06 abril 2011

REMEMBER ME - CAPÍTULO 15

Hoje Kristen receberá uma visita muito da inconveniente...Quem será a tal visitante? Vamos conferir! Ótima leitura!

Capítulo 15

Eu acordei devagar e a primeira coisa que notei era que estava sozinha. Olhei o relógio perto da mesa de cabeceira e ainda era muito cedo.



Onde Rob tinha se metido? Sentei na cama e vi sua camisa ainda jogada no chão e ri sozinha. Levantando eu a peguei do chão e a vesti, indo procurá-lo pelo apartamento.


Caminhei com meus pés descalços pelo apartamento silencioso até que ouvi vozes abafadas vindo da cozinha.


Quem estaria ali com ele? Curiosa, eu fui até lá e estanquei ao vê-lo de costas com uma mulher loira. Os dois estavam muito perto e cochichavam.


-Você está exagerando. – Ele disse nervoso.


-Você sabe que eu estou certa! Tem que fazer alguma coisa quanto a isto!


-Eu sei o que estou fazendo!


-Eu simplesmente não acho certo que… – então ela parou ao me ver.


Rob também virou.


-Kristen!


Os dois pareciam bem tensos e no meio de uma discussão sobre algo que eu não tinha entendido. Mas a expressão de surpresa deles durou apenas alguns segundos e então a mulher sorriu, vindo em minha direção.


-Olá! Kristen.


Ela me abraçou e eu fiquei sem saber o que fazer. Quem era ela?


-Oh, me desculpe – ela riu meio sem graça se afastando – esqueci que não deve fazer idéia de quem eu sou. Meu nome é Lizzy. Sou irmã do Rob.


-Irmã? – eu fitei Rob, que ainda parecia meio tenso – muito prazer… – eu comecei a cumprimentá-la e parei – que ridículo, eu já te conheço, embora não lembre.


-Não se preocupe, eu entendo. Todos nós sentimos muito por isto.


-Não mais do que eu – eu falei.


-Você vai lembrar – ela falou apertando minha mão, os olhos eram calorosos e eu senti que ela realmente gostava de mim. – se ao menos… – então parou – deixa pra lá.


-O que está fazendo aqui… tão cedo? – indaguei curiosa.


-Ela veio trazer isto. – Rob falou, parecendo agora menos tenso, mas ainda não tão relaxado. Então eu reparei no monte de sacolas em cima da mesa.


– Ontem você acabou nem comprando nada, com o problema da Agnes.


-Ah, é verdade. Tinha me esquecido. Obrigada, Lizzy. – eu agradeci e Lizzy riu pegando sua bolsa.


-Não precisa agradecer. Se precisar de alguma coisa e só chamar. Eu já vou. Deixe um beijo para a Agnes.


Ela saiu e eu fitei Rob.


-Porque estavam discutindo?


Ele riu, passando a mão pelos cabelos.


-Não estávamos discutindo.


-Estavam sim. – Insisti.


Ele se aproximou, as mãos tocando minha cintura.


-Coisa boba de irmãos. Ela é bem chata às vezes.


Ok, não me pareceu coisa boba, mas eu esqueci minha implicância, assim que senti seus lábios tocando meu queixo, as mãos subindo para minhas costas e me levando para mais perto dele.


-Minha camisa fica bem em você.


Eu ri, infiltrando a mão nos seus cabelos e ficando na ponta dos pés para beijá-lo. Ele me sentou sobre a mesa e eu passei as pernas em volta de sua cintura.


-Você tem alguma coisa muuuito importante pra fazer agora? – indaguei contra seus lábios e ele riu.


-Na verdade eu tenho. – ele se afastou e eu já ia reclamar, mas ouvi os passos no corredor e pulei para o chão a tempo de ver Agnes entrando na cozinha com cara de sono.


-Posso não ir pra escola hoje? – perguntou.


Rob aproximou-se e a pegou no colo.


-Não adianta inventar nenhuma história.


-Mas eu…


-Nem comece.


Ela continuou reclamando, mas Rob a levou de volta para o quarto. Eu fiquei ali por um instante, agora que ele não estava mais me distraindo, eu me lembrei de novo do estranho diálogo entre Rob e Lizzy.


Havia alguma coisa ali. E eu não sabia o que era. Talvez eu devesse parar com aquilo. Parar de procurar problemas. Justo agora que parecia que tudo ia dar certo.


Que eu descobria que estava terrivelmente apaixonada por ele, embora não me lembrasse de quase nada de nossa vida anterior.


E eu sentia que podia tentar ser uma mãe para Agnes. Embora não fizesse idéia de como ia fazer aquilo ainda.


Suspirando, eu voltei para o quarto e abri o guarda roupa procurando algo pra vestir. Então uma caixa caiu no chão, aos meus pés. Eu me abaixei para pegá-la e curiosa, a abri.


Havia vários anéis ali dentro e eu sorri, animada, me sentando na cama e jogando tudo sobre o colchão para ver todos.


Então algo me chamou a atenção, porque não parecia um anel e sim uma aliança.


Eu a peguei e olhei dentro. Havia uma inscrição R&K. Era mesmo uma aliança.


Minha aliança? Mas Rob não tinha dito que ela tinha se estragado no acidente?


-Kris? – Rob entrou no quarto tirando a camisa distraído – a Agnes já está arrumada para ir a escola. – eu vou tomar um banho para levá-la depois vou ao set e… – ele parou e me fitou – o que foi?


Eu mostrei a aliança.


-É minha aliança?


Ele franziu o cenho.


-Parece que sim.


-Você não me disse que tinham tirado no meu dedo no acidente?


-Parece que não, já que ela está ai inteira.


-Como é possível?


Ele deu de ombros, distraído, tirando o resto das roupas.


-Então você não estava usando quando sofreu o acidente.


-Você não se lembra?


Ele caminhou para o banheiro.


-Não.


Eu suspirei, colocando a aliança no dedo. Servia perfeitamente. Porque eu não estava com ela no acidente?


-Mamãe estou com fome. – Agnes entrou no quarto.


Eu a fitei, esquecida das minhas preocupações, sentindo de novo aquele princípio de pânico. Mas me obriguei a ficar calma. Lembrei do jeito natural com que Rob a tratava e me levantei a pegando no colo.


-E o que você quer comer?


-Cereal.


Eu ri.


-Acho que isto eu posso fazer – respondi a colocando numa cadeira.


Ela riu também.


-Estou feliz por você estar aqui de novo.


Eu pisquei pra ela, enquanto colocava o cereal na mesa.


-Eu também.


Nós comemos juntas enquanto ela me contava o que tinha feito naquelas duas semanas que eu estivera ausente. Coisas simples de criança, como o que ela fazia na escola, como tinha gostado de ficar na casa dos avós e de todas as conversas que tivera com Rob no telefone.


-Eu pedia pra falar com você, mas ele não deixava. Eu falei pro papai que você ia ficar muito brava com ele.


Eu ria quando Rob entrou na cozinha


-Pronta, Agnes?


-Sim, estou.


Ela se levantou e me abraçou.


-Vai estar aqui quando eu voltar não é? – indagou e eu senti algo se apertar no meu peito.


-Claro que sim – eu a tranqüilizei – eu não vou mais a lugar nenhum.


Ela sorriu satisfeita e se afastou. Eu encarei Rob.


-Ela não merecia estar passando por isto.


Ele me puxou para perto.


-Tudo vai ficar bem agora.


Eu sorri, crispando os dedos em sua camisa e então reparei em algo.


-Esta com as mesmas roupas?


Ele riu, dando de ombros.


-Um dia você vai se lembrar de minhas manias. Eu ri também e ele me beijou e então me fitou muito sério.


-Eu amo você Kristen.


-Eu sei – eu disse.


Ele me fitou por alguns instantes como se fosse dizer algo mais e eu esperei, sem saber se queria ouvir. Algo dentro de mim não queria ouvir. Mas o momento passou e ele riu, me beijando novamente bem rápido.


-Eu vou apenas passar no set e depois eu volto.


-Papai! – Agnes gritou da porta e nós rimos.


Eu os vi indo embora e senti um vazio por dentro. Como podia eles já serem tão essenciais pra mim, sendo que há duas semanas eu nem sabia de sua existência?


Sacudindo a cabeça, eu voltei para o quarto. Os anéis ainda estavam em cima da cama.


Eu escolhi dois e coloquei nos dedos e guardei o resto no armário. Curiosa, eu resolvi fuçar em tudo e abri a outra parte do guarda-roupa e então estanquei. Estava vazio.


Vazio?


Eu abri as outras portas. Vazio. A não ser a parte com as minhas coisas. Onde diabos estavam as roupas do Rob? Antes que eu pudesse pensar, a campainha tocou, me assustando. Eu dei um pulo e soltei um palavrão.


-Que droga!


Quem seria? Eu corri e abri a porta. E quase caí pra trás ao ver quem estava ali.


-Nikki?


-Surpresa!


Ela sorria quando me abraçou e eu nem consegui me mexer de tão estupefata.


-O que faz aqui? – consegui falar.


-Como assim “o que faço aqui?” – ela revirou os olhos passando por mim e entrando no apartamento – você sofreu este acidente horrível! Estava louca de preocupação! Assim que soube que estava em Londres eu tive que vir te ver!


Eu fechei a porta, caminhando até ela, ainda sem saber que diabos Nikki estava fazendo ali. Era exatamente do jeito que eu me lembrava. Do pouco que tinha me lembrado daquele dia em Vancouver. Mas ela estava mais arrumada.


-E então me conta, como você está?


Eu dei de ombros.


-Agora estou bem.


Ela me mediu.


-Parece bem, ao menos fisicamente. Mas o Rob me contou do probleminha de sua memória! – e ela soltou uma risada espalhafatosa. – Muito engraçado.


-Nikki, não é engraçado – eu a cortei.


-Ops – ela parou de rir – desculpa. Só quis descontrair. E aí, se voltou pra Londres, está se lembrando de tudo já? – perguntou se sentando.


Eu sentei também


-Não, quase nada.


-Oh… isto deve ser mesmo horrível, mas olha só, você lembra de mim, já é alguma coisa! O Rob disse que você não se lembrava de nada desde Twilight!


-Ele disse a verdade. Mas eu tenho alguns flashes isolados…


-Que ótimo! E cadê a Agnes? Deve estar enorme, parece que faz séculos que eu não a vejo!


Ela conhecia Agnes? Então isto queria dizer que ainda éramos amigas?


O quão próximas ainda éramos? A impressão que tive pelas palavras de Rob e daquele flash de lembrança de Vancouver eram que as coisas tinham ficado feias entre nós.


-Está na escola. Rob a levou.


Nikki fez cara de espanto


-Rob?


-Claro, porque esta cara?


Ela deu de ombros.


-Eu estou mesmo curiosa pra saber como estão as coisas… Quando eu liguei pra ele, quando soube do acidente, e ele me contou que estavam juntos na Cornualha, eu achei bem estranho… mas devido as circunstâncias…


-Nikki, espera, o que quer dizer com achou estranho? – eu ouvia suas palavras sem entender nada, algo zunindo no meu ouvido.


-Ora Kris, era estranho ele estar com você depois de tudo…


-Tudo o que? – eu consegui murmurar, minha mente girando em indagações.


-Kris, vocês estão separados há mais de seis meses!


O zunido do meu ouvido aumentou de forma alarmante. As palavras de Nikki dançaram em minha mente.


“Vocês estão separados há mais de seis meses”.


Oh Deus. Oh Deus. Oh Deus. Eu não queria acreditar. Não podia. Mas as peças se encaixaram terrivelmente na minha cabeça.


“Ela se lembrou?” – ele dissera naquela tarde na praia, com o semblante cheio de medo.


“Eu senti falta de ter você assim perto de mim”, ele dissera quando me abraçara depois de vermos os filmes na mesma tarde. Seu rosto tenso quando eu disse que estava começando a me lembrar. O garçom do restaurante dizendo que não me via há muito tempo.


A discussão com Lizzy de manhã. A aliança guardada. E as roupas que não estavam no armário. Todas as vezes que eu tivera certeza que estavam escondendo algo de mim.


Tudo fazia sentido.


Era isto. A última peça. Eu senti uma vertigem e teria caído se já não tivesse sentada.


Era tudo uma mentira. Uma fraude. O casamento feliz não existia.


“Nós” não existíamos.


Não mais. Há mais de seis meses.


Eu senti o sangue fugindo do meu rosto e uma raiva crua se instalando junto com uma dolorida decepção. E um vazio dilacerante.Porque eu acreditara. Porque eu realmente queria que estivéssemos juntos. Enquanto tudo não passava de uma farsa.


-Kris, você está bem?


As palavras de Nikki fizeram com que eu reagisse e respirei fundo. A vontade que eu tinha era de tacar a cabeça na parede por ter sido tão idiota.


-Sim… eu…


-Oh… você não sabia não é? – Nikki falou, um sorriso irônico se formando em seu rosto – mas que filho da puta! Ele não te contou que estavam separados?


-Não – eu confessei. Do que adiantava mentir.


Estava tudo perdido mesmo.


-Kris, eu sinto muito. Eu pensei que… Não achei que o Rob ia ser tão cretino de mentir pra você, mas parece que me enganei… Os homens são todos uns filhos da puta! Eu também estou me separando, não sei se sabe disto. Cansei do Paris. Ele nunca me fez feliz mesmo. Achava que dinheiro resolvia tudo. Mas eu tomei coragem! Quando você chutou o Rob, eu resolvi fazer o mesmo. Tudo bem que agora ele quer me deixar sem nada, mas eu já contratei os melhores advogados! Pena que também não tive um filho, ai seria tão mais fácil…


Eu passei os dedos na testa, que suava frio, as palavras sem cabimento de Nikki me deixando ainda mais enjoada.


-Nikki, olha, eu agradeço sua visita, mas acho melhor ir embora…


-Mas Kris, acho melhor eu ficar, eu…


-Não! – eu me levantei e fui até a porta, a abrindo – por favor, vai embora.


Ela pareceu que ia insistir, mas deu de ombros.


-Se precisar me liga. Eu sinto mesmo por tudo isto. Não esquece que sou sua amiga.


E me deu um abraço rápido, indo embora. Eu bati a porta e voltei para o quarto.


Me joguei na cama e deixei que as lágrimas viessem.


Eram lágrimas de decepção. De raiva. De tristeza.


Eu nem sei quanto tempo eu fiquei chorando. Até que ouvi a porta bater. Eu me levantei limpando o rosto e fui confrontá-lo.


Ele sorria quando me viu. Mas seu sorriso morreu no rosto assim que viu minha expressão.


-Kris? Você está bem?


Eu me aproximei e bati em seu rosto.


-Por que mentiu pra mim? Quanto tempo mais achou que ia continuar com esta palhaçada? Quando é que pretendia me contar que estamos separados?


Ele passou a mão pelos cabelos, o rosto tenso.


-Você lembrou…


-Não, eu não lembrei. Antes tivesse! Assim eu já ficava sabendo de uma vez quantas coisas mais você esconde de mim! – eu estava gritando completamente descontrolada e não estava nem aí.


-Kristen, acalme-se, vamos conversar.


-Conversar?! Sabe como eu me senti quando ela me contou?


-Ela quem? – Rob indagou com desconfiança.


-A Nikki.


Ele riu nervosamente.


-Mas tinha que ser!


-Ela pelo menos fala a verdade e não me trata como retardada!


-Você não sabe quem é ela! A Nikki deve estar rindo neste momento por ter feito isto.


-Não me interessa! Não mude o foco! Não foi a Nikki que me enganou este tempo todo e sim você! Como pode fazer isto? Fingir que éramos ainda casados que… – eu solucei, sem me conter, minha mente infestada de lembranças de tudo que tínhamos vivido desde que eu acordara no hospital – você me fez acreditar… Oh Deus, eu fui tão cega!


-Kristen, por favor, você tem que me ouvir antes de tirar conclusões…


-Não preciso tirar conclusão nenhuma! Está tudo claro como água! Como conseguiu fazer meus pais mentirem pra mim? Todo mundo sabia e estava me enganando! Meu Deus!


-Eu pedi que não contassem.


-Claro! Não queria que eu soubesse que não tínhamos mais nada ver! Agora eu só não entendo pra que!


-Porque eu queria uma outra chance com você! – ele gritou.


Eu engoli em seco.


-Porque não me contou a verdade? Acha que eu não tinha o direito de saber e de escolher se eu queria te dar uma chance?


-Você nem ao menos sabia quem eu era, como podia escolher alguma coisa?


-E você não tinha o direito de esconder isto de mim! Como se não bastasse esconder sobre a Agnes! E agora isto? Eu merecia saber!


-Eu fiz pra te proteger!


-Ah! Queria proteger você mesmo e não a mim!


-Kristen, por favor, me escuta… – ele estendeu os braços para mim, mas eu dei um passo atrás.


-Não, não põe a mão em mim! Nunca mais toque em mim! Eu nem sei quem é você! Eu devia ter confiado nos meus instintos iniciais! Talvez por isto eu tenha esta maldita amnésia! Para não ter que lembrar que você existe! – eu gritei, praticamente cuspindo as palavras.


Ele reagiu as minhas palavras como se tivesse levado um tapa na cara e eu queria mesmo que doesse. Ele me encarava com a mesma raiva, a mesma tensão e um certo… pesar. Mas eu não estava nem aí. Eu queria esfolá-lo vivo.


Respirei fundo.


-Por que nos separamos? – perguntei finalmente.


Ele passou a mão pelos cabelos.


-Kris…


-Por quê? – insisti.


Ele me fitou com os olhos também vermelhos e por um momento eu vacilei. Havia dor ali. Havia uma raiva… que não era de hoje. De alguma maneira eu sabia que aquele amargor era antigo.


-Me diz por que nos separamos Rob – insisti.


Ele sacudiu a cabeça negativamente.


-Não.


-Eu tenho o direito de saber.


-Não.


Eu soltei um palavrão.


-Vai embora…


-Kristen…


-Vai embora, Rob! Não tem o direito de ficar aqui. Você nem mora mais aqui mesmo! Não vai fazer diferença pra você!


-Você não sabe o que está dizendo…


-Claro que não sei! Eu queria saber, mas eu não sei! A única coisa que eu sei é que eu não suporto mais você com suas mentiras!


Ele respirou fundo, os dedos castigando os cabelos, por um momento eu achei que ele ia recomeçar a briga, mas então pareceu desistir.


-Tudo bem. Eu pegarei a Agnes…


-Não. Ela é minha filha. Eu mesma buscarei ela.


-Kristen, ela é apenas uma criança e não tem nada a ver com isto.


-Eu sei. Justamente por isto. Ela é a única coisa real aqui. E vai ficar perto de mim. E nem ouse dizer que eu não posso cuidar dela se ainda quer sair vivo daqui.


Ele respirou fundo e se foi. Eu vi a porta bater atrás dele e tive vontade de correr atrás. Vontade de bater nele e exigir que me dissesse por que ele não fazia mais parte da minha vida.


Mas eu não fiz nada disto. Eu voltei para o quarto e retirei a aliança, a colocando na mesma caixa. Será que foi isto que eu tinha feito da outra vez?


Eu queria desesperadamente lembrar. Entrei no chuveiro e tentei ao menos amortecer a dor, já que eu sabia que ela não iria embora tão cedo e me perguntei se fora a mesma dor que eu sentira quando ele fora embora da primeira vez.


Depois de muito tempo, eu finalmente sai e me vesti.Havia um motivo para eu não desmoronar totalmente. Havia Agnes.


Eu peguei o carro de Megan e fui buscá-la. Forcei um sorriso ao vê-la e realmente senti algo diferente da dor que me tomava quando ela correu e pulou em cima de mim.


Ela era real. E era minha. E devia ser a única coisa que me interessava no momento.


Eu a levei pra comer, ouvindo suas histórias infantis e depois voltamos para o apartamento. Ela disse que queria ver um filme comigo e nos deitamos no sofá, sua cabeça em meu ombro, assistindo Crepúsculo. Que ironia.


Eu consegui não chorar, enquanto seus dedos brincavam com meus cabelos e nem quando no final, sonolenta, ela me perguntou


-Mamãe, o papai vai voltar a morar com a gente?


Eu mordi os lábios.


-Não, Agnes.


-Eu queria que ele voltasse… mas tudo bem. Vai ser como da outra vez não é?


-É – respondi simplesmente.


O que é que eu tinha dito pra ela da outra vez? Ela me abraçou e dormiu. Eu a coloquei na cama e voltei para a sala. Peguei o telefone e disquei o número da minha mãe.


-Mãe…


-O que foi agora, Kristen? – ela indagou com a voz cansada.


-Porque concordou com o Rob em mentir pra mim sobre estarmos separados.


Ela respirou fundo do outro lado da linha.


-Porque eu achei que mereciam uma segunda chance.


-Como se eu não fosse descobrir um dia!


-Está lembrando?


-Não. Estas malditas lembranças ainda estão enterradas.


-O que aconteceu Kristen?


-Eu o mandei embora, depois que discutimos.


-Não devia ter feito isto.


-Eu sou adulta. Posso fazer o que eu quiser.


-Está estragando sua vida.


-Eu queria que você me apoiasse a fazer o que é certo.


-Eu apoio quando concordo com você.


-Concordou da outra vez?


-Não.


-Porque nos separamos mãe?


-Ele não te disse?


-Ele se recusou.


-Kristen…


-Mãe, o que há de tão terrível? Ele me traiu? É isto? – eu perguntei sobre minha principal suspeita, porque não conseguia achar outro motivo.


-Não Kristen, não foi o Rob quem te traiu.


-O que quer dizer? Por que ele foi embora?


-Porque você pediu.


-Porque eu fiz isto?


-Porque você disse a ele que estava voltando o Michael.


Continua…

Nenhum comentário:

Postar um comentário