Confira a entrevista completa e traduzida de Kristen para a
revista Vanity Fair, cuja qual é capa da edição de julho/12. Para conferir os
scans e vídeo dos bastidores, clique aqui, para icons e gifs clique aqui e aqui respectivamente.
“Eu cambaleei depois, como de costume,
como o que tenho feito por toda a minha vida atrás de pessoas que me
interessam, porque as únicas pessoas que me interessam são as loucas, aquelas
que são loucas para viver, loucas para falar, que desejam tudo ao mesmo tempo,
aquelas que nunca bocejam ou dizem algo comum no lugar comum… Mas queimam,
queimam, queimam, como fabulosas velas romanas amarelas pela noite afora. – Do roteiro original de On the Road, por Jack Kerouac.
Não há
quantidade suficiente destes tipos de loucos hoje em dia. Não nas telas, nos
palcos, na página ou nas paredes de uma galeria. Em vez disso, observe o curvar
para a fama, dinheiro, e poder, a capitulação para o status. Então, raramente
nós assistimos um jovem artista, cantor, ou ator que quer queimar, queimar,
queimar, para lançar um novo caminho que irá inspirar futuras gerações, mas que
também está disposto a sofrer as consequências que vem junto por dizer não as
coisas como ela são.
Mas isso não é
um grito para os bons velhos tempos, não houve coisa semelhante de qualquer
maneira. É uma chamada para lembrar o que interessa. Felizmente, cada nova
geração ainda tem uns poucos desajustados que juraram suas próprias declarações
de independência. Um deles é Kristen Stewart, a inquieta atriz de 22 anos de
idade, mais conhecida por dezenas de milhões de fãs como Bella Swan, a heroína
da série Crepúsculo. Mas Stewart vai enraizar-se ainda mais profundamente na
consciência do público em 2012, já que ela aparece em um trio de filmes,
começando com o sucesso deste mês Snow White and The Huntsman (a segunda versão
deste ano de Hollywood para o conto de fadas) e continuando com a adaptação da
bíblia moderna On the Road. No topo de todos eles, pelo menos nas bilheterias,
lançado no mês de novembro, o grande final da saga Twilight, Breaking Dawn Part
2.
No caminho,
Stewart teve uma má reputação por levar a vida de talk-shows, tapete vermelho e
fotógrafos, o inferno de entrevistadores, porque ela não consegue e, ou não
joga o habitual jogo de estrela de cinema. “Kristen
não sabe como estar em uma disputa de popularidade“, diz Sean Penn,
que em 2006 dirigiu a atriz com 16 anos de idade, em Into the Wild. Penn não
tem nada além de elogios para Stewart, cujo desempenho breve em seu filme é
inesquecível, ele compara trabalhar com a ela ‘a ter um dia perfeito – céu
azul, mar azul – um passeio na porta’. E quando chegou a hora de divulgar seu
filme corajoso e bonito – uma adaptação comovente do livro de Jon Krakauer com
o mesmo título, sobre a busca condenada de um jovem por uma alternativa no
comércio e a corrupção da vida moderna Stewart fez o seu melhor para reunir e
ajudar a figurar o filme. Mas como Penn explica: “Você pode ver Kristen generosamente tentando se juntar a
esta disputa de popularidade quando um filme está sendo divulgado. Ela vai
tentar estar ali, mas sua linguagem corporal tem uma dinâmica completamente
diferente.” Em outras palavras, ela não está prestes a receber
qualquer prêmio de ‘Vendedora do Ano’ em breve.
Stewart
certamente não é a primeira artista a ter problemas com o outro lado da fama
que vem com o sucesso de Hollywood, mas definitivamente ela é uma das estrelas
jovem com menos medo de ser criticamente franca com o sistema. Desde a origem
do cinema, sempre houve uma pressão para estrelas de filmes projetarem a imagem
certa, especialmente as mulheres, mas a demanda se tornou muito mais intensa ao
longo dos últimos 25 anos, ao ponto de parecer bem em premieres e premiações
ter se tornado um trabalho em tempo integral, com artistas que geralmente
servem de meros manequins para algum produto. E tristemente, os atores e
músicos tem sido assim com mais frequência, contra seus próprios instintos, por
medo da retaliação da mídia, assim como estar em muitas listas de pior e mais
bem vestida. Deus reprima. Não Stewart, que tem ficado tão acostumada com sua
reputação de caramujo que até mesmo ri sobre isso. Ela diz, “Meu pai vai ficar como, ‘Ah, você
poderia ter sorrido um pouco mais’.”
Mesmo que isto
não ajude. “As pessoas
decidiram como elas vão vê-la,” diz Robert Pattinson, seu Romeu de
lábios vermelhos nos filmes de Crepúsculo. “Não
importa quantas vezes ela sorria, eles irão colocar uma foto em que ela não
está sorrindo.” É verdade, porém, apesar de seus looks
deslumbrantes, ela não é um raio de sol no tapete vermelho. Pense tempestade,
lampejos de luz. “Eu tenho
sido muito criticada por não estar perfeita em todas as fotografias,”
ela diz. “Eu ouço algumas
merdas sérias sobre isso. Eu não estou envergonhada sobre isto. Eu estou
orgulhosa disto. Se eu tirar fotos perfeitas o tempo todo, as pessoas que estão
no quarto comigo, ou no tapete vermelho, poderão pensar: Que atriz! Que falsa!
Este pensamento me envergonha tanto que eu pareço uma merda em metade das
minhas fotos, e eu não dou a mínima. O que importa para mim é que as pessoas
que estão lá, quando forem embora pensem, ‘Ela foi legal. Ela teve um bom tempo
aqui. Ela foi honesta.’ Eu não ligo sobre o voraz, com os famintos comedores de
merda que querem transformar a verdade em merda. Não que você possa dizer isso
sobre a Vanity Fair!”
Apesar de todo
aquele desconforto nos tapetes vermelhos e em photoshoots, ela aprendeu a amar
moda e essas coisas – “Eu
nunca imaginei isso“. disse Pattinson – principalmente quando se
identifica com os desenhos e eles te expressam, ou, em suas palavras, “alguma
merda legal”. Se ela usa aquilo, pode acreditar que ela o adora. Então eu não
fiquei surpreso quando ela se tornou a garota propaganda da nova fragrância da
Balenciaga. Na verdade, nos sentamos para conversar sobre isso rapidamente
depois de nos encontrarmos de novo no desfile da Balenciaga da coleção de
outono, em março deste ano em Paris. (Nós nos encontramos pela primeira vez em
2006).
Uma cesta de
pães e um prato de escargot foram colocados e uma mesa de canto no fundo do Le
Duc, o restaurante onde Stewart e eu nos encontramos para uma conversa durante
o almoço. Eu escolhi o lugar, uma instituição Parisiense com o peixe mais
fresco da cidade, porque eu pensei que a clientela seria muito arrogante e de
idade avançada para saber ou ligar que Bella Swan estava no meio deles.
(Também, eu estava sonhando com as lagostas mergulhadas na manteiga com alho do
Le Duc.) Mas nenhuma de nós estávamos esperando uma sugestão de scargot vinda
do garçom e, nenhuma de nós, assim que isto aconteceu, era um aficionado.
Stewart me deu um cauteloso olhar de: “Você
vai primeiro.” Eu confessei.“Eu
estou um pouco assustada. Você?” Ela ficou envergonhada. “Eu sinto
que eu devo experimentar. Eu me sentiria rude se eu não o fizer,” ela disse.
Ela estava de jeans, regata preta e uma linda jaqueta de couro preto da
Balenciaga, mas eu diria que isso era mais Lady Sybil de Downtown Abbey oposta
a mim, os modos eram tão graciosos. Um gole (grande) de vinho branco, uma tira
de pão, e abaixo da concha escorregou o primeiro escargot de Stewart.
E o seu último.
“Estava muito bom,”
ela declarou. “Mas eu acho
que não quero comer um prato inteiro deles.” Eu ri. Ao longo de
nossas conversas, havia algo tão carinhoso, tão humano, sobre sua combinação de
valentia, bondade, auto- preservação, autoafirmação e aceleração de ferocidade
que eu a encontrei na torcida. É claro, seu idealismo e direção de dizer isso,
como se ela visse isto – o voraz, que se danem os comedores famintos de merda!
– frio seria apenas um produto de sua juventude. Ela poderia crescer e se
tornar outra narcisista de Hollywood, mas minha intuição é que isto não está
nem nas cartas aqui.
Poderíamos
pensar que Stewart seria um pacote instruído para o mundo do entretenimento,
desde que era apenas um “produto caseiro de hollywood”. Sua mãe, Jules
Man-Stewart, é uma respeitada supervisora de scripts, que acabou de dirigir seu
primeiro filme sobre a política sexual na prisão. O pai de Kristen, John
Stewart, que também trabalha no ramo como produtor e diretor de palco em
especiais de TV e em reality shows. Seu irmão Cameron,controla a iluminação e a
aparelhagem técnica. Stewart cresceu em San Fenando Valley, e aprendeu sobre
uma vida no cinema e na TV desde cedo, e desde cedo já foi contagiada pelo
“vírus”. Sua mãe a levava para as audições, mas não tão entusiasmada assim “Eu trabalho com essas crianças – elas
são loucas. Você não é uma delas.” De fato, os primeiros trabalhos
de Kristen foram uma miséria. “Eu
não fazia nada, só sorria para câmera“, ela lembra de fazer testes
para comerciais quando tinha 8 anos. “Você
pode sentir que os adultos não estão satisfeitos com aquilo, não importa
quantos anos você tenha, eles sempre querem mais.”
Stewart, que
evitava roupas muito ‘menininhas’, não se encaixava em muitos escritórios de
casting – ou em qualquer um, para este assunto. Finalmente, sua perseverança e
seu comportamento verdadeiro-para-si-mesma valeu a pena; em 2001, com 9 anos,
ela conseguiu um papel de moleca no filme de Rose Troche, The Safety of
Objects.
Ela amava fazer parte de algo maior que ela mesma, e amava ser ouvida . Alguns outros papéis seguiram-se de projetos que falharam e não atingiram um grande público. E depois veio sua grande chance: o filme de David Fincher, O Quarto do Pânico, realizado em 2002, no qual Stewart, na época com 11 anos, teve o papel principal, ao lado de Jodie Foster.
A dupla de
Fincher, Foster e Stewart, como mãe e filha que são alvos de um terrível
assalto em sua nova casa dos sonhos em Manhattan, foi perigoso. Elas nasceram
para compartilhar as telas – completando uma a outra fisicamente e
temperamentalmente. Foster relembra, “Kristen
foi incrivelmente madura de diversas maneiras e pé no chão e muito calma sob
pressão. Ela era uma incrível ouvinte, mas então ela iria dizer alguma coisa
infantil que você ficaria como, ‘Está bem – ela só tem 11 anos.”
Foster, que sabe uma coisa ou duas sobre ser uma criança estrela, lembra de uma
conversa que teve com a mãe de Kristen. “Ela
não era muito atenta. Ela queria que o filme fosse coisa de Kristen, mas queria
ter certeza que ela estava bem cuidada e não sobrecarregada. Um dia ela foi ao
set almoçar, o que eu acho que é muito inteligente. Eu disse ‘Kristen não quer
ser uma atriz, certo?’ ‘Eu tenho medo que ela queira’, ela ressaltou. ‘Acredite
em mim, eu adoraria dizer para ela sair disso, mas parece que ela realmente
está dentro e ela é focada nisso. E parece que ela quer fazer isso, por certas
razões’.” Então Foster diz, “Kristen
não tem a personalidade tradicional de uma atriz. Ela não quer dançar em cima
da mesa para a vovó e colocar um abajur ligado. Ela não quer fazer vozes e ser
o centro das atenções. Com qualquer coisa, ela fica desconfortável. Ela se
aproxima das coisas de um jeito muito analítico. Ela é consciente.”
Toda essa
consciência e independência fez com que ela tivesse uns anos difíceis na
escola; Aos 14 anos Stewart saiu oficialmente da escola e começou a estudar em
casa. “Eu odiava muito a
escola“, ela disse com um tremor. “Olhe para uma foto minha antes dos 15 anos. Eu era um
garoto. Eu usava as roupas do meu irmão, cara! Não é como se eu me importasse,
mas eu me lembro de que as garotas riam de mim porque eu não usava jeans da
Juicy. Eu nem pensava nisso. Eu usava roupas de ginástica. Mas não é como se eu
não ligasse quando elas faziam isso comigo. Aquilo me chateava. Eu me lembro
que essa garota na sexta série me olhou na ginástica e era como ‘Oh meu Deus!
Isso é nojento, você não depila as pernas!’ “
Apenas no caso
de alguém no planeta Terra que não tenha visto o filme que fez Stewart famosa,
um pequeno resumo de Crepúsculo: o personagem de Stewart, Bella, é nova na
cidade, com um olhar camarada para os colegas, e um coração pronto para ser
dado; Edward Cullen, interpretado pelo brilhante Robert Pattinson, é o garoto
mais bonito do ensino médio, que simplesmente é um vampiro secreto; Jacob
Black, interpretado por Taylor Lautner, o que golpeia bastante, frequentemente
sem camisa, terceiro ponto neste triângulo amoroso, que também, de vez em
quando, se transforma em lobo. Com este elenco, o fator de desmaio está fora
das cartas, mas isto é algo deliciosamente incrível sobre os filmes, também,
especialmente a alta tensão sexual.
Mas,
ultimamente, o poder da narrativa, através dos cinco filmes feitos dos quatro
romances de Stephenie Meyer, é como isto reconhece nossa necessidade de ter um
vínculo com os outros; nós humanos, somos criaturas tribais, mesmo quando se
está sugando sangue. Foi Sean Penn que sugeriu para Catherine Hardwicke, a
diretora do primeiro filme da Saga Crepúsculo, que deu a Stewart uma chance. A
diretora assinou porque ela acreditava nas habilidades de Stewart de encarnar
os sentimentos de saudade que levam o livro original.
Havia alguns
atores ainda disputando o papel de Edward, e Hardwicke foi esperta suficiente
de envolver Stewart na decisão final. “Química da leitura” é um longo ritual
para testar se dois atores irão dar certo nas telas, mas isto soa como se
Hardwicke estivesse experimentando com explosivos no dia em que ela teve
Pattinson, um jovem ator britânico mais conhecido por ter interpretado Cedrico
Diggory em “Harry Potter e o Cálice de Fogo”, que apareceu em sua casa para
encenar uma cena com Stewart, na cama. “Honestamente,
eu estava nervosa,” lembra a diretora. “Eu vi que eles estavam atraídos um pelo outro e Kristen
era menor de idade. Eu disse, ‘Rob, nós temos uma lei neste país de menores de
18 anos. Não se meta em problemas aqui.’ Eu senti que estava na presença de
algo forte e poderoso.” Quando Pattinson saiu, Stewart disse “É ele.” Hardwicke ouviu,
mas queria estar certa que o carisma deles e a conexão visceral se traduzisse
no filme. “Não são todos que
fazem isto através das teles para o seu coração e almas na sala de cinema,”
diz a diretora, “Mas estes
dois fizeram. Foi eletrizante.”
Stewart foi
muito empenhada no set. Ela é aberta quanto as tensões criativas no set. “Eu e
Robert encontramos um monte de tensões”, ela me disse com um sorriso. “Nós não queríamos
que fosse tão serio”. Catherine era toda a ouvidos. Mas nós estávamos recebendo
notas do estúdio. Eles queriam que eu sorrisse o tempo todo. Eles não queriam o
Rob tão pensativo. Nós éramos tipo, “‘Não!
Você precisa refletir muitíssimo.‘” A bilheteria mundial levou
quase $400 milhões e certamente provou que o público estava pronto para uma
Bella que não sorri e um Edward pensativo. O fato é que ele envolveu emocionalmente
os fãs, dos quais tornaram os filmes muito pessoais, o que fez aumentar a
responsabilidade de Stewart que já se sentia dentro de sua personagem, a ponto
que Bill Condon, diretor das duas últimas franquias, começou a chamar
carinhosamente de “Crepúsculo Nazista” Já que o filme deve permanecer fiel ao
romance.
Quanto algumas
das críticas feministas – que Bella é um retrocesso de heroína porque ela se
sacrifica muito por seu homem – Stewart discorda fortemente. “Na verdade, você tem alguém que é mais
forte do que o cara que ela está, emocionalmente. Lute por uma coisa que você
ama – você é uma pessoa memorável se você faz isso. É uma falta de
responsabilidade pensar que o poder da garota é entusiasmo e deixar a confiança
dos homens lá em baixo.” Seus comentários parecem particularmente
pontados agora que The Hunger Games estreou e ultrapassou o rendimento de
alguns filmes da Saga Twilight com sua heroína ‘não levem os prisioneiros’,
Katniss Everdeen, interpretada por Jennifer Lawrence. Devo dizer que espadas
irão ser sacadas quando o grande final de Twilight de Condon, Breaking Dawn 2,
estrear nos cinemas no fim do ano. Não me matem, mas eu já vi. E não se
preocupem – eu não darei nenhum detalhe que o leitor já não saiba. Mas vamos
apenas dizer que Simone de Beauvoir aprovaria.
Eu perguntei a
Stewart quando ela percebeu que Twilight tinha mudado sua vida. “Em sua vida
como uma grande estrela, ela reflete sobre o momento em que ela percebeu que
Crepúsculo tinha mudado sua vida. “Você
coloca o meu nome no Google e uma das primeiras coisas que aparece é fotos
minhas sentada na minha varanda, fumando um cachimbo com o meu ex-namorado e meu
cachorro. Isso foi tirado no dia em que o filme foi lançado. Eu não era
ninguém. Eu era uma criança. Eu tinha acabado de completar 18 anos. E no dia
seguinte era como se eu fosse uma idiota delinquente viscosa, enquanto eu sou
um tipo de garota estranha, uma garota criada em Valley que fuma maconha.
Grande coisa. Mas isso mudou minha vida cotidiana instantaneamente. Eu não saí
mais com minhas roupas íntimas.”
Entre fazer os consecutivos
filmes que formam a Saga Crepúsculo, Stewart se lançou a fazer filmes em sua
maioria pequenos. E o que poderia ser considerado o “maior” entre estes foi o
filme The Runaways, uma biografia sobre a banda pioneira e punk-glamurosa de
Los Angeles formada apenas por garotas. Stewart (interpretando Joan Jett) e
Dakota Fanning (interpretando Cherrie Currie) deram o seu melhor para fazer o
filme ganhar vida, mas seu fim foi óbvio e o filme não ganhou tanto estímulo.
(Jett e Stewart, por outro lado, como uma casa pegando fogo, se deram muito bem
quando se conheceram durante as filmagens.)
Depois de cada
um dessas produções independentes, seria como o tempo de Twilight novamente –
Semana da Velha Casa para Stewart. Ela diz em retrospectiva que vê os sets de
Twilight equivalente ao ensino médio que ela nunca compareceu. Como você pode
saber, sua relação fora das câmeras com Pattinson ganhou bastante atenção, mas
ela é calada publicamente sobre isso. Que eles são um casal não é algo que
pareça que querem esconder; simplesmente eles gostam de sua privacidade. Uma
amiga que conhece Stewart muito bem diz, “É
algo que ela quer guardar para si.”
Stewart é,
definitivamente, uma atriz dos diretores: ela os ama e vice-versa. Condon vê
Stewart como uma espécie de pioneira. “Ela
tem um forte senso de criar um novo caminho. Ela tem o que as pessoas
descreviam com Jack Nicholson no começo, o senso de perigo, e que você sempre
se surpreenderia,” ele diz. Rupert Sanders, diretor de Stewart em
Snow White and The Huntsman, descreve a relação da atriz com seu trabalho como
uma metáfora sobrevivente. “Ela é uma dessas pessoas que tem o espírito
criativo e existe para poder criar,” ele explica. “Ela é como um tipo de fio de cobre. Ela tem essa incrível
energia elétrica e ela apenas tem de achar um lugar para poder descarregar um
pouco desse poder. Caso contrário, eu acho que ela poderia explodir.”
Em seu outro
filme, Sanders elogia as capacidades de Stewart como uma estela de ação, e é
divertido a ver usando sua fisicalidade natural. “Para mim, Kristen é a melhor quando ela está no modo
lutar ou fugir“, diz Sanders. “A
percepção dela é que é estranha“, diz Pattinson. “Mas é engraçado conhecer ela. É
completamente o oposto do que as pessoas pensam. Ela é incrivelmente confiante
e insanamente corajosa.” Sanders ainda sente arrepios quando se
lembra da cena que envolvia Stewart dando um salto de 20 pés na água marrom em
um tanque no Pinewood Studios, no mês gelado de dezembro. “O desempenho dela antes de pular foi
sublime,” diz Sanders. “Você
consegue ver a hesitação em seu estômago, onde ela devia estar pensando ‘eu não
quero pular!’” Depois de pular, Sanders encontrou a atriz em seu
trailer na frente de um pequeno aquecedor. Ele estava preocupado que ela
pudesse ficar com hipotermia se fizesse isso de novo. Mas não havia como
pará-la.
Um outro lado
da coragem é o que faz o desempenho de Stewart em “On the Road” memorável.
Quando se adapta um livro tão amado é sempre complicado, mas quando o diretor
Walter Salles decidiu adaptar o romance de Kerouac, ele se colocou em uma
tarefa extraordinariamente difícil, devido ao texto – sobre um grupo de jovens
que tentam escapar da conformidade do seu tempo – é tão cheio de
espontaneidades e compromissado com o “viver o momento” que se não tivesse sido
tão planejado, seria morto quando chegasse a ser um filme. Então Salles sentiu
que precisava de atores dos quais pudessem improvisar e que realmente
entendessem o livro de Kerouac sobre aventura e sobre a essência da
experiência. Ele estava conversando com seus dois grande amigos, o compositor
Gustavo Santaolalla e o diretor Alejandro Gonzalez Inarritu, quando os dois
disseram, “Pare! Nem comece
a procurar por alguém para o papel da Marylou” – o personagem de
Cassady que as vezes era uma amante sentimental e uma companheira de viagem,
uma mulher infernal e que seguia seu próprio caminho. Ambos os homens disseram
a Salles que Stewart era a sua Marylou. Ele prosseguiu com a ideia e soube que
Stewart (que havia colocado uma cópia de On the Road no painel de seu primeiro
carro, e que significava muito para ela) e estava tão apaixonado por ela para o
papel que nunca a chamou para um teste. (O elenco de alto nível também inclui
Amy Adams, Steve Buscemi, Garrett Hedlund, Kirsten Dunst, Viggo Mortensen).
Stewart se
certificou que ela soubesse sobre seu papel antes das filmagens começarem, passando
horas conversando com a filha de LuAnne Henderson, primeira esposa de Neal
Cassady e o “correspondente” real de Marylou. Seu diretor chama Stewart de “uma
ótima parceira de crime”, e sua performance tem qualidades de riff de jazz; é
um vivo com liberdade e senso de batida (pequeno b). “O desejo de viver uma vida autêntica,
me parece muito, muito forte nela.”
Alguns dias
depois de termos almoçado juntas em Paris, eu assisti On The Road com Stewart
em uma sala de exibição na sessão da Bastilha na cidade. Ela vestida uma regata
vermelha, jeans e a mesma jaqueta de couro preta da Balenciaga, a qual ela
estava vestindo em nosso almoço, e tênis; sua toda garota americana em uma
viagem para Paris. Tanto quanto ela ama esse filme e está orgulhosa dele, eu pude
sentir Stewart se contorcer em sua cadeira e ouvi-la “yeeoow” quando as coisas
ficavam intensas na tela. Meu momento favorito foi durante uma desinibida cena
de sexo entre Marylou e Dean, interpretado por Garret Hedlund (o personagem de
Cassady). Eu devo jurar que ouvi Stewart murmurar , “Pelo amor de Deus!”. Sua
publicitária estava sentada entre nós e tinha trazido, cuidadosamente, consigo
alguns “muffins” franceses, que eram como sofisticadas rosquinhas. Eu coloquei
algumas em minha boca para cobrir meus goles. Após a sessão terminar, eu tive
que correr, porque eu tinha um compromisso, por isso não pude ficar para
discutir com Stewart o filme. Eu quase fiquei aliviada, porque assistir o filme
foi como uma experiência íntima – o que é, com toda certeza, o poder do filme,
mas mesmo assim. Então, eu entrei em um carro, e ela foi para seu caminho.
Partidas passou
a significar Stewart, para mim. Depois do almoço que tivemos no Le Duc, no
início da semana, quando finalmente nos encontramos prontas para seguir,
Stewart espiou pela porta para alguma coisa e foi ao bar, quando eu notei um
homem prodígio com testosterona exalando, claramente um guarda costas, com quem
ela trocou algumas palavras. Stewart não me disse nada quando retornou a mesa
mas estava ligeiramente corada, e houve um sutil aperto de seu maxilar. Eu
mesma olhei para a porta. “Ah
cara,” eu disse. O paparazzi estava aposto; se tornou claro que
eles seguiram Stewart, que tinha vindo de uma van discreta preta de seu hotel
ao restaurante. Apenas alguns minutos antes, ela tinha resumido o tipo de vida
que ela vive com a fama. “Não
são os fãs que me assustam,” ela disse. “Cada um deles é diferente. Mas grupos
grandes de pessoas são assustadores – não há individuais lá. Parece que é um
enorme corpo de água, como uma onda que é mais forte que você. E é forte como a
água, então tudo é abrangente.Você teria que ser um sociopata para não ser
penetrado por toda energia humana, que está tipo, sendo lançada sobre você por
todas as direções.”
Nós decidimos
tentar esperar fora das câmeras e continuar conversando, embora eu estivesse
preocupada que significasse ocupar mais tempo do que tínhamos em sua agenda.
Ela não se importou. “Não
estou fazendo nada.” ela disse. “Eu
estava apenas sendo protegida pelas pessoas que fazem esse trabalho. Eu não
tenho nada para fazer.” (Ela não era alguém que tem a intenção de
mostrar o quão querida ela é; os paparazzi fazem esse trabalho mesmo se ela
queira ou não.) Horas depois, quando finalmente fizemos nossas respectivas
fugidas, o paparazzi ainda estava esperando por seus $50,000 nas candids (Se
tornam $75,000$ se eles conseguem deixá-la com raiva e $100,000 é o preço: de
uma foto dela e Pattinson.) Eu dei meia volta enquanto Stewart e o guarda
costas deixavam o local com dezenas de fotógrafos na sua cola. Eu a imaginei
desejando que estivesse em qualquer outro lugar, talvez dirigindo um
caminhonete sob o céu azul, uma possessão orgulhosa do policial chefe pai de
Bella em Twilight, que ela compraria e dirigia para casa, da locação em
Portland, Oregon, para Los Angeles, onde as filmagens acabaram. “Mas,” como Kerouac
escreveu “não importa, essa estrada é a vida.”
Post: Mel
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