. Emmett e Jasper viam um jogo.

E Alice folheava uma revista de moda, levantou o olhar e me mediu.

-Ainda tenho esperanças – murmurou, voltando a atenção para a revista.

Emmett me encarou.

-E aí, a casa ainda está inteira? Achei que teríamos que chamar os bombeiros pra tirarem vocês de lá de dentro.

Eu fiquei vermelha feito pimentão.

-Não começa, Emmett – Edward falou e se virou para mim – não liga pra ele, é um idiota.

-Eu não ligo – menti.

Esme entrou na sala e nos encarou com um sorriso.

-Que bom que vieram. Vamos comer?

Nós fomos para a sala de jantar e Carlisle já estava por lá.

-Como se sente Bella?

-Estou bem.

-Precisa voltar pra outra consulta no próximo mês, não esqueça.


-Ela não vai esquecer – Edward falou por mim e eu rolei os olhos.

-Bella, depois do almoço pode ir comigo até meu quarto? - Alice perguntou – Quero te mostrar umas coisas que comprei.

-Espero que não seja pra mim – falei alarmada.

Ela riu.

-Não, não é. Garanto.

-Ela queria ir lá no chalé e a Esme não deixou – Rosalie falou com um risinho.

-Claro que não. Não queríamos perturbar – Esme respondeu e eu sentia meu rosto ficando vermelho.

De repente um celular tocou. Rosalie atendeu. Carlisle resmungou uma imprecação sobre falta de educação e Esme o acalmou.

-Oi Tânia! - Rosalie falou sorrindo.

Foi o que bastou para meu apetite desaparecer.

-Por aqui tudo bem...E aí, como está? Comprou aquele vestido na sua passagem por Nova York?

-Rose, desliga o celular – Carlisle pediu e ela fez cara feia – Agora – ele insistiu e ela resmungou uma despedida de Tânia e desligou.

-Mandam desligar só porque é a Tânia não é? Se fosse outra amiga...

-Chega, Rose – Esme pediu firmemente. 

-Não, eu já estou cansada! - explodiu – Tânia é minha amiga de anos. Nossa amiga. Amiga de todo mundo aqui e agora é “persona non grata” porque Edward engravidou a Bella e...

-Cala a boca, Rosalie – Edward falou com uma fúria controlada – sou eu que já estou cansado de suas provocações! Se está achando ruim porque não foi embora com a Tânia?

-Ah! Que absurdo!- Rosalie exclamou.

-Parem agora vocês dois! - Carlisle pediu firmemente – Não quero mais saber deste tipo de discussão. Entenderam?

Os dois resmungaram um sim. Eu engoli em seco, me sentindo culpada. Rosalie tinha uma certa razão.

Eu era a intrusa. Tânia sempre fizera parte da vida deles. 

E agora não poderia fazer mais como antes.

-Perdi a fome – Rose resmungou e saiu da mesa minutos depois – vou dar um volta de carro. Vamos Emmett – ordenou, não pediu, e ele se levantou a acompanhando.

-Perdoe a Rose, Bella – Esme falou com um sorriso afável – ela é muito voluntariosa, mas não é má pessoa. Apenas realmente gosta da Tânia e fica preocupada com ela.


-Eu entendo – murmurei – eu realmente entendo. Tânia é amiga de vocês. Não precisam ficar pisando em ovos comigo por causa disto.

-Não queremos aborrecê-la.

-Não me aborrece.

Eu não consegui encarar Edward. Com medo de ver seu olhar.

Alice puxou minha mão assim que acabamos.

-Vamos subir para meu quarto!

Eu a acompanhei até lá e ela me fez sentar em sua cama pegando uma sacola.

-Não fique brava...

-Ah Deus, Alice, não! Eu nunca vou conseguir usar toda aquela roupa que está no closet. Preciso de pelo menos uns 200 anos de vida pra tudo aquilo acabar!

Ela riu.

-Já falei, não é pra você! - E ela tirou uma pequena peça de dentro da sacola – É para o bebê.

Eu arregalei os olhos, surpresa.

-Sei que está cedo, mas eu queria ser a primeira a dar um presente! 

Eu peguei a peça da sua mão. Era um macacão branco.

-É muito bonitinho, Alice.

-Ele terá estilo desde cedo. Cuidarei disto – ela disse piscando e eu ri.

-Tenho certeza disto...

Deus, era mesmo verdade não era?

Em alguns meses eu teria um bebê.

Não tinha como fugir daquilo. “Um passo de cada vez”. Me obriguei a pensar de novo, antes de entrar em pânico.

-Muito obrigada, Alice, é lindo – e guardei dentro da sacola de uma marca muito cara.

-Que bom que gostou. Estou pensando em comprar uns...

-Não! - eu a parei – Está cedo ainda Alice, sério.

-Está bem – ela concordou – mas tem que prometer que me deixará fazer o enxoval.

-Eu prometo.

-Então estamos combinadas. Eu me levantei e saí do quarto.

Indo procurar Edward.

Ele estava no seu quarto e mexia em alguns CDS.

-O que está fazendo aqui?


Ele deu de ombros, colocando um CD para tocar. Debussy.

-Vim pegar uns CDs para levar para o chalé. Preciso providenciar para levar estas coisas pra lá.

-Gosto de Debussy - disse, me lembrando da noite em que nos conhecemos.

Ele sorriu e estendeu a mão.

-Então dança comigo.

-Eu não danço.

-Claro que dança, esqueceu?

E me colocou sobre seus pés, deslizando pelo quarto.

E rimos feito crianças, até que de repente ele ficou sério.

-Desculpa pela explosão da Rosalie.

-Não tem que pedir desculpas. Ela tem um pouco de razão.

-Não tem não. 

-Esquece isto, Edward, eu já esqueci.

Ele pareceu que ia insistir por um momento, mas não continuou no assunto.

-O que Alice queria?

Eu dei de ombros.

Não estava afim de falar sobre roupas de bebê. Que levavam ao assunto bebê especificamente.

-Sabe como ela é, bobagens.

Ele riu e de repente estávamos sobre a cama.

-Sabe o que me lembra você aqui?

-O que?

-O dia em que fechou a porta e tirou a blusa.

Eu corei ao me lembrar.

-Até hoje nem sei como tive coragem.

-Gosto de quando fica corajosa.

-Ah é?

Eu rolei por cima dele, sentando em seu colo e mordendo os lábios.

-Desde aquele dia eu tenho uma pequena fantasia - Edward disse.

-Qual fantasia?

-Transar com você aqui.

Eu senti minha pulsação acelerar.

-Acho que hoje é seu dia de sorte - e levando a mão a minha blusa eu a tirei pela cabeça e depois retirei o sutiã. Os olhos de Edward vibraram em mim e me inclinei para beijá-lo, prendendo seu lábio inferior nos meus. Ele gemeu.

-Shi... não queremos ser interrompidos – falei contra sua boca, fazendo um caminho por seu queixo e mordiscando seu pescoço, meus dedos trabalhando rápido para tirar sua camisa. E deslizei a palma da minha mão por seu peito, meus lábios seguindo o mesmo caminho. Podia sentir o coração dele batendo rápido contra as costelas. Meu próprio coração também estava acelerado.

-Seu peito parece mármore – murmurei, meus lábios em seu estômago.

Edward riu.


-Eu ia achar ridículo isto vindo de outros lábios. Mas estes absurdos parecem lindas bobagens vindas de você.

Eu ri e me ocupei em tirar o resto de sua roupa e da minha.

E o encarei por um momento, antes de abaixar a cabeça e deslizar meus lábios pela ereção pulsante. E eu sabia como fazer. Sabia o que ele gostava, afinal tinha treinado muitas vezes na semana que passou.

E seus gemidos roucos eram como música em meu ouvido, meu nome em seus lábios era a perfeição

Excitá-lo me excitava e eu fiz o caminho contrário, beijado seu peito e me colocando em cima dele, até que estava dentro de mim e murmurei seu nome, abrindo os olhos e o fitando.

-Você é tão bonita – murmurou ofegando, os dedos nos meus lábios, deslizando para dentro da minha boca e eu gemi, perdida num prazer sufocante, ditando o ritmo de nossos corpos, em movimentos cadenciados, perfeitos. 

Nós éramos perfeitos juntos.

E eu fechei os olhos, sentindo que ia explodir e querendo segurar aquela sensação por mais um momento.

-Deixe acontecer – ele disse e eu gritei, jogando minha cabeça para trás enquanto os espasmos de puro prazer varriam meu corpo, até cair suada em cima dele.

-Isto foi... - eu tentei dizer ofegando e ele riu, os dedos no meu cabelo.

-Perfeito. Você é perfeita.

Eu o encarei.

-Não sou não.

-Perfeita e absurda.

Eu ri e ele me beijou devagar e depois eu deitei a cabeça em seu peito.

Acho que adormeci e acordei com Edward se vestindo.

-Melhor descermos, antes que minha família mande alguém aqui.

Eu me espreguicei.

-Dormi muito?

-Não, uma meia hora só.

Eu peguei as roupas e me vesti, passando a mão pelos cabelos.

-Apresentável? - indaguei e ele riu.

-Perfeitamente apresentável.

-Se o Emmet fazer alguma piadinha eu mandarei ele ir pro inferno. – disse, enquanto saíamos do quarto.


-Tem a minha permissão – Edward respondeu.

Quando chegamos na sala. Esme e Carlisle apenas estavam por lá.

-Cadê todo mundo? - Edward perguntou.

-Emmett e Rosalie ainda não voltaram e Alice e Jasper foram dar uma volta também.

Nós nos sentamos e eu me perguntei quanto tempo ainda teríamos que ficar ali. Não que Esme e Carlisle fossem pessoas desagradáveis, e os mais chatos da família tinham saído.

Mas eu ainda me sentia deslocada entre os Cullens.

-E então, Edward, já conseguimos achar uma casa em Hanover para vocês, espero que esteja preparado para a partida. 

Eu fiquei alerta.

-Dartmouth? - Falei – Estão falando da universidade?

Eu tinha me esquecido totalmente disto

-Sim, as aulas começam na próxima semana. - Carlisle respondeu.

-Mas eu...

-Bella, somente eu e meus irmãos iremos.

-Como é que é?

Claro que eu não tinha pensado em como seria agora. De certa forma eu já tinha desistido disto, ou deixado de pensar propositalmente. Afinal eu estava grávida.

Mas se Edward iria...

-Talvez eu também devesse ir – falei.

-Você não vai conseguir terminar o ano. - Edward respondeu - Depois que o bebê nascer nós conversamos sobre isto.

-Ah claro, o bebê nasce e quem vai cuidar? - respondi irônica.

Lá estava. 

Eu estava de novo me deparando com todo problema que ter engravidado causava.

De tudo o que tinha que perder. Não era justo.

-Nos daremos um jeito – Edward respondeu.

Mas eu sinceramente duvidava.

Eu não iria para a universidade.

Claro que eles tinham razão. Como é que eu iria continuar estudando quando a barriga crescesse? Ou quando o bebê nascesse.

Eu mordi os lábios com vontade de chorar.

Mas respirei fundo. Era tarde demais para ficar nervosa com algo que não podia ser mudado.

Teria que me conformar. E ver Edward e seus irmãos irem para Dartmouth.

-Nós já vamos - Edward disse, talvez sentindo minha tensão e nós nos despedimos dos Cullens indo embora.


Eu fiquei em silêncio até chegarmos, já tinha anoitecido e o frio voltara.

-Bella, vamos conversar.

-Conversar o que? - eu me virei para ele - Você e sua família já decidiram tudo, não é?

-Não é assim. Achei que isto fosse óbvio. Você esta grávida.

-Claro que estou - e quase completei com um "infelizmente".

Mas mesmo estando brava, eu sabia que ia me arrepender.

-Nós não planejamos nada disto, eu sei que deve ser difícil pra você...

-Talvez seja bom, não é? Ficar sozinha aqui enquanto você e os esnobes dos seus irmãos se divertem em Dartmouth.

-Você fala como se fossemos pra um cruzeiro!

-Não me importa!

-Está sendo infantil e irracional, Bella.

-Infantil?! Desculpa se é difícil pra  eu aceitar que terei que abdicar de uma faculdade que sonhei em fazer e ficar sozinha esperando uma porcaria de barriga crescer! – gritei.

E assim que as palavras saíram da minha boca e eu vi o choque nos olhos de Edward eu me arrependi.

Mas era tarde. 

Eu respirei fundo, tentando me acalmar.

-Quem tem que pedir desculpas sou eu - ele disse tenso - desculpa por ter engravidado você. E agora ter que encarar uma porcaria de barriga quando queria estar na universidade.

E ele desapareceu da minha frente. 

Eu sentei sobre o sofá, tremendo e enterrando meu rosto entre as mãos, e eu chorei.

E chorei por tudo.

Tudo o que havia mudado tão abruptamente. Tudo o que eu ia perder.

Todos meus planos desfeitos. Por tudo o que eu não sabia se estava preparada para encarar.


Nem sei quanto tempo eu fiquei ali, até que não houvesse mais lágrimas pra chorar e eu me levantei, indo para o quarto. Edward não estava em lugar nenhum.

Eu entrei no banheiro e tomei um banho. Estava acabando de me vestir, quando bateram a porta.

Eu desci e era Alice com a sacola na mão.

-Esqueceu isto.

-Ah, verdade.

-Está tudo bem? - ela indagou curiosa.

-Está sim - eu me obriguei a sorrir.

-Não brigou com Edward, né? Isto explica ele e o Jasper terem sumido.

Eu fiquei meio aliviada ao saber que Edward estava com o irmão. O que parecia menos pior naquela família esquisita.

-Discutimos sim.

-Você quer conversar?

-Não, Alice, está tudo bem.

-Ok, sabe onde me achar – ela disse e se afastou.

Eu fechei a porta e voltei para o quarto.

Tirei a roupinha de bebê da sacola. Minhas mãos tremiam.

E de repente eu me arrependi de todo pensamento ruim que eu tinha tido.

Eu fugira correndo daquela ilha, porque a maldita índia fizera aquelas previsões sem sentido.

E eu temera por ele. Por meu bebê.

Como é que agora eu podia querer algum mal?

Levei a mão a minha barriga.

-Desculpa bebê – murmurei.

Talvez Edward tivesse razão. Talvez eu realmente fosse infantil e irracional. Eu tomara um caminho sem volta. Meu futuro era irreversível.

E tinha que me conformar com aquilo que eu tinha que perder. 

Como me conformara em perder Jacob.

Minha vida era outra agora.

Eu me deitei e fechei os olhos.

Me perguntando onde Edward estaria.


Quando acordei, amanhecia, eu ainda estava vestida, mas havia uma coberta sobre mim.

Procurei Edward, e ele estava sentado numa poltrona perto da janela. Chovia fracamente lá fora, o barulho fazendo eco no telhado.

-Oi – murmurei.

Ele me encarou, parecia cansado, com olheiras negras em volta dos olhos.

-Oi – respondeu.

-O que está fazendo aí? Não dormiu?

-Eu estava com Jasper, voltei de madrugada.

-Estavam onde? - indaguei desconfiada.

Será que Edward era um daqueles caras que brigava e ia encher a cara?

Ele riu, mas sem muito humor.

-Gostamos de ir para o meio da floresta conversar.

-Ah! – exclamei. - Éé bem esquisito.

-Os Cullens são esquisitos não é?

Eu dei de ombros e jogando as cobertas para o lado me levantei e me aproximei dele.

-Edward, desculpa pelo que eu disse ontem, eu não quis dizer, eu...

-Tudo bem, Bella. Eu entendo você. Tem toda razão. Foi jogada nisto do nada. Não tem como ser algo fácil. 

-Não é nada fácil Edward, mas eu já sabia disto. Já devia saber. Mas agora não tem volta. Vamos ter um bebê. Tenho que aceitar isto. 

-Eu sinto muito pela universidade – ele disse – talvez eu não devesse ir também. Não é justo deixá-la sozinha

-Não. – eu disse – Você tem que ir. Não quero que nosso filho ache que os dois pais fugiram da escola.

Ele riu e então eu ri também e ele me puxou para seu colo.

Eu enterrei meu rosto em seu peito, aspirando seu cheiro único, me dando conta de como sentiria falta quando fosse embora.

-Não será pra sempre – ele disse contra meu cabelos – e eu virei todos os fim de semana – prometeu.

Eu não falei nada.

Tinha vontade de me agarrar a ele e pedir que não fosse, mas seria egoísmo da minha parte.

-Provavelmente eu levaria bomba mesmo – eu disse depois de um tempo – nem sei como eu passei.

Ele riu, me apertando mais, os lábios em meus cabelos.


-Gostei da roupinha branca.

Eu o encarei

-Foi Alice, claro.

Ele sorriu. Aquele sorriso de lado. Lindo.

E seus dedos deslizaram por minha barriga.

-Mal vejo a hora de vê-lo crescer aqui.

-Ou ela. – eu disse.

-Sim, ou ela.

E ele me beijou devagar.

-Podemos dormir agora? - pedi e ele me levou para a cama, puxando a coberta sobre nós.

-Meus irmãos querem acampar, uma espécie de despedida. 

-Oh...

-Você irá comigo, claro.

-Eu?

Ele riu, me abraçando.

-Você sim, eu prometi levá-la da próxima vez que fôssemos acampar.

-Vai ser divertido - falei com sérias dúvidas.

Ele riu e em pouco tempo estava dormindo. Mas eu permaneci acordada. 

Acampar com os Cullens. 

E depois todos partiriam. Nada parecia promissor no momento.


Continua...

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