23 março 2011

REMEMBER ME - CAPÍTULO 9

Boa noite! Prontos para verem como Kristen vai reagir ao Robert depois desse mergulho? Vamos descobrir. Ótima leitura!

Capítulo 9
Lembro-me de ontem, caminhando de mãos dadas,

Cartas de amor na areia, eu lembro de você.

Através das noites sem dormir e a cada dia interminável,

Eu queria ouvir você dizer, eu lembro de você.

Skid Row


Meu coração falhou uma batida e eu encostei a testa na dele, fechando os olhos.


E agora? E agora? E agora? Teria ele razão? Seria sexo a chave de tudo? Das minhas memórias? Será que se eu transasse com ele, eu me lembraria de algo? E se não me lembrasse? E depois?


Seria possível continuar de onde paramos, de onde eu nem me lembrava. Ser um casal de novo? Eu senti um frio por dentro e fiquei tensa. Rob percebeu. Eu levantei a cabeça e o fitei.


-Eu não tenho certeza… se isto é o que devemos fazer agora.


Eu me sentia uma grande fraude. Há poucos segundos eu estava totalmente pronta pra tirar as roupas dele e deixar que ele fizesse sexo comigo ali mesmo na água. E agora eu estava recuando.


-Eu sei que não adianta nada falar que eu não quero. Por que eu quero. Muito. Mas eu nem sei quem é você… eu não sei… o que sinto por você. – Eu me atropelava nas palavras querendo que ele me entendesse e não me achasse uma bitch.


Rob ficou em silêncio por alguns instantes e então me soltou. Eu quase lamentei. Mas havia um lado meu que achou um alívio. Por que eu não saberia dizer se resistiria se ele insistisse.


-Tudo bem, Kris. Talvez seja… precipitação mesmo.


Eu tentei entender o que se passava na mente dele. Se estava com raiva de mim. Porque eu não queria que ele ficasse bravo comigo. O que era ridículo. Mas eu não conseguia decifrá-lo.


-Está bravo comigo? – indaguei.


Ele deu um pequeno sorriso, os dedos passando pelos cabelos, algo que eu já reconhecia como tão típico dele.


-Eu não consigo ficar bravo com você por muito tempo.


Eu sorri também, aliviada.


-E costuma durar quanto tempo… ?


-Isto depende. Mas sempre é menos tempo do que dura sua raiva comigo.


-Eu não consigo duvidar disto. – Falei irônica. Eu era realmente muito chata às vezes. Ou sempre.


Talvez eu não tivesse amadurecido muito em relação ao meu temperamento com o passar dos anos. Nós ficamos em silêncio por um momento, perdidos em pensamentos.


-E o que a gente faz agora? – indaguei num fio de voz.


-Vamos voltar.


Nós nadamos de novo até sairmos da água e eu me sentia cansada. Sem aviso, Rob me pegou no colo e eu ri.


-Não precisa disto.


-Não importa. – Ele respondeu sorrindo, me levando para dentro da casa, subindo as escadas até que estivéssemos no banheiro e ele me colocou no chão.


Minhas roupas pingavam no chão e um tremor de frio traspassou minha espinha.


-Está congelando. – Rob falou preocupado enquanto me colocava no chão do banheiro e como algo muito natural, levou a mão a minha blusa molhava para tirá-la, mas parou no meio do movimento ao perceber o que estava fazendo. Nós nos encaramos e ele soltou a blusa.


-Me desculpa, acho que foi… instintivo…


Eu mordi os lábios.


Havia uma nova realidade entre nós e eu lutei por um instante para entender o que era. Sim, eu me sentira estranha, mas ao mesmo tempo não me parecera absurdo sua atitude.


Fora realmente como algo… normal. Eu me enchi de um doce reconhecimento. Não era uma lembrança, mas já era alguma coisa. E então eu sentei sobre o vaso fechado e levantei os braços.


-Estou mesmo com frio.


Por um instante eu achei que ele fosse recuar, mas ele riu e ajoelhou-se na minha frente, levando a mão a minha blusa ensopada e a tirando por minha cabeça.


Eu usava um sutiã, não era como se estivesse pelada, mas mesmo assim, meu primeiro instinto foi levar a mão aos seios e cobri-los.


Mas eu não fiz isto. Ele já devia ter me visto nua um milhão de vezes, embora eu não me lembrasse disto. Mas se eu queria dar um passo para o desconhecido, eu tinha que deixar fluir.


Então era isto? Eu queria deixar fluir? Eu queria aceitar que tínhamos uma vida juntos?


Sim, eu queria. Nossos olhares se encontraram e eu sorri pra ele enquanto minhas calças seguiam a blusa. Ele se afastou e encheu a banheira de água quente. E quando, se voltou eu o fitei.


-Sabe o que eu descobri hoje? Que eu quero que isto dê certo. Quero que me mostre como somos juntos. Acho que podemos ir… devagar, um passo de cada vez?


-Como se estivéssemos nos conhecendo de novo?


-Sim… você faria isto?


-Eu faço qualquer coisa por você, Kristen.


De novo aquela intensidade desconcertante que me deixava desarmada. Mas desta vez eu queria. Queria ele fizesse isto por mim.


-Não será por mim apenas. Será por nós.


Eu fiquei de pé na sua frente e levando a mão às costas, eu tirei o sutiã. Era pra ser algo natural, normal. Mas não tinha nada de normal no olhar que ele me lançou.


E eu prendi a respiração, sentindo-me esquentar de dentro pra fora, o tremor de frio sendo substituído por tremor de desejo.


Ele olhava para meus seios como se fosse algo comestível. E eu quase podia sentir a ponta de sua língua tocando meu mamilo, que se intumesceu. Foi preciso um esforço muito grande para lembrar das minhas convicções.


Devagar. Devagar. Devagar.


-Devagar. – Eu repeti em voz alta, como uma advertência. O que talvez servisse mais pra mim do que pra ele.


Ele prendeu o olhar no meu, um risinho de lado.


-De onde você tira o poder de me fazer prometer coisas absurdas, Kristen?


Eu dei de ombros.


-Eu não sei de nada… não me lembro. – Falei com falsa inocência.


O ar entre nós agora era cheio de uma sutil sedução. Ele passou a mão pelos cabelos.


-Acho que não quer ajuda pra tirar o resto…?


O resto era minha calcinha e eu me arrepiei só de imaginar ele a tirando de mim. Sacudi a cabeça negativamente e ele riu. Um riso baixo, rouco, delicioso que arrepiou todos os pêlos do meu corpo.


E se não tivesse saído do banheiro e fechado a porta atrás de si, eu teria mandado pro inferno minhas idéias sobre “ir devagar”. Eu entrei na banheira quente e fechei os olhos.


Minutos depois, com minha mente mais clara e longe de Rob, eu consegui pensar racionalmente. Eu precisava mesmo ir devagar. Por que eu não sabia só do futuro. Eu não sabia do passado.


Eu precisava lembrar, ou ao menos entender toda nossa história. Só então seria capaz de seguir em frente.Depois de um tempo eu saí da banheira e me enxuguei. Havia um grande espelho e eu me encarei.


Ainda havia alguns hematomas bem claros sobre minha pele branca, mas muito pouco.


Eu franzi a testa ao olhar para meu corpo. Estava… levemente diferente.


Não era nada visível, mas eu sabia que estava mudado. Eu ainda continuava bem magra, mas meus seios pareciam ligeiramente maiores e meu quadril também.


Talvez fosse imperceptível para os outros, mas eu sentia as mudanças. Ok, não tinha mais 17 anos. Com certeza meu corpo mudaria. Eu suspirei e voltei para o quarto, colocando um pijama.


Rob bateu na porta.


-Entra. – Eu falei.


Ele também tinha tomado banho e seu cabelo estava molhado e bagunçado. Me deu vontade de me aproximar e passar o dedos para tentar arrumar, embora eu achasse que fosse impossível.


-Está tudo bem?


-Sim, está.


-Quer tomar alguma coisa?


-Não. Estou com sono.


-Certo. – Nós ficamos ali parados por um instante meio constrangedor e então ele sorriu. – Então boa noite.


Ele se virou para sair e sem pensar eu o chamei.


-Rob… porque você… não fica?


-O que aconteceu com o ir devagar? – Indagou.


-Estou falando de dormir. – Corrigi.


-Não sei se é uma boa idéia, Kristen.


-Pelo amor de Deus! Você já deve ter transado comigo um milhão de vezes! Não é como se não pudesse passar a noite comigo sem isto!


Ele riu.


-É injusto você usar argumentos, quando nem sabe o que está dizendo.


-Eu sei. Eu só… acho que se queremos que dê certo…acho que podemos começar com isto… por favor? Eu prometo não te forçar a nada, Rob. – Brinquei.


Ele riu.


-Você já descobriu que eu não digo não pra você não é? – falou indo para um lado da cama e eu fui para o outro.


Nossas mãos foram juntas para tirar a colcha que a cobria.


-Ah é? É bom saber disto. – Comentei enquanto nos deitamos lado a lado.


Ele apagou a luz e nós ficamos em silêncio no escuro. Por um instante achei que não fosse uma boa idéia mesmo, mas eu estava realmente cansada e comecei a sentir minhas pálpebras pesando.


-Eu não mereço um beijo de boa noite? – Rob indagou divertido.


E eu levantei o braço, batendo em seu peito.


-Isto sim não é uma boa idéia.


-Não pode culpar um homem por tentar.


-Eu posso te bater de novo. – Bocejei.


-Não costumava ser tão violenta assim, Kristen.


-Acho que não acredito em você… – Me virei sentindo muito sonolenta para me preocupar de estar encostada nele.


Senti seus braços automaticamente a minha volta, me puxando pra seu peito.


-Durma, Kris. – Falou contra meus cabelos.


E eu deixei o sono me dominar, me perguntando se naquela noite, eu sonharia com ele.


Continua…

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