08 abril 2011

REMEMBER ME - CAPÍTULO 16

Depois de tantos acontecimentos, não que Kristen começa a lembrar? O que será que ela lembrou?Confiram! Ótima leitura!
Capítulo 16
Eu não conseguiria dormir.



Me sentei no chão da sala escura e fiz algo que não fazia há muito tempo.


Eu acendi um cigarro. A fumaça entrou na minha narina e encostei a cabeça no sofá e fechei os olhos. E então minha mente começou a clarear…


Março de 2010


A limusine seguia pelas ruas de LA e eu gemi dentro de meu vestido muito apertado, enquanto tentava acender um cigarro, mas viramos numa curva e eu ri ao cair em cima de Rob.


-Ops!


Ele riu, as mãos me rodeando e eu esqueci o cigarro quando ele grudou os lábios na pele entre minha orelha e minha nuca.


-Hum… – eu gemi, colocando mais meu corpo ao dele.


-Como se sente agora que é uma “Oscarizada”?


Eu ri, suas mãos agora deslizavam por meu vestido. Meus olhos recaíram sobre a estatueta dourada pousada no outro banco. Desde a hora que tinham anunciado meu nome que eu vivia numa espécie de sonho bizarro.


Mas nada disto interessava na verdade. A única coisa que eu via era ele. Finalmente sentir sua mãos na minha enquanto caminhávamos juntos através dos flashes intermináveis.


A época de esconde-esconde tinha acabado. Porque finalmente estávamos gravando o último filme da saga. Eu sentia minha mente meio entorpecida de champanhe da festa que tínhamos acabado de sair e na verdade um leve enjôo no estômago.


-Um tanto enjoada na verdade. – Respondi rindo e tentando passar minha perna sobre a dele, tarefa que o vestido longo e muito justo não ajudava.


-Já esta falando como uma estrela, que coisa feia, Kristen. – Ele riu contra minha pele.


-Vai se acostumando… – continuei no mesmo tom.


-Certo, no fim acho que vou ser apenas o cara que carrega suas malas por aí.


Eu gargalhei e fiz um movimento para ir pra cima dele, mas minha cabeça girou numa vertigem e eu parei.


-Oh… Oh…


-O que foi? – Rob indagou ainda rindo.


-Eu não estou bem…


-O que você tem? – ele parou de rir, realmente preocupado.


-Acho que eu vou vomitar…


Eu não consegui terminar de falar, antes que todo o conteúdo que guardava no estômago fosse parar no chão da limusine.


Eu não sei bem como tinha ido parar na sala de emergência de um hospital. Mas quando dei por mim, eu estava sentada numa cama, com uma agulha no meu braço e um médico me fazendo várias perguntas.


-Olha, acho que tomei champanhe demais só isto… Devia ter ficado com a cerveja mesmo! Agora eu posso ir embora?


-Seus exames saíram. – O médico olhava vários papéis com uma cara nada boa e eu encarei Rob que estava do meu lado.


-O que foi? – perguntamos juntos.


-Você está grávida.


-Grávida? – nós repetimos juntos, como dois retardados e o médico rolou o olhos impaciente.


-Sim, não há dúvidas. De dois meses.


Eu encarei Rob. Ele estava tão branco quanto eu.


Grávida? Grávida?


Eu comecei a sentir tontura de novo.


-Preciso ver outros pacientes. – Ele se afastou fechando a porta atrás de si. Acho que ele não tinha nenhum paciente e sim queria nos dar privacidade. Por um momento nenhum de nós falou nada.


-Como isto aconteceu? – eu indaguei num fio de voz, mais para mim mesma.


O que era uma pergunta idiota. Claro que eu sabia como tinha acontecido!


Mas era uma destas coisas que se achava que nunca ia acontecer com a gente até que acontecesse. Mordi os lábios, nervosa. Eu nem sabia o que pensar.


-Acho que a pergunta não é esta. – Rob falou por fim, passando a mão pelos cabelos.


Eu o fitei.


-O que vamos fazer? – indaguei como se ele tivesse a resposta para tudo.


Ok, eu não sei o que esperava ouvir naquele momento. Mas acho que com certeza não esperava o que veio em seguida.


-Vamos ficar juntos. – ele sorriu.


Por um momento eu não entendi direito e então eu arregalei os olhos.


-Rob…


Mas ele se ajoelhou aos meus pés, segurando minhas mãos perfuradas por agulha de soro firmemente contra as suas.


-Casa comigo.


E eu não pude resistir. Eu estava terrivelmente apaixonada. Não importava que bem lá no fundo da minha mente a dúvida martelasse. Será que ele estaria me pedindo apenas pela gravidez? Acho que isto eu nunca iria saber. Mas importava? Estávamos juntos e era o que importava.


Junho de 2010






Eu encostei minha testa no frio azulejo do banheiro e lutei contra a onda de náusea que me acometia pela segunda vez naquela noite.


Respirei fundo várias vezes até que passasse e eu finalmente conseguisse me levantar do chão. Não sem alguma dificuldade. Me olhei no grande espelho, vestida com uma camisa xadrez dele. Uma das minhas preferidas. Também era a única que me servia. Ela estava meio apertada e eu lamentaria quando não pudesse mais vesti-la.


Passei a mão pelo meu abdômen dilatado e sorri, apesar de me sentir meio mal ainda. Não tinham falado que eram só 3 meses? E que eram de manhã? Eu não deveria ainda estar tão mal. Mas estava.


Eu tinha certeza que era só porque eu estava sozinha. Rob estava do outro lado do Oceano gravando Bel Ami. Em Paris pra ser mais exata. O lugar onde eu tinha dito que iria com ele. Mas claro que não pude ir. Grávidas não eram bem vindas em avião.


E lá estava eu. De castigo. E morrendo de saudade.


Olhei para o cadarço no meu braço e me perguntei se ele estaria usando o dele. Era bom que estivesse usando, senão estaria em maus lençóis. Peguei o telefone e disquei o número. Mas como da outra vez que eu liguei, só chamou.


Eu cai na cama, irritada. Onde ele havia se metido?


Eu não ia ficar pensando naquele monte de lixo. Aquelas revistas idiotas que o seguiam a todo lugar e insistiam em dizer que ele estava apaixonado por alguma atriz que trabalhava com ele a toda semana.


Mas era difícil manter a mente alerta quando se está tão ociosa e sozinha. Lembrei do projeto que tive que desistir. O filme da minha mãe. Ela disse que podíamos continuar quando o bebê nascesse, mas eu desisti. Era melhor seguir sem mim. Haveria outros filmes. Eu dormi, tentando não pensar onde Rob estaria. Acordei com o telefone tocando.


-Alô? – falei sonolenta.


-Kris?


-Rob! Onde se meteu? – eu olhei o relógio – eu te liguei há mais de uma hora.


-Eu vi agora. Estava jantando com o elenco.


-Arg. Nem me fale que comida francesa nojenta comeu, por favor. Acho que vomitaria de novo.


-Ainda mal?


-Sim.


-Eu queria estar ai com você. Esta acabando Kris. Só mais 1 mês.


-1 mês é muito.


-Eu não tirei o cadarço, antes que pergunte.


Eu sorri.


-É bom mesmo.


Então eu parei, sentindo uma cutucada.


-Ah meu Deus.


-O que foi? – ele indagou alarmado.


-Ele mexeu.


-Mexeu?


-Sim! Ai meu Deus! Tá mexendo!


-Por que fala ele? Pode ser ela.


-Eu não quero saber, até que nasça.


-Facilitaria para escolhermos um nome.


-Ah não. É muito difícil escolhermos.


Ele riu.


-Eu vou desligar para deixar você dormir.


-Não, fica falando comigo.


-Tudo bem.


E eu dormi ouvindo sua voz.


Setembro de 2010






Eu sentia uma dor dilacerante e gritei muito alto, apertando sem dó a mão de Rob entre a minha.


-Respira! – ele pediu.


-Pára de mandar eu respirar! – gritei – tá doendo muito… – eu gemi.


-Vamos Kristen, já está acabando – o médico pediu e eu forcei de novo, gritando mais um pouco.


E lá vinha a dor de novo. Desta vez bem pior e eu forcei e forcei.


E então senti ela sendo retirada de mim e cai exausta sobre os travesseiros. Desta vez foi Rob quem apertou minha mão e beijou minha testa, com aquele riso lindo no rosto.


-É uma menina Kris.


Eu ri também e alguém a trouxe pra mim. Nós olhamos entre assustados e emocionados para aquele pequeno ser todo sujinho. Berrando a plenos pulmões. Mas sabíamos que nossa vida girava em torno dela agora.


Novembro de 2010


Nós caminhávamos em meio a horda de fotógrafos e fãs ensandecidos para entrar no Cinema onde seria a tão aguardada pré estréia de Breaking Dawn e eu tentava manter a calma em meio a tanta pergunta idiota.


Mas se tinha uma coisa que me deixava possessa era falar da minha filha. E infelizmente, nós não conseguíamos evitar. Já que as pessoas desenvolveram uma necessidade ridícula de ficar comparando-a a Rennesmee do filme.


-Cadê a Nessie? – algum papparazzi gritou e eu me voltei, irritada.


-O nome dela é Agnes!


-Mas Nessie não é um diminutivo de Agnes? – alguém perguntou.


Eu fuzilei Rob com o olhar e ele riu.


-Eu juro que não sabia!


Eu bufei e seguimos em frente. Eu estava feliz de finalmente aquele martírio estar terminando.


Dezembro de 2010


Agnes se agitou no meu colo quando eu sentei no chão da sala perto da árvore de natal.


-Anda logo com isto, porque não sei até que horas ela ficará acordada.


-É o primeiro natal dela Kristen.


-Mas acho que ela não sabe disto, ela só tem 3 meses Rob. E olha este monte de pacote! – eu ri do absurdo.


Rob havia comprado todos aqueles presentes, como se Agnes fosse ao menos se importar. Mas eu deixei ele se divertir. Bom, era divertido pra mim também, mas eu gostava de implicar com ele.


-Vamos, abre este grande primeiro – pedi.


Rob abriu e eu ri ao ver um violão.


-Rob! Isto lá e presente de bebê?


-Ela não vai ligar pra nada que dermos agora mesmo. Pelo menos este ela poderá usar quando crescer.


-Ainda tem uns bons anos até que ela posso tocar.


-Não tem problema. Eu vou ensinar.


-Eu quero aprender também! – reclamei, me inclinando para beijá-lo e Agnes resmungou entre nós.


Eu ri e me afastei.


-Abre mais!


O próximo era uma coleção completa de CDs do Van Morrison e desta vez eu quase me dobrei de tanto rir.






Continua...

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