11 abril 2011

REMEMBER ME - CAPÍTULO 17

É galerinha nossa FIC tá acabando...O que só me deixa ainda mais nostálgica com o fim das gravações de BD! AimeuDeus, essa semana é a semana das finalizações... Vamos ver o que mais nossa Kristen( a da FIC) lembrou? Ótima leitura!

Capítulo 17

Janeiro de 2011
O vento soprava em meus cabelos quando o carro parou em frente a uma casa branca.
-Uau! – exclamei ao sair do carro e contemplar a praia.

Rob se aproximou e me pegou no colo. Eu ri, enquanto ele me levava pra dentro.


-O que é isto?


-Não é a tradição?


-Não quero ir embora daqui nunca mais. – falei em seu ouvido e ele me beijou.


Então de repente paramos e nos encaramos.


-Ops. Esquecemos da Agnes. – falei e ele me pôs no chão com cara de culpado correndo para o carro.


Julho de 2011






Eu estava triste quanto desembarcamos em Los Angeles. Eu falara sério quando dissera que não queria mais ir embora da Cornualha. Lá podíamos ser nós mesmos. Sem pressão. Sem fofocas. E sem paparazzis. Era o paraíso.


Mas nós dois tínhamos trabalho e estávamos de volta para a Premiere de Bel Ami. Os paparazzis dispararam seus flashes assim que passamos pelo portão principal e eu segurei Agnes firmemente contra meu peito.


-Odeio isto em cima dela. – murmurou.


Rob tenta nos proteger dos flashes.


-Ainda isto? Eles nunca vão se cansar? – resmunga mal humorado.


Eu suspirei pesadamente. Sim, quando é que eles iriam se cansar de nós?






Setembro de 2011


Estávamos sentados no chão da sala rodeados de roteiros enquanto Agnes brincava não muito longe. Acho que ela estava rasgando algum roteiro esquecido por ali, mas eu estava tão nervosa que nem me importei.


-Você não precisa desta porcaria! – eu joguei o roteiro no chão depois de ler.


Era mais um daqueles blockbusters sem conteúdo algum. E eu não queria que ele fizesse este tipo de trabalho. Queria que ele fizesse algo pequeno, independente e bom.


Mas ele está mais inclinado a aceitar um daqueles blockbusters horrorosos.


-Só porque tem muito dinheiro envolvido não quer dizer que seja porcaria! – ele argumentou.


-Não precisa se vender!


-Temos que pensar em Agnes.


-Ela não é uma mercenária. É só um bebê!


-Mas é o futuro dela.


-Ah pelo amor de Deus!


A discussão continuou, enquanto ele tentava me convencer até que de repente ele parou ao olhar em direção a Agnes.


-Ela está andando!


Eu segui seu olhar e lá estava ela. Caminhando em passos trôpegos pelo chão da sala.


Seus primeiros passos. Nós a fitamos totalmente embasbacados por um momento e então soltamos um grito, correndo para ela. Como dois pais mais orgulhosos do mundo.


A discussão anterior esquecida.






Outubro de 2011


Eu ouvia a discussão pelas paredes de vidro.


As vozes de Rob e Nick transpassando as portas fechadas. Suspirei pesadamente me levantando e colocando um CD pra tocar bem alto. Van Morrison. O preferido de Agnes.


Ela riu na cadeirinha e eu voltei a lhe dar comida, tentando ignorar a briga lá fora. O que era praticamente impossível.


Relanceei o olhar para o contrato que eu acabara de assinar ainda em cima da mesa me lembrando o motivo da discussão. Agnes estava sonolenta e eu a peguei e a levei para o quarto. Quando eu voltei minutos depois eles ainda estavam lá. Desliguei o som e abri a porta de vidro os encarando.


-Vão continuar esta discussão inútil até quando?


-É tudo culpa dela! – Nick colocou o dedo acusador em minha direção.


-Hei, deixe-a fora disto. – Rob pediu tenso.


-Ela que te convenceu a aceitar este filminho ridículo enquanto ela mesma agora vai fazer um blockbuster!


-O que está querendo dizer? – eu cruzei os braços em frente ao peito, irritada.


-Você quer aparecer mais que ele. Sabia que ele era maior que você! Como se não bastasse arruinar a vida dele engravidando…


Eu não pensei, antes de partir para cima de Nick a socos e pontapés. Rob me segurou, ignorando meus xingamentos e com poucas palavras expulsou Nick dali.


Meus ouvidos treinados ouviram os primeiros sons de choro de Agnes no andar de cima e me desprendendo dele, eu entrei. As palavras de Nick ferindo minha consciência enquanto eu a pegava e tentava acalmá-la. Com muito custo ela voltou a dormir e eu desci de novo.


Rob fumava na varanda.


-Você acha mesmo que eu estou arruinando sua vida? – perguntei.


Ele passou a mão pelos cabelos.


-Claro que não.


-Devia parar de fumar – murmurei.


Ele fez um gesto de descaso.


-Eu só aceitei este papel, porque eu achei realmente bom. – me expliquei, não pela primeira vez, o motivo de depois de tanto criticá-lo fazer exatamente o que eu tanto pedi pra ele não fazer.


E justo depois que ele aceitara um dos filmes de baixo custo que eu indiquei.


-Não precisa se explicar Kristen.


Ele me puxou e eu me encolhi em seu colo.


-Eu despedi o Nick.


-Rob…


-Não ia deixar ele continuar com estes ataques contra você.


Eu não falei nada. Nunca gostara de Nick mesmo. E ele pegara pesado em suas acusações hoje.


Eu me abracei a Rob ao sentir seus lábios em meus cabelos.


-Tudo ia ficar bem. – murmurou e eu acreditei.






Fevereiro de 2012


Eu acordei feliz. Liberdade. Finalmente aquele filme terminara. E Rob terminara o dele.


3 meses de trabalho duro e praticamente separados. Mas nós combinamos de ir para Cornualha quando tudo acabasse. E iríamos passar um longo tempo sem fazer nada.


E depois daquela crise com o ex-agente dele, eu prometi a mim mesma não influenciar em suas decisões.


Era um direito de escolha dele. Eu desci e encontrei Rob na cozinha alimentando Agnes.


Eu me aproximei e beijei seu rosto melecado e depois beijei Rob.


-Quando partimos? – indaguei pegando café.


Mas ele coçou o cabelo, seus olhos não me encarando. Eu franzi o cenho. Tinha alguma coisa errada ali.


-Kris, lembra daquele filme que eu falei pra você?


-Claro que sim.


Era um roteiro razoável. Nada grandioso, mas também nada independente.


Era algo bem parecido com Remember Me, até mesmo pelo teor romântico, mas sem final triste.


-Então, eu aceitei.


-Que bom… e isto quer dizer…?


-Eles querem começar a gravar logo.


-Mas nós combinamos que iríamos para a Cornualha – eu insisti – você precisa de férias!


-Tem algo a ver com a agenda da Camila.


-Camila?


-Camila Belle. Ela também fará o filme.


-Oh…


Eu conhecia a Camilla. Era amiga do Rob. Mas eu só a tinha visto uma vez e bem superficialmente. Na verdade eles nem eram mais muito próximos. Eu dei de ombros.


-Pelo visto nossa viagem foi adiada então.


-Eles precisam mesmo gravar agora. Vai ser melhor Kris. Podemos ir para a Inglaterra no verão.


-Sim, pode ser.


Eu tentei não demonstrar meu desapontamento.






Abril de 2012


-Agnes, volta aqui!


Eu corri atrás de Agnes pelo jardim, enquanto ela ria, nem se importando. Onde se desligava uma criança de quase dois anos? E onde eu estava com a cabeça ao dispensar a babá, já que ficaria 3 meses sem ter o que fazer, com Rob gravando e eu sem projeto algum a vista?


Eu devia estar ficando louca. De repente eu parei ao ver uma revista jogada no chão?


Eu a peguei ao reconhecer Rob na capa junto com Camilla Belle. Mais uma baboseira sobre como Rob e Camilla eram lindos juntos.


-Revistinha de merda! – resmunguei.


Eu amassei bem o papel e continuei correndo atrás de Agnes.


Julho de 2012


-Kristen, nós íamos para a Inglaterra!


Eu mordi os lábios nervosamente. Não imaginava que aquilo seria tão difícil.


-Vai ter que esperar. – falei.


-Você está fazendo de propósito?


-Claro que não!


-Está sim. Aceitou fazer este filme porque eu aceitei o outro e cancelamos a viagem.


-Não seja ridículo! Era um ótimo roteiro. Um filme do jeito que eu estava procurando. Orçamento pequeno e ótima história!


Aquele filme ia ser ótimo. Era do mesmo roteirista de Welcome to the Rileys. E tão polêmico quanto.


-Não sei se é legal fazer este tipo de filme.


-Eu já fiz coisa pior.


-Você não tinha uma filha.


Eu senti meu rosto esquentar de raiva.


-Eu não estou ouvindo isto!


Naquela noite, ele dormiu no sofá. Apenas para me pedir desculpas de manhã. E claro que eu aceitei.






Setembro de 2012


Era como um Deja Vu.


De novo eu estava falando a mesma coisa de meses atrás. E de novo estava sendo difícil. Mas eu não conseguira resistir. E aceitara mais um filme.


Rob não tinha reclamado mais naqueles três meses e ficara cuidando de Agnes e escrevendo música. Quando fôssemos para a Inglaterra ele iria gravar um CD. Era este o combinado. E eu estava desfazendo tudo agora.


-Kris, não faz isto.


-Mas é bom demais. E eu vou ser a produtora, não é legal?


-Kris… – ele passou a mão nos cabelos.


Eu podia ver o quanto ele estava irritado.


-Nós combinamos outra coisa e você aceitou sem me falar nada.


-Onde está escrito que eu tenho que te falar tudo? Quando aceitou fazer aquele filme com a Camilla eu também não fui consultada! – falei sem pensar e me arrependi depois.


Mas as palavras já estava ditas. Um silêncio tenso se instalou entre nós depois disto.


-Eu vou pra Inglaterra. Eu tenho compromisso lá. – ele falou por fim.


-Mas e a Agnes?


-Vai comigo.


-Não pode fazer isto!


-Você escolhe se quer ir junto ou não.






Outubro de 2012


O dia estava frio e chuvoso. O que combinava com meu estado de espírito. Eu mordi os lábios quando Rob amarrou um cadarço preto em meu pulso. Agnes no meu colo tinha um igual em seu bracinho e Rob também.


-Isto para lembrar-se de nós enquanto estivermos longe.


Eu não iria chorar. E nem iria voltar atrás. Não sei o que me impulsionava, talvez um desejo idiota de ser independente. Ou estava cometendo o maior erro da minha vida.


Rob a tirou do meu colo quando o táxi buzinou na fora. Senti seus lábios mornos em minha testa. Eu deixei que eles se fossem. E continuei com meu projeto.


Dezembro de 2012


Eu sai do táxi e corri pela alameda cheia de neve, batendo a porta da casa antiga.


O frio era irregelante.


-Kristen! – a senhora loira exclamou surpresa e eu tentei sorrir.


-Eles estão aqui?


-Claro que sim, entre, deve estar congelando!


Eu entrei e vi Agnes brincando perto da árvore de natal. Ela correu em minha direção e não havia coisa melhor no mundo do que aconchegar seu corpo quente junto ao meu.


Como eu agüentei ficar quase três meses longe dela? Foram os três meses mais horríveis da minha vida. E quisera desistir todo dia.


Quando Rob me ligava e deixava que eu falasse com ela, eu sentia vontade de pegar o primeiro vôo para Londres. Somente a responsabilidade com o filme que eu estava gravando me prendia lá. Ela se soltou depois de um tempo e correu de novo para a árvore, destruindo a decoração e eu ri.


Então Rob apareceu. Eu estava preparada para um olhar frio. Eu estava preparada para implorar. Mas ele sorriu. E eu corri para enterrar minha cabeça em seu peito.


-Nunca mais faça isto comigo. – ele murmurou contra meus cabelos.


-Nunca mais. – eu falei o encarando. Eu não era nem louca de passar por aquele sofrimento de novo. – Eu vou com você pra qualquer lugar.


Ele sorriu.


-Por hora basta ficar aqui comigo.


Eu sorri e o beijei.






Janeiro de 2013


Eu acompanhava Agnes pela areia da praia com uma câmera fotográfica, fazendo ela rir, enquanto as ondas tocavam seus pequenos pés.


-Ainda não entendi porque trouxe este monte de coisas pra cá. – Rob falou ao se aproximar e eu ri.


Ele tinha passado a manhã carregando caixas.


-Porque aqui é nossa casa agora. – respondi, os olhos ainda fixos em Agnes.


-Olha mamãe. – ela veio na minha direção com uma concha nas mãos eu sorri.


-Que lindo, filha.


Eu passei a máquina para Rob e girei Agnes no meu colo. E Rob bateu a foto.






Março de 2013


Eu estava sentada em frente ao mar naquela tarde. O ar ainda era frio, mas estava melhorando. Rob se aproximou e sentou ao meu lado.


-Ela dormiu? – perguntei.


-Sim. – ele passou os braços a minha volta.


-Deu trabalho?


-O de sempre. Mas amanhã é sua vez.


-Vamos ter outro bebê. – eu falei de repente.


-Você quer mesmo?


-Quero sim.


-Achei que Agnes já te deixasse apavorada.


-Não mais.


Seus dedos tocaram meu rosto e ele me beijou. Eu senti aquele familiar calor se espalhar por meu corpo.


-Vamos fazer agora? – falei rindo quando ele me deitou na areia, as mãos ocupadas em tirar minha roupa.


-Foi sua melhor idéia do dia.


E eu parei de rir e me ocupei em beijá-lo.


Junho de 2013






Eu olhei ansiosa para o teste na minha frente. “Positivo.Positivo” – eu murmurava torcendo. Mas deu negativo. Eu sai do banheiro tentando disfarçar meu desapontamento. Rob estava ao telefone e não sei por que pareceu meio culpado.


-O que foi? – indagou ao desligar.


Eu mostrei a caixa. Ele tocou meu cabelo.


-Isto pode levar tempo.


-Eu sei. Quem era ao telefone?


-Meu agente aqui em Londres.


-Seu CD está indo bem?


-Está sim. Mas era sobre outra coisa. Um projeto.


Eu me desvencilhei dele. Já fazia 6 meses que estávamos afastados de tudo. E eu me perguntava mesmo quando íamos voltar.


-Algo bom?


-Sim e será gravado em Londres.


-Isto é bom. Quando vão mandar o roteiro?


-Estão me esperando em Londres na semana que vem.


-Certo. Seria legal levar Agnes pra ver seus pais. Ela vai gostar.


-Acho que sim.






Julho de 2013






-Eu gostei daqui. – falei para a corretora, enquanto caminhava pelo apartamento amplo e claro em Londres. A todo momento olhava o celular. Mas nenhuma ligação.


-Você me dá licença? – pedi e me afastei, discando o número de Rob.


-Cadê você? Achei que íamos ver o apartamento!


-Ainda estou preso aqui. Acho que terei que ir pra LA fazer alguns testes.


-Pra LA? Porque está tão difícil arranjar uma atriz pra este filme?


-Porque você não aceita o papel? – ele falou me provocando, porque sabia qual era minha ideia sobre aquilo.


Eu não ia fazer nenhum filme com ele. Não ia mais expor nosso relacionamento pra mídia. Por isto eu não aceitara quando o diretor oferecera o papel pra mim.


-Nem vou responder.


-Estava brincando. Eu te encontro mais tarde, aí conversamos.


-Tudo bem. Vai mesmo pra LA?


-Acho que sim.


Eu desliguei suspirando. Porque as coisas nunca saiam como queríamos?






Agosto 2013






Eu olhei satisfeita para o apartamento decorado. Estava tudo do jeito que eu queria. Até minhas coisas de LA estavam ali. Agnes estava sentada sobre o sofá, distraída enquanto cortava o cabelo de uma boneca com a tesoura escolar.


O telefone tocou e eu corri pra atender, achando que fosse Rob, mas era minha mãe. Nós trocamos algumas palavras e ela me disse que tinha escrito um novo roteiro.


-Manda pra mim, quero ver.


Nós combinamos dela me enviar por e-mail e eu desliguei. Eu e Agnes jantamos e ela dormiu. Abri o computador e procurei o e-mail, mas ela ainda não tinha enviado.


Então eu comecei a navegar por alguns sites. Curiosa eu coloquei o meu nome e o de Rob e me surpreendi ao ver o tanto de coisa. Coisas banais, fofocas e até um site que fazia apostas de quanto tempo duraria nosso casamento.


-Que idiotas!


Eu já ia fechar quando me surpreendi ao ver uma manchete.


“Robert Pattinson e Megan Fox em jantar na última noite”. Eu cliquei nas fotos e não estava muito nítida, enquanto eles saiam de um restaurante em Los Angeles.


O telefone tocou e eu atendi.


-Oi Kris.


-Oi! Acabei de ver você na internet.


-Ah é? Deixe-me adivinhar. Saindo de um restaurante?


-Sim, com Megan Fox.


-Eles esqueceram de tirar foto do diretor do filme.


-É porque ele não é bonito como vocês.


Ele riu.


-Isto quer dizer que acharam a atriz?


-Sim, achamos. Megan será a protagonista.


Eu rolei os olhos.


-Já imaginava, tem gente que deve estar tendo orgasmos de satisfação! – ironizei.


-Algumas pessoas torciam por você no papel.


-As pessoas me odeiam por que estou com você. Elas fazem apostas do dia que será nosso divórcio!


-Isto é bobagem.


-Pois é. Quando volta para começar as filmagens?


-Kris, tem uma coisa… acho que filmaremos aqui.


-Como assim?


-É uma questão de dinheiro.


-Mas ia ser aqui em Londres. Poxa, eu acabei de mudar pra cá!


-Serão apenas 3 meses. Não precisa sair daí.


Eu respirei fundo.


-Certo. Não tem problema. Eu acharei alguma coisa pra fazer.


-Cadê a Agnes?Quero falar com ela.


-Está dormindo..


-Eu ligo amanha de manhã então.


Eu desliguei tentando conter a onda de decepção.






Setembro de 2013






Era aniversário de 3 anos de Agnes. Até meus pais tinham vindo. E eu estava irritada.


Porque Rob estava longe. Embora tivesse prometido estar ali pra festa dela.


-Rob, você prometeu a ela que estaria aqui. – eu falava baixo ao telefone.


-Eu sei. Acha que eu também não queria estar ai? Mas tivemos problemas nas gravações, está tudo uma bagunça.


Eu suspirei.


-Certo. Vou tentar explicar isto a uma criança de três anos.


-Eu já falei com ela.


-Que ótimo!


A campainha tocou.


-Que saco! Eu tenho que desligar.


Eu bati o telefone sem me despedir e fui atender a porta. A vontade que eu tinha era de mandar todo mundo embora. Apesar de estar praticamente só a família ali. Eu arregalei os olhos ao ver o rosto sorridente de Nikki aparecer por trás de um grande urso.


-Surpresa!


-Nikki?!


-Nossa, pra que esta cara de quem viu fantasma?


-Talvez porque eu não te veja há uns 3 anos?


Eu e Nikki não éramos mais amigas. Desde aquele dia fatídico em Vancouver.


E a última vez que eu a tinha visto foi na premiere de Amanhecer, onde ela fora com seu noivo grego e rico, com quem casara meses depois.


Algumas pessoas me disseram que ela só se casara porque eu me casara com Rob. Mas eu sinceramente não me importava com os motivos dela.


-Eu estava na cidade, com Paris. Ele tem alguns negócios aqui e vamos ficar por um tempo. E queria te ver.


-Entra. – eu pedi.


-Cadê a aniversariante? Estou louca para conhecê-la! Jules, querida! – Nikki correu e abraçou minha mãe – Que lindo todos aqui, parece os velhos tempos.


Eu rolei os olhos. Nikki não mudara nada. Mas até que eu estava gostando de tê-la ali.


Me fazia esquecer de como eu estava irritada. A festa acabou e os pais de Rob foram embora.


-Que tal a gente sair e colocar o papo em dia? – Nikki falou e eu aceitei, já que Agnes estava dormindo e meus pais estavam ali. Nós estávamos num pub e bebíamos muito.


-Ah, Kris, eu senti muita falta de você! Não devíamos ter brigado por causa de bobagem! Mas tudo bem! O que importa é que somos amigas de novo!


Eu não respondi. Estava muito concentrada em beber.


-Sabe quem me liga sempre? O Michael! Sempre o vejo!


-Como ele está? – perguntei curiosa.


Eu falava com ele ao telefone quando morava em Los Angeles às vezes, mas nunca mais ligara pra ele depois que mudara para a Inglaterra.


-Mal. A carreira dele está indo para o buraco!


-Sério?


-Pois é. Ele tá um lixo! Mas me conta, e estes boatos com a vadia da Megan?


Eu dei de ombros.


-O de sempre.


-Você acha? – ela falou rindo como se não achasse que era o de sempre.


Eu ri, mas as palavras de Nikki ficaram na minha mente. Eu acordei na manhã seguinte com dor de cabeça e ressaca. E pra piorar, minha mãe pôs na minha frente um jornal daqueles bem sensacionalistas estampando a minha foto e de Nikki completamente bêbadas saindo do pub.


-Oh saco. – resmunguei.


O telefone tocou e eu atendi.


-Me diga que estas fotos são montagens. – Rob falou seco do outro lado da linha.


Eu gemi.


-Não são. Eu sai com a Nikki ontem. Mas nem fazia idéia que tinha fotografo lá.


-Pelo amor de Deus, Kristen! O que a Nikki está fazendo ai com você?


-Ela está na cidade com o Paris, veio pro aniversário da Agnes… foi uma surpresa pra mim também.


-E ela só está há 24 horas com você e já se metem em problemas. É bem típico.


-Hei, pára com isto!


-Você não tem ideia do tipo que problema que isto causa? Quer de novo os paparazzi em cima de nós? De Agnes?


-Ah claro, ficar em cima de você e da vadia da Megan tudo bem! – eu gritei irritada.


-Isto não tem nada a ver…


-Olha Rob, eu não estou a fim de discutir por causa disto agora.


-Kristen…


-Não. Eu não vou discutir, porque se eu começar, acho que irei falar muita coisa que não está afim de ouvir.


-Ainda está brava porque eu não fui ontem.


-Acha pouco? A questão não é você me decepcionar e sim decepcionar a Agnes. E isto eu não admito.


-Eu falei que estava gravando…


-Ah, tá, tá. Eu já sei de cor este discurso. Melhor parar por aí.


-Certo. Não adianta nada discutir mesmo.


-Que bom que concordamos com algo.


Eu desliguei na cara dele. Minha mãe me fitava com censura.


-Nem fala nada! – eu exclamei e me afastei irritada.


Eu sabia que não devia fazer aquilo. Mas eu estava fazendo. Eu abri de novo aqueles malditos sites. Agora não só minhas fotos com Nikki cheia de especulações absurdas estavam em todos eles, como também haviam fotos de Rob e Megan na outra noite, jantando com o elenco.


Megan. Megan. Megan.


Pra onde eu olhava, lá estava ela. E de novo todas aquelas fofocas envolvendo Rob e um possível interesse romântico entre eles. E eu não queria admitir. Mas eu estava morrendo de ciúmes. Não que alguma daquelas fofocas tivesse fundamento. Mas porque era ela que estava com ele todo dia agora. E não eu.


O telefone tocou e eu atendi.


-Oi Kris, ainda de ressaca? – Nikki falou rindo.


-Um pouco.


-Você viu as nossas fotos? Ainda somos notícia hein?


Certo, Nikki estava adorando a exposição, como sempre.


-Mas eu não liguei pra falar disto. Eu tenho uma proposta pra você. Eu vou fazer um filme. Paris vai patrocinar a produção. É um roteiro ótimo! E queria que você participasse.


Eu mordi os lábios, pensando em dizer não. Mas minha resposta foi outra.


Continua ...

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