14 março 2011

REMEMBER ME - CAPÍTULO 5

Boa noite pervinhas!!Será que a foto ajudará Kristen a lembrar?? Mais um capítulo da FIC para vocês se deliciarem!Ótima leitura!

Capítulo 5
Eu traguei o cigarro em minhas mãos e aspirei no ar e olhei em sua direção.


Ele estava sentado numa varanda ensolarada, vestindo uma camiseta branca com um sol vermelho no centro enquanto bebia uma coca-cola. Eu me senti esquentar e não era de calor. Passei a língua pelos lábios subitamente ressequidos quando ele me fitou e sorriu.


Eu joguei de lado o cigarro subitamente esquecido e me levantei, indo em sua direção, como se tivesse obedecendo a um chamado silencioso.


Parei na sua frente apenas a tempo de tirar a coca-cola de suas mãos e colocar na mesa ao lado. Ele começou a esboçar um protesto, que foi esquecido quando me sentei no seu colo, lançando os braços em volta do seu pescoço e atraindo sua boca para minha.


Num segundo, suas mãos estavam sobre mim. Em meu rosto, meus cabelos, minhas costas, meus quadris, me atraindo para mais perto e eu gemi mordendo seus lábios.


Ele riu baixinho, separando a boca da minha, para morder minha garganta.


-Au – eu gemi de dor, mas ele já estava beijando o local mordido e agora eu gemi de prazer, meu corpo derretendo devagar contra o dele.


Minhas mãos foram rápidas para sua camiseta a despindo.


-Amei esta sua camiseta. – Disse, beijando seus ombros e deslizando as mãos pelo peito liso enquanto movia meus quadris contra os dele e ele gemeu roucamente, me apertando mais. Ele estava excitado. E isto me excitou ainda mais.


-Eu quero você agora mesmo. – Murmurei


-Aqui?


-Que seja… – E ataquei sua boca de novo.


Eu pouco me importava com a hora ou lugar. Dentro de mim existia apenas aquele sentimento sublime que era estar com ele. Aquela necessidade maravilhosa e ao mesmo tempo assustadora. De novo eu estava perdendo todo o senso.


Mas acho que ele ainda tinha algum, pois se levantou comigo no colo, ainda me beijando e caminhou comigo para dentro… Eu senti um arrepio de antecipação… E acordei.


Sentei na cama, ofegante e confusa. E olhei em volta do quarto ainda estranho. Minha vida ainda era estranha.


E eu estava sonhando com Robert. Ou me lembrando? Será mesmo que aquele sonho era uma lembrança? Eu fechei os olhos com força, rememorando o sonho.


Não foi uma boa idéia. Me lembrar de como ele me beijara, me tocara, de que estávamos prestes a fazer…


Eu gemi desalentada. Não podia ser uma lembrança. Devia ser fruto da minha mente confusa. Era tudo culpa daquele beijo.


Minha mente devia estar me pregando uma peça e agora eu estava tendo sonhos eróticos com Rob. Irritada, joguei as cobertas para o lado e tomei um banho no enorme banheiro da suíte.


Abri o armário, de novo caçando alguma roupa. O tempo lá fora estava nublado, mas não parecia estar tão frio. Quando abri a porta do quarto e desci as escadas, comecei a me sentir subitamente nervosa de encará-lo.


Parei a porta da cozinha. Ele estava sentado, lendo alguma coisa e uma xícara de café ao seu lado e um cigarro entre os dedos. Parecia tão compenetrado e por um instante eu fiquei ali, apenas o olhando.


E de repente o sonho voltou a minha mente, fazendo meu rosto esquentar. As imagens na mente eram tão nítidas como se fossem… uma lembrança.


Eu ofeguei, assustada e ele levantou a cabeça me fitando.


-Você está aí. – Foram as palavras simples com um arremedo de sorriso.


Mas algo na minha expressão deve ter me denunciado pois Rob franziu a testa.


- Está tudo bem?


Eu me obriguei a relaxar.


-Sim, está tudo bem… Bom dia. – Dei um passo para dentro e então estaquei, meio que sem saber o que fazer.


-Está com fome?


Eu sacudi a cabeça negativamente.


-Mas aceitaria um pouco deste café?


Ele apontou para uma cafeteira e eu me servi, sentando a sua frente.


Ele voltou ao roteiro e eu fiquei o observando.


Distraída, eu peguei o maço de cigarros que estava em cima da mesa e acendi um. E quando levantei o olhar, ele me fitava estranhamente.


-O que foi?


-É esquisito ver você fumar de novo.


Ops. Aquilo.


Eu tinha esquecido completamente o lance de parar de fumar. Não parecia uma atitude que eu tomaria.


Pelo menos nos meus 17 anos pra mim era muito normal. Meus pais fumavam e quando eu também comecei a fumar, eles não se importaram.


E Rob também fumava. Talvez ele estivesse mentindo pra mim. Ou eu tinha mesmo me tornado uma chata?


Eu quase ri de mim mesma, enquanto tragava. Era gostoso, mas não era… necessário.


Isto me deixou intrigada. Então me lembrei que eu passara uma semana no hospital sem sentir a menor necessidade de fumar.


Sem pensar, eu apaguei o cigarro em um cinzeiro em cima da mesa.


-Quando eu parei de fumar mesmo?


-Há alguns anos.


-E porque você não parou? Não me parece muito justo eu ter parado e você não.


Eu falei aquilo na defensiva. Porque estava assustada com a constatação de que estava mesmo mudada.


Pela primeira vez desde que tinha acordado naquele hospital havia uma prova dentro de mim de que eu não era mais a mesma Kristen de 17 anos. A Kristen de 17 anos fumava feito uma chaminé. Mas esta nova Kristen não. Mas Rob depois de um momento sorriu e imitou meu gesto.


-Tem razão. Acho que devo parar de fumar também.


-Está falando sério? – Indaguei incrédula.


Ele tomou um gole do café.


-Estou.


-Por que agora e não antes? Ontem me disse que eu insistia com você para parar de fumar… mas não parece que você me dava ouvidos.


Ele passou a mão pelos cabelos, pensativo.


-Eu não sei… talvez, estar tão perto te perder tenha feito com que eu reavaliasse algumas coisas.


Eu engoli em seco e desviei o olhar. Era perturbador encará-lo quando ele ficava assim tão… intenso. Era mais fácil manter a conversa leve e longe das zonas de perigo. Tomei um grande gole de café e apontei para o calhamaço de papel a sua frente.


-O que está lendo?


-Um roteiro.


-Do filme que está gravando? – Perguntei interessada.


-Sim.


-Você me deixaria ler… uma hora destas? – Quase implorei.


-Claro.


-Certo… – Tamborilei os dedos sobre a mesa, enquanto ele voltava a ler – Está… decorando o texto?


-Estou.


-Há quantas anda a filmagem?


-Ainda estamos no começo.


-E porque não está lá?


Ele riu.


-Porque estou aqui com você.


-Isto deve estar atrapalhando todo o cronograma! Não deveria abandonar uma filmagem assim!


Agora ele riu com vontade, como se tivesse ouvido uma piada que só ele tinha entendido.


-Não se preocupe. Eles entendem.


-Eu duvido. Isto é muito… irresponsável!


-Kristen, é sério. Está tudo sob controle.


-Tem certeza? Você pode… voltar para Londres... eu não me importo…


-Eu me importo. – Ele agora estava sério e até meio… irritado.


E eu me perguntei o que teria dito para deixá-lo assim. Estava bravo porque eu estava chamando a atenção dele sobre largar um filme no meio? Eu estava totalmente certa e ele sabia disto.


-Você pode não se importar… ou não se lembrar, porque preciso ficar aqui, mas entenda que isto não vai mudar.


Oh, então fora isto. Ele ficara irritado porque eu falei que não me importava dele estar ali comigo, enquanto deveria estar gravando em Londres. Mas não fora isto que eu quis dizer. Não mesmo. E esta constatação meio que me chocou.


-Eu posso não me lembrar, mas isto não quer dizer que não me… importe. O que eu quis dizer, é que eu entendo a necessidade do seu trabalho, porque é o meu também. Posso estar desmemoriada, mas ainda me lembro de como é um cronograma de filmagem. E eu me sinto… um pouco culpada de estar atrapalhando você.


Eu respirei depois da avalanche de palavras. Ele ficou em silêncio por um instante, apenas me fitando e então começou a rir.


-Você não sabe mesmo o que está dizendo. – Comentou enquanto pegava o maço em cima da mesa, mas eu segurei seu pulso.


-Não, não. Você prometeu.


Então ele olhou pra minha mão em cima da sua e eu corei, retirando rapidamente, como se tivesse levado um choque. Ele soltou um palavrão e passou a mão pelos cabelos.


-Que diabos… Eu prometi mesmo não é?


Eu dei de ombros.


-Apenas faça isto se quiser. Eu… Não mando na sua vida.


-Não, você tem razão. Eu quero mesmo.


-Que bom pra você. – Resmunguei levantando e lavando a xícara que eu usei.


Olhei através da janela e o dia ainda estava nublado e as ondas arrebentavam na praia. A quietude era incrível.


E de repente eu me dei conta de que éramos só nos dois ali. Longe de tudo…


-Temos vizinhos? – Indaguei.


-Sim, mas as casas não são próximas.


-E aquela tal empregada que você falou?


-Ela estará aqui daqui a pouco.


-Ela vem todo dia?


-Às vezes.


Eu me virei.


-Certo. Eu vou deixar você ler em paz. Acho que vou… dar um volta.


-Eu vou com você.


-Não! Eu vou sozinha.


-Kristen…


-Não vou me perder nem nada disto. Vou apenas na praia.


E saí antes que ele me impedisse. Caminhei pela praia sem rumo e pensei de novo no sonho.


Eu podia ter perguntado pra ele. Mas só de pensar em descrever o que eu tinha sonhado já sentia meu rosto esquentar de vergonha. Tudo bem que éramos casados. Mas isto na minha mente era “teoria” e não “prática”.


Mas se fosse realmente uma lembrança? Isto queria dizer que eu estava começando a lembrar? E quando eu me lembraria de mais? Havia tanta coisa perdida. Tantas questões não respondidas.


Mas Rob dissera que me ajudaria a lembrar. E até agora ele não fizera nada neste sentido. Estava na hora de cobrá-lo.


Voltei pra casa decidida a exigir algumas respostas e encontrei uma senhora na cozinha em vez de Rob.


-Olá, Kristen. – Ela sorriu como se me conhecesse.


Oh, claro. Ela devia me conhecer.


Eu mordi os lábios nervosa. Ela só poderia ser a tal empregada.


-Oi. – Falei incerta e então ela bateu na própria testa.


-Oh, me desculpe. O Robert me contou o que aconteceu. Eu realmente lamento.


-Não mais que eu. – Falei irônica e ela riu dando alguns passos em minha direção e limpando a mão no avental que usava.


-Estou vendo que sua personalidade continua a mesma pelo menos. – E antes que eu pudesse entender aquele comentário, ela me estendeu a mão – Meu nome é Megan, eu cuido da casa para vocês.


Eu segurei sua mão.


-Muito prazer Megan.


Ela voltou a pia, fazendo um gesto de descaso com a mão.


-Sem formalidades.


Eu forcei um sorriso.


-Me desculpe… esqueço que nós… nos conhecemos... – Gaguejei.


Ela riu.


-Não se sinta culpada. Você vai lembrar.


Eu suspirei.


-Eu espero…


-O Rob falou pra você ler isto aí na mesa e disse que volta logo. – Ela apontou em cima da mesa.


-Onde ele foi? – Perguntei pegando o roteiro fechado.


-Pedi que fizesse algumas compras… mas você sabe como ele é… vai trazer tudo errado.


Não, eu não sabia como ele era. Mas não falei nada.


-Vá ler em algum lugar. E não se preocupe comigo. Sou quase invisível.


Eu sorri e me afastei. E então me dei conta que não conhecia a casa.


Curiosa, eu comecei a perambular pelos cômodos claros e me surpreendi ao gostar do que via. Apesar de ser enorme e de algumas portas estarem trancadas.


Depois voltei para o quarto e abri o roteiro e soltei uma exclamação surpresa ao ver o nome da roteirista.


Era minha mãe, Jules Stewart.


Continua…

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