25 março 2011

REMEMBER ME - CAPÍTULO 10

Chegamos a metadade da nossa FIC, Kristen está baixando a guarda pro Rob, mas será que ela lembrará de algo? Vamos descobrir agora. Ótima leitura!!

Capítulo 10



Eu acordei devagar, sentindo-me totalmente desorientada. O quarto estava iluminado quando abri os olhos. Tentei me mexer algo prendia meu cabelo.



Espera. Não era só meu cabelo. Havia um braço em volta da minha cintura e uma perna por sobre a minha. E eu me lembrei. Rob estava ali comigo. Eu me virei devagar, tentando não acordá-lo, mas ele acordou e me fitou com um sorriso preguiçoso.

E então eu senti. Uma sensação de Deja vu. Não era como se lembrar de algo. Mas era como se eu tivesse certeza que já tinha vivido aquilo antes. Eu sentei rápido. E Rob sentou ao meu lado.


-O que foi?


Eu o fitei, tirando o cabelo do olho.


-Foi como um… Deja vu... não exatamente um lembrança, mas algo muito forte.


Ele passou os dedos por meu rosto.


-Sua mente está começando a se abrir.


Sim, era o que parecia.


Era como se rebaixando a guarda para ele e aceitado que ele fazia parte da minha vida, minha mente começasse a se abrir. Eu sorri e ele sorriu de volta. Mas não era exatamente um sorriso igual ao meu de alívio e satisfação.


Era como um sorriso… triste? Ou era impressão minha. Antes que eu pudesse perguntar pra ele, um telefone tocou. Rob saiu da cama e atendeu.


-Oi... – ele ouviu o que a outra pessoa estava falando e sorriu. – Espera um minuto. – E então me fitou. – Eu vou atender lá embaixo.


E saiu. Eu mordi os lábios, irrequieta. Porque ele não podia falar ali? Seria o tal N? Ou a tal N?


Sai da cama e me vesti, pensando naquilo. Quando ele voltou, eu já estava arrumada.


-Me desculpe. Era importante.


-Quem era? – indaguei como quem não quer nada.


-Minha mãe.


-Está tudo bem?


-Está sim. O que quer fazer hoje? – certo. Ele mudou de assunto ou era impressão minha?


Eu dei de ombros.


-A gente podia sair.


-Sair?


-É… Eu não lembro de conhecer a região. Podíamos dar uma volta.


Ele sorriu.


-Pode ser uma boa idéia.


Nós percorremos de carro as estradas sinuosas da região e Rob me falava da história do lugar.


-Por que decidimos vir para cá?


-Porque era longe e era bonito.


-Porque não moramos em Los Angeles? Não seria mais comum? É lá que ficam os estúdios.


-Nós moramos lá… por um tempo.


-E quando viemos para cá.


-A gente sempre foi e voltou, entre a Inglaterra e Los Angeles.


-Mas você me deu a impressão que morávamos mais aqui.


-Nós decidimos ficar aqui, definitivamente, há quase dois anos…


-E não voltamos mais para Los Angeles?


-Eventualmente, para trabalhar, sim.


Eu olhei a paisagem pela janela.


-Eu gosto daqui.


Ele sorriu.


-Você sempre gostou.


-Quando foi que compramos esta casa?


-No final de 2010.


-E quantas casas mais nós temos?


-Duas, um apartamento em Londres e sua casa em LA.


-Por que minha casa?


-Porque você a comprou antes de ficarmos juntos.


-Oh… entendi.


Ele parou o carro num desfiladeiro e nós descemos. A paisagem era de tirar o fôlego, com o mar arrebentando nos recifes a baixo.


Rob parou atrás de mim e pareceu tão natural eu me encostar nele e ficar ali, por um longo tempo, sem necessidade de palavras.


-Fazia muito tempo que não vínhamos aqui. – Ele comentou de repente e eu me virei, mas não me desencostei dele.


-Por quê?


-Não sei. – Ele deu de ombros, com aquele sorriso irresistível no rosto e eu senti um arrepio na espinha.


-Você pode me beijar? – pedi sem pensar.


Ele riu, os braços em volta da minha cintura.


-O que aconteceu com o ir devagar?


-Você pode me beijar devagar, eu não ligo. – Respondi ficando na ponta dos pés e ele abaixou a cabeça, os lábios encontrando os meus.


E foi devagar, intenso, delicioso.


Era gostoso demais beijá-lo sem pressa, sem necessidade de provar nada, apenas deixar nossas línguas se encontrarem e se acariciarem em beijos molhados. E então, cedo demais, ele parou, mas o beijo durou tempo suficiente para me deixar derretida e querendo mais.


Ele sorriu, os dedos infiltrados no meu cabelo. E eu percebi que também era bom ficar assim, junto dele, mesmo sem estarmos nos atracando.


Não que eu não preferisse que ele voltasse a me beijar e continuar de onde paramos. Mas havia tanta coisa que eu queria dele. Tanta coisa que eu sentia que ele podia me dar. E pela primeira vez eu realmente senti que podia me apaixonar por ele.


De novo. E tive vontade de rir feito louca e sair dando piruetas.


-Do que está rindo?


Eu suspirei e meus dedos agarraram sua blusa.


-Vamos voltar. – Eu decidi de repente.


-O que?


-Vamos voltar para Londres, ou então… podemos ir para Los Angeles, ver meus pais.


Ele recuou, não exatamente na mesma onda que a minha.


-Kristen…


-Eu acho que não precisamos ficar mais aqui. Eu sinto que vou me lembrar, já me lembrei de algumas coisas não é?


-Você disse que coisas sexuais não adiantavam nada.


Eu ri.


-E daí? Talvez eu lembre porque seja algo importante e se eu não lembrar… – eu suspirei pesadamente. Não queria ficar daquele jeito pra sempre, mas eu tinha que encarar que era bem possível. – Nós faremos novas lembranças, você mesmo disse.


Ele passou a mão pelos cabelos nervoso. E eu franzi a testa. O que estava acontecendo?


Meu entusiasmo começou a se arrefecer. E eu sentia os muros se erguendo de novo. O que havia de errado?


-Porque não quer que voltemos? Não podemos ficar aqui eternamente! Eu já entendi que tem coisas da minha vida, muitas coisas, que estão perdidas. Eu preciso encarar a realidade!


Ele se aproximou, os dedos tocando meu rosto. Mas não era mais a mesma coisa.


-Não precisa ter pressa. Ir devagar não é?


Ele agora sorria, como se o momento anterior não tivesse acontecido. Eu quis discutir. Eu quis exigir que ele me dissesse… o que?


Eu nem sabia se havia algo a ser dito. Respirei fundo, tentando manter a calma.


-Tudo bem. Mais uns dias. Mas você sabe que não posso me esconder pra sempre.


-Eu sei. Vamos voltar. Está ficando frio.


Nós voltamos, mas paramos para comer num restaurante bem legal na beira da estrada, com uma vista espetacular para o mar. Quando entramos seu celular tocou.


-Vai indo. – Ele pediu e eu entrei sem discutir.


De onde eu estava, dava pra ver ele falando. Não parecia nada feliz. “N” de novo? Me perguntei.


Eu precisava parar com aquilo, já estava ficando obcecada. Ele desligou e se aproximou, sentando a minha frente, o celular ficou sobre a mesa.


-Está tudo bem? – indaguei.


Ele parecia meio aborrecido, mas sorriu.


-Está sim. Por que não pede, eu vou ao banheiro.


Ele se afastou e então meu olhar recaiu sobre o celular. Mordi os lábios, olhando para onde ele tinha desaparecido. Meus dedos coçavam de curiosidade. Não era legal eu fazer aquilo. Meus dedos tamborilavam na mesa.


-Ah que se dane! – E peguei o celular.


Últimas informações de chamadas. Nikki Reed era o último número. Quem diabos era Nikki Reed?


Eu olhei as outras. Não havia mais nenhuma ligação dela.


A palavra “casa” aparecia várias vezes. A ligação de hoje de manhã fora mesmo da casa dos pais dele possivelmente. Algumas de uma pessoa chamada Nick, algumas de Jules, minha mãe, deduzi e alguns números desconhecidos.


Coloquei o celular no mesmo lugar a tempo de ouvir seus passos se aproximando.


Ele se sentou.


-Pediu?


Eu neguei.


-Estava te esperando.


O garçom se aproximou e sorriu ao me ver.


-Oi Kristen.


Eu encarei Rob e ele deu de ombros rindo. Bom, com certeza ele devia me conhecer.


-Oi. – Respondi sem graça.


-Faz tempo que não a vejo, hein?


-Pois é. – Respondi sem saber o que falar – Vão querer o que?


Eu olhei o cardápio e pedi qualquer coisa e Rob fez o pedido dele. Quando o garçom se afastou eu respirei aliviada.


-Acho que você tem razão. É muito estranho as pessoas falarem comigo e eu não fazer idéia de quem são.


-Eu imagino.


-E eu não quero que todo mundo saiba do que aconteceu. – De repente eu fiquei preocupada. – Ninguém sabe não é?


-Apenas algumas pessoas, não se preocupe. Não tem nada na mídia.


-Ainda bem. – Falei aliviada.


Nosso prato chegou e nós comemos. O tempo inteiro eu me lembrava do que eu tinha feito, fuçando no seu celular. Eu devia confessar? Foi uma coisa ridícula, mas eu me sentia culpada.


Quando terminamos seguimos para casa em silêncio e quando chegamos lá eu não agüentei mais.


-Posso te fazer uma pergunta? – indaguei quando entramos na sala.


-Claro. – Respondeu distraído.


-Quem é Nikki Reed?


Ele me fitou surpreso e minha cara deve ter me denunciado. Ele soltou um riso de entendimento.


-Você fuçou no meu celular.


-Me desculpe… sei que não devia… mas você deixou ele ali… eu fiquei curiosa…


Ele passou a mão pelos cabelos.


-E o que quer saber?


-Quem é esta tal de Nikki? – Eu tentei perguntar normalmente.


Na minha mente eu já tinha feito a associação de Nikki com o N no papel. Embora não houvesse mais nenhuma ligação dela marcada.


-É sua amiga.


-Minha amiga? Não conheço ninguém com este nome.


-Você a viu no filme. Twilight.


-Oh, quem era ela?


-A loira. Exceto que ela não é loira de verdade.


-E ela te ligou por quê?


-Para saber como você está.


-Porque não ligou pra mim?


-Porque se não se lembra, não está com seu celular.


-E onde ele está?


-Estragou no acidente.


-Porque não passou o telefone pra mim então?


-Porque como você mesmo disse, você não lembra dela.


-Ela sabe da minha amnésia?


-Sabe. Ela ligou na sua casa depois que soube do acidente e sua mãe contou.


-Ela está em Los Angeles?


-Não faço idéia. Pode ser.


Eu mordi os lábios curiosa. Nikki Reed. O nome não me dizia nada. Quantas mais pessoas tinham entrado na minha vida em sete anos.


Pessoas que eu nem sabia da existência agora? Eu me sentei


-Eu me sinto mal... por não lembrar desta… Nikki… e de tantas outras pessoas.


Rob se aproximou e sentou ao meu lado.


-Não se sinta, a culpa não é sua.


Eu o fitei.


-Mais uma vez você tem razão não é? Talvez não seja hora de voltar.


-Eu quero apenas que você fique bem. Já é difícil demais, ver você assim.


Eu respirei fundo.


-Nós somos muito próximas? Eu e esta Nikki?


-Um dia foram inseparáveis.


-E não somos mais.


-Não.


-Que pena…


Eu deitei a cabeça em seu ombro. Havia algo ali. E eu não sabia o que era. Era como a sensação de Deja vu de hoje cedo. Mas não era bom, definitivamente.


Era uma sensação ruim. Comecei a sentir minha cabeça latejar.


-Minha cabeça está doendo. – Murmurei.


-Você precisa descansar. – E sem aviso, ele me pegou no colo e me levou para a cama – Quer que eu traga um comprimido?


-Não. – Murmurei. – Quero apenas que fiquei comigo.


Ele deitou ao meu lado e me abraçou.


-Rob?


-O que?


-Por que eu sinto algo ruim em relação a esta Nikki?


Eu pude sentir a tensão emanando dele.


-Não pense nisto.


Mas eu queria pensar. Mais que isto. Eu queria lembrar.


-O N que você rabiscava… era ela?


Desta vez ele riu.


-Porque seria?


-Não sei…


-Não tem nada a ver.


-Então quem é este N?


Ele não falou nada e eu levantei a cabeça para fitá-lo. E eu senti como se ele fosse dizer algo. Como se quisesse dizer algo, mas ele sorriu.


-Que N?


Eu suspirei pesadamente e voltei a deitar a cabeça em seu peito.


Tudo bem. Ele não iria dizer. Mas eu iria descobrir.


Fechei meus olhos com força e dormi. E então o sonho veio. Forte e límpido como uma lembrança. E desta vez não era um sonho bom.


Continua…

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