Boa noite pervinhas!! Hoje teremos Bella sofrendo transformada e não é em Vampira.. Será uma transformação tão dolorosa quanto.. Sem mais delongas.. Ótima leitura!
Autora: Lunah
Classificação: Maiores de 16 anos
Categoria: Saga Crepúsculo
Personagens: Bella Swan, Edward Cullen, Ement Cullen, Rosalie....
Gêneros: Comédia, Lime, Romance, Universo Alternativo
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo
Capítulo 17 - 2ª Fase: Capítulo 4 - Transformação de Bella
Bella’s POV
Já passavam das 7h quando adentrei, vagarosamente, o quarto de Edward. Ele estava largadão na cama, ainda vestido com a fantasia de caçador. Coloquei um copo de água no criado mudo, enquanto segurava um balde também com água em uma das mãos e então lhe observei por alguns segundos. Ele dormia profundamente, mais parecia uma pedra. Sorri lembrando-me do estado alcoólico dele na noite passada. Nunca imaginei que ele precisaria ser carregado inconsciente para casa. Pior é que o meu lobo também precisou ser levado para seu hotel em um estado lastimável. Ri tentando imaginar se a vaca ruiva ainda estaria trancada no banheiro de Marius. Por mim poderiam lacrar a porta com uma parede de tijolos, mas, à essa altura, alguém já devia tê-la encontrado. Susan deve estar querendo matar minha prima lentamente. Bem, se ela quiser tirar satisfação, eu encaro a perua de cabelo cor de fogo sem problemas.
Decidi então parar de relembrar o baile e me preparei para dar o troco em Edward. Queria que ele sentisse, na pele, o que é ser acordado com um balde de água fria. Ergui o balde por cima dele e despejei todo de uma vez.
– AAAAAAAAAHHHHHHHHHH! – Gritou ele, saltando atordoado da cama.
– HU!... HOHOHOHOHO! – Imitei a risada de Marius.
Não demorou para que o EDZINHU percebesse o que estava se passando.
– Sua filha do capeta, porque fez isso comigo? – Esbravejou, estupefato.
– Vamos correr EDZINHU, vamos correr! – Respondi, largando o balde e tentando me aquecer.
Ele me encarou, incrédulo.
– O que foi? Não foi você que disse que eu precisava me exercitar? – Foi divertido vê-lo embasbacado.
– De onde saiu esse seu entusiasmo? Você não odeia correr?
– Digamos que uma noite maravilhosa pode fazer uma garota mudar de idéia.
– Eu não vou correr pirralha, não vê que eu estou de ressaca?! – Edward jogou-se na cama, sonolento.
– Não, não, não! Nada de dormir, eu preciso da sua aula hoje. –
O Cullen ergueu a cabeça para me fitar, outra vez embasbacado.
Era difícil admitir que eu precisava do imbecil, mas eu não tinha como esconder que as aulas dele haviam realmente me ajudado a me aproximar de Jake. Após o beijo maravilhoso que trocamos durante o blackout da pegação, eu já não me importava com mais nada. Se Edward me mandasse sair de casa com um melância pendurada no pescoço, eu sairia. Meu Jake valia qualquer sacrifício.
Depois de um longo suspiro, ele ergueu as sobrancelhas.
– Como foi que você entrou aqui?
– O Emmett te trouxe pro quarto ontem e deixou a porta aberta. –
Edward rolou na cama, com as mãos na cabeça, demonstrando dor.
Como eu já esperava por isso, lhe entreguei o copo com água, que havia lhe trazido e tirei do bolso dois analgésicos.
Ele olhou, receoso, para o copo e os remédios. Eu ri.
– Pode tomar, eu não cuspi dentro, nem lhe trouxe laxante. Preciso de você inteiro hoje.
Por fim ele acabou tomando os remédios.
– Não interessa Bella, eu não vou sair da cama hoje. – Ele afundou o rosto no travesseiro.
Fiquei impaciente, sentei-me ao seu lado e comecei a chacoalhá-lo com força.
– ME DEIXA EM PAZ, BELLA! – Berrou o rabugento.
– ANDA EDZINHU, ANDA EDZINHU! – Ele me ignorou – Inventa alguma coisa, convida o Jake para nos visitar. Preciso de outro momento maravilhoso com ele.
– Momento maravilhoso? – Perguntou ele, finalmente me dando atenção.
Ri mais uma vez, tudo me parecia engraçado. Eu estava simplesmente feliz.
– Digamos que suas aulas, enfim, deram algum resultado.
– Traduz! – Ele sentou-se.
– Jake me beijou.
– Beijou? Quando? Onde? – Perguntou, surpreso.
– Dããããhh! No baile, na hora do blackout da pegação. Ele, simplesmente, me agarrou. – Respondi, delirando em satisfação.
– E como foi o beijo? – Perguntou, revirando os olhos.
Olhei para o teto, me questionando se deveria revelar aquele meu segredo para o idiota. Por fim, resolvi contar, eu queria era gritar pra todo mundo que Jake tinha me beijado.
– O beijo foi, simplesmente, perfeito... – Suspirei – Não, não, perfeito é pouco, na verdade foi extraordinário! MEU DEUS!... como ele beija bem! – Eu já estava mergulhando em doces devaneios, quando ouvi as gargalhadas do Cullen.
De alguma forma, ele pareceu estar se divertindo.
– O que foi? Porque está rindo? – Perguntei aturdida.
– Eu não estou rindo, só estou com sono. – Ele enfiou um travesseiro no rosto. Eu já não podia ouvir as gargalhadas, mas via o corpo dele, inteiro, tremer em risadas silenciosas.
Bufei e resolvi ignorar, ele era mesmo anormal.
– Pode rir à vontade, não estou nem aí, o que importa é que Jake me beijou.
– Sabe, eu acho que você está sendo fácil demais. Nós já havíamos falado sobre isso antes! – Disse Edward, tirando o travesseiro do rosto.
– Eu não fui fácil! Eu não tenho culpa se ele me agarrou.
– Aposto que agora já perdeu a graça para ele. Duvido que ele te dê atenção agora. – Falou ele, com descaso.
O Cullen mal acabou de falar, e meu celular vibrou no bolso da calça, assustando-me. Rapidamente olhei para o visor e havia uma mensagem.
[Mensagem] 07:25 hs
Jake Black: Quer jantar comigo esta noite?
– SIM! – Saltei empolgada da cama.
– O que foi? – Perguntou Edward, confuso.
Mostrei-lhe a mensagem, toda orgulhosa. Não podia ser mais perfeito que aquilo, meu lobo solitário não só queria jantar comigo, mas também fez Edward parecer ainda mais idiota.
– Levante-se, Cullen. Eu tenho um jantar essa noite. Você falou que ia me dar as tais aulas de como me vestir. É uma boa hora para isso, Jake, estranhamente, ficou impressionado com minha mudança de visual no baile. – Tagarelei tudo de uma vez, para não perder a coragem.
– Não enche Bella, vai vestida do seu jeito trombadinha mesmo.
Edward fechou os olhos, acomodando-se na cama.
– Você está quebrando o acordo. Isso significa que eu posso infernizar a vida da mosca morta novamente. – Minhas palavras tiveram exatamente o efeito desejado. Edward levantou-se da cama, contrariado e bufando.
– Tudo bem... eu não vou quebrar o acordo. – Respondeu, por fim.
Senti um frio na barriga e um nervosismo imensurável. Em algumas horas estaria, novamente, com Jake. Dessa vez eu sabia que era diferente, eu não havia convidado-o para um café, e sim, ele me chamou para jantar. Era demais para mim, pouco me importava os meios ou as roupas absurdas que teria de usar, para mim só importava Jake.
Edward’s POV
Eu bem queria sacanear Bella e fazê-la ir vestida com uma fantasia de banana, só para chamá-la de bananinha louca. Mas eu havia dado minha palavra e não iria voltar atrás, além do que ela provavelmente descontaria sua raiva em minha inocente mãe.
Caminhei lentamente em volta dela, analisando-a. Como eu poderia fazer a pirralha ficar bonita?
– Deixa eu ver o seu corpo! – Disse-lhe sério.
– Hein? – Perguntou ela, visivelmente assustada. Eu quase ri.
– Como eu já disse antes, todos tem alguma parte no corpo que se destaca das demais. É preciso saber valorizá-las corretamente.– Bella até pareceu ter entendido, mas não estava disposta a colaborar. – Não seja criança, puxe as pernas da calça, deixe-me ver suas varetinhas.
Bella me encarou como se estivesse prestes a me socar, engoliu seco e fez o que pedi.
Ela levantou as pernas da calça até um pouco acima dos joelhos, e eu logo gargalhei.
– Você nunca ouviu falar de depilação?
– Eu tenho mesmo cara de quem pensa nesse tipo de coisa?– Falou carrancuda.
– Pois agora vai pensar. A primeira coisa que faremos é te levar em um salão para transformar suas pernas de homem em pernas de mulher e arrumar essa palha que é o seu cabelo. – Tudo bem que eu estava exagerando, mas ver a cara dela chocada era impagável. – Cara, se você não depila as pernas, quem dirá...
– Edward Cullen, se você terminar essa frase, considere-se um homem morto! – Interrompeu, furiosa.
Ri quando vi a expressão assassina no rosto de Bella.
– Tudo bem, eu percebi que você tem... é... um busto... – Eu queria falar bonito, mas não queria ser ameaçado de morte outra vez.
Então, apenas me expressei com as mãos, erguendo os polegares e a Swan logo me entendeu. – Vamos tentar valorizar o busto com decotes. Eu acho que vai ficar bom.
O que era aquilo? Bella estava corando?
– Eu vou ficar... tipo... sexy? – Perguntou ela, fazendo careta.
– Que é isso Bella, lógico que não! Você vestindo algo sexy seria a mesma coisa que fantasiar o Bin Laden de Papai Noel. – Zombei.
Esfreguei o queixo, sabendo que precisaria de ajuda, de uma outra opinião masculina, e já tinha a pessoa certa em mente. Mas será que ele ia conseguir entender meu acordo com Bella? Dei de ombros, mesmo se ele não entendesse, eu sabia que ele iria só pra zoar.
Uma hora depois, eu, Bella e Emmett estávamos em um salão prestigiado de Verona.
Uma simpática garota baixinha de cabelos rosa, veio nos atender.
– Oi, meu nome é Marcella, que posso fazer pelo senhores? – Perguntou ela, sorridente.
Olhei para a Swan dos pés a cabeça então respondi...
– Um milagre!
A meu pedido, Marcella levou Bella para a setor de depilação.
Emmett e eu ficamos sentados em uma pequena sala de espera, olhando para uma porta branca, imaginando o que se passava dentro do cômodo, pois ouvíamos os gritos e incríveis palavrões saídos da boca dela que assustavam todos os clientes do salão. Eu já havia perdido a conta de quantas moedas ela teria que colocar no pote de palavrão.
– Meu Deus, estão matando a Bella! – Falou meu irmão, assustado.
– Calma Emmett, é só depilação, a pirralha que é exagerada.
– Exagerada? Eu depilo o peito, eu sei bem como é isso, é horrível.
– Emmett, é por que você também é exagerado. – Zombei.
Como um homem daquele tamanho podia achar depilação horrível?
O bisonho me encarou, mexeu a boca de uma lado para o outro e então sinalizou com a mão para que a mulher de cabelos rosa viesse até nós.
– Posso ajudar? – Perguntou ela.
– Sim, meu irmão aqui não sabe ao certo como funciona depilação com cera quente. Poderia dar uma pequena amostra para ele?
– Claro! – Respondeu de imediato.
Marcella trouxe um vasilhame branco e, com uma espátula de madeira, passou um pouco de cera nos pêlos do meu braço. Eu sorri, só era um pouco quente, nada que fizesse alguém gritar.
– Emmett, é coisa de mulherzinha gritar por causa disso, que ridículo. – Afirmei, debochando da cara de meu irmão e de Marcella.
– Puxa! – Disse Emmett para Marcella, e ela gargalhou.
– Pode puxar, eu nem vou... AAAAAAAAAAHHHHHHHHH!
Eu juro que meu grito fez dois clientes saírem correndo. Eu nunca havia sentido uma dor daquelas na vida. Parecia que tinham arrancado a minha pele, eu até lacrimejei. Olhei para o meu braço e estava vermelho no local depilado. Emmett ria descontroladamente.
Engoli seco, envergonhado por ter gritado feito uma mulherzinha.
– Por favor, Marcella, pode ir ver se Bella ainda esta viva? – Pedi, em um murmúrio. Fiquei seriamente preocupado, já que a sala de depilação estava silenciosa.
A garota fez o que eu pedi e não demorou para que ela estivesse de volta, com um olhar sombrio. Era a primeira vez, desde que chegamos, que ela não mantinha um sorriso.
Emmett e eu levantamos preocupados por causa da expressão estranha no rosto de Marcella.
– Chegou a hora... – Falou ela cabisbaixa.
– De que? – Perguntei, já quase invadindo a sala onde Swan estava.
– Depilação na virilha. – Respondeu ela.
– PUTAAAAA QUEEEEEE PAARIIIIIUUUU! – Gritou Bella.
Emmett e eu chacoalhamos o corpo para dissipar o calafrio na espinha que sentimos.
Algum tempo depois, um viado cuidava do cabelo de Bella. Foi quase uma hora de discussão entre ela e o cabeleireiro, que queria deixá-la loira. Por fim, chegamos a conclusão de que seria melhor a Swan desistir de seu cabelo castanho escuro e tingi-lo de um castanho claro acobreado. Quando ela viu no espelho que o tom de seu cabelo ficou parecido com o meu, ela quase enfartou. Foi preciso Emmett segurá-la com força para a garota não descer o cacete na bichona, que saiu aos berros, em um choro incontrolável.
Após muitos palavrões, gritos e escândalos vindos até de mim, que gritei, quando me depilaram o braço, fomos proibidos de voltar no salão.
Logo fomos para uma enorme loja feminina chamada Gianna's Boutique. Bella precisava de um vestido e eu mesmo escolhi vários estilos para ela provar. Swan ficou do meu lado, carrancuda, de braços cruzados, ainda chateada por causa do cabelo.
– Eu vou ter que provar tudo isso? – Esbravejou ela, quando lhe joguei as roupas. Foi engraçado vê-la tentando segurar os vestidos, que lhe caiam dos braços.
– É Bella, vai ser divertido. Você prova um por um, e nós falamos como ficou. – Fingi entusiasmo para convencê-la.
Ela revirou os olhos e saiu marchando em direção à um corredor onde ficavam os provadores.
– Edward, me fala, outra vez, porque estamos aqui brincando de clube da luluzinha. – Disse meu irmão impaciente.
– Eu já expliquei, Emmett. – Bufei. – Faz parte do meu acordo com a pentelha, foi o único jeito de fazê-la largar do pé da nossa mãe.
– Ok! – Falou, chutando o vazio. – Mas vamos, ao menos, sacanear a Bella um pouquinho, eu estou entediado!
– O que você teria em mente, gênio?
– Vamos dar um susto nela no provador! Vamos, vamos, por favor. – Pediu ele, animando-se.
Refleti por um segundo, acho que nem isso. Eu queria também sacanear a pirralha.
– Ok, o plano é o seguinte, chegamos lá de mansinho, sem fazer o menor barulho, então puxamos a cortina de uma vez. Bella vai estar provavelmente seminua e eu tiro uma foto com o celular. – Nós gargalhamos, só de imaginar a cena.
Emmett, entusiasmado, foi o primeiro a se dirigir aos provadores. Eu o segui. Olhamos de relance as cabines e todas pareciam vazias. Uma das primeiras estava com a cortina fechada. Só podia ser aquela.
Rimos baixinho, eu preparei o celular para tirar a foto e Emmett pôs a mão na cortina, pronto para puxá-la.
Nos encaramos rapidamente. Então Emmett puxou com força a cortina.
– AAAAAAAAAHHHHHHHHHH! – O grito ensurdecedor veio de três pessoas ao mesmo tempo. Eu, Emmett e a velhinha de uns 70 anos de calçola e sutiã – SOCORRO, TARADOS! TARADOS! – Gritou ela, já pegando uma enorme bolsa verde.
Olhei rapidamente para o meu lado e avistei Bella, saindo do último provador no final do corredor, gargalhando.
– Desculpa, vozinha, nós não... – Emmett tentou se explicar nervoso, mas levou uma bolsada no meio da cara. Eu ri, e levei uma bolsada também.
A velhinha devia carregar pedras dentro daquela bolsa, porque a cada bolsada que levávamos doía mais que um soco.
– SENHORA, ACALME-SE, NOS DEIX... – Ela não queria me ouvir. Não tinha jeito.
– AAAAAAIIIIII! – Gritou Emmett, quando a velhinha lhe bateu outra vez.
– CORRE, EMMETT! CORRE! – Gritei atordoado.
Emmett saiu correndo pela loja e a velhinha o seguiu com a maldita bolsa verde. Poxa, aquela senhora deveria malhar, não estava se cansando de correr atrás do meu irmão, que pedia por ajuda desesperado. Alguns clientes da loja ficaram chocados com a cena, até mesmo eu fiquei, não é todo dia que se vê uma velhinha seminua correndo atrás de um homenzarrão choramingando.
Corri atrás deles para tentar tirar meu irmão daquela fria.
– CALMA VOZINHA, FOI UM ACIDENTE, NÃO SOMOS TARADOS! – Gritei o mais alto que pude.
Ela parou, virou-se e me encarou com um olhar assassino. Cara, nunca tive tanto medo de uma velhinha antes.
– SEU PERVERTIDO, VOU LHE ENSINAR A NUNCA MAIS ESPIAR UMA MULHER. – Berrou ela, vindo em minha direção com a bolsa verde do inferno.
Olhei para os lados, não havia nada que eu pudesse fazer. Engoli seco e então saí correndo pela loja também.
– SALVE-SE EDWARD, SALVE-SE! – Pude ouvir meu irmão bisonhento gritar, preocupado.
Corri o mais rápido que pude, mas a vózinha era uma fera.
Então ouvimos o som estridente de um apito. A velhinha parou e eu também, tentando recuperar o fôlego.
– ORDEM! – Gritou um segurança barrigudo, furioso.
– Segurança, não é nada disso que o senhor está pensando. – Falei em minha defesa, aproximando-me do barrigudo pelo outro lado da loja, evitando o máximo possível a velhinha possessa, que me encarava raivosa.
– Digam-me o que está acontecendo. – O segurança colocou as mãos na cintura, altivo.
A velhinha e Emmett aproximaram-se do barrigudo a fim de cada um lhe explicar sua versão dos fatos.
– Esses dois pervertidos estavam me espiando no provador. Eles querem o meu corpo!
– O QUÊ? – Gritamos surpresos, eu e meu mano.
O segurança barrigudo já ia pondo a mão no rádio em sua cintura, provavelmente para chamar a polícia. Então interferi.
– Olha, não foi nada disso, foi um acidente, não tínhamos intenção de espiá-la. Nós tentamos explicar isso a essa senhora, mas ela começou a nos bater com a bolsa. – Gesticulei nervoso.
– Minha senhora, você está velha demais para sair correndo por aí, vamos resolver isso com calma. – Pediu o segurança, amistoso.
– VELHA DEMAIS?! – Berrou ela ofendida, dando uma bolsada na cara do segurança. – VOU LHES MOSTRAR QUEM É VELHA DEMAIS! – Ela girou a temível bolsa no ar preparando-se para bater em quem se pusesse à sua frente.
– SALVE-SE QUEM PUDER! – Gritou o segurança barrigudo, erguendo a mãos para o ar.
Não teve jeito, nós três saímos correndo em uma fuga desesperada.
Cara, que velhinha demoníaca.
Demorou um pouco para que conseguissem conter a estranha senhora. Por fim, as vendedoras colocaram eu e meu irmão de castigo, sentados em frente ao provador onde Bella trocava-se.
Estávamos acabados, vários locais do meu corpo doíam, e o bisonho ao meu lado massageava o rosto constantemente.
– Edward e Emmett Cullen, o terror das velhinhas. – Zombou Swan, de dentro do provador. Ignorei, eu já estava estressado o suficiente para dar atenção a ela.
– Eu estou muito a fim de ir para casa, então, vamos acabar logo com isso. – Pedi, ranzinza.
– Sabe, pensando bem... eu acho que mudei de idéia, não quero fazer isso. – Falou ela, em um fio de voz.
– Você só pode estar brincando. Depois de tudo que passamos? Sai logo daí, deixa a gente te ver! – Ordenei.
Bella colocou somente a cabeça para fora do provador, incrivelmente corada.
– Não quero piadinhas!
– Anda Bella, não vamos te zoar. – Respondeu Emmett. Me perguntei se ele já estava zoando com aquela afirmação.
Quando Bella saiu do provador, eu fiquei meio chocado. O vestido vermelho havia ficado extremamente apertado, curto e exibindo atributos que a pirralha, provavelmente, nem sabia que tinha.
– É Bella, agora você já pode ir para uma esquina e conseguir uma graninha pra nós. – Falou Emmett, rindo.
Bella escondeu-se rapidamente atrás da cortina. Eu balancei a cabeça, sinalizando um “não”. Ela parecia mesmo uma prostituta.
– Experimenta o vestido rosa. – Pedi, esforçando-me para não rir.
Minutos depois ela saiu com um vestido rosa muito chamativo, cheio de babados brancos e detalhes em pedrinhas.
Ela girou sorridente, provavelmente, não se dando conta de o quão ridícula estava.
– O que acham? – Perguntou Bella, curiosa.
Emmett e eu começamos a cantar...
I'm a Barbie girl (Eu sou uma garota Barbie)
In a Barbie world (Vivo no mundo Barbie)
Life in plastic, it's fantastic..(A vida no plástico, é fantástica...)
A pirralha entendeu o recado e entrou no provador, soltando fumaça pelo nariz.
– Põe o vestido verde. – Falou Emmett. Ergui uma sobrancelha, ele nem sabia que havia um verde.
Não tivemos que esperar muito, lá estava a filha do capeta de verde. O vestido era feio, fazia Bella parecer uma bibliotecária solteirona. Golas, botões, pregas, mangas, tudo muito cumprido e formal.
– Ei Bella, ficou parecendo uma tiazona. Aquelas tias feias que ninguém come. – Emmett riu muito, ele estava se divertindo mais que qualquer um ali.
Gesticulei impaciente para que ela voltasse para a cabine.
Minutos depois Swan saiu do provador. Levantei-me imediatamente e, pela minha visão periférica, vi que Emmett também. O vestido tomara-que-caia preto tinha um cumprimento que posso descrever como tentador e, ao mesmo tempo, discreto. Tudo naquele vestido parecia deixá-la à beira da perfeição, lhe destacando as melhores partes do seu corpo, cintura esbelta, pernas, agora depiladas e busto. Por algum estranho motivo suspirei alto demais e pude sentir a mão do meu irmão fechando-me a boca. Fiquei extremamente embaraçado.
– Então, como ficou? – Perguntou ela, girando timidamente.
Tentei pensar em uma palavra para defini-la, mas minha mente não trabalhou racionalmente.
– Wooohoooooo! – Gritamos Emmett e eu ao mesmo tempo, aplaudindo com vontade. Ele até assobiou um “fiu-fiu”.
– Bella, cara, você está linda! – Emmett disse sem rodeios.
Swan sorriu envergonhada, outra vez suas bochechas ficaram coradas, mas ela ficou realmente uma gracinha, constrangida.
A pirralha voltou para a cabine, feliz.
Westlife - Uptown Girl (tradução)
Garota de Luxo
Garota de luxo
Ela vive em seu mundo elegante
Aposto que ela nunca teve um namorado
Aposto que sua mãe nunca lhe disse o motivo
Vou tentar conquistar uma garota de luxo
Ela vive em seu mundo selecionado
Assim como todo mundo tem seus desejos
Ela agora, anda procurando por um homem simples
É o que eu sou
E quando ela souber o que
Quer fazer de sua vida
E quando ela acordar
E tomar uma decisão
Vai ver que eu não sou tão rude
Só porque
Estou apaixonado por uma garota de luxo
Você sabe que já a vi em seu mundo elegante
Ela está se cansando de seus brinquedos de luxo
E de todos os presentes de seus garotos elegantes
Ela tem uma escolha
Garota de luxo
Você sabe que não posso lhe dar pérolas
Mas talvez, um dia, quando minha sorte chegar
Ela entenderá o tipo de cara que eu sou
E então eu a conquistarei
E quando ela caminha
Ela é tão bonita
E quando ela falar
Dirá que é minha
Vai ver que eu não sou tão rude
Só porque
Estou apaixonado por uma garota de luxo
Ela vive em seu mundo selecionado
Assim como todo mundo tem seus desejos
Ela agora, anda procurando por um homem simples
É o que eu sou
Garota de luxo
Ela é minha garota de luxo
Sabe que estou apaixonado
Por uma garota de luxo
Minha garota de luxo
Sabe que estou apaixonado
Por uma garota de luxo
– Edward, se eu soubesse que Bella tinha potencial para gostosa, eu tinha dado em cima dela. – Sussurrou o bisonho. Achei aquilo engraçado, e lhe dei um tapinha amigável nas costas.
Esfreguei meu rosto, tentando pôr meus pensamentos em ordem.
Fitei meu irmão experiente e decidi lhe perguntar sobre algo que estava me incomodando.
– Mano, me responde uma coisa. – Sussurrei.
– Fala.
– Você já quis uma coisa, só porque outra pessoa também queria? – Perguntei baixinho.
– Como assim? – Ele pareceu-me confuso.
– Bem... vou tentar exemplificar. Digamos que você está em um restaurante, certo? Você olha no cardápio e tem frango e carne.
Você pensa consigo mesmo, eu não quero frango, eu odeio frango.
Daí, você pede carne. Carne é mais gostoso, é mais a sua cara... está entendendo até aqui? – Verifiquei e Emmett sinalizou que sim com a cabeça. Continuei – Então, o cara da mesa ao lado pede o frango. Você olha o frango no prato dele e parece delicioso, muito mais bonito que a carne. Só aí, você percebe que a carne no seu prato não é o que você quer. Você quer frango. O que você faz? – Fiquei à espera da resposta, ansioso.
– Você não pode pedir frango também? Não pode comer os dois? –
Ri sem humor.
– Não, Emmett, eu não conseguiria comer o frango e a carne ao mesmo tempo, eu não sou desse tipo, você sim é do tipo que conseguiria comer os dois. Além do que, só existe um frango, e já é do cara da mesa ao lado. – Falei, me sentindo levemente derrotado.
– Meu irmão, vou ser sincero com você. – Ele pôs a mão no meu ombro. – Esse seu restaurante é uma pobreza, vai no McDonalds, lá tem de tudo!
Revirei os olhos. Não ia adiantar ter aquela conversa com Emmett.
– Edward, já terminamos? Eu preciso devolver a fantasia de caçador na loja. – Perguntou ele, olhando para o relógio.
– Tudo bem cara, pode ir.
Ver Emmett levantar-se me deu uma bizarra idéia.
– Espera, sei que parece, no mínimo, estranho, mas preciso muito ir nesse jantar da Bella, porém, não quero que ninguém saiba e também não quero ir sozinho. – Passei as mãos pelos cabelos buscando coragem para terminar meu pedido. – Nos arranja uns disfarces, algo que nos faça ficar irreconhecíveis. Você pode fazer isso por mim? Por favor? – Sussurrei.
Emmett me encarou confuso, mas assentiu.
– Tudo bem Edward, eu vou arranjar algo legal. Confia em mim! Eu vou te ajudar! – Ele sorriu e eu me perguntei se havia pedido aquilo para a pessoa certa.
Quase meia hora depois, Bella estava sentada provando sapatos e sandálias. Swan usava uma saia de pregas cinza, um pouco acima dos joelhos e uma blusa baby look preta com o desenho de uma guitarra no peito. Foi difícil convencê-la a comprar aquela roupa, mas eu não podia deixar passar. Eu havia achado ideal para ela, ficou feminina, sem deixar de lado seu próprio estilo de roqueira.
A garota pareceu-me meio enrolada com uma das sandálias, haviam muitas tiras. Sorri enquanto observava a pirralha quebrar a cabeça, tentando adivinhar como se calçava a estranha sandália.
Por fim, decidi ajudá-la.
Ajoelhei-me diante dela, segurei seu pé esquerdo, aproximando-o do meu peito. Swan arregalou os olhos embasbacada, mas não pronunciou uma só palavra. Com a outra mão peguei a sandália, analisei-a por um segundo e joguei-a para longe. Era muito complicada, tiras demais. Peguei um sapato preto de salto agulha e coloquei delicadamente em seu pé. Ela ergueu uma sobrancelha, tive vontade de rir da cara dela, mas me contive, ela estava mesmo chocada com minha atitude.
Tentei manter meus olhos no sapato que Bella usava, mas era incrivelmente difícil. Não estava conseguindo parar de olhar para as pernas da garota, se alguém me falasse algumas semanas atrás que eu iria ficar quase babando pelas pernas da encapetada, eu teria rido até morrer.
Suspirei desconcertado e, em uma atitude impensada, passei a mão em sua perna, do tornozelo até a coxa. Bella levantou-se abruptamente.
– PERDEU A NOÇÃO DO PERIGO, CULLEN IDIOTA? – Berrou ela, irritada.
ALGUÉM ME EXPLICA PORQUE EU FIZ ISSO!
Quis chutar a mim mesmo. O que estava acontecendo comigo? Ok, pensa, rápido, pensa rápido! Me pus de pé.
– Sem escândalo pirralha, eu só queria ver como ficou a depilação. Credo, eu não estava acariciando você! – Sorri amarelo, eu tinha acariciado sim. O pior é que eu tinha gostado.
OK, AGORA EU ADMITO, PRECISO DE TERAPIA!
Ela sentou-se bufando e eu voltei a me ajoelhar. Peguei outro sapato e ela me lançou um olhar mortal.
– Se você inventar novamente de ver como ficou a depilação, vai ficar sem mão, eu juro! – Bella parecia um gatinho raivoso.
Eu gargalhei, não sei se dela ou se de mim, que havia perdido a sanidade mental.
Peguei o pé dela e coloquei um sapato preto-e-branco, não havia ficado bom. Imediatamente o tirei sem deixar ela verificar.
Acidentalmente o meu polegar roçou na planta de seu pé e Bella riu.
Fitei-a curioso e a garota fingiu não ter sentido cócegas.
Eu sorri e ela já sabia o que eu ia fazer.
– Nem pense nisso, Edward! – Disse carrancuda.
Foi inútil, eu comecei a fazer cócegas em seu pé e ela riu descontroladamente.
– AAAAAAHHHHHHH, PÁRA! – Pediu ela, contorcendo-se em meio a risadas. Não dei importância, continuei com as cócegas.
As gargalhadas da Swan eram tão altas que, mais uma vez, chamamos a atenção. Então decidi parar antes que fôssemos expulsos da loja.
– Edgayzinho, eu deveria chamar aquela velhinha para lhe dar outra surra! – Esbravejou ela.
– Ah não, por favor, aquela vózinha é sinistra! – Respondi e nós rimos.
Já passavam da 19:30h. Eu andava pelo meu quarto, impaciente. Nem sinal do bisonho do Emmett. Bella já havia ido ao encontro com Jake e eu não queria perder mais tempo.
– CHEGUEI, CHEGUEI, CHEGUEI! – Berrou ele, adentrando o quarto correndo.
– Porra Emmett, onde você estava? – Disse-lhe chateado.
Ele pôs as mãos nos joelhos, arfando.
– Eu... me... distraí... com... umas garotas!
Esfreguei o rosto, tentando ficar calmo para não voar no pescoço dele.
– Emmett, estamos atrasados. Não podemos perder mais um minuto. Cadê os disfarces?
Ele ergueu a enorme sacola preta e jogou todo o seu conteúdo em cima da minha cama.
Coloquei a mão no peito, temendo enfartar.
Meus olhos não creram na visão à minha frente.
Perucas, vestidos, sandálias plataforma, estojo de maquiagem...
Encarei um Emmett sorridente.
Meu olho esquerdo tremeu em fúria. Eu ia explodir.
– CARALHOOOOOOOOO! – Gritei, pondo as mãos na cabeça.
– Calma Edward, cuidado com o derrame do coração. –
Sentei-me, obrigando-me a contar de 1 até 10, ou estrangularia Emmett com um dos vestidos.
– Cara, você só pode fazer isso de propósito, só pode, ninguém pode ser tão burro! – Murmurei para o teto.
– Ei, a culpa não é minha. Você falou que era para eu arrumar um disfarce que ninguém nos reconhecesse. Garanto que ninguém nunca vai imaginar que a loira e a morena somos nós. – Disse ele, chacoalhando as perucas. – Além do mais, estava de promoção, metade do preço. Você acha que eu sou rico?
Deitei-me na cama, eu estava esperando o início do meu AVC.
– Emmett, acho que tinha algum feitiço naquela pena do Marius. Ele te transformou em uma bichona.
– Eu sou muito macho, tá ligado? – Respondeu chateado.
– E é por isso que você quer tanto vestir uma meia calça? – Perguntei, jogando-a em direção ao irmão mais burro do mundo.
– Vamos ou não a esse restaurante? Eu estou com fome. Deixa de ser dramático mano, leva na esportiva. É como quando nos fantasiamos na peça da escola.
Bufei. Eu estava mesmo fodido. Puxei a peruca loira das mãos do animal e lhe ameacei.
– Se alguém souber que fizemos isso, juro que te capo, Emmett Cullen, JURO! – Enfatizei a última palavra para que ele percebesse o quão sério eu estava falando.
– Fica frio mano, agora toma seu sutiã com enchimento! – Falou o retardado, jogando-me a peça na cara.
Meia hora depois...
Senti que estava pagando todos os meus pecados, quando coloquei o pé na calçada do restaurante em que Bella encontraria Jake. Se alguém me matasse naquele momento, eu até agradeceria.
Eu podia ouvir as gargalhadas do futuro defunto ao meu lado. Eu sabia o porque Emmett estava agindo daquela forma. Eu estava mesmo ridículo.
Usava uma peruca loira, que vinha até os ombros, vestido vermelho que, por sorte, cobria os braços e boa parte das pernas, agora cobertas por uma grossa meia calça preta. Jóias, muita maquiagem para evitar que alguém me reconhecesse e uma sandália de salto plataforma que deve ter pertencido a alguém que adorava música disco! Eu mal conseguia me equilibrar em cima daquilo.
– Edward, desculpa dizer, mas se você fosse uma mulher, seria uma baranga. – Zombou Emmett, risonho.
– Oh, não me diga Emmett, você também não está nenhuma miss universo. – Ironizei.
Meu irmão até parecia uma ofensa aos travestis, de tão feio que estava.
Sua cabeça vazia estava coberta com uma peruca preta cheia de cachos, fortemente maquiado, todo enfeitado com jóias espalhafatosas, que pareciam ter saído dos anos 80, meia calça, vestido azul bem parecido com o meu, e, como se já não fosse o suficiente, ainda tinha uma bolsa rosa.
– Vamos entrar e tentar passar despercebidos. – Falei, me pondo a poucos metros da entrado do restaurante.
Emmett ficou ao meu lado, nos encaramos sérios.
– Está pronto? – Perguntei, me agarrando a toda a minha coragem.
– Eu já nasci pronto, loira furacão. – Respondeu ele.
Respiramos fundo e adentramos o restaurante.
(Continua...)
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